Abecedário Simbiótico
José Adelino Maltez é um reconhecido professor catedrático na área das ciências jurídico-políticas e conhecido pelas suas estimulantes análises das realidades político-sociais, nos mais diversos meios de comunicação social. Menos conhecida é, talvez, a sua surpreendente faceta de poeta, que já leva cinco obras publicadas, a mais recente de Fevereiro deste ano com o título "Sobre o tempo que passa". Num dos seus magníficos poemas recordo estas estrofes "de quantas sementes é feito um livro/de quantas folhas, em tentativa/se compõe uma só página, impressa?/com quantas lágrimas contidas sofremos dor nesta alegria?" De muitas sementes e alegrias está feito este novo e inesperado livro do Adelino Maltez! Abecedário Simbiótico poderia ser mais um livro sobre Maçonaria. O conteúdo de muitas das suas entradas são sobre temas, símbolos, significados, história da Maçonaria ou Maçons e a eles também se referem as siglas ou a bibliografia. Mas o livro é mais do que tudo isso: Simbiótico, tem uma relação de mútua dependência com as coisas do mundo, em benefício mútuo. Na entrada Maçonaria, o autor afirma que se tratava de: " um sistema de moralidade, ilustrada por alegorias e símbolos, a definição mais antiga e universalmente seguida, embora passível de uma pluralidade de interpretações". Talvez seja. Mas é também um percurso iniciático, espiritualista, que permite a compreensão dos símbolos e a prática dos rituais, a fim de dar um sentido peculiar a si próprio apreendido na iniciação. Espiritualidade original na aculturação das mais variadas tradições e filosofias, interrogando-se sobre os grandes mistérios do homem, a sua origem, a sua natureza, a sua finitude, sincretismo filosófico que não impõe nenhum dogma, verdade ou doutrina, permitindo a cada qual ultrapassar-se a si próprio e intervir na cidade para o melhoramento material, moral e social da humanidade.
| Editora | Campo da Comunicação |
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| Editora | Campo da Comunicação |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Adelino Maltez |
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Curso de Relações InternacionaisEste texto é fruto das reflexões e da experiência do autor enquanto professor de Relações Internacionais na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Nele procura integrar, de forma interdisciplinar, as matérias da ciência do direito, das relações internacionais e da política, com o micro da técnica e do saber-fazer e o macro da procura da sabedoria, a que muitos dão o nome de filosofia", por acreditar que só assim se pode "aceder à complexa questão da globalização, da mundialização ou da planetarização". E opta claramente por um estudo integrado dos "vários discursos sobre o tema, bem como pela procura dos valores que mobilizam os indivíduos e os povos em torno de concepções do mundo e da vida ou de cosmovisões", ciente que está de que "não há ciência livre de valores"." -
Portugal Pós-Liberal - Um Ensaio de História do PresenteNeste ensaio, onde recolhe uma antologia cronológica de ciência política em português, conclui que os duzentos anos pós-liberais ainda estão por cumprir, face ao peso e às sombras de viradeiras caceteiras e ditatoriais que nos marcaram durante cerca de cinquenta e quatro anos, com a mais recente a pintar-se de constitucional, mas continuando a pertencer ao bestiário. O vintismo não passou de uma semente que os mindeleiros radicaram num processo de construção do Estado, onde a constituição de 1822 e a carta de 1826 se sintetizaram na constituição de 1838 e, depois, nos vários atos adicionais de uma nova ilusão de regeneração. Veio, a seguir, a breve republicanização, a partir de 1910, e o regresso ao despotismo não iluminado, a seguir a 1926. Felizmente o autoritarismo não se cumpriu para sempre e continuamos a procurar a liberdade com a constituição de 1976 que, noutras letras da moda, soletra, em raiz, os sonhos de 1822, 1826, 1838 e 1911. -
Memórias do Café PiolhoCom as presentes memórias pretende assinalar-se como é diferente o poder numa pós-revolução, a partir do momento em que as forças apoiantes da Antiga Senhora tratam de conciliar-se com os que, tendo desistido dos impulsos revolucionários, já aspiram a envolver-se com o que estava. É aqui, onde o mar do império acaba, que começa nova viagem, mas por terra e ar, a caminho da chamada integração europeia, entre a Parvónia do século XIX e a Ilusitânia do século XX, onde, em certos segmentos de micro--autoritarismo, continuamos a viver em ritmos de banal personalização do poder, naquilo a que podemos chamar sistema da Bielochina, o do mais do mesmo, e, contra os quais, apetece sempre lançar adequado “Manifesto Anti-Dantas”. -
Depois da Guerra e do ImpérioFernão Miguel Caldeira Marques, professor de direito administrativo da Universidade Nacional de Timor Loro Sae, foi meu colega de escola primária, liceu e faculdade. Tendo cumprido serviço militar, já depois de 1974, veio a ser mobilizado para a Guiné, onde viveu os dramas do fim do império. E de lá voltou à Europa para conseguir um doutoramento na Universidade de Caen, em França. Depois de várias tentativas falhadas para exercer o título em Lisboa, Coimbra, Porto e Minho, partiu um dia para o Oriente, onde silenciosamente cumpriu a sua carreira universitária. Foi-me fazendo leitor dos seus escritos quase confessionais, que ainda conservo, e dedicou-se, nos últimos tempos, a uma tentativa de novela, que, eu, feito legatário da sua memória, decidi promover editorialmente. Esta procura da ficção por versículos é, sobretudo, mais uma das capelas imperfeitas de uma silenciosa tentativa de prosa poética, mas julgo que deve ser conhecida pelos contemporâneos e descendentes, embora se trate de um exagero lírico, face ao fio narrativo que a sustenta.
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Cartas a um Jovem AteuNo livro Cartas a um Jovem Ateu, Nuno Tovar de Lemos, sj estabelece um diálogo fascinante entre um jovem biólogo e ele próprio, explorando questões de fé e amor. Uma obra cativante, editada pela Frente e Verso, que nos leva a refletir sobre as complexidades da vida e da fé. Ateus ou não, todos temos perguntas sobre Deus, a Igreja, a vida: ser ateu ou agnóstico? Que fazer quando Deus nos desilude? Haverá algo depois da morte? Que se ganha em ter fé? Estas e muitas outras perguntas preenchem as páginas deste livro, dando vida e corpo às cartas que o compõem, num diálogo constante entre o autor e o seu correspondente imaginário. Mais do que simples respostas, estas cartas constituem uma profunda reflexão sobre a vida, o amor, as relações, Deus e cada um de nós. Com o bónus de se lerem como um romance, cheio de revelações sobre os protagonistas. Imperdível! -
Confissões«O êxito, o valor e a sedução das Confissões estão sobretudo no facto de nelas Santo Agostinho «confessar» com sinceridade, humanismo e flagrância os problemas da sua vida de homem religioso e atormentado, que são afinal os problemas de todos nós. As suas dúvidas, interrogações e respostas, sendo ecos da vida humana, refletem também ecos da nossa vida e por isso permanecem vivas e atuais.»Lúcio Craveiro da Silva, S.J.«Talvez que a mais profunda atualidade de Agostinho resida, justamente, no seu fantástico e sublime anacronismo. Queremos dizer, na sua incompatibilidade profunda – ao menos na aparência – com a pulsão cultural que domina hoje não apenas o Ocidente mas o mundo inteiro.»Eduardo Lourenço -
História das Religiões - Da Origem dos Deuses às Religiões do FuturoEste livro é uma viagem. E «viajar é estar vivo»...Por onde vamos viajar? Por uma geografia que se estende da Escandinávia até África e do Brasil até à China, com epicentro na região do Crescente Fértil. A cronologia principia no terceiro milénio a.C. É espantosa a influência que estas tradições religiosas tiveram na nossa cultura. Pense-se nas ideias de Juízo Final, de ressurreição e de Paraíso.Ou nos revivalismos a que algumas deram lugar, como no caso das mundividências celta e escandinava, com a sua celebração da Natureza, visível na obra de Tolkien. Quem não conhece O Senhor dos Anéis?Na primeira parte, são apresentados seis politeísmos antigos: as religiões étnicas (com exemplos de Moçambique e do Brasil); as religiões da Mesopotâmia (em especial, da Suméria); a fabulosa religião do Antigo Egito; os casos dos Celtas e dos Nórdicos; e as religiões da Grécia e da Roma antigas, sementes da ideia de Europa. Há ainda um capítulo sobre o Zoroastrismo - o monoteísmo dual que foi a religião oficial da Pérsia durante doze séculos.Na segunda parte, uma mão experiente propõe-nos uma antevisão dos modelos religiosos do futuro: o teocrático; o da religião oficial nacional; o secular radical; e o multirreligioso. A terceira parte é dedicada ao Taoismo, a joia espiritual da China Antiga. O Tao Te Ching de Laozi é, depois da Bíblia, um dos livros mais traduzidos em todo o mundo. Um seu continuador, Zhuangzi, também maravilhou muitos pensadores ocidentais, de Heraclito a Heidegger.Vale a pena a experiência desta leitura. Como escreveu Tolkien, «nem todos os que vagueiam estão perdidos». Fizemos, por isso, uma obra rigorosa e muito didática. Embarque connosco, porque - dizia Eduardo Lourenço - «mais importante do que o destino é a viagem»! -
Se Deus é Bom, Porque Sofremos?Reflexões intensas e provocadoras sobre o sofrimento e a bondade de Deus: um e outra contradizem-se? Que se entende por bom quando se fala de Deus? Como sofremos e porquê? Perguntas difíceis para respostas exigentes, numa obra que não faz concessões à facilidade. Segundo o autor, "o sofrimento toca a todos", podendo "revoltar alguns e desanimar outros". No entanto, "há sempre um senso comum de que, no fundo, pode não ser assim tão mau. Antes, até nos pode fazer crescer; e vale a pena tentar ajudar outros: pelo menos para que não lhes aconteça coisa pior". Cada leitor é convidado pelo P. Vasco Pinto de Magalhães, a "parar, agradecer a realidade e tentar relê-la com olhos Bons", pondo "por escrito o caminho que fez e vai fazendo: as luzes e as sombras, os sucessos e as crises. Estas, quando partilhadas, podem ajudar muito o próprio e os outros. Não se trata de eliminar o sofrimento, mas de saber viver e crescer com ele. Trata-se de pôr a render, comunicando, a maior riqueza que temos: a nossa realidade, (onde anda Deus!), sem esconder fragilidades". -
Papa Francisco JMJ Lisboa 2023 - Discursos e HomiliasNum mundo abalado por incertezas, escândalos e divisões, surge um convite à unidade, à compreensão mútua e à ação concreta. Independentemente das diferenças que nos separam, somos todos parte de uma única família humana, que partilha sonhos, aspirações e o desejo de um mundo melhor. Francisco apresentou um conjunto de propostas sobre temas que tocam as vidas dos jovens: fé, justiça social, cuidado com o meio ambiente, diálogo inter-religioso e a importância da solidariedade global. Cada página é um testemunho da capacidade de liderança espiritual do Papa, que transcende fronteiras e conecta gerações, inspirando-nos a olhar além das adversidades e a construir um mundo de amor, de compaixão, de tolerância. Uma mensagem de esperança para «todos, todos, todos»! -
Vem para Fora! - A Promessa do Maior Milagre de JesusNeste novo e fascinante livro, o padre James Martin, SJ, explora a história do maior milagre de Jesus – a ressurreição de Lázaro dos mortos. Ele faz uma fusão entre a exegese bíblica com reflexões diferenciadas sobre a história de Lázaro, representada na cultura mais ampla da arte, da literatura, do cinema. Sempre focado sobre o que Jesus quer dizer quando chama cada um de nós a «LEVANTAR-SE». De forma meditativa e cuidadosa, o autor conduz-nos, versículo a versículo, oferecendo reflexões profundas sobre as lições de Jesus sobre amor, família, amizade, tristeza, frustração, medo, raiva, liberdade e alegria. Assim, James Martin ajuda-nos a abandonarmos as crenças limitantes que nos impedem de experienciar a presença de Deus em nossas vidas. Precisamos apenas de nos abrir à história transformadora de Lázaro e confiar que Deus pode usá-la para nos libertar, e darmos início, como Lázaro, a uma nova vida. -
100 Minutos com o AlcorãoO Corão é tão precioso para os Muçulmanos, que muitos conseguem recitá-lo de cor do início ao fim. No entanto, para aqueles que estão fora do Islão, é um livro fechado. Baseado num modelo introduzido por Shah Wali Allah em meados do século XVIII, o presente livro tem por objectivo tornar a profunda orientação do Corão acessível a todos. Ficará certamente surpreendido por ler sobre inúmeras personagens históricas, que poderá também encontrar nos livros Cristãos e Judeus. Para os Muçulmanos, este pequeno livro poderá revelar novos aspectos sobre o Corão. Fácil de ler, torná-lo-á acessível mesmo para os não-Muçulmanos. -
Construindo uma Ponte - Como a Igreja Católica e a Comunidade LGBT podem Estabelecer uma Relação de Respeito, Compaixão e SensibilidadeEste livro constitui um modesto convite para que a Igreja Católica crie uma maior proximidade pastoral relativamente à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros). Mais especificamente ainda, trata da aproximação entre a Igreja e os católicos LGBT ao mesmo tempo que analisa igualmente de que modo a comunidade LGBT poderá empreender um diálogo mais frutífero com a Igreja institucional. Trata-se de uma «ponte» de dois sentidos, embora o ónus do lançamento da primeira pedra para a construção dessa ponte recaia sobre a Igreja. O papa Francisco assumiu, de múltiplas maneiras, a liderança na construção de pontes: para começar, tornando-se o primeiro Papa a usar a palavra «gay» em público e, a propósito deles, aproveitando para perguntar, porventura na sua declaração mais famosa: «Quem sou eu para julgar?»