Guerra Junqueiro na Lusofilia Francesa: Traduções (Poesia)
Aqui se abordam, entre outros, autores como: Philéas Lebesgue, Maxime Formont, Achille Millien, Jules Supervielle, Fernand Lambert, Isabel Meyreles e Evelyne Kesteven.
| Editora | Theya |
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| Editora | Theya |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Henrique Manuel Pereira |
Doutorado em Cultura, é Professor na Universidade Católica Portuguesa, Escola das Artes (Porto), onde leciona, entre outras, Cultura Portuguesa e Literatura Universal.
Investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL), do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), do Grupo de Estudos Literários e Culturais da Universidade de Aveiro, é membro do Conselho Científico de revistas académicas e da Cátedra Poesia e Transcendência - Sophia de Mello Breyner Andresen.
Autor de uma vasta bibliografia, em especial no âmbito da cultura portuguesa, de que se destacam os trabalhos sobre Guerra Junqueiro, é também jornalista, argumentista, produtor/realizador (pela New York Film Academy) de curtas e longas-metragens. Durante cerca de vinte anos realizou e apresentou programas radiofónicos (RR, RFM e Antena 2).
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À Volta de Padre Baptista«Calvário» é palavra comum na nossa linguagem e em muitos lugares. Uma vida difícil é um «calvário» e até determinados sítios se chamam assim. Como «Cruz», que desde traço especifico a apelido de família, também, aparece. Mas nem sempre foi assim. Na antiga Roma dava nome a um terrível suplício. Tão terrível que as primeiras gerações cristãs demoraram um tanto a adoptá-la como sinal. Mas era inevitável que o fizessem, por significar, com todo o realismo, o ponto final da vida terrena do Fundador do Cristianismo, ponto inicial da vida da Igreja que vive da Cruz do seu Senhor. Logo o descobriu São Paulo, encontrando aí mesmo a sua glória, na Cruz em que Cristo inteiramente se entregara, fazendo do suplício uma dádiva. Cruz levantada no Calvário, podendo agora toda a terra ser também Calvário, transfigurado pela Cruz: de lugar de sofrimento, tornar-se em fonte de caridade e de paz. Aqui, as palavras comuns passam a comunicar o absoluto. O absoluto do amor de Deus feito um de nós, para nos resgatar duma vida sem Deus. Na verdade, só o amor de Cristo nos redime, qual Cruz luminosa, no Calvário transformado em Éden do homem novo. - Encontrámo-lo em Beire? Há várias décadas que muita gente o confirma. E em todo esse tempo o referem a um nome que também se tornou comum: Padre Baptista. Conheci-o nos anos oitenta, das suas idas ao Seminário dos Olivais. Passavam por lá muitas pessoas e todas tinham coisas para contar, da vida da Igreja e do mundo, da Igreja no mundo. Mas o Padre Baptista não era assim tão comum; nem sequer falava da vida, era mais a vida que falava. A sua vida e a vida de tantos que fizera sua também. Vida e convivência, portanto. Porque o dia-a-dia que nos relatava consistia na atenção constante e mútua que idosos e enfermos prestavam uns aos outros, onde o companheirismo tomava o lugar do assistencialismo. Não teorizava, contava apenas. Como a história do doente quase terminal que acabou por durar anos, só porque lhe deram a oportunidade de jardinar. Como a outra, em que dois homens com grandes limitações físicas punham a mesa comum, complementando os gestos necessários que nenhum poderia fazer sozinho... Mas, por dentro destas histórias, está a densidade que as palavras comuns e as coisas comezinhas só alcançam quando as anima um coração como o de há dois mil anos no Calvário essencial. Obrigado, Padre Baptista! D. Manuel Clemente [Cardeal Patriarca] -
Raízes do Tempo: À volta do Padre AméricoQuem foi realmente o Padre Américo? Um livro que tenta responder a esta questão sobre uma das figuras mais marcantes de Portugal no século XX, através de entrevistas e testemunhos de várias personalidades que o conheceram bem, assim como a Obra por ele fundada. O Padre Américo pertence ao restrito lote dos homens que nos obrigam a todos a uma profunda revisão interior: é uma conclusão fundamental que surge da leitura deste livro apaixonante. -
Fica Junto de MimUma visão de esperança e serenidade sobre a morte, quando somos confrontados com a partida dos nossos seres queridos. Sentimos a partida dos que nos morrem na medida em que os amámos. Dir-se-ia que precisamos deles para respirar, porque não se trata de um eu que chora e de um tu que morreu, mas de um nós, e por isso os sentimos mais próximos do que um abraço. Mas é diferente. Perdemos a possibilidade de os ouvir, de lhes dizer o tanto que devia ainda ser dito. E as lágrimas são-nos necessárias para que a dor nos não sufoque. O autor, Henrique Manuel Pereira, é professor da Universidade Católica e autor de livros e programas de Rádio de grande êxito. -
Paisagens Junqueirianas - Com o Douro ao fundoTudo é, afinal, aproximação, misterioso cerzir de fios, convocação de matéria fragmentária.Incomoda-me a monótona repetibilidade de temas, fontes e perspetivas que paira sobre o universo junqueiriano, quando uma rede de veios corre ainda oculta e confusa. Aqui se reúnem textos de natureza, temática, perspetiva e dimensão desiguais, segundo uma cadência de escrita espaçada no tempo. Refletem, porventura, diferentes metodologias e estratégias. Também eles são fragmento de um imenso todo.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».