Encontrará nestes livros uma variedade de tópicos cativantes na área da religião, desde estudos teológicos até espiritualidade, práticas religiosas, história das religiões, filosofia religiosa e diálogo inter-religioso. Para refletir sobre a espiritualidade humana e ampliar a sua compreensão das diferentes crenças e tradições religiosas ao redor do mundo.
Num instante, vi-a! No meio de toda aquela imundície brilhava uma concha de vieira intacta. Não me lembro porque pedi ao Paco para parar, se percebi logo o sentido daquela visão, mas era um sinal, um sinal que não podia ignorar. Peguei na concha com o cuidado que merecem as coisas sagradas, e tornou-se claro que um dia a iria levar comigo no Caminho de Santiago. Dezoito anos mais tarde, na fase mais dura e turbulenta da minha vida, o Caminho chamou. No início, pensei que era o meu plano, a minha decisão, que o controlo da situação me pertencia. Que arrogância e ignorância a minha! Tal como um grão de poeira soprado pela aragem, estava a ser conduzido à minha maior transformação de sempre.
Os artigos que compõem este caderno especial da EPHATA resultam de contributos apresentados na 16.º Assembleia-geral da CICT-COCTI e refletem alguma da diversidade de fisionomias que a teologia assume hoje em diferentes contextos. Neles se analisa como as tendências globais da teologia (e, muito em especial, da teologia católica) se refletem e são assumidas em contextos geo-culturais específicos. Mas, para além disso, neles se examinam particularidades destas diferentes atmosferas teológicas, tanto no que concerne às suas heranças históricas como no que diz respeito aos desafios que se lhes colocam no presente. Com efeito, este pequeno mosaico da diversidade teológica contemporânea permite esboçar um quadro que, à maneira de uma radiografia, ajuda a conhecer do estado da arte, a acompanhar as transformações que, perto ou longe, se estão a dar no cenário teológico, e a antecipar dinâmicas futuras do desenvolvimento desta disciplina e da formação dos futuros teólogos.
Este livro oferece uma proposta de Novena orante destinada a grupos da Pastoral da Saúde. A iniciativa, que decorre durante nove semanas, pretende promover a vida de caridade na comunidade, a partir dos temas da misericórdia e da compaixão, focados no universo da vida e da saúde.
Cada semana da novena é dedicada a um tema específico, como as instituições de saúde, as famílias dos doentes, as pessoas frágeis e doentes, as crianças doentes, os profissionais da saúde, os voluntários, os capelães, os doentes em fim de vida e as paróquias e comunidades cristãs, inspirado nos Evangelhos. O objetivo é gerar, pela meditação da Palavra e pela oração, novas atitudes de partilha e compromisso em ordem a uma consciencialização cada vez maior da responsabilidade de que todos estão investidos nesta realização das obras de misericórdia, nos espaços em que decorre a ação de cada membro ou grupo.
Três meses antes do 25 de Abril de 1974, a Juventude Universitária Católica promoveu em Lisboa um colóquio sobre o “Significado político e teológico dos Direitos do Homem”. Na ausência dos mais elementares direitos de reunião e de expressão, e numa época em que eram muitos os católicos a fazerem uma opção socialista, o tema central acabou por ser as relações entre cristianismo e marxismo.
Este livro trata de um diálogo, de um interessantíssimo diálogo, entre dois grandes intelectuais, o padre João Resina Rodrigues, que, além de sacerdote católico, seria mais tarde docente e investigador do Instituto Superior Técnico, e Mário Sottomayor Cardia, um dos pensadores mais marcantes da sua geração, ex-militante do PCP, chefe de redação da Seara Nova e, no pós-25 de Abril, destacado militante socialista, deputado à Constituinte, ministro da Educação e professor universitário.António Araújo, in PrefácioEspecialmente rica e estimulante, esta é uma discussão, livre e aberta, entre dois homens com um pensamento autónomo. Espraia-se por áreas da política, da história e da sociologia, pisa terrenos da filosofia, faz incursões por domínios da teologia. Meio século depois, a discussão conserva muita atualidade e até frescura. Em causa está, afinal de contas, a origem e a extensão dos direitos humanos, tal como são encarados e valorizados pelo cristianismo e pelo marxismo.José Pedro Castanheira, coordenador, in Apresentação
O primeiro objetivo do Manual tem em vista introduzir os estudantes da Faculdade de Teologia a uma sólida formação no conhecimento do pensamento filosófico medieval. É um instrumento de apoio às aulas de filosofia medieval. O segundo objetivo é dar a conhecer a um público mais generalizado, o florescimento gradual de uma vasta e rica produção científica, filosófica e cultural, transmitida ao longo de dezasseis séculos. Trata-se de um compêndio que descreve de forma sequencial e num dado alinhamento histórico, mas também sistemático, a génese do pensamento filosófico patrístico-medieval, até meados do século XIV.
Na iminência do cinquentenário do 25 de Abril – e quando se celebram 100 anos do nascimento de D. Manuel Vieira Pinto, arcebispo emérito de Nampula – Amadeu Gomes de Araújo e Manuel Vilas Boas decidiram-se pela escrita, a quatro mãos, da História de Moçambique e do papel da Igreja Católica, durante a colonização.
O livro destaca os encontros e desencontros, dos povos, a partir dos finais do séc. XV, nas praias do Índico, onde se cruzaram as caravelas de Vasco da Gama, com outras línguas, culturas e religiões, ao longo da mítica Rota da Seda à intervenção da Igreja Católica, no longo período que antecedeu a Independência de Moçambique, de modo especial nas dioceses da Beira, Tete e Nampula. Também se evocam os factos que marcaram a ação da Igreja pela denúncia de massacres perpetrados pelas Forças Armadas Portuguesas, bem como os desmandos da revolução marxista-leninista que se instalou na República Popular de Moçambique, após a Independência.
Recordam-se ainda personagens essenciais, antes e depois do 25 Abril, como a expulsão do bispo de Nampula, D. Manuel Vieira Pinto, dos missionários Brancos e de Burgos, e ainda os missionários Combonianos.
Convivências interculturais goesas: século XVII é um livro necessário nos estudos acerca da Igreja no Estado da Índia portuguesa. Trata das difíceis e complexas relações entre as ordens religiosas católicas na Índia do século XVII, que alcançaram uma feição aguda no que dizia respeito à questão do clero autóctone.
Cristandade - O Triunfo de Uma Religião, 300-1300 d.C.
Uma reinterpretação da ascensão do super-Estado religioso, que veio a definir tanto a Europa como a própria cristandade, por um dos mais importantes historiadores medievais. O relato de Heather, focado no tema da conversão, mostra como o cristianismo se tornou dominante na Europa entre os séculos IV e XIII.
Ao criticar o conceito «superstição primitiva», Malinowski investiga as relações complexas entre magia, ciência e religião.O antropólogo polaco defende que a ciência não deriva da magia, mas que ambas correspondem a duas realidades humanas distintas - a realidade do mundo natural, baseada na observação e numa atitude racional perante os factos que permita exercer domínio sobre eles, e a realidade sobrenatural, baseada em necessidades psicológicas e emocionais, que dão origem à fé.
Três personagens, Cleantes, Demea e Pânfilo, discutem os méritos respectivos da razão e da revelação na educação religiosa. Cleantes, deísta na linha de Newton, defende a tese da religião natural; Demea, representante da ortodoxia, pretende, pelo contrário, humilhar a razão e prepará-la para acolher a revelação. Pânfilo, que representa Hume, introduz no debate um ponto de vista crítico que conduz à ultrapassagem da alternativa assim colocada. Existe na subtileza destes diálogos mais força corrosiva do que em muitas diatribes anti-religiosas da mesma época. Com efeito, Hume arruína aqui a esperança, imensa no tempo das luzes, de dar um fundamento filosófico racional às crenças religiosas.
O mundo está sempre por compreender: por construir ou reconstruir, todas as vezes que a agressão exterior destrói as suas evidências antigas. A ordem vivida ? a das práticas e das instituições ? é inseparável da ordem pensada ? a das teorias e das representações. A presente obra, pelo estudo sucessivo das cosmologias e das cosmogonias, das crenças na feitiçaria, dos movimentos religiosos sincréticos que existiram e ainda existem em África, procura abordar numa perspetiva frequentemente negligenciada sob este aspeto alguns problemas fundamentais: relação entre problemática individual e coação social, entre lógica social e ideologia, entre ideologia e violência.
Em As Duas Fontes da Moral e da Religião, publicado pela primeira vez em 1932, Bergson estabelece a distinção entre moral aberta e moral fechada como critério absoluto não só em moral e religião, mas também em política. O filósofo procura nestes conceitos o duplo fundamento na estrutura imutável do nosso espaço, e fá-lo, por um lado, nos atos imprevisíveis dos grandes homens de bem, e, por outro, nos místicos. Longe de se apoiar numa metafísica já estabelecida, este livro renova-a, entrando em discussão com as ciências do seu tempo, nomeadamente a sociologia; longe de prescrever uma moral ultrapassada, Bergson assume-se como um homem do seu tempo; longe de atestar uma crítica contra a democracia ou a técnica, coloca-as no centro da escolha dos homens.
Uma obra clássica, em que um dos mais conhecidos psicanalistas aborda a tradicional tensão entre a religião e a subjacente filosofia da psicanálise que, segundo alguns, apenas considera a satisfação dos desejos instintivos e materiais como única finalidade da vida.
Erich Fromm (1900-1980), psicanalista, filósofo e sociólogo alemão, argumenta neste livro que a psicanálise não é inimiga da religião nem sua aliada, antes se preocupa com a realidade humana por detrás das doutrinas teológicas e procura compreender valores humanos subjacentes aos grandes mestres religiosos.
Numa era em que ciência e religião parecem apresentar-se como contraditórias, será possível a conjugação entre racionalidade e crença cristã? Hans Küng, um dos grandes teólogos do nosso tempo, acredita que sim, que ambas se complementam. Analisando diversas doutrinas científicas - da teoria da física quântica ao Big Bang, da teoria da relatividade à teoria das cordas, Küng tenta conciliar o conhecimento científico com a teologia. Embora aceite a evolução tal como é geralmente apresentada nos círculos científicos, o autor nem por isso deixa de atribuir a Deus um papel criador das leis da natureza, que propiciaram a aventura da criação. Consulte esta obra por dentro
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Porque não Sou Cristão é considerado um dos documentos filosóficos mais blasfemos alguma vez escritos, e numa altura em que proliferam as guerras religiosas, a sua mensagem não podia ser mais relevante. Se a religião dá respostas confortáveis às questões que sempre inquietaram o ser humano ? porque estamos aqui, qual o sentido da vida, como nos devemos comportar ?, Russell renuncia a esse conforto, propondo-nos alternativas mais incómodas: responsabilidade, autonomia, autoconhecimento.
Equiparado a Cândido, de Voltaire, a Age of Reason, de Tom Paine, à Última Tentação de Cristo, de Nikos Kazantzakis ou a The Life of Brian, dos Monty Python, Porque não Sou Cristão é ligeiro e divertido, não obstante as questões difíceis que coloca sobre a natureza da religião e da fé.
Em abril de 1519, quando Martinho Lutero publica a sua "Explicação do Pai Nosso em linguagem popular", expressamente destinada aos "simples leigos e não aos sábios", a obra causou diversas reações. Por um lado, o humanista Beatus Rhenaus expressa a vontade de que as obras de Lutero, em particular a sua "Explicação do Pai Nosso", "sejam propostas ao público de todas as cidades, de todos os burgos e aldeias, isto é, de todas as famílias". Por outro lado, o Duque Jorge da Saxónia, por ocasião de um colóquio em Leipzig, adverte Lutero "por ter perturbado a consciência de muitas pessoas com o seu Pai Nosso". Por sua vez, em 1520, quando a "Explicação..." foi traduzida para latim, e publicada em Veneza, embora com ocultação do nome de Lutero, a pessoa que leu e autorizou a edição exclamou: "Felizes as mãos que tal escreveram; felizes os olhos que o veem; felizes os corações que vierem a acreditar neste livro, fazendo assim subir até Deus o seu clamor!"