Citações e Pensamentos de Camilo Castelo Branco
Camilo Castelo Branco (1825-1890) é um nome incontornável da história da literatura portuguesa, autor de uma obra colossal de mais de cento e trinta títulos, além das suas participações regulares na imprensa e da sua vasta correspondência. Visceral e impulsivo, retratador acutilante e eloquente dos costumes da sociedade e dos meandros das almas, polemista massacrador sem adversários à altura, Camilo viveu também os seus amores ao extremo, ao ponto de ter sido preso por duas vezes em virtude da loucura e insensatez dos seus envolvimentos amorosos.
Da vasta obra de Camilo ressaltam centenas e centenas de pequenas frases e textos, que exalam a sabedoria de uma autêntica experiência e lição de vida, que, muito para além da observação lúcida e da análise do sentimento que podem estar associadas a uma época, tornam-se um autêntico compêndio das aventuras e desventuras daquilo a que se chama viver. Permanece actual pela intemporalidade com que se revestem os instantâneos do espírito tão bem dissecados e magistralmente descritos pela pena de Camilo, mergulhando fundo nos sentimentos, nobres ou reprováveis, que movem os indivíduos e a humanidade em geral desde os primórdios da História.
| Editora | Casa das Letras |
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| Categorias | |
| Editora | Casa das Letras |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paulo Neves da Silva |
Paulo Neves da Silva, além de ser licenciado em Matemáticas Aplicadas e de exercer a sua atividade profissional na área do desenvolvimento de software, é apaixonado pelas letras e pela leitura. Por esse motivo, iniciou, em 2000, a pesquisa e recolha sistemática de citações, excertos de textos e poemas, que classifica tematicamente e partilha de forma livre no site do qual foi o mentor, o Citador, em www.citador.pt, atualmente uma referência em Portugal. Expandindo o resultado das suas recolhas, a partir de 2005 iniciou a edição de vários livros, destacando-se pelas sucessivas reedições a coleção Citações e Pensamentos. O volume dedicado a José Saramago é o seu mais recente livro e o vigésimo que publica.
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Citações e Pensamentos de Fernando Pessoa100 excertos, 350 citações, 65 poemas, distribuídos por mais de 200 temas. Uma compilação única dos melhores textos de Fernando Pessoa.Fernando Pessoa é popularmente conhecido como um dos maiores poetas portugueses, mas a sua obra como pensador é fracamente conhecida. Este livro é o produto da selecção e recolha de textos do autor por toda a sua obra, dispersa pelos mais variados livros editados após a sua morte como compilações dos seus manuscritos. Portador de uma sabedoria lúcida que poderia rivalizar com os maiores filósofos, a par de uma capacidade de expressão prática em pequenos textos, Pessoa oferece momentos de reflexão sobre temáticas intemporais, escritas de uma forma única, numa filosofia que não descura a prática, envolta sempre de algum sentido poético. -
Citações e Pensamentos de Friedrich NietzscheDepois do sucesso do livro sobre Fernando Pessoa, lançamos agora na mesma linha, uma compilação única do pensamento de Nietzsche. Polémico, por vezes chocante, mas sempre objectivo, a sabedoria de Nietzsche dá sempre novas perspectivas ao pensamento de cada um. 400 citações, 125 excertos, distribuídos por mais de 180 temas. "A minha ambição é dizer em dez frases o que outros grandes autores não dizem nem num livro inteiro." F.Nietzsche -
Citações e Pensamentos de Agostinho da SilvaAgostinho da Silva foi um grande pensador e filósofo português do século XX. Exibindo uma sabedoria clara e simples durante toda a sua vida, promoveu o diálogo aberto com todas as pessoas. Grande defensor da liberdade e da criatividade individual, desmantelou todos os dogmas e certezas das sociedades, num processo de dar continuidade efectiva à construção de uma sociedade livre em que cada homem se possa realizar sem opressões. Construiu um sonho que continua a ser possível por via da não negação convincente de todos os que se lhe tentaram opor. Autor de muitos ensaios, caracterizados por pequenos textos objectivos, Agostinho da Silva foi também protagonista de muitas entrevistas eternizadas pela sabedoria das suas respostas. Este livro é uma compilação genérica por temas do legado que Agostinho da Silva nos deixou, e que abre os horizontes de qualquer um face ao mundo que nos rodeia, fazendo repensar a vida e dar mais atenção a nós próprios. -
Citações e Pensamentos Padre António VieiraAntónio Vieira(1608-1697)foi um grande pensador e visionário, actual na forma como nos mostra o mundo e nos ensina, numa escritas e sedutora de grandes efeitos, a reconhecermos a nossa parcialidade e cegueira na relação que mantemos com a realidade e os vícios pelos quais nos deixamos enredar e conduzir por ela.A partir de uma vasta obra de mais duzentos sermões, setecentas e cinquenta cartas e muitos outros escritos, este livro apresenta os textos chave de Pe. António Vieira e que permitem ao leitor usufruir do melhor de uma sabedoria acessível a todos, pertinente como nunca, num caminho de maior desprendimento do acessório da vida e a concentração no seu essencial-viver. -
Citações e Pensamentos de Florbela EspancaFlorbela Espanca (1894-1930) é uma das maiores poetisas portuguesas de todos os tempos. Perseguidora do ideal do amor acima de todos os outros aspectos da vida, transportou como ninguém todos os sentimentos que viveu para a poesia, com uma intensidade autobiográfica que expõe genialmente os mais obscuros recantos do interior do seu ser, glorificando em tons de angústia e ansiedade a sede infinita de um amor que está para lá do que é humano. Além da poesia, o conjunto dos seus escritos oferece uma perspectiva completa da exaltação e angústia de vários amores idealizados e sofridos, sempre em busca do verdadeiro Amor. -
Citações de SalazarAntónio de Oliveira Salazar, personalidade que marcou a História portuguesa do século XX, liderando uma ditadura durante várias décadas, continua a ser, muitos anos passados sobre o seu falecimento, odiado ou idolatrado por grande parte dos portugueses, sendo raro quem não tenha uma opinião forte e emotiva sobre a doutrina e obra de Salazar. Surgido num tempo de instabilidade política nacional, Salazar conseguiu impor as suas ideias nacionalistas, ajudado pela reputação que granjeou ao resolver a crise financeira, criando um pacto de consenso de governo nacional reunindo diferentes facções incluindo monárquicos, católicos, republicanos e maçons. Afirmando que não defendia nenhum sistema político, e menos ainda a democracia, pelo efeito nefasto que afirmava que tinha o jogo de interesses privados e ideologias rígidas que orientavam os partidos políticos, atalhou caminho para um governo estável da nação proibindo estes e ainda a liberdade de imprensa, em nome do que considerava ser a paz social. Não tendo deixado obra escrita, foram no entanto inúmeras as suas intervenções, artigos de imprensa, participação em conferências, entrevistas e discursos, deixando as suas ideias expressas, antes e durante o seu governo, em milhares e milhares de páginas. -
Dicionário de CitaçõesUm grande dicionário de citações é, além de uma obra de referência essencial na biblioteca de qualquer leitor e de utilidade prática nos mais variados propósitos, um manancial de vasta sabedoria que serve de ponto de partida de inspiração ou reflexão em qualquer temática que se queira abordar com maior clareza e conhecimento. -
Vencer: citações e pensamentos dos grandes vencedoresDeterminação, perseverança e paixão por aquilo que se faz são características comuns a todos os que vencem, construindo uma vida com significado, uma carreira, uma empresa. É a atitude do dia-a-dia que permite o alcance de resultados, sobretudo a médio e longo prazo, não obstante todos os obstáculos e imprevistos que enfrentem. Mas são infinitas as formas de se lá chegar, não existindo receitas infalíveis, pelo que toda uma perceção de oportunidades, conjugada com conhecimento e, sobretudo, criatividade, são essenciais. É sobre tudo isto esta coletânea de citações que, através de declarações de vencedores de todos os tempos em inúmeras áreas, com destaque para os protagonistas mais recentes, permite ao leitor ficar com um melhor conhecimento dos caminhos que levam à vitória e ao sucesso. São mais de 2000 frases inspiradoras e reveladoras que lemos ou ouvimos de figuras conhecidas do grande público que alcançaram o sucesso empresarial e pessoal, tais como Steve Jobs, Bill Gates ou Belmiro de Azevedo, entre muitos outros. -
Papa Francisco: frases e reflexõesA sabedoria do Papa Francisco reunida em 560 reflexões recolhidas das suas obras e discursos e divididas por 150 temas.«Vivemos um período em que o tempo e os espaços são cada vez mais diminutos. Corremos de mais e vemos de menos: quer seja um lugar para o automóvel; algum tempo livre; ou mesmo um sítio para pararmos, descomprimirmos e encontrarmo-nos. Há uma clara necessidade de humanizar tempos e espaços.» - Discurso em Roma, 15 de dezembro de 2016.Neste livro encontrará palavras de concórdia e de luz, com especial destaque para as prioridades do atual papado: o combate às desigualdades, a paz e o papel central do amor e da família.Encadernação em capa dura, ideal para guardar como referência, ou para oferecer. -
Citações e Pensamentos de Camilo Castelo BrancoCamilo Castelo Branco (1825-1890) é um nome incontornável da história da literatura portuguesa, autor de uma obra colossal de mais de cento e trinta títulos, além das suas participações regulares na imprensa e da sua vasta correspondência. Visceral e impulsivo, retratador acutilante e eloquente dos costumes da sociedade e dos meandros das almas, polemista massacrador sem adversários à altura, Camilo viveu também os seus amores ao extremo, ao ponto de ter sido preso por duas vezes em virtude da loucura e insensatez dos seus envolvimentos amorosos. Da vasta obra de Camilo ressaltam centenas e centenas de pequenas frases e textos, que exalam a sabedoria de uma autêntica experiência e lição de vida, que, muito para além da observação lúcida e da análise do sentimento que podem estar associadas a uma época, tornam-se um autêntico compêndio das aventuras e desventuras daquilo a que se chama viver. Permanece actual pela intemporalidade com que se revestem os instantâneos do espírito tão bem dissecados e magistralmente descritos pela pena de Camilo, mergulhando fundo nos sentimentos, nobres ou reprováveis, que movem os indivíduos e a humanidade em geral desde os primórdios da História.Ver por dentro:
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
