Indícios de Oiro I
Colige-se, neste livro em dois volumes, um vasto acervo de textos ou já publicados em revistas ou jornais ou apenas dados a conhecer em colóquios ou apresentações públicas de livros, cobrindo um período de cerca de dez anos de actividade do autor e abrangendo áreas diversas: autores portugueses, de Camões, passando por Camilo, Eça, Júlio Dinis, até nomes mais recentes, tanto no campo da ficção, como no da poesia ou do teatro; autores brasileiros (Machado de Assis); autores africanos de língua portuguesa; outros autores estrangeiros e, por fim, um grupo de textos sobre os tópicos mais diversos (censura, plágios, embustes, património, etc.). Tudo reflecte o gosto por uma leitura e releitura empenhadas e minuciosas não só dos textos já clássicos do nosso património cultural mas também o desejo de colocar a seu lado os que, ainda recentes, aspiram, de algum modo, a não desmerecer de a eles se verem associados.
| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
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| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eugénio Lisboa |
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Uma Conversa SilenciosaUma Conversa Silenciosa, de Eugénio Lisboa, reúne 78 textos, breves ensaios sobre literatura, sobre escritores, sobre política cultural, sobre edição e editores. Ao longo de todos os ensaios perpassa a erudição do autor, o seu vasto conhecimento, não apenas das literaturas lusófonas mas também das literaturas de outras latitudes, nomeadamente de língua inglesa e francesa. Numa escrita elegante, onde o rigor da palavra se associa a uma enorme amplitude cultural, pontuada, por vezes, pelo episódio curioso ou pela citação oportuna, Uma Conversa Silenciosa é também um diálogo. Diálogo onde o leitor tem como interlocutor um dos maiores críticos literários portugueses. -
O Objecto Celebrado (Miscelânea de Ensaios, Estudos e Crítica)«Coligem-se aqui textos escritos ao longo de vários anos e para fins bastante diversos. Publicados, uns, lidos mas não publicados, outros, e outros, até, nem lidos nem publicados (por razões, às vezes, um pouco bizantinas). Se alguma coisa os une é o facto de o seu autor os ter sempre escrito por razões que nunca tiveram que ver com os «ventos dominantes». Saber remar contra a maré ou, mais perversamente, gostar de remar contra a maré, quando disso tiver que ser caso, é um dos vícios que o autor tem podido cultivar. O que vai de par com uma certa candura, que o mesmo autor tem o fraco de supor poder dar como virtude. «Todos os erros podem ser perdoados ao que possui uma perfeita candura», observou um grande poeta, Walt Whitman. Candura, por exemplo, ao falar de autores em que os «high-brow» preferem, com frequência, não reparar. Candura, mais intensa ainda: falar neles repetidamente, com atenção, com minúcia, com calor e com amor. Fazendo de conta que não dá pêlos protocolos em vigor, desprezando-os até, com uma certa alegria e não pouco «brio». Cada um goza como pode. E, se escrever não é sobretudo fruir, não é coisa que valha a pena. O autor procurou sempre, visto isso e os textos que seguem serão disso bom e amplo testemunho adoptar aquele «falar franco», um dom que Stendhal apreciava (além de que o possuía e em grau não pequeno).» Eugénio Lisboa -
Acta Est Fabula - Memórias I - Lourenço Marques (1930-1947)Primeiro volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro transporta-nos até às décadas de 30 e de 40 do século XX e às suas vivências em Lourenço Marques. Primeiro testemunho de uma vida recheada de encontros e aprendizagens, este livro é também uma viagem no tempo e no espaço, que certamente rememorará a muitos tempos e lugares que continuam a ser referenciais. Ponto de partida para o recontar de uma vida e uma obra, este livro prende-nos como se tratasse uma narrativa ficcional. -
Acta Est Fabula - Memórias III - Lourenço Marques Revisited (1955-1976)Terceiro volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos de maturidade de Eugénio Lisboa, e durante os quais conheceu, conviveu e fez amizade com alguns dos mais importantes intelectuais da vida cultural portuguesa, tais como José Régio, David Mourão-Ferreira, Jorge de Sena, Vitorino Nemésio, etc.. Continua assim o relato, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens. Este é também um livro que proporciona uma viagem no tempo e no espaço, que certamente rememorará a muitos tempos e lugares que continuam a ser referenciais. -
Acta Est Fabula - Memórias IV - Peregrinação: Joanesburgo, Paris, Estocolmo, Londres (1977-1955)Quarto volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos em que Eugénio Lisboa desenvolveu uma intensíssima atividade como Escritor, Professor e Diplomata, e durante os quais conheceu, conviveu e fez amizade com alguns dos mais importantes intelectuais da vida cultural portuguesa e internacional.Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens. -
Acta Est Fabula - Memorias V - Regresso a Portugal (1995-2015)Quinto volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos em que Eugénio Lisboa vive em Portugal após a sua estadia em Londres Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens com algumas das mais marcante personalidades da cultura e nacional e internacional. -
Acta Est Fabula - Memórias II - Lisboa - 1947-1955Segundo volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de dez anos, os anos em que Eugénio Lisboa vive em Lisboa enquanto estudante e também em Portalegre, onde conhece uma figura marcante da sua vida: José Régio.Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens com algumas das mais marcante personalidades da cultura e nacional e internacional. -
Diário de Viagens Fora da Minha TerraNeste volume, que é simultaneamente um livro de viagens e um livro de memórias, o Autor, de alguma forma, complementa a publicação das Memórias propriamente ditas, transportando-nos numa viagem por algumas das cidades e países que mais o marcaram.Neste livro, escrito em forma de diário, Eugénio Lisboa partilha connosco algumas das suas opiniões, realizações e descobertas culturais.Trata-se de um volume de acutilantes observações de natureza vária que nos são transmitidas por um dos mais atentos e perspicazes intelectuais da nossa Literatura. -
Acta Est Fabula - EpílogoCom este volume, fecham-se as Memórias de uma das mais importantes personalidades da Cultura Portuguesa: Eugénio Lisboa. Ao longo dos vários volumes destas Memórias, verdadeiro marco editorial na recente história da Literatura Portuguesa, ficámos a conhecer as vivências e as experiências de um homem que foi uma testemunha privilegiada da vida cultural portuguesa ao longo dos últimos 70 anos. Estas Memórias concluem-se agora, num derradeiro volume que fecha com chave de ouro um trajecto de verdadeira paixão pelas Letras e pela Cultura, num registo que é simultaneamente objectivo, apaixonado e apaixonante. -
Aperto Libro - Páginas de Diário I - 1977-1990Depois da publicação das Memórias, Eugénio Lisboa revela-nos as páginas do seu Diário.Neste primeiro volume entramos na intimidade do Autor nos anos que medeiam entre o período pós 25 de Abril e o início da década de noventa, alturas em que Eugénio Lisboa foi professor em Estocolmo e adido cultural adstrito à embaixada portuguesa em Londres.Neste livro Eugénio Lisboa partilha connosco, para além do seu quotidiano, as vivências e os pensamentos de um intelectual que é uma das testemunhas privilegiadas da cultura portuguesa do nosso tempo.
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
NovidadeSobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
NovidadeA Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
