Habeas Corpus
Neste volume de micro-contos, há personagens que se rebelam contra o absolutismo biológico, enquanto outros se lhe rendem com a lúcida consciência de que nada sobra para qualquer eternidade. Vagueiam todos errantes nos trinta e três contos, entre os dois lados da noite, dos espelhos, da luz e das sombras: os que creem na imortalidade da alma individual e os que questionam a eternidade una, imutável, sem frações nem divisões, perante a qual toda a individualidade soçobra. E há um autor, desiludido com o narrador que elegeu e que se recusa a partilhar com os leitores a descida ao abismo, com a vaga desculpa da reserva do sofrimento. Como traço comum, a certeza da morte, a incerteza da eternidade humana e a incessante e inútil busca de respostas definitivas, na erosão da existência que se consume na pacatez da repartição, nas rotinas quotidianas, em vidas apagadas, desprovidas de luz e de sentido.
Um livro desafiante na linha dos grandes cultores do absurdo, que conta ainda com um apêndice fotográfico de Sal Nunkachov.
| Editora | Abysmo |
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| Categorias | |
| Editora | Abysmo |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Sal Nunkachov, Carlos Querido |
Juiz Desembargador Jubilado
Nascido a 30.10.1956, em Salir de Matos, Caldas da Rainha
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InsanusOs personagens dos contos de Insanus são vultos furtivos que frequentam insones a noite, confundem-se com as sombras que os perseguem e ensurdecem vozes interiores de censura e de culpa. Os diálogos nunca chegam a sê-lo. Não passam de monólogos com ecos, ressonâncias que se refletem, se repetem e se perdem nas arestas cortantes dos labirintos onde cada um consome a sua existência.Diz o velho ditado atribuído a um filósofo, que os que dançam são julgados insanos por aqueles que não podem escutar a música. O mesmo se passa com quem ouve vozes interiores inaudíveis para o resto do mundo. A insanidade de cada personagem é a errância solitária por caminhos que não escolheu, perante o olhar distante e indiferente de quem lhes poderia alterar os destinos.Há palavras e silêncios irrespiráveis, náufragos que se perdem no mar, que pode ser um deserto, um gato que regressa do passado, um mendigo invisível nos seus andrajos, estátuas que invadem uma pequena cidade termal, um surfista, alguns suicidas, uma mulher que tem o corpo do marido a apodrecer em casa, um pistoleiro sem nome, dois pregadores, um unicórnio e muitos outros personagens, todos eles numa revolta final e inútil contra o seu desolado criador. -
Príncipe PerfeitoD. João II morreu há quatro anos. Na Sé de Silves exuma-se o cadáver com vista à trasladação para o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Um sobressalto percorre os altos dignitários do reino: o corpo do monarca mantém-se incorrupto. "Milagre!", grita-se nas ruas. Peçonha, sugere um conceituado físico, que procura no envenenamento uma explicação para o não apodrecimento do corpo sem vida, descrente da santidade de um monarca implacável com os inimigos, que não hesitou em apunhalar o irmão da rainha.Desterrado no Mosteiro de Nossa Senhora da Misericórdia, na ilha da Berlenga, o narrador, que fez parte do corpo de ginetes, guarda pretoriana do rei, vive atormentado com a suspeita do envolvimento da rainha na morte solitária e precoce do soberano na única batalha por ele perdida: a da sua sucessão. Pela memória inquieta de quem viveu aqueles tempos, neste Príncipe Perfeito - Rei Pelicano, Coruja e Falcão desfila a vida conturbada de um rei que sonhou um reino para além do mar e das fronteiras daquele que herdou. -
Alegações FinaisO protagonista nasce na praia, como gosta de afirmar, e faz-se ao mundo em busca do sucesso que o compense das humilhações da infância, notabilizando-se como advogado do crime em processos mediáticos, volumosos, em cujos labirintos procura a prescrição dos crimes dos seus clientes de colarinho branco, a quem ternamente chama inocentes presumidos.A exposição mediática traz-lhe fama e proveito, mas na íngreme subida na escala social perde-se da mulher que conheceu um dia numa estação de comboios quando lia o Cem Anos de Solidão.Abrasa-o a ardente volúpia das paixões efémeras, vertigem sublime perante a morna rotina do casamento. Dilacera-o a culpa, com a dor do remorso, sem a redenção do arrependimento. Se voltasse atrás, faria tudo igual, porque, como gosta de dizer, as coisas são o que são.Confrontado, na vida como no tribunal, defende-se com alegações sem confissão nem arrependimento.Entre o casal, ergue-se um muro de silêncio e desconforto onde pulsa e se avoluma a memória de uma noite trágica de que não ousam falar. Para o demolir bastaria uma frase terna, impossível. -
Alegações FinaisO protagonista nasce na praia, como gosta de afirmar, e faz-se ao mundo em busca do sucesso que o compense das humilhações da infância, notabilizando-se como advogado do crime em processos mediáticos, volumosos, em cujos labirintos procura a prescrição dos crimes dos seus clientes de colarinho branco, a quem ternamente chama inocentes presumidos.A exposição mediática traz-lhe fama e proveito, mas na íngreme subida na escala social perde-se da mulher que conheceu um dia numa estação de comboios quando lia o “Cem Anos de Solidão”.Abrasa-o a ardente volúpia das paixões efémeras, vertigem sublime perante a morna rotina do casamento. Dilacera-o a culpa, com a dor do remorso, sem a redenção do arrependimento. Se voltasse atrás, faria tudo igual, porque, como gosta de dizer, as coisas são o que são.Confrontado, na vida como no tribunal, defende-se com alegações sem confissão nem arrependimento.Entre o casal, ergue-se um muro de silêncio e desconforto onde pulsa e se avoluma a memória de uma noite trágica de que não ousam falar. Para o demolir bastaria uma frase terna, impossível.
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Vemo-nos em AgostoTodos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. Estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano.Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsa e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para o interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.Escrito no estilo inconfundível e fascinante de García Márquez, Vemo-nos em Agosto é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino. Um presente inesperado de um dos melhores escritores que o mundo já conheceu. A tradução é de J. Teixeira de Aguilar. -
Deus na EscuridãoEste livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus. -
O ColecionadorNo mais recente e trepidante thriller de Daniel Silva, autor n.º 1 da lista dos mais vendidos do The New York Times, Gabriel Allon embarca na busca de um quadro roubado de Vermeer e descobre uma conspiração que poderia levar o mundo à beira do Armagedão nuclear.Na manhã seguinte à gala anual da Venice Preservation Society, Gabriel Allon, restaurador de quadros e espião lendário, entra no seu bar preferido da ilha de Murano e aí encontra o general Cesare Ferrari, comandante da Brigada de Arte, que aguarda, ansioso, a sua chegada. Os carabinieri tinham feito uma descoberta assombrosa na villa amalfitana de um magnata sul-africano morto em circunstâncias suspeitas: uma câmara acouraçada secreta que continha uma moldura e um esticador vazios cujas dimensões coincidiam com as do quadro desaparecido mais valioso do mundo. O general Ferrari pede a Gabriel para encontrar discretamente a obra-prima antes que o seu rasto se volte a perder. - Esse não é o vosso trabalho?- Encontrar quadros roubados? Teoricamente, sim. Mas o Gabriel é muito melhor a fazê-lo do que nós.O quadro em questão é O concerto de Johannes Vermeer, uma das treze obras roubadas do Museu Isabella Stewart Gardner de Boston, em 1990. Com a ajuda de uma aliada inesperada, uma bela hacker e ladra profissional dinamarquesa, Gabriel não demora a descobrir que o roubo do quadro faz parte de uma tramoia ilegal de milhares de milhões de dólares na qual está implicado um indivíduo cujo nome de código é «o colecionador», um executivo da indústria energética estreitamente vinculado às altas esferas do poder na Rússia. O quadro desaparecido é o eixo de um complô que, caso seja bem-sucedido, poderia submeter o mundo a um conflito de proporções apocalípticas. Para o desmantelar, Gabriel terá de perpetrar um golpe de extrema audácia enquanto milhões de vidas estão presas por um fio. -
O EscritórioDawn Schiff é uma mulher estranha. Pelo menos, é o que toda a gente pensa na Vixed, a empresa de suplementos nutricionais onde trabalha como contabilista. Dawn nunca diz a coisa certa. Não tem amigos. E senta-se todos os dias à secretária, para trabalhar, precisamente às 8h45 da manhã.Talvez seja por isso que, certa manhã, quando Dawn não aparece para trabalhar, a sua colega Natalie Farrell – bonita, popular e a melhor vendedora da empresa há cinco anos consecutivos – se surpreenda. E mais ainda quando o telefone de Dawn toca e alguém do outro lado da linha diz apenas «Socorro».Aquele telefonema alterou tudo… afinal, nada liga tanto duas pessoas como partilhar um segredo. E agora Natalie está irrevogavelmente ligada a Dawn e vê-se envolvida num jogo do gato e do rato. Parece que Dawn não era simplesmente uma pessoa estranha, antissocial e desajeitada, mas estava a ser perseguida por alguém próximo.À medida que o mistério se adensa, Natalie não consegue deixar de se questionar: afinal, quem é a verdadeira vítima? Mas uma coisa é clara: alguém odiava Dawn Schiff. O suficiente para a matar.«NÃO COMECE UM LIVRO DE FREIDA McFADDEN A ALTAS HORAS DA NOITE.NÃO O VAI CONSEGUIR LARGAR!» AMAZON«O ESCRITÓRIO É UM THRILLER TENSO E VICIANTE DA AUTORA MAIS ADORADA DO MOMENTO.» GOODREADS -
Os Meus Dias na Livraria MorisakiEsta é uma história em que a magia dos livros, a paixão pelas coisas simples e belas e a elegância japonesa se unem para nos tocar a alma e o coração.Estamos em Jimbocho, o bairro das livrarias de Tóquio, um paraíso para leitores. Aqui, o tempo não se mede da mesma maneira e a tranquilidade contrasta com o bulício do metro, ali ao lado, e com os desmesurados prédios modernos que traçam linhas retas no céu.Mas há quem não conheça este bairro. Takako, uma rapariga de 25 anos, com uma existência um pouco cinzenta, sabe onde fica, mas raramente vem aqui. Porém, é em Jimbocho que fica a livraria Morisaki, que está na família há três gerações: um espaço pequenino, num antigo prédio de madeira. Estamos assim apresentados ao reino de Satoru, o excêntrico tio de Takako. Satoru é o oposto de Takako, que, desde que o rapaz por quem estava apaixonada lhe disse que iria casar com outra pessoa, não sai de casa.É então que o tio lhe oferece o primeiro andar da Morisaki para morar. Takako, que lê tão pouco, vê-se de repente a viver entre periclitantes pilhas de livros, a ter de falar com clientes que lhe fazem perguntas insólitas. Entre conversas cada vez mais apaixonadas sobre literatura, um encontro num café com um rapaz tão estranho quanto tímido e inesperadas revelações sobre a história de amor de Satoru, aos poucos, Takako descobre uma forma de falar e de estar com os outros que começa nos livros para chegar ao coração. Uma forma de viver mais pura, autêntica e profundamente íntima, que deixa para trás os medos do confronto e da desilusão. -
ManiacMANIAC é uma obra de ficção baseada em factos reais que tem como protagonista John von Neumann, matemático húngaro nacionalizado norte-americano que lançou as bases da computação. Von Neumann esteve ligado ao Projeto Manhattan e foi considerado um dos investigadores mais brilhantes do século XX, capaz de antecipar muitas das perguntas fundamentais do século XXI. MANIAC pode ser lido como um relato dos mitos fundadores da tecnologia moderna, mas escrito com o ritmo de um thriller. Labatut é um escritor para quem “a literatura é um trabalho do espírito e não do cérebro”. Por isso, em MANIAC convergem a irracionalidade do misticismo e a racionalidade própria da ciência -
Uma Noite na Livraria Morisaki - Os meus Dias na Livraria Morisaki 2Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar. -
Uma Brancura LuminosaUm homem conduz sem destino. Ao acaso, vira à direita e à esquerda até que chega ao final da estrada na orla da floresta e o seu carro fica atolado. Pouco depois começa a escurecer e a nevar. O homem sai do carro e, em vez de ir à procura de alguém que o ajude, aventura-se insensatamente na floresta escura, debaixo de um céu negro e sem estrelas. Perde-se, quase morre de frio e de cansaço, envolto numa impenetrável escuridão. É então que surge, de repente, uma luz.Uma Brancura Luminosa é a mais recente obra de ficção de Jon Fosse, Prémio Nobel de Literatura de 2023. Uma história breve, estranhamente sublime e bela, sobre a existência, a memória e o divino, escrita numa forma literária única capaz de assombrar e comover.Tradução do norueguês de Liliete Martins.Os elogios da crítica:«Uma introdução perfeita à obra de Jon Fosse.» The Telegraph«Inquietante e lírico, este pequeno livro é uma introdução adequadamente enigmática à obra de Fosse e um bom ponto de partida para se enfrentar os seus romances mais vastos e experimentais.» Financial Times - Livro do Ano 2023«Uma Brancura Luminosa é, muito simplesmente, grande literatura.» Dagbladet
