Concentrada no estudo do passado da humanidade, a História permite compreender a evolução das civilizações, os desafios que enfrentaram e como as escolhas do passado moldaram o mundo que conhecemos hoje. Da Antiguidade até à Época Contemporânea, nesta categoria poderá encontrar um conjunto de obras que abordam diversos períodos, eventos e temas ao longo do tempo.
No seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes.
Numa série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá?
«Se houve vários “25 de Abril”, “11 de Março” e “25 de Novembro”, pode-se, porém, concluir que, no primeiro dia, em 1974, a ditadura portuguesa com a duração de 48 anos, nas suas fases militar e civil, de António de Oliveira Salazar e depois de Marcello Caetano, foi decididamente extinta.»«Neste livro apresento uma análise pessoal de episódios ocorridos entre os anos finais da ditadura e o 25 de Novembro de 1975, com destaque para o que aconteceu à ex-polícia política e para a ação dos EUA, França e Alemanha nesse período relativamente a Portugal. Como se verá, não se trata de qualquer análise exaustiva de todas as questões em torno da implantação da democracia em Portugal. Também não serão analisadas as movimentações populares, rapidamente controladas pelos partidos depois de um muito breve período de espontaneidade e autonomia.A autonomia do campo político é o que se optou por aqui analisar, através do estudo das principais instituições de poder erguidas durante o processo que se desenvolveu no período entre os dois “25”, de Abril de 1974 e de Novembro de 1975, quer entre os militares, quer entre os principais partidos políticos portugueses.» Da Introdução
O discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?
Sete temas, treze testemunhos, muito debate. Um livro para pensar o Portugal que fomos (em 1973), o Portugal que construímos (entre 1973 e 2023), o Portugal que queremos ser amanhã. Uma visita guiada aos últimos 50 anos, uma homenagem ao 25 de Abril.Diogo Abreu, Eduardo Anselmo, Boaventura de Sousa Santos, Helena Roseta, Paulo Marques, Abílio Hernandez, Maria Vlachou, Joaquim Furtado, Clara Almeida Santos, António Leuschner, Margaria Pedroso de Lima, André Barata e Manuela Cruzeiro são os nossos guias. De gerações diferentes, com experiências distintas e olhares contrastantes.Dos desequilíbrios da demografia à urgência de um planeamento rigoroso. Da história dos progressos e fracassos da «cidadania» à convivência (im)possível entre capitalismo e democracia. Das angústias dos jovens de hoje no acesso ao emprego ao dilema da habitação. Da democratização do ensino superior ao papel crucial da cultura e das artes. Da reação entre jornalismo e democracia às «desordens informativas» e aos desafios da inteligência artificial. Do que é a doença mental aos caminhos para um envelhecimento saudável. Do que fazemos com o «tempo» e o «lugar» na hipermodernidade à utopia como ideal que conduz a nossa ação.Um livro ousado, mas necessário. Um contributo para um 25 de Abril festivo, mas também autocrítico e virado para o futuro. Naquela madrugada libertadora, os militares saíram à rua sem saber se nos outros quartéis todos cumpririam a sua parte do plano. Arriscaram as suas vidas e as suas carreiras. Fizeram-no por Portugal. Honremos a sua memória e contribuamos para um país melhor, em que o lema do Movimento das Forças Armadas (MFA) («Democratizar, Descolonizar, Desenvolver») se cumpra em toda a sua plenitude.
Já imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado.
Nesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes.
Entre a consistência da tradição e as exigências da modernidade. De todas as sociedades humanas, a família é a única natural, universal e intemporal. Por isso, este livro lhe é dedicado.Apesar de a sociedade estar em constante mudança e de os avanços científicos obrigarem a uma permanente actualização, existe um conjunto de princípios éticos que não são negociáveis, mas sim intemporais. Em IDENTIDADE E FAMÍLIA, coordenado pelos fundadores do Movimento Acção Ética, duas dezenas de autores dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, com estilos e experiências marcadamente diferentes, contribuem para um perfil ético da vida em sociedade, destacando, em particular, a instituição familiar. «A família é o habitat natural de convivência solidária e desinteressada entre diferentes gerações, o veículo mais estável de transmissão e aprofundamento de princípios éticos, sociais, espirituais, cívicos e educacionais, o elo entre a consistência da tradição e as exigências da modernidade, e, em consequência de tudo isto, a mais eficaz instituição de garantia de coesão do tecido social.»
Cravos, Grândola Vila Morena e o fim da longa noite salazarista: 50 anos depois do 25 de Abril, conhecemos os símbolos da revolução, mas nem sempre a sua história.
A euforia da liberdade, a vertigem das conquistas, os golpes e contragolpes até ao 25 de novembro — para além dos cravos, há muito que os mais jovens não sabem e que os mais velhos poderão agora recordar.
A obra mais influente sobre o totalitarismo.Foreign Affairs. Reconhecido à data de publicação como um dos mais importantes contributos para a compreensão do totalitarismo, e mais tarde considerado um clássico, As Origens do Totalitarismo ganhou entretanto o estatuto de história definitiva sobre esta realidade política. Começa por explicar a ascenção do anti-semitismo na Europa oitocentista, para de seguida analisar o imperialismo colonial europeu desde 1884 até ao deflagrar da Primeira Guerra Mundial. A parte final do livro analisa as instituições e a acção dos movimentos totalitários, centrando-se nas duas formas genuínas de governo totalitário do nosso tempo: a Alemanha nazi e a Rússia estalinista.Neste ponto, Arendt descreve a transformação das classes em massas, o papel da propaganda na construção do mundo totalitário e ainda o uso do terror como requisito essencial para esta forma de governo. No brilhante capítulo final, Arendt analisa o estado de isolamento e de solidão dos indivíduos enquanto pré-condição para o domínio absoluto pelo Estado totalitário.
Mário Soares é muitas vezes descrito como o «pai» da democracia. Partindo de anteriores estudos do autor, este livro procura descrever e analisar de forma sucinta e acessível o papel desempenhado pelo líder do Partido Socialista nos momentos-chave da transição democrática e compreender de que forma as suas ações influenciaram o rumo dos acontecimentos político-militares nesses meses decisivos para a definição do novo regime.
Mulheres nazis nos campos do Holocausto. Resultado de 20 anos de investigação sobre o Holocausto, As Fúrias de Hitler é um relato impressionante sobre o papel de milhares de cidadãs alemãs nos campos de extermínio nazis, que deita por terra a ideia de uma certa passividade feminina na Alemanha de Hitler. Wendy Lower demonstra-nos claramente neste livro que as mulheres do Reich foram mais do que meras «assassinas de secretária», enfermeiras, zelosas mães de família, esposas subservientes ou amantes de criminosos de guerra. Aquelas que encontramos ao longo destas páginas não ficaram atrás da conhecida frieza e crueldade dos homens do regime – aderiram com igual fervor ao nacional-socialismo e participaram ativamente no genocídio por ele desencadeado; denunciaram crianças que não cumpriam critérios raciais e torturaram e mataram prisioneiros indefesos nos campos de concentração e nos guetos da Frente Leste.O retrato convincente de uma «geração perdida» de mulheres, nascidas num país humilhado, sedento de glória e com o culto da violência, que revela uma parte desconhecida da história do Holocausto.*«Goebbels afirmou que “os homens organizam a vida: as mulheres apoiam-nos e implementam as suas decisões”.» WENDY LOWER«Ao destacar o empenho das mulheres comuns (…) a investigação cuidadosa de Lower prova que a capacidade de exercer uma crueldade indiferente não está reservada aos homens — existe em todos nós.» WASHINGTON POST
Novo volume da colecção «O 25 de Abril visto de fora»: A REVOLUÇÃO PORTUGUESA VISTA PELOS PRINCIPAIS MILITARES DO MFA, UM LEGADO ESSENCIAL DE HISTÓRIA E MEMÓRIA. «Estas entrevistas foram habilmente conduzidas por Paul Manuel em 1991, quando os dias agitados da revolução já tinham passado, mas os acontecimentos ainda eram suficientemente vívidos para serem recordados com algum pormenor. As reflexões de 14 dirigentes militares centrais de diferentes patentes e crenças políticas aqui registadas dão nos uma visão clara da espantosa diversidade existente na instituição militar, do desastre que foi evitado e também dos modos de pensar que foram ora penalizadores ora facilitadores de um final feliz. Estas fascinantes entrevistas, a par dos ensaios que as enquadram, oferecem nos uma imagem vívida de alguns dos homens que em última análise determinaram o destino de Portugal. Deveria ser dado um papel mais proeminente aos atores militares na nossa literatura sobre mudanças de regime, e esta deveria ser objeto de uma leitura alargada.» — Nancy Bermeo, Preâmbulo Com entrevistas a: Amadeu Garcia dos Santos, António de Spínola, Carlos Fabião, Fisher Lopes Pires, Francisco da Costa Gomes, Jaime Neves, José Manuel da Costa Neves, Luís António Casanova Ferreira, Manuel Monge, Mário Tomé, Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Vasco Lourenço, Vítor Alves Sinopse curta O quinto volume da colecção «O 25 de Abril visto de fora», uma parceria com a Comissão 50 anos 25 Abril, oferece um testemunho inédito sobre a revolução portuguesa, centrado em entrevistas com os principais militares do MFA.
A incrível e pouco conhecida história do banqueiro judeu que financiou a Restauração e o casamento de D. Catarina de Bragança. Duarte da Silva (1596‑1688), cristão‑novo, colocou a sua fortuna ao serviço da Restauração de Portugal. Preso pela Inquisição durante cinco anos, foi responsável pelo dote do casamento de D. Catarina de Bragança com Carlos II, que o levou à prisão durante um ano por ter falhado pagamentos. Depois de tentar o regresso a Portugal, morreu como judeu em Antuérpia. Poderia ser o resumo da sua vida num tweet.Duarte da Silva era, no reinado de D. João IV, «o homem de negócio mais importante do império, ao ponto de ser conhecido com o “banqueiro do Rei”».Esta figura, de que não conhecemos rosto, movia‑se de forma discreta pelo mundo e pelos negócios e esteve sempre presente nos momentos em que o reino, que buscava regressar à sua independência, necessitou da sua ajuda financeira, mesmo quando se encontrava preso numa das celas no Palácio dos Estaus, sede do Tribunal da Santa Inquisição, em Lisboa, em cujos baixos, as salas de tormentos, foi torturado.A sua detenção e prisão durante cinco anos tornou‑se um dos episódios mais debatidos do reinado de D. João IV, tanto na época como na historiografia portuguesa.
Putin, Xi e Kim aprenderam bem a lição: quem controla o passado controla o futuro.A tendência para manipular a história com objectivos políticos não é uma característica exclusivamente autoritária. No entanto, em países como a Rússia, a China e a Coreia do Norte é cada vez mais difícil e perigoso contrariar a versão oficial.Este livro conta-nos como dirigentes autoritários e impiedosos cooptaram e manipulam o passado para o colocarem ao serviço das suas necessidades políticas. A história que os regimes no poder nestes países contam aos seus próprios povos gira, invariavelmente, em torno de mágoas históricas e vitórias mitificadas. Há sempre um inimigo estrangeiro a quem culpar pelas dificuldades nacionais.Assim justificam a necessidade de lideranças fortes para se defenderem. Assim esses líderes se perpetuam no poder.
O futebol é um jogo, uma paixão, uma forma de agregação social, um negócio; e, portanto, também uma ferramenta eficaz para o controlo sobre as massas. Graças à sua capacidade incomparável de criar mitos, ao seu épico intrínseco, este desporto tem sido explorado desde o seu início como uma arma de propaganda ideológica e, mais recentemente, comercial.
Pretendemos com este livro, sustentado num conjunto de estudos de caso, prosseguir um percurso de investigação distinto daquele que tem caracterizado as formas dominantes de interpretar a história do período identificado com os governos do Estado Novo (1926-1974). Encontramos este olhar hegemónico em trabalhos académicos centrados no estudo do projecto ideológico do regime e nas intenções dos seus governantes, nomeadamente nos desígnios do seu chefe, António de Oliveira Salazar. Uma recente catadupa de publicações legitima a existência de uma narrativa histórica personalizada na vontade de um homem, expressão mais evidente do regresso de uma certa história biográfica, estimulada agora pelos desejos do comércio editorial, que retrata apenas os dominantes, e ainda assim menosprezando as configurações sociais que constrangem e possibilitam as suas acções e estratégias. Esta visão não é apenas veiculada por trabalhos estritamente académicos. A figura de Salazar sustenta uma literatura de divulgação histórica, dirigida a públicos mais vastos, que em parte explora difusos sentimentos de nostalgia e todo o tipo de considerações críticas em relação à sociedade actual.
Os Passados do Presente: Internacionalismo, Imperialismo e a Construção do Mundo Contemporâneo inclui um conjunto de textos ilustrativos do novo fulgor que vive a história internacional e transnacional, marcado por importantes progressos conceptuais e analíticos, historiográficos e metodológicos.
Explorando a intersecção de dois processos históricos fulcrais na história recente internacionalismo e o imperialismo , esta colecção de textos contribui para uma visão mais rica e detalhada do século XX, desvelando o papel de actores, instituições e processos históricos cuja importância é frequentemente obscurecida pelas narrativas tradicionais das dinâmicas internacionais, mas cuja relevância para a compreensão não só de todo o século anterior, mas também do presente, é inegável.
O livro aborda temas como o controlo geopolítico das populações e a regulação e cooperação internacional dos saberes e das políticas sociais, visando explicar a génese histórica de fenómenos tão actuais como a ajuda ao desenvolvimento, a natureza do humanitarismo, o papel local e global das organizações internacionais e de movimentos transnacionais, os limites da soberania e do estatismo, ou a longa duração das geopolíticas imperiais.
Os Passados do Presente: Internacionalismo, Imperialismo e a Construção do Mundo Contemporâneo é um volume fundamental para compreender as trajectórias do passado e as manifestações do presente.
O que é que recordamos das ditaduras? Para que serve, vivendo em democracia, recordar a opressão e a violência ditatoriais?
A memória coletiva tornou-se, cultural e politicamente, um intenso campo de batalha nos últimos 40 anos. O ciclo de transformações políticas e sociais que vai desde o final do impulso revolucionário e emancipador nos anos 1970 até à vaga de fundo neoliberal e neoconservadora que se vem espraiando desde então, tem sido, é, em quase todo o mundo, mas particularmente na Europa e no Ocidente, um campo de batalha pela construção da hegemonia no campo da memória. Essa batalha vem-se travando na perceção de que a memória das lutas sociais e políticas do passado é uma componente central da construção das condições de desencadeamento e das perspetivas de novas lutas democráticas e da sua própria viabilidade. Num dos mais longos ciclos históricos de regressão de conquistas sociais conseguidas através da luta contra o colonialismo e contra as muitas ditaduras reacionárias do séc. XX, a tentativa de liquidação da tradição revolucionária fundadora das democracias contemporâneas passa necessariamente pela eliminação do valor universal político-ideológico, ético e moral antifascista, do anticolonialismo e do antirracismo, e, em geral, contra todas as formas emancipadoras de leitura do mundo e das relações humanas.
A identidade histórica das sociedades é submetida a usos políticos da memória coletiva, nelas confrontando-se diferentes políticas da memória, desenhadas como narrativas autojustificativas e autorreferenciais. Estado, movimentos sociopolíticos, instituições, indivíduos, produzem discursos memoriais, que se diferenciam por classe e grupo social, género e geração. Os estados democráticos que resultam de processos pós-autoritários dizem-se radicados na rejeição da opressão que precedeu a sua consolidação, mas parecem preferir políticas da memória que se dizem motivadas pela reconciliação. Também na historiografia e na divulgação histórica através, particularmente através dos média, desenvolveram-se, inevitavelmente, políticas da memória.
Criado na sequência do 11 de Março de 1975, o Conselho da Revolução foi um órgão de soberania que desempenhou um papel central na transição revolucionária e, mais tarde, na transição constitucional.
Dispondo de amplos poderes (constituintes, militares, fiscalizadores e de conselho do Presidente da República), o Conselho da Revolução representou um considerável reforço do papel político do MFA e uma garantia da sua presença na estrutura constitucional revolucionária, assumindo-se como a cúpula do poder cívico-militar. O período de Março de 1975 a Abril de 1976 constitui a sua época áurea, ainda que a sua efetiva capacidade de direção não tenha sido constante.
Consagrado como órgão de soberania na Constituição de 1976, o Conselho continuará a deter vastos poderes no período de normalização democrática, garantindo aos militares uma voz ativa nos destinos do país. Como organismo não eleito democraticamente, resguardado por uma legitimidade revolucionária, o Conselho da Revolução é, na prática, a continuação do MFA e simboliza o papel deste no derrube da Ditadura. Contudo, desde cedo se verificaram conflitos e divergências entre as duas legitimidades sancionadas constitucionalmente: a legitimidade revolucionária, dos militares; e a legitimidade democrática/eleitoral, dos partidos.
Este livro descreve e analisa o papel do Conselho da Revolução desde a sua criação, em 1975, até à sua extinção, em 1982. Foram estes os anos que moldaram o regime e garantiram a consolidação da democracia em Portugal, quando finalmente se verificou a subordinação do poder militar ao poder civil democrático.
Mulheres e Eleições oferece uma reflexão multidisciplinar sobre a participação das mulheres na política, através da análise dos discursos e das práticas no contexto português, espanhol e também da União Europeia. Desde a conquista do direito ao voto até ao facto de serem candidatas aos órgãos do poder político, passando pela participação nas campanhas eleitorais, a filiação nos partidos políticos e a organização dos próprios atos eleitorais. A questão da participação das mulheres na política surge no final do século XVIII com a emergência dos estados liberais e a necessidade de definir quem poderia eleger e ser eleito para o parlamento. A sua exclusão do novo modelo de governo acentua o debate sobre o papel que os homens e as mulheres desempenhavam tanto na família como na sociedade.
O livro reúne textos de 11 investigadores portugueses e espanhóis sobre a instrumentalização dos media durante o Estado Novo e o Franquismo e as formas de resistência à censura e à repressão. A obra surge na sequência do II Seminário da História da Comunicação da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, realizada, em Novembro de 2022, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Alguns dos textos que agora se publicam foram apresentados neste encontro científico. Segundo os coordenadores do livro, há um denominador comum a todos os textos: «a necessidade que as ditaduras têm de vedar o acesso do povo à verdade incómoda ou inconveniente. Por isso, silenciaram-se certas pessoas, assuntos e factos, enquanto se deu relevo e importância a outros».
Reunindo contributos dos principais estudiosos da Europa e dos Estados Unidos, a obra fornece uma exploração única da vida quotidiana sob as ditaduras na Europa do século XX. O livro examina o impacto sentido na vida das pessoas sob administrações políticas caracterizadas por: um estado de partido único, no qual a oposição ou vários partidos foram banidos; culto em torno do líder; a censura da imprensa e outras publicações; o uso generalizado de propaganda e persuasão política; e a ameaça ou uso da força pelo regime e seus agentes.
Inclui capítulo sobre Portugal, assinado por António Costa Pinto e Duncan Simpson.