12catorze
Contém os três volumes:
28 — Colheita serôdia
29 — A suspensão do direito de resistência
30 — Governadores de orvalho
| Editora | Humus |
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| Categorias | |
| Editora | Humus |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Aimar Labaki, Fernando da Costa Soares, Isabel Nogueira |
Isabel Nogueira é Doutorada em Belas-Artes, área de especialização em Ciências e Teorias da Arte (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e pós-doutorada em História e Teoria da Arte Contemporânea e Teoria da Imagem (Universidade de Coimbra e Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne). É historiadora de arte contemporânea, professora universitária, ensaísta e curadora independente. É investigadora integrada do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX/Universidade de Coimbra, onde coordena a linha de investigação: “Artes Visuais e Imagem em Campo Expandido”. Colabora regularmente nas publicações Estudos do Século XX e Recherches en Esthétique. No domínio do ensaio, publicou as seguintes monografias: Do pós-modernismo à exposição Alternativa Zero, Nova Vega, 2007; Alternativa Zero (1977): o reafirmar da possibilidade de criação, CEIS20/Universidade de Coimbra, 2008; A crítica nas artes: fundamentos, conceitos e funções (coord.), CEIS20/Universidade de Coimbra, 2011; Teoria da arte no século XX: modernismo, vanguarda, neovanguarda, pós-modernismo. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012, segunda edição em 2014; Théorie de l’art au XXe siècle: modernisme, avant-garde, néo-avant-garde, postmodernisme, Éditions L’Harmattan, 2013; Modernidade avulso: escritos sobre arte, Edições A Ronda da Noite, 2014.
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Teoria da Arte no Século XX: Modernismo, Vanguarda, Neovanguarda, Pós-ModernismoEste livro pretende operar uma proposta de compreensão da arte do século XX, a qual, naturalmente, tem os seus antecedentes imediatos ainda em Oitocentos. Mas esta perspectiva de análise e de reflexão organiza-se em torno dos conceitos que acreditamos serem determinantes para o seu entendimento: modernismo, vanguarda, neovanguarda e pós-modernismo. Trata-se de uma aceitação prévia de que os conceitos em questão são a base de compreensão da arte do período em análise – o século XX – e que se instituem como propósito conceptual que, por conseguinte, determina o modo de operar dos diversos movimentos artísticos ou tendências estéticas de fundo. Estabelece-se, pois, um entrosar da abstracção do conceito com a prática artística concreta, historicista e orgânica. -
Teorias da Arte - Do Modernismo à ActualidadeUm pequeno guia que traça a história e essência de cada movimento artístico da modernidade à pós-modernidade.Absolutamente fundamental para o investigador mas também para quem quer que queira perceber o mundo da arte contemporânea.Uma história das teorias da Arte do Modernismo até hoje. Um pequeno guia essencial para perceber as expressões artísticas.Com o advento do modernismo, e do movimento da arte moderna em geral, a arte conheceu uma transformação consideravelmente rápida e efectivamente avassaladora, que encontrou as suas origens em meados do século XIX, com o profundo questionar do racionalismo e da ordem social burguesa, na encruzilhada de um conjunto impressionante de inovações tecnológicas que se juntava à designada crise da representação - fortemente desencadeada pelo desenvolvimento da fotografia, nos anos 40 e, a partir de 1895, com a invenção do cinematógrafo -, assim como a um desejo profundo de descoberta e experimentação de novos códigos visuais, estéticos e artísticos. Ou seja, questionou-se o objecto a partir de dentro, portanto, a partir da componente conceptual que estaria na origem da sua forma.O objectivo deste livro é o de operar uma proposta de compreensão da arte desde o modernismo à actualidade, mediante uma perspectiva que cruza a história com a teoria e a crítica de arte, movimentando-se também, e sempre que oportuno, pelos territórios da filosofia e da estética.Inclui um extratexto de 24 páginas a cores. -
A Imagem no Enquadramento do Desejo: transitividade em pintura, fotografia e cinema«A visão seria um meio de sair do eu.»Maurice Merleau-Ponty Este ensaio debruça-se sobre a imagem artística, concretamente, sobre a imagem em pintura, fotografia e cinema. Por um lado, a imagem é pensada tanto na sua componente plástica e visual como na sua vertente comunicativa, eventualmente emotiva; por outro, a imagem é também contextualizada e analisada do ponto de vista dos domínios da estética e da história da arte, reportando-se ao contexto mais amplo da cultura visual. Pesamos sobretudo as relações entre os pressupostos estéticos e operantes dos suportes e linguagens em causa, mas sempre na problemática do desejo, do fascínio, da inquietação e, sobretudo, da transitividade. Trata-se de compreender a imagem na sua possibilidade de se expandir face à confinação formal do suporte a que pertence, evocando outros, apelando, ao mesmo tempo, ao entrosamento dos olhares de quem a produz e de quem a vê.Esta obra contém diversas ilustrações a cores e a preto e branco. -
A Fugacidade das PalavrasSemelhanças Afinal sempre seria de concluir que entre o deambular pelos silvestres caminhos das aldeias e o voo das naves interestelares não existia a mínima diferença As pequenas frases articuladas pelos astronautas tinham o mesmíssimo sabor das outras que eram trocadas pelos camponeses nos breves cruzamentos uns pelos outros tal qual como os fogos de Santelmo eram um reflexo puro e simples do bruxulear dos vaga-lumes Tal como o trocar das sombras do olhar das raparigas dos sargaços era igual às sombras do centelhar tonitruante das tempestades no alto mar Foi neste frenesim de saltar das comoções experimentadas em crianças para as angustiantes solidões dos velhos e dos mares Que apareceu além no horizonte uma imagem que não se sabia bem de quem Se dos vultos que fomos abraçando ao longo da viagem Se daquela que foi o amor da nossa vida… -
Como Pode Isto Ser Arte? Breve Ensaio Sobre Crítica de Arte e Juízo de Gosto«Como pode isto ser arte?». A questão é-me recorrentemente endereçada, sobretudo da parte — legítima — dos meus alunos de história da arte contemporânea, a quem agradeço a pergunta e dedico este breve ensaio. De facto, e principalmente desde meados do século XX, e no contexto do movimento geral da neovanguarda internacional — que encontrou a sua origem no modernismo, iniciado, ainda no século XIX, com a pintura de Édouard Manet e dos impressionistas —, que o debate em torno da abstracção seria substituído pela complexa discussão em torno do próprio conceito, extensão e função do objecto artístico. Esta concepção de arte culminaria, entre outros posteriores experimentalismos, no nouveau réalisme, na pop art, ou na arte conceptual, que se afastaram definitivamente do processo estético dito convencional. -
O Anjo do Pavilhão CincoJacinto – Quando eu entrei aqui, eu nunca tinha visto ninguém assim que nem ele. Eu achava que os homens eram tudo igual. E as mulher também, tudo igual, só mudava o nome. Mas não. Tem gente de todo tipo. Tem gente de uns tipo que a gente nem sabe que existe. A gente mesmo. A gente só sabe que tipo de gente a gente é quando descobrem pra gente. E quando contam. Por que tem gente que sabe só de olhar. Sabe se o fulano presta, se não presta e pra quê presta. Mas não conta. Moita. Ele olhava pra mim e eu me sentia pelado, nuzinho. Ele via tudo dentro da gente. A gente é que não via dentro dele. Mas tinha gente dentro dele, ali. Ah!, tinha, sim. -
A Fugacidade das PalavrasSemelhanças Afinal sempre seria de concluir que entre o deambular pelos silvestres caminhos das aldeias e o voo das naves interestelares não existia a mínima diferença.As pequenas frases articuladas pelos astronautas tinham o mesmíssimo sabor das outras que eram trocadas pelos camponeses nos breves cruzamentos uns pelos outros tal qual como os fogos de Santelmo eram um reflexo puro e simples do bruxulear dos vaga-lumes .Tal como o trocar das sombras do olhar das raparigas dos sargaços era igual às sombras do centelhar tonitruante das tempestades no alto mar.Foi neste frenesim de saltar das comoções experimentadas em crianças para as angustiantes solidões dos velhos e dos mares.Que apareceu além no horizonte uma imagem que não se sabia bem de quem.Se dos vultos que fomos abraçando ao longo da viagem ,Se daquela que foi o amor da nossa vida… -
Zona de RebentaçãoUma novela invulgar onde texto e imagem se aliam para narrar a cristalização do momento de mudança.Narrativa em torno de quatro personagens centrais, representantes de duas gerações, cujas vidas se vão cruzando numa história que traça um arco temporal entre 1968 e 2009, em lugares como Biarritz, Paris, Lisboa ou o Douro. A seu modo, todas as personagens se encontram em momentos de vida complexos, em algumas situações, até extremos. E, ao longo da narrativa, vão sendo desvendados ao leitor os diversos passados das personagens, as suas inquietações, os seus desejos, convocando-o para uma zona de rebentação, da qual todos anseiam, na verdade, poder sair. A obra junta vários capítulos cada qual acompanhado de uma fotografia, também da autora, que introduz cada capítulo e, em simultâneo, cria uma outra camada – visual – de leitura. -
A Via Láctea - Um percurso poético (1974-2020)Nos estames das flores que lá habitam é que se desenvolveu o melque uniu o nosso serLigado a um ponto zeroMas capaz de insuflar a vida por entre as constelaçõesE de voltear de seguida entre as nuvens de luz das poeiras interestelaresVaguear entre elas como se fosse a bissetriz de um destinoFormular arquétipos sobre as partículas subatómicas da consciênciaComo se fossem revisitações de arcanjos ao mundo dos homensAté nos engendrarmos nos caminhos helicoidais de todos os seres vivosE lá morrer -
Artes Plásticas e Crítica de Arte em Portugal nos Anos 70 e 80Este texto apresenta uma proposta de compreensão das artes plásticas e da crítica em Portugal nos anos setenta e oitenta, na sua relação com os conceitos de vanguarda e de pós-modernismo. Trata-se, num primeiro momento, de traçar uma perspetiva de caráter mais historicista e panorâmico, pautada pela fixação e cruzamento de informação, até à data apresentada de modo disperso ou monograficamente focado. E é precisamente a análise desta informação que nos leva a aceitar a hipótese de que estes conceitos nos permitem o entendimento deste panorama, conduzindo-nos, num segundo momento, a um exercício teórico e epistemológico de definição dos conceitos de vanguarda e de pós-modernismo, os quais, servem, portanto, de fios condutores deste estudo. Este trabalho culmina na análise da prática artística em Portugal no período em questão, concretamente nos eventos coletivos de artes plásticas que se propuseram, conceptual e objectualmente, interrogar e apropriar os conceitos de vanguarda e de pós-modernismo, procurando perceber se, não obstante os tempos e a intensidade da arte portuguesa maioritariamente não terem sido os mesmos dos centros artísticos mais eminentes, estas exposições - Alternativa Zero: Tendências Polémicas na Arte Portuguesa Contemporânea (1977), Depois do Modernismo (1983), Os Novos Primitivos: os Grandes Plásticos (1984), Atitudes Litorais (1984), Arquipélago (1985) e Continentes: V Exposição Homeostética (1986) - conseguem, a seu modo, enriquecer e transformar os conceitos em causa, permitindo uma redefinição da própria história da arte portuguesa deste período.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».