Inventor de Vendavais
«O vulto era uma árvore. Mas uma árvore muito especial. Era uma árvore negra, muito negra, escura, dura e fria como ferro. Mas havia uns bocados em que o negro tinha saído, como que raspado por alguns arranhões. Podia ver-se que existia dentro dela um brilho extraordinário, uma luz de ouro muito agitada, que fazia o som de uma coisa a ferver. Devia ser uma luz muito poderosa, com a sua cor tão forte que, por vezes, se tornava vermelha. Mas, como quer que fosse, ela não estava nada feliz. Batia contra o tronco e os dedos tinham um barulho de metal.»
| Editora | Relógio d' Água |
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| Coleção | Universos Mágicos |
| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Hélia Correia |
Escritora portuguesa contemporânea (1949), licenciou-se em Filologia Românica e é professora de Português do Ensino Secundário. Apesar do seu gosto pela poesia, é como ficcionista que é reconhecida como uma das revelações da novelística portuguesa da geração de 1980, embora os seus contos, novelas ou romances estejam sempre impregnados do discurso poético.
Estreou-se na poesia com O Separar das Águas, em 1981, e O Número dos Vivos, em 1982.
A novela Montedemo, encenada pelo grupo O Bando, dá à autora uma certa notoriedade. Aliás, Hélia Correia revelou, desde cedo, o gosto pelo teatro e pela Grécia clássica, o que a levou a representar em Édipo Rei e a escrever Perdição, levadas à cena, em 1993, pela Comuna. Escreveu também Florbela, em 1991, que viria a ser encenada pelo grupo Maizum.
Destacam-se ainda na sua produção os romances Casa Eterna e Soma e, na poesia, A Pequena Morte/Esse Eterno Conto.
Recebeu em 2002 o prémio PEN 2001, atribuído a obras de ficção, pela sua obra Lillias Fraser.
Venceu o prémio literário Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa com o livro de poesia A Terceira Miséria.
Foi galardoada com o Prémio Camões, em 2015.
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Fascinação Seguido de A Dama Pé-de-Cabra«Deus impedia o encontro dos irmãos que, a suceder, os amantizaria.Estavam às vezes próximos, tão próximos nas suas correrias pelos bosques que os seus cavalos se empinavam e riscavam com as patas da frente no vazio. E digo bem: vazio. Pois o Senhor mandava a sua legião dos anjos rarefazer os ares com as suas asas, tornando o sítio terra de ninguém. Às vezes, a mais grossa escuridão caía entre eles e, no entanto, era meio-dia. Muito à distância, a Dama Pé-de-Cabra esticava os negros beiços e uivava. Porém, não conseguia competir.» -
As Troianas“Estas revividas Troianas são um drama notável, que brilha com luz própria e desenha em cuidada filigrana verbal a complexidade imensa da Hélade — não uma apenas, mas ‘tantas Grécias quantos os leitores’. Tot Graeciae quot lectores, poderia de facto dizer-se, deixando que a mimesis expanda o princípio da criação artística e sensorial, sobrepujando a experiência política e legal.” -
A Ilha Encantada - Versão para Jovens de A Tempestade de William Shakespeare«O próprio texto tem, aliás, parecenças com esses espectáculos de luz feitos para encantar, esplendorosos, fátuos e um bocadinho assustadores. A sua recepção entre as crianças é um assunto muito delicado. No meu trabalho, comecei por atender aos pedidos das gentes mais sensatas e substituí "A Tempestade" - que, ao que dizem, podia causar estremecimento - por "A Ilha Encantada", pois que é assim referida pelo autor. E, quanto a sensatez, achei bastante.»Do Prefácio de Hélia Correia -
ContosDe todos os contos que escreveu até hoje, Hélia Correia escolheu para esta antologia somente aqueles de que continua a gostar. São seis, a saber: "Eirene'', '"Capadores", '"Nessa Noite", '"Sul", "Doroteia" e "'A Compaixão", este último a resvalar para a novela. '"Doroteia" foi originalmente escrito ern inglês, pelo que dele se faz uma edição bilingue. -
Adoecer«Havia nela como que uma falha que provinha talvez da exaustão e da deficiência alimentar, dando-lhe um ar furtivo, de gazela, que fez cair as apresentações. Lizzie passou para detrás da porta abandonada que servia de biombo e regressou vestida de rapaz. Apanhara o cabelo sobre a nuca. Mostrava as pernas e isso produzia um curioso efeito assexuado. Gabriel adiantou-se e começou a ocupar-se da figura que faltava, não nos papéis de esboço, mas na tela. As personagens masculinas já se achavam muito avançadas. Ele posara para o bobo. Os pré-rafaelitas provocavam situações de entreajuda em que existia, a par de exibição, sinceridade. Deverell e Millais arrefeciam, de pé, imóveis e a perder entusiasmo. Viam em Lizzie a rapariga magra e de feições irregulares que até então não tinham visto. A narrativa de Walter, que avassalara o próprio narrador, deixava de exercer influência e a temperatura dos seus corpos ressentia-se. Esfregavam os braços, percebendo toda a impiedade do Inverno. Observavam Rossetti e Miss Sid que estavam sós, naquilo que talvez fosse o encontro do pintor com o modelo. Porém sentiam desconforto, como se presenciassem uma cena íntima. Lizzie, que mantivera a posição sem vacilar nos dias anteriores, vergava as costas, inclinada para o chão. Era um abatimento poderoso sob o qual circulava alguma glória. John Everett Millais compreendeu a origem do fascínio de Miss Sid. Tinha um corpo selado na tragédia, um apetite sacrificial. Hei-de pintar esta mulher, pensou. Imaginava-a num cenário de narcisos. Não sabia que estava a vê-la morta. » -
A Terceira MisériaEm A Terceira Miséria Hélia Correia invoca o esplendor da Grécia Antiga nos actuais tempos de crise.
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Os Pandas que PrometeramNo alto das montanhas, a Miko e a Kira, duas pequenas irmãs pandas, vivem muito aconchegadas e protegidas pela mãe, a quem prometeram ficar por perto e tomar sempre conta uma da outra. No entanto, à medida que crescem, a Kira quer descobrir o mundo. Então, um dia, resolve partir à aventura, para longe, e a Miko tem de escolher qual das promessas quebrar: deve seguir a irmã, para tomar conta dela, ou ficar perto da mãe?Esta é uma maravilhosa história sobre o amor entre irmãos, o sentimento que une pais e filhos e… a importância das promessas que não queremos quebrar.Tradução de Carla Maia de Almeida -
Respeitem-se! E Tratem-se BemÉs uma pessoa única no mundo.As meninas e os meninos da tua turma também são únicos.Podes gostar muito de uma coisa e outra pessoa não gostar nada.Há quem cante muito bem. E quem seja incrível a ler em voz alta, a correr velozmente ou a jogar às escondidas.SOMOS DIFERENTES!Mas… sabes o que temos em comum? Todos gostamos de ser bem tratados. E, para isso, há certas coisas que temos de saber.Com este livro, vais aprender que o RESPEITO é a regra mais importante do planeta Terra. -
Lá vamos Nós numa Caça aos OvosLá vamos Nós numa Caça aos Ovos!Vamos encontrá-los todos. Estamos MESMO felizes. QUE BOM, a Páscoa chegou! Junta-te aos coelhinhos da Páscoa nesta divertida caça aos ovos! Há dez ovos escondidos e tens de os encontrar. Mas, cuidado, há um lobo à espreita! O presente da Páscoa perfeito, com todas as alegrias da primavera! Estimula a curiosidade, promove o treino da motricidade fina e desafia o leitor na resolução de problemas. -
Pai, Só Mais Cinco Minutos!A noção de tempo não é igual para pais e filhos, mas uma coisa é certa... cinco minutos podem fazer toda a diferença no dia a dia familiar!Um livro terno e divertido, da autora premiada Marta Altés, para todas as crianças incansáveis e para todos os pais que precisam de descansar.Um livro perfeito para ler às crianças na hora de irem dormir. -
O Leão Que Temos Cá DentroNão tens de ser grande nem valente para encontrares a tua voz. Nem sempre é fácil ser pequeno. Mas quando o Rato parte em viagem à procura do seu rugido, descobre que até a mais pequenina criatura pode ter um coração de leão. -
O Amor nas Pequenas CoisasO amor está nas pequenas coisas.Num beijinho, num sorriso, numa chávena de chá.Só eu e tu, sentados tranquilamente.O amor está num abraço, numa mão que está sempre lá, para ajudar a levantar. -
Truz-Truz"Truz Truz! Quem é?! É a menina pequenina que tem uma meia rota no pé?" Assim começa esta pequena grande adivinha, contada em verso e cheia de humor, que dá vida a um bairro e a todas as personagens fascinantes que podemos encontrar no nosso dia a dia. -
O meu PAI é meu!O meu pai é tão grande — mas tão grande, mesmo! — que, quando estica os braços e o olho de baixo, é crescido e crescido!É tão alto que parece nunca mais acabar!Aos olhos deste menino, o seu pai é um verdadeiro gigante: forte e poderoso, ternurento e divertido, compreensivo e amigo… É assim que Eduardo Sá nos revela a admiração e o amor que uma criança sente pelo seu pai e vice-versa. Uma relação mágica, divertida e comovente, ilustrada com a ousadia e a vivacidade de Paulo Galindro.



