É a Guerra
Prefácio de Mário Cláudio
Um retrato pessoal e íntimo de Aquilino Ribeiro sobre um dos mais importantes conflitos da História, a Primeira Grande Guerra.
No momento da sua deflagração, a partir de Paris, onde à época vive, Aquilino Ribeiro reflete sobre a aproximação e os primeiros momentos que marcaram o início do conflito.
Um testemunho essencial sobre a guerra e os valores a ela associados.
«O ódio ao sectarismo, e o amor à liberdade, a empatia com o indivíduo, e a irritação com a turba, rasgando fundíssimos traços do seu carácter, revelar-se-iam em paralelo com um impagável espírito de humor.»
Do prefácio de Mário Cláudio
| Editora | Bertrand |
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| Categorias | |
| Editora | Bertrand |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Aquilino Ribeiro |
Aquilino Ribeiro nasceu em Sernancelhe, no ano de 1885, e o seu registo de batismo foi feito na Igreja Matriz de Alhais, concelho de Vila Nova de Paiva. Viria a morrer em Lisboa, em 1963.
Deixou uma vasta obra, na qual cultivou todos os géneros literários, partilhando com Fernando Pessoa, no dizer de Óscar Lopes, o primado das Letras portuguesas do século XX. Foi sócio de número da Academia das Ciências e, após o 25 de Abril, reintegrado, a título póstumo, na Biblioteca Nacional, condecorado com a Ordem da Liberdade e homenageado, aquando do seu centenário, pelo Ministério da Cultura.
Em setembro de 2007, por votação unânime da Assembleia da República, o seu corpo foi depositado no Panteão Nacional.
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Romance da RaposaO clássico de aventuras de Aquilino Ribeiro. -
O Livro de MarianinhaLivro infantil em verso, com ilustrações de Maria Keil. Última obra publicada em vida do autor, contém material inédito. Obra há muito indisponível, chega agora num novo formato. -
Príncipes de Portugal«Mestre Aquilino Ribeiro aceitou o encargo decompor a vida duns tantos portugueses, príncipes,reinantes ou apenas caudilhos, que deixaram nahistória mais que uma passagem meteórica (...) Ocritério dele foi o do romancista: interessou-lhe tudo oque não é comum. Para a história, de resto, não háapenas ouro, há também o oricalco. Aquilino Ribeiroolhou para esses grandes de Portugal e pintou-os,como Velasquez fazia, com as tintas do arco-íris. Taiscomo eram. Melhor, tais como lhe pareceram. Semdeixarem de ser a obra do historiador, escreveu estesperfis o novelista.» -
O MalhadinhasInicialmente incluído em Estrada de Santiago (1922), O Malhadinhas acabaria por se tornar numa das mais conhecidas obras de Aquilino Ribeiro quando foi publicado em volume autónomo em 1958 (o autor acrescentar-lhe-ia a novela Mina de Diamantes). Em forma de monólogo, a obra conta-nos a história de um almocreve, o Malhadinhas, um serrano rústico, grosseiro e matreiro, que não tem quaisquer problemas em usar a «faquinha» que traz à cintura para corrigir o que entende por injusto. Defendendo-se à navalhada e golpes de pau (e por vezes a tiro) dos inimigos com que se vai deparando ao longo dos caminhos e da vida, Malhadinhas presenteia-nos com uma série de episódios picarescos, num tom coloquial repleto de expressões idiomáticas, trazendo-nos o retrato de um Portugal esquecido. -
Andam Faunos pelos BosquesEm Andam Faunos pelos Bosques verifica-se a obra erudita de Aquilino, polvilhada de sabedoria com reflexões antiquíssimas, nunca concluídas, sempre por resolver. Fala-nos do belo e do divino. Mas também nos fala da relação entre o homem e o desconhecido, campo verde onde pastam as ovelhas da fé e onde, ao contrário do habitual, pastam também pastores. Retrata magistralmente um conjunto de sacerdotes da douta igreja, sacudindo-os e analisando-lhes as vidas e a fé. São eles, os padres, que carregam o peso da narrativa. É através deles que Aquilino nos conta a história, passada nas serras da Beira e parcialmente na cidade de Viseu, de um conjunto de estranhas ocorrências. Chegara à Terra o Inefável, que viria plantar a sua semente pura nos ventres das mais belas mulheres. Aparece então a teoria clássica que ressuscita a imagem do fauno. Aparece depois a católica teoria demoníaca. O duelo entre as duas "escolas", defendidas cada qual por um punhado de padres, acaba saldado por uma intervenção de um outro padre num discurso absolutamente formidável que constitui uma das mais claras e racionais definições de fé... -
Romance da RaposaO Romance da Raposa (1924) é uma narrativa infantil de requintado virtuosismo estilístico, substituindo as ilustrações a preto e branco que forma utilizadas a partir dos anos 60 pela originais a cores da autoria de Benjamim Rabier numa solução plástica que se adequa na perfeição à fábula. Esta edição de Romance da Raposa é, assim, um regresso à versão original de um livro que gerações e gerações de crianças leram. -
Jardim das Tormentas«Tinha Deus aposentado Adão e Eva no Jardim das Delícias, onde viviam como os mais desabusados regalões. O homem era esbelto e sólido, embora nunca houvesse exercitado os tendões da marcha, nem apurado os bíceps a colher o antílope no laço; ela um lambisco de primeira, esgalgada e especiosa, a quem os cabelos vestiam de oiro à maravilha, sem pensar na folha de parra para a nudez, num cinábrio para a boca, que de seu sinal era rubicunda. Não sabiam de onde eram, nem como estavam ali, nem tão pouco se importavam de saber, acharam-se dentro do horto uma boa manhã, e todas as demais manhãs, na plenitude de um gozo inapreciável, porque nunca espinho, sol mais destemperado ou hora amarga lhes ensinara que aquilo era o sumo bem. Se alguma coisa soubessem desejar, o seu Senhor provê-los-ia instantânea e abundantemente como o mais solícito mordomo; mas nem desejos nem cobiças, nem necessidades picavam os seus corações inocentes; não admiravam, porque tudo era admirável; júbilos, ternuras, esperanças não sentiam que Deus gerara a vida, mas ainda não concebera a morte. No céu, sempre azul, o sol trazia o dia, levava o dia, sem que sombras ou raios mais vivos ferissem as suas pupilas bem-aventuradas. Eram uns felizes felizardos, usufrutuários dum regalo tão sem balizas que não o sabiam avaliar, mas em que criam de boa fé porque assim lhes fora dito. De beatitude tão absorta, apenas um aviso de Deus os distraía, se a isso se chama distrair, numa punção doce, mais leve que a sombra dum reflexo de cuidado.» -
Alemanha EnsanguentadaDois anos depois de terminar a Primeira Grande Guerra, Aquilino revisitou a Alemanha (país em que vivera por uns meses em 1912, em Berlim e em Parchin, e em que casara, em 1913, com Grete Tiedemann, de Meclemburgo, que conhecera na Sorbonne). Dessa viagem deixou um diário, mais tarde publicado sob o título de Alemanha Ensanguentada (1935). Neste texto, são visíveis as contradições e as hesitações num país saído de uma guerra havia dois anos, com difícil aceitação do acordado em Versalhes, assim como se evidencia a capacidade de perscrutar o ser humano, que Aquilino detinha, num exercício de leitura de rostos, de gestos, de tempos. Em 1920, atravessando o outono alemão, o português notava que os alemães comuns evitavam o desarmamento, preferindo guardar algum fuzil em casa para dias futuros, «para o dia que há-de chegar do desforço». Em 1934, esse dia estava quase a chegar. Do prefácio de Pedro Mexia -
VolfrâmioRomance de 1943, "Volfrâmio" é a imagem do Portugal rural profundo que de um momento para o outro, com a Segunda Guerra Mundial, vê o volfrâmio das terras de paupérrimos recursos valorizado, permitindo que o dinheiro comece a jorrar a ritmos nunca previstos nas aldeias do interior do território. A obra, escrita por um homem com uma verve inigualável nas letras lusófonas, faz a descrição minuciosa, do ridículo desse período fugaz de abastança no “Portugal dos tamancos”, e os gastos em festas, verdadeiras loas ao bacoquismo, em carros que as pessoas nem faziam ideia sequer como trabalhavam, mas que punham na loja, a par do burro ou da junta de bois, não longe do porco para a matança, no jogo, artefactos de joalharia, nalguns casos pagos como tal, e mais não eram que pechisbeque, roupas caras e meretrizes, mandadas vir de Espanha para volúpias, pouco coincidentes com os códigos sexuais restritos da moral católica. Aquilino possuía, como nenhum outro, a sabedoria da língua e dos segredos gramaticais e estilísticos. Com ele, nas tertúlias e nas redacções dos jornais aprendi tudo o que sei, e é pouco apenas porque sou mau aluno. Do prefácio de Batista-Bastos -
Quando os Lobos UivamSerra dos Milhafres, finais dos anos 40. O Estado Novo resolve impor aos beirões uma nova lei: os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitário e de onde essa comunidade retirava parte vital do seu sustento, seriam agora «expropriados» e utilizados para plantar pinheiros. Implanta-se um clima de medo nas gentes e é esse clima que Manuel Louvadeus, que havia emigrado para o Brasil anos antes, vem encontrar quando regressa à aldeia. Homem vivido e culto devido, segundo o próprio, aos muitos livros que por lá havia lido, Manuel tem uma visão abrangente e um sentido de justiça que rapidamente o fazem cair nas boas graças do povo. Toma então parte da sua gente, pessoas honestas e humildes que trabalham de sol a sol mas que não deixam de viver em condições miseráveis. A revolta acaba por suceder e entre mortos e feridos tudo acaba numa caçada aos homens por parte da polícia que leva muitos homens à prisão acusados de serem instigadores e cérebros da revolta. O Estado mostra então todo o seu esplendoroso poder. Uma representação da saga dos beirões na defesa dos terrenos baldios perante a ditadura do Estado Novo, cuja primeira edição seria apreendida pela censura, valendo a Aquilino Ribeiro um processo que se arrastou durante mais de dois anos.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».