
Que livro era aquele? Semanalmente - em diferentes órgãos de informação e espaços de comentário – comentadores e jornalistas selecionam um conjunto de títulos em função da novidade, atualidade ou, não menos importante, do gosto. Com milhares de seguidores, a sua opinião mexe, e muito, com a dinâmica editorial e contribui para o incremento dos hábitos de leitura dos portugueses. Nesta secção, atualizada todas as semanas, encontrará as sugestões literárias dos comentadores e os destaques dos principais órgãos de comunicação social nacionais. A opinião e a sugestão contam, mas o veredito é sempre seu, o leitor.
Luís Marques Mendes
Advogado e político, Luís Marques Mendes apresenta semanalmente, como comentador político, as suas recomendações de leitura na rubrica “Análise de Marques Mendes”, no Jornal da Noite emitido pela SIC.
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O Homem Que Mandou Matar o Rei D. Carlos: Os Bastidores de um Crime«A descoberta de quem ordenou o regicídio de 1908 constituiu a principal motivação para esta investigação. Foi o seu leitmotiv. Mas depois afigurou se me necessário enquadrar o acontecimento, contextualizá lo, inscrevê lo na sua época. Saber quem era D. Carlos, como foi educado, como reinou e acabou por tecer os fios que o conduziram à morte. Assim, este livro é também uma biografia do Rei assassinado. Na qual estão presentes os seus pais, D. Luiz e D. Maria Pia, unidos por uma ligação sui generis. Em que se fala do casamento com D. Amélia, do ambiente na Corte e do relacionamentocom os políticos. E onde resulta claro que o regicídio não foi um impulso de momento, nem o trabalho de dois homens, tendo sido laboriosamente preparado durante nove meses.» Do Intróito -
O DiplomataDiogo Meneses é um jovem que tem tudo para ser bem-sucedido na vida. Saído da elite social do Estado Novo, ingressou na carreira diplomática e logo se distinguiu pelas suas qualidades profissionais excepcionais. Integrado no discreto e influente Gabinete Estratégico do Ministério dos Negócios Estrangeiros, por ele passam vários dos dossiers mais importantes da diplomacia do novo regime democrático português. O seu percurso de vida é imaculado, e no entanto, no seu íntimo, vive num grande vazio. A indomável e imprevisível Helena, que ama recatadamente, condena-o a uma vida amorosa de permanente tumulto e desencontro. Quanto mais ele se ausenta em missões que o levam a países tão diferentes como a Jordânia, Espanha ou Moçambique, mais ela o rechaça e condena a silêncios cada vez mais prolongados e penosos. Conseguirá o Diogo articular os dois amores da sua vida e entrar na fase madura da vida de uma forma plena? Tudo se decidirá durante os anos de posto de Diogo em Moscovo, à época a tensa e perigosa capital do império soviético que se desmoronava.Uma imperdível história de amor entre dois jovens e uma fina reflexão sobre a sociedade dos Anos 80, O Diplomata é o notável romance de estreia do jornalista Miguel Almeida Fernandes. -
Olivença na HistóriaA presente obra, cuja coordenação esteve a cargo da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas em colaboração com o Grupo dos Amigos de Olivença (GAO) e o Instituto de Investigação Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (IURIS), reúne um conjunto de ensaios que enquadram os diferentes aspetos históricos, jurídicos e diplomáticos da designada ""questão de Olivença”.Vários
Paulo Portas
Ex-líder do CDS/PP e Vice-Primeiro-Ministro entre 2013 e 2015, Paulo Portas comenta e analisa a atualidade internacional no seu espaço de comentário “Global”, todos os domingos no Jornal das 8 na TVI. A sua rubrica termina sempre com a sugestão de obras consideradas relevantes pelo comentador.
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Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes? -
As Origens do TotalitarismoA obra mais influente sobre o totalitarismo.Foreign Affairs. Reconhecido à data de publicação como um dos mais importantes contributos para a compreensão do totalitarismo, e mais tarde considerado um clássico, As Origens do Totalitarismo ganhou entretanto o estatuto de história definitiva sobre esta realidade política. Começa por explicar a ascenção do anti-semitismo na Europa oitocentista, para de seguida analisar o imperialismo colonial europeu desde 1884 até ao deflagrar da Primeira Guerra Mundial. A parte final do livro analisa as instituições e a acção dos movimentos totalitários, centrando-se nas duas formas genuínas de governo totalitário do nosso tempo: a Alemanha nazi e a Rússia estalinista.Neste ponto, Arendt descreve a transformação das classes em massas, o papel da propaganda na construção do mundo totalitário e ainda o uso do terror como requisito essencial para esta forma de governo. No brilhante capítulo final, Arendt analisa o estado de isolamento e de solidão dos indivíduos enquanto pré-condição para o domínio absoluto pelo Estado totalitário.
Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer
Todas sextas, João Miguel Tavares, Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira e Carlos Vaz Marques têm encontro marcado na Sic Notícias e apresentam-nos as suas recomendações de leitura. Aqui partilhamos as escolhas de cada um dos apresentadores.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
Patos: Dois Anos nas Areias PetrolíferasAntes de Kate Beaton, cartoonista de Hark! A Vagrant, existia Katie Beaton dos Beatons de Cabo Bretão, especificamente de Mabou, uma comunidade à beira-mar onde as lagostas são tão abundantes como as praias, os violinos e as canções folclóricas gaélicas. Com o objetivo de pagar os seus empréstimos estudantis, Katie viaja para o Oeste para aproveitar a corrida ao petróleo em Alberta — parte da longa tradição dos habitantes da Costa Leste que procuram um emprego lucrativo noutro lugar quando não o encontram na terra natal que amam. Katie depara-se com a dura realidade da vida nas areias petrolíferas, onde o trauma é ocorrência quotidiana, mas nunca é discutido. A habilidade natural de Kate Beaton para o desenho torna-se evidente ao retratar maquinaria colossal em cenários sublimes de Alberta, com vida selvagem, auroras e orestas boreais. A sua primeira narrativa gráfica longa, Patos: Dois Anos nas Areias Petrolíferas, é uma história desconhecida de um país que se orgulha do seu ethos igualitário e da sua beleza natural, enquanto simultaneamente explora tanto as riquezas da sua terra quanto a humanidade do seu povo. -
O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
PretextosO título do livro e das crónicas – Pretextos – desde logo sugere que ao falar de uma coisa estou também a falar de outras. São pretextos, como se calhar tudo quanto tenho escrito também é: poesia, ficção, ensaios. Quando, por exemplo, nestas crónicas comentei acontecimentos políticos na Inglaterra (onde vivo há mais de sessenta anos) foi muitas vezes para também comentar acontecimentos políticos em Portugal (que mantive sempre em mim). Mas a maioria são pretextos para falar de escritores e de pintores, celebrar amigos vivos e mortos (pois é, ultimamente temos morrido muito), partilhar interesses meus: literatura, teatro, ópera, política, futebol e, como noutros tempos se dizia nos anúncios do circo no Coliseu dos Recreios, o mais que adiante se verá.
Nuno Rogeiro
Reflete, há mais de 40 anos, sobre os desafios globais de estratégia, segurança e defesa. Investigador, autor, conferencista e analista, Nuno Rogeiro colabora atualmente na SIC, onde analisa a atualidade internacional nos programas Guerra Fria e Leste-Oeste, e escreve artigos de opinião para a revista Sábado.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
Alvorada Desfeita - E se o 25 de Abril tivesse Falhado?«A história que esta obra conta, alternativa a um 25 de Abril de 1974, integra pessoas conhecidas que têm percurso político próprio e trajectória conhecida, como Spínola, Costa Gomes, Kaúlza de Arriaga, Deslandes, Américo Thomaz, Barbieri Cardoso, Marcello Caetano, Luz Cunha, Santos e Castro, nomes que marcaram uma época e a muitos dos quais faltou, na hora própria, um poder de comando inequívoco. O livro fornece esse comando na pessoa de um jovem político e a conjuntura muda porque se tecem novas determinações nos ânimos de grupos de decisores. O golpe de Estado não triunfa, o que era perfeitamente possível, mas o exacto statu quo vigente também se altera.«Escrito com dinâmica num português fluente, com diálogos de quem conhece o poder e os que o exercem, numa tessitura fina de intriga e conjuntura epocal, exprimindo seriamente uma virtualidade pensada com cuidado, este livro é um exemplo do que se pode fazer de bom em Portugal.» António Marques Bessa in PrefácioProcura-se problematizar, através de um ensaio hipotético e reflexivo, uma realidade não explorada, mas verosímil, sobre o que poderia ter sido o fracasso do golpe de Estado, os seus impactos político-militares e o rumo alternativo que o País poderia ter seguido, sendo todos os acontecimentos valorados sob o olhar de um jovem ministro imaginário do Antigo Regime, que é o protagonista da narrativa.Sintetizando o propósito desta história paralela: será possível afirmar que o processo democrático em Portugal só poderia ter tido lugar através da Revolução dos Cravos, da autocracia do Conselho da Revolução, da descolonização desordenada e do chamado Processo Revolucionário (PREC) que coletivizou as grandes empresas, ao invés de ter experimentado, como em Espanha e na Europa de Leste, uma transição para a democracia com custos económicos, sociais e territoriais menos pesados e traumáticos? -
AdventoTodos os anos, no primeiro domingo de Advento, Benedikt, um homem simples, ruma às montanhas arriscando a sua vida para resgatar as ovelhas perdidas nas altas pastagens, prestando assim um serviço à comunidade. Acompanhado pelos seus dois fiéis animais, um cão e um carneiro, que com ele compõem «a trindade», este bom pastor prepara-se agora para a sua vigésima sétima viagem, a derradeira caminhada através de uma paisagem em que a fúria dos elementos parece cancelar os contornos do mundo num deserto branco, de uma solidão que é a verdadeira condição da própria existência humana.Drama de resistência heroica que evoca os Evangelhos e as sagas antigas, Advento é uma história simples tornada parábola universal, uma obra influente de Gunnar Gunnarsson, cuja tradução em língua inglesa diz-se ter inspirado Hemingway a escrever O Velho e o Mar.Tradução de João Reis. -
ZodíacoAi Weiwei era ainda uma criança quando teve de se exilar, com a família, durante a Revolução Cultural. Foram várias as vezes em que a única coisa que tinha para ler eram as bandas desenhadas de propaganda política - e ficou espantado pela habilidade com que o artista exprimia ideias sobre arte e humanidade através de uma narrativa gráfica. Hoje, décadas depois, Ai Weiwei apresenta Zodíaco, as suas memórias em formato de novela gráfica.Inspirando-se nos 12 signos do zodíaco chinês e as respetivas características humanas, o autor entrelaça o antigo folclore chinês em histórias da sua vida, família e carreira. A narrativa alterna entre passado, presente e futuro, emulando o funcionamento da nossa memória e a forma como nos relacionamos com o tempo. Nas impressionantes ilustrações de Zodíaco, os leitores encontrarão não apenas a história pessoal de Ai Weiwei e uma análise do clima sociopolítico no qual desenvolve a sua atividade criativa, mas também uma exploração filosófica do que significa descobrirmo-nos através da arte e da liberdade de expressão.
José Miguel Júdice
Tudo tem uma razão de ser e entre a causa e a consequência há muito para analisar. Todas as terças-feiras na Edição da Noite da SIC Notícias, o advogado e comentador José Miguel Júdice tem reservado um espaço de comentário e análise com a sua rubrica “As Causas”. Apresentamos algumas das obras recomendadas pelo advogado no seu espaço de comentário.
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Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.» -
Portugal, e Agora? - 30 Ideias para Mudar o PaísPrefácio de Pedro Nuno Santos30 ideias de um jovem político para transformar o nosso país e levá-lo mais longe.Um político de esquerda, progressista, ecologista e com menos de 30 anos desafia-nos com 30 propostas para o país. Miguel Costa Matos é economista e aborda neste livro grandes questões como a reforma do Estado, a saúde da democracia, a educação, a habitação, o crescimento económico e o papel de Portugal no mundo. O deputado e secretário-geral da Juventude Socialista apresenta sugestões audazes e concretas, que procuram conciliar o realismo com a ambição. Longe de ser um catálogo exaustivo ou definitivo de ideias, estas são sementes para que à desilusão com a democracia se possa responder com trabalho e resultados. No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, fica a questão: e agora, que futuro para Portugal? Este livro aponta-lhe um caminho.«Para poder haver a coragem de decidir, é preciso a audácia de pensar e propor. Ao fazer isso mesmo, este livro enriquece não só o Partido Socialista e o seu pensamento político, como a própria democracia.» Do prefácio de Pedro Nuno Santos
Outros Destaques de Imprensa
Referenciadas na imprensa nacional, nesta página poderá encontrar uma variedade de obras, de ficção e não-ficção, destacadas nos diversos meios de comunicação. Abrangendo os mais variados géneros e temas, apresentamos as últimas novidades sugeridas por conceituados comentadores e jornalistas.
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TragédiaNeste relato contundente, o eminente crítico literário Terry Eagleton explora os matizes da tragédia na cultura ocidental - da literatura e da política à filosofia e ao teatro.Eagleton cobre um vasto leque de pensadores e praticantes, incluindo Nietzsche, Walter Benjamin e Slavoj Žižek, bem como figuras-chave do teatro, de Sófocles e Ésquilo a Shakespeare e Ibsen. -
Roteiros ProvinciaisQuatro novelas. A primeira busca as linhas de continuidade que, ao longo da fronteira, cosem dois países e três épocas distintas. A segunda mostra como nas guerras tudo vale, e que por detrás das acções dos dois lados escondem-se sempre mil e um enredos e complexidades. A terceira novela mede a enorme distância que nos separa do mundo rural, as incompreensões que ela gera, e pergunta-se se o correr do tempo a faz crescer. A última novela trata também de uma distância, mas uma distância vertical, aquela que vai do nosso chão até às estrelas e ao vazio. No fundo, são considerações sobre o tempo, sobre a relação entre o acontecido, o lembrado e o ficcionado, e sobre as raízes e o propósito das histórias. Une estas novelas, talvez, aquilo que o compositor Igor Stravinsky disse a Robert Craft e que lhes serve de epígrafe: Pergunto-me se a memória é verdadeira, e sei que pode não ser. Todavia, sei que vivemos da memória e não da verdade. -
Vida e Morte nas Cidades GeminadasTudo começa com um diálogo insólito, e já um pouco alcoolizado, do qual resulta a geminação de duas cidades. Uma em França; outra em Portugal – Compiègne e Guimarães. Com ela, aparecem também personagens que completam a ligação entre esses dois mundos que, antigamente, conheciam os trânsitos da emigração e da pobreza: todas elas vivem em redor de Amália (portuguesa, que canta fados em ré e tem o apelido Rodrigues) e de Cédric (francês, que trabalha na morgue local).Entre Amália e Cédric nasce um amor cheio de coincidências e dificuldades: nasceram no mesmo dia e no mesmo ano. Apesar de ela ter nascido em Guimarães (cidade de indústria e comércio no coração do Minho) e ele em Compiègne, partilham as mesmas perplexidades, a mesma busca por uma identidade e a mesma sede de amor, entrando em conflito com o passado e com o presente. O confronto é por vezes burlesco, por vezes enternecedor, mas também trágico, sombrio e multicolorido. São o humor e a graça que determinam como é a vida – e se pode escapar à lei da morte. -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
De Bestas e Aves«Um romance que todos aqueles que amam a literatura deveriam ler.»El País, Uma pintora conduz em plena noite sem saber que está prestes a chegar a Betânia – uma espécie de território fora do mundo, habitado por cabras, cães e mulheres que, no entanto, parecem estar à sua espera.Ela carrega a culpa de uma irmã afogada num desastre de automóvel e não contou a ninguém para onde ia, nem levou telemóvel porque não pensava demorar-se. Detém-se ali apenas porque se perdeu e precisa de gasolina para regressar a casa. Desconhece, porém, que, para lá do portão a que bate, as mulheres se vestem e comportam de forma bizarra, que há entre elas uma menina sem pais que não vai à escola, que um estranho aparece de vez em quando a reclamar a casa, que um lago delimita as fronteiras do terreno, sobrevoado por aves de rapina. Não quer estar ali, mas algo lhe diz que aquele pode ser o último lugar da sua vida.De Bestas e Aves foi galardoado em Espanha com o Prémio Nacional de Ficção, o Prémio da Crítica, o Prémio Francisco Umbral/ /Melhor Livro do Ano e o Prémio Cálamo, na categoria «La outra mirada», tendo ainda sido finalista do Prémio Dulce Chacón de Romance e nomeado para o Prémio Bienal de Romance Mario Vargas Llosa. -
As Mil e Uma NoitesNa noite em que seria executada, Xerazade começa a contar ao sultão Xariar uma história fantástica. Curioso para saber o seu desfecho, o sultão adia a sentença, e Xerazade, de forma astuta, une os acontecimentos de cada história à narrativa seguinte, tecendo a coleção d’As Mil e Uma Noites. Este livro reúne essas trinta e quatro histórias repletas de aventuras, romances, mistérios e personagens inesquecíveis, como o marinheiro Sindbad, o califa Harun al-Rashid, Aladino, entre muitas outras. -
O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
O Essencial Sobre a PideA história da ditadura e da repressão, bem como da sua polícia política, é assim também a história das formas de sedução e cooptação de parte da população, bem como das cumplicidades e dos modos utilizados pelos governados para se adaptarem às regras desses regimes e até deles beneficiarem. As sim como nem todos os portugueses se ergueram contra a ditadura, nem todos foram vítimas da polícia política e alguns colaboraram com esta. -
O Essencial Sobre o IPO LisboaNo centenário da criação do Instituto Português de Oncologia, debruçamo-nos sobre o essencial da sua história, desde os antecedentes da sua criação até hoje. Analisamos o modo como esta instituição se desenvolveu, cresceu e evoluiu, em especial a sua integração no Serviço Nacional de Saúde e a passagem do Ministério da Educação para o Ministério da Saúde. Durante décadas, este instituto manteve o monopólio da oncologia em Portugal, isto é, dos cuidados de assistência, do ensino e da investigação do cancro, em parte devido a uma relação privilegiada entre o poder médico e o poder político. Tudo isto é analisado no presente volume. -
Sonhos que nunca DormemA obra de Gioconda Belli é expressiva, livre e corajosa. A sua poesia é despida de falsos preconceitos e de vãs aspirações estéticas. No contexto da literatura latino-americana, fortemente dominada pelo masculino, Belli irrompe como um poderoso tornado, destruindo tudo o que é inaceitável no seu caminho. Gioconda Belli é feminista e revolucionária. O seu trabalho é como uma revolução/ que faz de cada dia/ o começo de uma nova vitória. Em 2023, Belli foi destituída da sua nacionalidade pelo regime ditatorial do seu país, juntamente com uma centena de outros intelectuais. (…) Lauren Mendinueta -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Louvado Seja o PesadeloSeis dias. Carlos tem seis dias para decidir se espera pela morte ou se lhe sai ao caminho. Para decidir se deixa a Alzheimer levar a cabo a sua negra labuta ou se lhe arranca a presa das garras. A presa é ele próprio, o tempo escasseia. Seis dias para fazer as pazes com o seu passado ou para deixar que a demência se apodere de tudo. No centro desse passado está o avô Adriano, a pessoa mais importante da sua infância, de quem conserva uma imagem luminosa, nada consentânea com a descoberta posterior do seu ativismo nazi. Seis dias é tudo o que se concedeu para entender ou perecer. Para encontrar ou desaparecer. -
PretextosO título do livro e das crónicas – Pretextos – desde logo sugere que ao falar de uma coisa estou também a falar de outras. São pretextos, como se calhar tudo quanto tenho escrito também é: poesia, ficção, ensaios. Quando, por exemplo, nestas crónicas comentei acontecimentos políticos na Inglaterra (onde vivo há mais de sessenta anos) foi muitas vezes para também comentar acontecimentos políticos em Portugal (que mantive sempre em mim). Mas a maioria são pretextos para falar de escritores e de pintores, celebrar amigos vivos e mortos (pois é, ultimamente temos morrido muito), partilhar interesses meus: literatura, teatro, ópera, política, futebol e, como noutros tempos se dizia nos anúncios do circo no Coliseu dos Recreios, o mais que adiante se verá. -
O Quarto VazioNovo livro de poemas de Juan Vicente Piqueras. Tradução de Manuel Alberto Valente. -
Miniaturas do Mundo - Livro de IndíciosA escrita minimalista deste livro pede leitura maximalista, quer ser pausadamente interpretada. Por extenso e por intenso. Este livro não é um livro de sabedoria. É antes um livro consciente de que há sabedoria para lá de tudo o que nele está escrito.Este livro não tem começo nem fim. É feito de pontos de partida à discrição do leitor ou da leitora, deixando-lhe a tarefa de imaginar a chegada. Apenas tem de ser lido devagar, porque o que falta dizer é uma insinuação ardilosa do que falta fazer. -
Breve História de Portugal - A Era Contemporânea (1807-2020)«Raquel Varela (historiadora) e Roberto della Santa (cientista social) repõem duzentos anos da luta de classes em Portugal no seu devido lugar. Na melhor tradição da “história a partir de baixo”, o seu registo abrange desde o início da organização dos trabalhadores, nos primeiros anos do século XIX, até à resistência atual à devastação neoliberal. No centro desta história está o momento em que, com a queda da “mais longa ditadura”, no Portugal de Abril de 1974, pela primeira vez, desde a Espanha de 1936, uma revolução vitoriosa dos trabalhadores surgiu como uma possibilidade real na Europa Ocidental. Quando se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos, as lições destes grandes acontecimentos e a posterior derrota dos trabalhadores reverberam nas páginas deste livro. Como nos relembram os autores, nunca antes foi tão verdadeiro que “é preciso conhecer a própria história para ser parte dela enquanto sujeitos”.»Andy Durgan, historiador, autor de The Spanish Civil War (2007), Comunismo, Revolución y Movimiento Obrero en Cataluña (2016) e Voluntarios por la Revolución (2022). -
Zoocities - Animais Selvagens na CidadeRaposas a passear nos jardins de Londres, javalis pelas ruas de Berlim, leopardos no centro de Bombai, coiotes nos estacionamentos de Nova Iorque… Expulsos de habitats cada vez mais hostis, fruto da poluição, da urbanização excessiva e das alterações climáticas, os animais selvagens têm vindo a fixar-se nas cidades, em busca de alimento e refúgio. Perante este fenómeno surpreendente e galopante, ocorre perguntar: o que aconteceria se eles se instalassem em massa nas cidades? Acolhê-los a todos parece impensável. Rejeitá-los, impossível. Exterminá-los seria cruel e perigoso para os equilíbrios ecológicos. O que fazer então? A partir de uma abordagem investigacional, entre diferentes disciplinas, experiências e fronteiras sobre a natureza da cidade e a crise do selvagem, a filósofa social Joëlle Zask propõe um exercício engenhoso: imaginar uma cidade que já não seria pensada contra eles, nem para eles, mas com eles. Em tempos de grandes transtornos ecológicos, seria de facto possível construir uma nova arca de Noé? -
Governação para o Bem-estarO futuro é caracterizado tanto pela incerteza como pela consequente expectativa de capacidade para enfrentar os desafios que o tornem sustentável para as gerações atuais e futuras. Assim, este livro conduz o leitor a uma viagem de reflexão das perceções das pessoas, dos poderes políticos e corporativos sobre o desenvolvimento sustentável, e o papel do sector laboral e dos sistemas sociais. Ao longo deste caminho, questiona as razões que tradicionalmente impedem a satisfação das necessidades de enormes segmentos populacionais, e observa que, perante as crises do século xxi, mudanças de pensamento crítico e complexo, são necessárias para gerar redistribuições de recursos e oportunidades mais justas e equitativas.Com base nos mecanismos de governação procura-se desconstruir e, ao mesmo tempo, construir novos enquadramentos teóricos e filosóficos, que permitam uma translação prática e política nas futuras decisões essenciais ao desenvolvimento sustentável. Com espírito de crítica e reflexão, convida-se assim o leitor a fazer uma viagem ao longo dos contextos, processos e conteúdos que podem modificar o mundo para melhor. -
Boa, Mamã Pinguim!No fim de um longo dia a nadar, subir e saltar, é tão bom ouvir BOA, MAMÃ PINGUIM! Está na hora de jantar e os pinguins vão para o mar apanhar peixe. O Pequeno Pinguim já tem saudades: A Mamã vai voltar muito depressa, não vai? — pergunta ao Papá. Olha, conseguiu! Os pinguins saltam do mar e começam a escalar o gelo escorregadio. Cuidado, Mamã! Quase a chegar, têm de passar pelas perigosas focas adormecidas. Não faças barulho, Mamã!Uma aventura cheia de suspense e humor, com muita determinação feminina, para encher de amor mães audazes, tantas vezes cansadas e sempre perfeitas como são! -
As Flores do RisoProfundamente comovente e pontuada por momentos em que a ironia encontra o hilariante, esta é a prequela de Um Homem em Declínio.Num sanatório junto ao mar, encontramos a versão mais jovem do narrador de Um Homem em Declínio, que ali convalesce, depois de uma tentativa de suicídio falhada. Enquanto Yozo Oba recupera, amigos e família sucedem-se no palco deste romance: o quarto do doente. Porém, num ambiente que se suporia tranquilo e algo lúgubre, onde, pelo menos, o recato e o silêncio esperariam encontrar lugar, todas as visitas, e até outros pacientes e enfermeiros, parecem querer divertir-se e envolver Yozo numa atmosfera leve e festiva: jogam às cartas, fumam, contam piadas, procuram constante atenção, procuram o riso.Se, em Um Homem em Declínio, um dos mais importantes romances japoneses do século XX, mergulhámos nos recessos obscuros da consciência humana, em As Flores do Riso, Dazai experimenta os mesmos temas, mas mergulha-os numa dose inesperada de comicidade, enquanto retrata um grupo de jovens incomum, no Japão do pré-guerra. -
Discursos sobre a Primeira Década de Tito LívioEm Lívio, Maquiavel encontrou não apenas um conjunto de exemplos que lhe permitiam desenvolver uma teoria política consentânea com a abordagem realista — isto é, que visava primeiramente descrever (as práticas políticas reais), e depois prescrever (as práticas mais eficazes, a partir do objetivo da conquista e da conservação do poder) —, mas também a história de uma república cujo desenvolvimento e poder dependiam da possibilidade de gerir os conflitos internos inevitáveis em qualquer contexto social. Os Discursos são, por isso, um livro de teoria política em geral, que vai além da análise de um conjunto de exemplos (não só, mas sobretudo) republicanos, e que desenvolve na forma mais completa todos os aspetos cruciais da teoria política maquiaveliana. Não é, portanto, exagero afirmar que os Discursos são o livro mais importante de Maquiavel, a verdadeira summa do seu pensamento. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
O Romântico«Picaresco, comovente e de grande coração, este livro é Boyd no seu melhor.» The Guardian Nascido em 1799, Cashel Greville Ross vive uma infinidade de vidas: tanto alegres como devastadoras, entre anos de sorte e perdas inesperadas. De County Cork a Londres, de Waterloo a Zanzibar, Cashel procura a sua fortuna por todos os continentes, na guerra e na paz. Enfrenta uma terrível escolha moral numa aldeia do Sri Lanka, integrando o exército das Índias Orientais. Em Pisa, entra no mundo dos poetas românticos. Em Ravena, conhece uma mulher que viverá no seu coração para o resto dos seus dias. À medida que viaja pelo mundo como soldado, agricultor, criminoso, escritor, pai, amante, experimenta todas as vicissitudes da vida e, através da turbulência acelerada do século XIX, descobre quem é verdadeiramente. Neste íntimo, mas panorâmico, romance sobre a própria vida, somos levados pelo coração pulsante d’O Romântico na montanha-russa aleatória que é a existência. -
Direito de Cidade - Da «cidade-mundo» à «cidade de 15 minutos»Criador do conceito mundialmente conhecido de «cidade de 15 minutos», Carlos Moreno propõe soluções para responder ao triplo desafio ecológico, económico e social da cidade de amanhã.Em Direito de Cidade, Moreno questiona a nossa relação com os nossos espaços de convivência e com o tempo útil. Na sua visão de uma cidade policêntrica, as seis funções sociais essenciais — habitação, trabalho, compras, cuidados de saúde, educação e desenvolvimento pessoal — devem estar acessíveis num raio de 15 minutos a pé.O autor lançou um debate mundial ao analisar o complexo e vibrante laboratório ao ar livre que é a cidade, onde se exprimem as nossas contradições e se testam as mudanças nos nossos estilos de vida. Concentrando a maior parte da população mundial, mas também as grandes questões do desenvolvimento humano — culturais, ambientais, tecnológicas ou económicas —, os territórios urbanos estão hoje presos aos desafios do século e devem reinventar-se urgentemente.Ao propor uma descodificação sistémica da cidade, Carlos Moreno avalia os meios e os campos de ação do bem-viver e define as implicações das mudanças aceleradas pela urbanização e pela metropolização. -
Patos: Dois Anos nas Areias PetrolíferasAntes de Kate Beaton, cartoonista de Hark! A Vagrant, existia Katie Beaton dos Beatons de Cabo Bretão, especificamente de Mabou, uma comunidade à beira-mar onde as lagostas são tão abundantes como as praias, os violinos e as canções folclóricas gaélicas. Com o objetivo de pagar os seus empréstimos estudantis, Katie viaja para o Oeste para aproveitar a corrida ao petróleo em Alberta — parte da longa tradição dos habitantes da Costa Leste que procuram um emprego lucrativo noutro lugar quando não o encontram na terra natal que amam. Katie depara-se com a dura realidade da vida nas areias petrolíferas, onde o trauma é ocorrência quotidiana, mas nunca é discutido. A habilidade natural de Kate Beaton para o desenho torna-se evidente ao retratar maquinaria colossal em cenários sublimes de Alberta, com vida selvagem, auroras e orestas boreais. A sua primeira narrativa gráfica longa, Patos: Dois Anos nas Areias Petrolíferas, é uma história desconhecida de um país que se orgulha do seu ethos igualitário e da sua beleza natural, enquanto simultaneamente explora tanto as riquezas da sua terra quanto a humanidade do seu povo. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes? -
Sol NegroEstamos no início da década de 1960. A fim de investigar a morte horrenda de um jovem físico brilhante, o oficial do KGB Major Aleksandr Vasin deve trocar Moscovo por Arzamas-16, uma cidade de investigação ultrassecreta que não aparece nos mapas.Sob as ordens do próprio Nikita Khrushchev, a União Soviética está a construir uma arma nuclear com 3800 vezes o potencial destrutivo da bomba de Hiroshima. O projeto é de tal importância que quem nele trabalha – ao contrário de todos os outros soviéticos – pode pensar, agir, viver e amar como quiser. Inspirado em factos reais, este é um thriller vertiginoso ambientado no auge – e no coração – do poder soviético -
Criar Mais Valor na Vinha e no Vinho - Casos de um Ecossistema CompetitivoNas centenas de parágrafos dos diversos capítulos desta obra encontramos casos de sucesso, também perpassam crises e fracassos relevantes, em geral mais localizados, que fazem sobressair os resultados positivos alcançados.Este livro apresenta alguns casos académicos característicos de empresas atuais, junto com alguns capítulos de enquadramento. -
ParadaisePolo, um adolescente nascido no meio da pobreza e da violência, vê-se obrigado a servir os ricos e a ser explorado pelo seu odioso patrão como jardineiro num condomínio de luxo chamado Paradise - pronuncie-se Paradaise, situado na margem oposta do rio que divide a localidade mexicana de Progreso, onde vive. Aí conhece o obeso e solitário Franco, filho de um advogado influente, com quem estabelece uma amizade momentânea, regada a álcool, cigarros, baboseiras e fantasias. Viciado em pornografia, Franco alimenta uma obsessão por uma vizinha, a atraente senhora Marián, casada com uma celebridade da televisão. Num dos seus encontros junto ao cais, longe dos olhares dos guardas e dos residentes do condomínio, Franco e Polo engendram um plano macabro para finalmente obter, sem olhar a meios, o que julgam merecer.Descrito pela crítica como uma descida ao Inferno, Paradaise, a mais recente obra da autora de Temporada de Furacões, é um romance de leitura contagiante, escrito numa prosa certeira, sobre uma sociedade fraturada pela raça, a classe e a misoginia, à mercê da banalidade da violência e da complexidade do mal.Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra.Os elogios da crítica:«Um romance extraordinário que constitui uma obra-prima contemporânea.» Times Literary Supplement«O movimento do obsceno para a metáfora, a rutura entre ver e ver, e a violência quotidiana são a clareira onde Paradaise reside. Uma clareira bela e terrível.» Los Angeles Review of Books
