O Estado Novo em Questão
Nuno Domingos e Victor Pereira (Dir.)
Pretendemos com este livro, sustentado num conjunto de estudos de caso, prosseguir um percurso de investigação distinto daquele que tem caracterizado as formas dominantes de interpretar a história do período identificado com os governos do Estado Novo (1926-1974). Encontramos este olhar hegemónico em trabalhos académicos centrados no estudo do projecto ideológico do regime e nas intenções dos seus governantes, nomeadamente nos desígnios do seu chefe, António de Oliveira Salazar. Uma recente catadupa de publicações legitima a existência de uma narrativa histórica personalizada na vontade de um homem, expressão mais evidente do regresso de uma certa história biográfica, estimulada agora pelos desejos do comércio editorial, que retrata apenas os dominantes, e ainda assim menosprezando as configurações sociais que constrangem e possibilitam as suas acções e estratégias. Esta visão não é apenas veiculada por trabalhos estritamente académicos. A figura de Salazar sustenta uma literatura de divulgação histórica, dirigida a públicos mais vastos, que em parte explora difusos sentimentos de nostalgia e todo o tipo de considerações críticas em relação à sociedade actual.
| Editora | Edições 70 |
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| Coleção | História & Sociedade |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Manuel Deniz Silva, Nuno Dias, Nuno Domingos, Nuno Medeiros, Pedro Russo Moreira, Ricardo Noronha, Victor Pereira, Frederico Ágoas, Inês Brasão |
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Edição e Editores: Mundo do Livro em Portugal 1940-1970Este estudo procede a uma exploração sociológica e histórica da edição de livros em Portugal durante três décadas de particular importância para a actividade e que marcam a passagem de uma espécie de antigo regime editorial para a situação imediatamente anterior ao 25 de Abril de 1974, procurando contribuir para a interpretação do trabalho com o livro em contextos autoritários. Erigida entre tensões que lhe são, em grande medida, próprias, como a que opõe comércio e cultura, a edição construiu-se a partir de um diálogo em que participam, por um lado, persistências históricas com incidência na identidade dos editores e na oferta editorial e, por outro, propostas de inovação e ruptura com o passado. Estabelecendo-se como universo plural, dificilmente redutível a um modelo, a edição e os editores portugueses firmam um campo de actividade não desligado de paradoxos e contradições, nos posicionamentos face ao mercado como na ligação ao exterior, na relação com os poderes como nos diagnósticos do sector. -
My Name is Best, José Besteiro!São 50 anos de histórias. Temperados com 50 receitas que saíram do talento de um cozinheiro que tem uma panela de pressão na cabeça. Joe Best, nascido como José Besteiro, cumpriu a ordem da mãe, Hélia, aos oito anos de idade, e descobriu, nesse momento, que era ali, na cozinha, que estava a sua felicidade. Cresceu a jogar à bola nas ruas de Lisboa, mas ainda hoje vive apaixonado pela Costa de Caparica. Correu o país. Correu mundo atrás dos U2, e até casou num concerto da banda irlandesa. Descobriu, certo dia, que as redes sociais eram o postigo que lhe permitia expandir um negócio que começa na cozinha dele e acaba em casa dos seus inúmeros apreciadores. Homem simples, de sorriso espontâneo e piada fácil, tem um coração maior do que a sua própria silhueta. Tem paixão, o seu ingrediente favorito. Pai de dois filhos, tem sempre mais uma história para contar. Mais uma página, mais um capítulo. Tem sempre uma receita nova, porque se diverte a trabalhar. Como sempre se divertiu. É assim há 50 anos. Será sempre assim, garantidamente. -
O Guia Prático do Visual Basic 2010O Visual Basic 2010 faz parte do novo Visual Studio 2010 - o principal ambiente de desenvolvimento integrado da Microsoft. Lançado em simultâneo com a versão 4.0 da plataforma .NET, está disponível em diversas edições, incluindo a versão Express, gratuita.Esta nova versão do Visual Studio é, sem qualquer margem para dúvida, uma evolução inteligente na disponibilização de ferramentas poderosas e de classe indiscutível para que cada vez mais pessoas conheçam o fascinante mundo da programação.Assim, é seguro afirmar que nunca houve melhor altura para aprender a programar um computador, tanto a nível de simplicidade como de funcionalidades disponibilizadas. Por outro lado, nunca a necessidade de programação de computadores foi tão necessária e apreciada: desde as mais pequenas rotinas diárias que facilitam a nossa vida quotidiana, passando pelos aspectos profissionais em todas as áreas da sociedade, até aos momentos de descanso e lazer.O Visual Basic é a linguagem de programação mais popular a nível mundial. Contudo, não se deixe enganar pelo nome: o Visual Basic não é uma ferramenta de demonstração ou uma versão para desenvolver aplicações de qualidade ou funcionalidade limitada. É uma poderosa ferramenta que permite, entre outros, a criação de aplicações para o Windows® e de bibliotecas de código reutilizável (ficheiros .DLL). É perfeitamente adequada para aquelas pessoas que desejam aprender a programar mas também para programadores experientes, com o objectivo de desenvolver software com utilidade prática e de forma simples e rápida. -
O Tempo das CriadasInês Brasão, investigadora e doutorada em Sociologia, venceu a edição de 2011 do prémio Maria Lamas de estudos sobre a mulher, género e igualdade, com o seu trabalho sobre a condição servil em Portugal entre 1940 e 1970. A autora recupera memórias de dominação e de resistência a partir das histórias de vida de dezenas de mulheres que em tempos trabalharam como «criadas para todo o serviço». -
Remigração e EtnicidadeA condição de indiano/hindu/gujarati/south Asian/etc. é um meio de negociar condições de vida a nível global; é uma aceitação de subalternidade relativa (o assumir de uma posição intermédia em contextos imperiais, coloniais e pós-coloniais). Ela traz consigo o peso do 'estranhamento' mas, ao mesmo tempo, é o que assegura uma margem de negociação da opressão imperial. A condição de estrangeiro permanente é recidiva com esta gente, porque é o outro lado da moeda da fuga a formas ainda piores de exploração imperial. Em suma, o que eles são vai mudando, os lugares onde eles estão vão mudando, o que eles fazem vai mudando, mas de geração em geração fica uma continuidade e uma forma de negociar a opressão imperial. O livro que o leitor tem entre mãos é ainda fascinante pela estrutura analítica interdisciplinar que convoca: o enredo é de economia política, a metodologia é essencialmente sociológica, mas o desenlace revela-se, afinal, antropológico. -
Dons e Disciplinas do Corpo FemininoNum tempo em que o corpo parece ter voltado ao centro da política, este é um livro que recupera o conjunto de sentidos produzidos em torno do corpo da mulher no regime do «Estado Novo». Agora em edição revista, escrutinamos o discurso oficial e as tensões trazidas ao de cima pela luta de uma imagem da condição feminina conforme e resignada, mas também espelho de uma nova ordem. Sobre ele se escreveu e discorreu incansavelmente, mesmo que tantas vezes através de entreditos e fantasmas temidos. Sobre ele todas as autoridades vieram à cena prescrever, corrigir e aperfeiçoar, num diálogo constante entre a casa e a vida pública que acabou por tutelar o papel social da mulher portuguesa, ainda hoje bem vivo na memória e no quotidiano da sociedade portuguesa. -
Hotel, os BastidoresEste livro retrata o quotidiano de um hotel pelo lado menos visível. Através dos bastidores do serviço percorremos histórias sobre o trabalho, os clientes, os tiques, as peripécias, os medos, o cansaço e o encanto, a exigência, as brincadeiras, as técnicas, o passado e o presente, os turnos, as tarefas e as folgas. Neste livro, a escala microscópica da vida de um hotel estará em diálogo com a escala maior, para entender o país a partir desta área de actividade, cada vez mais imponente e presente no quotidiano. -
Cultura Popular e Império - As Lutas pela Conquista do Consumo Cultural em Portugal e nas Suas ColóniasEste livro oferece um olhar sobre a cultura popular e o desenvolvimento das indústrias culturais no império português durante o período do colonialismo tardio. Focando-se em Angola e em Moçambique – e mais especificamente nas cidades capitais de Luanda e de Lourenço Marques – os textos que completam este volume analisam a disseminação da palavra escrita, da música, da rádio, da televisão, do cinema e do turismo. Harry G. West
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?