O Mundo em que Vivi
Numa escrita inexcedivelmente sóbria e transparente, e através de breves episódios, este romance conduz-nos em crescendo de emoção desde a primeira infância rural de uma judia na Alemanha, pelos finais da Primeira Guerra Mundial, até ao avolumar de crises (inflação, desemprego, assassínio de Rathenau,aumento de influência e vitória dos Nazistas) que por fim a obrigam ao exílio mesmo na iminência de um destino trágico num campo de concentração. Há uma felicíssima imagem simbólica de tudo, que é a do lento avançar de uma trovoada que acaba por estar «mesmo em cima de nós». Assistimos aos rituais judaicos públicos e domésticos, a uma clara atracção alternativa entre a emigração para os E.U. e o sionismo. Fica-se simultaneamente surpreendido pela correspondência e pelas diferenças entre o adolescer e o viver adulto em meios culturais muito diversos, pois há relances de vida religiosa luterana, católica e de agnosticisrno à margem da experiência judaica ortodoxa. Perpassam figuras familiares de recorte nítido: os avós da aldeia, o pai, negociante de cavalos, desfeiteado por anti-semistas e falecido de cancro, os tios progressistas Franz e Maria, o avô Markus, a amorável avozinha Ester (kleine Orna), Paul (o jovem quase namorado que se deixa intimidar pelo ambiente), Kurt (o jovem enamorado assolapado, culto e firme nas suas convicções). A acção é desfiada numa sucessão de fases biográficas progressivamente dramáticas — e nós acabamos por participar afectivamente de um destino ao mesmo tempo muito singular e muito típico, que bem nos poderia ter cabido. Um romance de características únicas na literatura portuguesa — e emocionantemente certeiro.
Oscar Lopes, Novembro de 1989
| Editora | Afrontamento |
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| Editora | Afrontamento |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ilse Losa |
Ilse Losa nasceu na Alemanha. Frequentou o liceu em Osnabruck e Hildesheim e depois um Instituto comercial em Hannover. A sua qualidade de judia criou-lhe embaraços no seu país, de onde foi forçada a sair. Na Inglaterra teve os primeiros contactos com escolas infantis e com os problemas das crianças. Refugiou-se em Portugal, aqui casou, adquirindo a nacionalidade portuguesa. A sua já vastíssima obra inclui romances, contos, crónicas, trabalhos pedagógicos e literatura para crianças. Tem colaborado em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses, está representada em várias antologias de autores portugueses e ela própria colaborou na organização e traduziu antologias de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Traduziu do alemão alguns dos mais consagrados autores. Em 1984 recebeu o Grande Prémio Gulbenkian, premiando o conjunto da sua obra para crianças. Alguns dos seus livros estão também publicados na Alemanha e em França.
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Sob Céus Estranhos«Será preciso chegar a autora de Sob Céus Estranhos para nos dar, a propósito do tema da adaptação de um imigrado judeu, o mais perfeito retrato da cidade do Porto dos anos 40 (para não dizer o único retrato), que continua a estar certo para a cidade do Porto dos anos 60, como talvez venha a estar para a dos anos 80, ou mesmo mais. Sob Céus Estranhos é um livro novo na sua bibliografia e, sem qualquer exagero, um belo livro. Beleza que não é aparente dos estilos labo-riosos, engalanados de ver a Deus, mas a que resulta de uma linguagem simples, linear, discretamente poética, façanha sempre singular quando brota de alguém que só na idade adulta ouviu pela primeira vez o idioma que nessa linguagem se vasou». Alexandre Pinheiro Torres in Jornal de Letras e Artes, 1962 Foi lançado na Alemanha em 1989, juntamente com O Mundo em que Vivi. -
Caminhos Sem DestinoSão 44 os contos que fazem parte deste livro, grande parte deles já anteriormente publicados: em antologias, em revistas portuguesas ou alemãs, ou mesmo isoladamente. Aparecem-nos agora reunidos numa antologia que pretende ser definitiva, expurgada de alguns contos que a autora considerou menores, e não será de admirar se encontrarmos outros bastantes reformulados. Ilse Losa não consegue reler a sua obra sem constantemente a modificar, cortando aqui, acrescentando ali, alterando pormenores. A qualidade de grande contista foi descoberta já nos anos 50 por João Gaspar Simões, e foi sendo reconhecida ao longo de todos estes anos por vários críticos literários, portugueses e alemães. -
Ida e Volta - À Procura de BabbitFoi em 1960, tendo sido um êxito de livraria, que saiu a 1.ª edição desta obra de Ilse Losa, após uma viagem que efectuou aos Estados Unidos, em 1958, e aproveitando as cartas que ao longo da sua estadia regularmente enviava ao marido Arquitecto Arménio Losa. Chame-se-lhe crónicas de viagem, ou diário, este livro reflecte as impressões de uma viajante sensível, observadora e lúcida, que transforma em vida interior toda a experiência recolhida: as pessoas observadas, os pequenos factos consciencializados, a paisagem humana, fundem-se neste livro, com toda a naturalidade, com os grandes problemas dessa (?) época: o preconceito racial, a injustiça contra os negros, o perfil da realidade social norte-americana. Ao reeditar Ida e Volta, à procura de Babbitt, Ilse Losa não deixou de fazer aquilo que sempre é costume: rever, cortar aqui, reescrever acolá, depurar: sendo a mesma obra, trata-se de «outro» livro, com uma escrita mais cuidada, mais trabalhada. -
À Flor do Tempo - CrónicasEste livro recolhe crónicas de Ilse Losa, dispersas por jornais e revistas ao longo de quase meio século e configura, para lá da diversidade dos temas, das circunstâncias e dos estados de alma, uma das facetas mais vincadas da actividade da escritora, tão atenta às gentes e às realidades do Porto, como entregue à evocação da terra natal, a Alemanha. Meia centena de textos onde confluem as experiências vividas no mundo real com o projecto latente da sua transformação no voo ficcional. O livro conta com um posfácio de Américo Oliveira Santos, docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. -
Beatriz e o PlátanoA história de uma menina - a Beatriz - que todos os dias vê diante da sua janela um enorme plátano, de tronco grosso e copa farta. Para Beatriz, aquela árvore fazia parte da sua vida, tal como um bom amigo. Ora, certo dia, as autoridades decidem deitar o plátano abaixo, a pretexto de árvore tão antiga não se enquadrar na moderna paisagem que elas tinham planeado para a cidade. E é a determinação da Beatriz em defesa do seu velho amigo que acaba por dissuadir as ditas autoridades de levarem a cabo o seu plano. -
Um Fidalgo De Pernas CurtasDe cão fino e habituado a todos os luxos, o nosso herói - o Fidalgo (que ao longo da história vai tendo vários nomes, consoante os vários donos) -, acaba por ir ter a uma «ilha» da cidade do Porto onde, como é sabido, mora apenas gente de poucos recursos. Aí conhece um rapazito - o Estrelinhas - e entre os dois nasce uma sólida amizade. O destino, contudo, interrompe abruptamente essa ligação e leva o Fidalgo de volta a uma vida de luxo e requinte. Finalmente, após várias aventuras/desventuras, os dois amigos reencontram-se. Uma história repleta de ternura e carinho, que constitui um verdadeiro hino à amizade. -
O Príncipe NaboSer princesa e poder escolher um príncipe deveria ser uma tarefa fácil. Mas para a Princesa Beatriz, a quem nada nem ninguém satisfaz, é um tremendo aborrecimento, e ainda aproveita para zombar dos pobres pretendentes. Cansado dos caprichos da Princesa, o Rei decide dar-lhe uma boa lição... A coleção Educação Literária reúne obras de leitura obrigatória e recomendada no Ensino Básico e Ensino Secundário e referenciadas no Plano Nacional de Leitura. -
O Mundo em que ViviNum registo autobiográfico, "o mundo em que viveu" Ilse Losa vai-nos sendo revelado de uma forma tão bela e tão doce que contrasta com a realidade obscura e sombria que qualquer família judia começa a viver no final da Primeira Guerra Mundial na Alemanha. "Era como se alguém começasse a medir a distância da trovoada, o tempo entre o relâmpago e o trovão. Cada quilómetro significava um ano. Uma voz conta: um, dois, três, quatro, cinco… Um estrondo medonho faz estremecer a terra, e uma voz cheia de horror exclama: Agora está mesmo por cima de nós!" A coleção Educação Literária reúne obras de leitura obrigatória e recomendada no Ensino Básico e Ensino Secundário e referenciadas no Plano Nacional de Leitura. -
A Visita ao PadrinhoTRÊS HISTÓRIAS de Ilse Losa em que o humor, a ternura, o insólito e o imaginário se entrecruzam e quase se confundem.Gente vulgar, animais vulgares, que vivem histórias invulgares. Ou serão, apesar de tudo, também vulgares?
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O Príncipe NaboSer princesa e poder escolher um príncipe deveria ser uma tarefa fácil. Mas para a Princesa Beatriz, a quem nada nem ninguém satisfaz, é um tremendo aborrecimento, e ainda aproveita para zombar dos pobres pretendentes. Cansado dos caprichos da Princesa, o Rei decide dar-lhe uma boa lição... A coleção Educação Literária reúne obras de leitura obrigatória e recomendada no Ensino Básico e Ensino Secundário e referenciadas no Plano Nacional de Leitura. -
Graças e Desgraças da Corte de El-Rei TadinhoPlano Nacional de LeituraLivro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada."Não se trata do retrato de mais um rei de Portugal. El-Rei Tadinho, sua futura mulher (uma fada desempregada, que entretanto se fizera passar por bruxa) e restante família vivem algumas desgraças ora do campo do quotidiano ora do fantástico. O rei oferece a filha (que não tem! — só mais tarde dá pelo engano) em casamento a um dragão; a única bruxa do reino, embora contrariada, decide ajudá-lo; o dragão engana-se e casa com esta última... É impossível não se achar graça, tal a ironia, a prodigiosa imaginação e o alucinante desenvolvimento. (A partir dos 8/9 anos)." -
O RecrutaOs agentes da CHERUB têm todos menos de dezassete anos. Vestem calças de ganga e t-shirts, e parecem crianças perfeitamente normais mas não são.Eles são profissionais treinados, enviados para missões de espionagem contra terroristas e traficantes de drogas temidos internacionalmente.Mas, para efeitos oficiais, estas crianças NÃO EXISTEM.James é o mais recente recruta da CHERUB. É brilhante a matemática e a CHERUB precisa dele. Esperam-no cem dias de recruta.A aventura está a começar... -
O Diário de um Banana 18 - Fritar a Pipoca«Todos sabemos que o Greg nunca foi um aluno empenhado. Por isso, quando ameaçam fechar a escola, ele não está nem aí para o assunto e até fica com um ligeiro brilho no olhar.Só que o caso muda de figura quando o Greg percebe que aquele encerramento significa ir para uma escola ainda pior. Isso, sim, é uma verdadeira tragédia!É hora de arregaçar as mangas e arquitetar um plano para evitar o que parece inevitável. Mas será que o Greg vai conseguir arranjar a solução perfeita antes de FRITAR A PIPOCA?» -
Caos Total 1 - Segunda-feira – Na Caverna dos LadrõesO dia a dia do Dário Faz-Tudo nunca é aborrecido.Na segunda-feira, quando se preparava para se deliciar com o seu sumo de sáurio e a sua tigela de cereais, foi atacado por um grupo de vigaristas-guerreiros, prontos para o combate, e pelo Gato-Diabo de duas caudas. E tudo isto antes do pequeno-almoço!A situação só tende a piorar quando o Dário vai para a escola e se vê obrigado a lidar com inúmeras Situações de Caos Total, incluindo os misteriosos desaparecimentos de um troféu de Campeão do Mundo de Bola-Saltadora e do frasco de perfume mais caro do mundo.Onde será que tudo isto vai dar? Talvez os túneis secretos que existem debaixo das salas de aula possam dar uma ajudinha... -
Era uma vez o 25 de AbrilJosé Fanha viveu o 25 de Abril de 1974 com espanto, alegria e felicidade, como muitos outros jovens de então.Com o passar dos anos, percebeu que os jovens de hoje pouco sabem desses dias distantes. Resolveu então contar a história de como era Portugal antes da Revolução dos Cravos, como se desenrolaram os dias do 25 de abril e como surgiu o Movimento das Forças Armadas que o fez acontecer.Não quis fazer um livro de História. Quis antes falar desse período como quem conta uma história fantástica e complexa, heroica, pertida e contraditória, mas maravilhosa e verdadeira. -
Lá Fora - Guia Para Descobrir a NaturezaLá Fora De quem será esta pegada? O que faz aqui esta minhoca? Será um sapo ou uma rã? Como se chama esta árvore? Mesmo que moremos numa grande cidade, existe sempre natureza lá fora: nuvens e estrelas, árvores e flores, rochas e praias, aves, répteis ou mamíferos. O que esperamos então? Saltemos do sofá e iniciemos a exploração! Criado com a colaboração de uma equipa de especialistas portugueses, este livro pretende despertar a curiosidade sobre a fauna, a flora e outros aspetos do mundo natural que podem ser observados em Portugal. Inclui também propostas de atividades e muitas ilustrações, para ajudar toda a família a ganhar balanço, sair de casa e descobrir - ou simplesmente contemplar - todo o mundo incrível que existe "Lá fora". -
AVENTURAS DE UMA RAPARIGA COMO TU N.º 4 - QUE DRAMA!Tu e as tuas amigas estão a passar por cenas que mais ninguém entende?Estás quase a desistir de tentar que te compreendam? Às vezes, não sabes se deves rir ou chorar? Então, olha: este livro é mesmo para ti.A vida da Lottie continua… bem, continua um desastre. Acham que estamos a ser dramáticos? Maybe not. Depois do escaldão épico das férias de verão, está presa em casa, enquanto as amigas vão ao Quick’n’Chip sem ela - que lata! - e os pais a deixam sozinha para terem uma noite romântica. Que nojo!Mas, calma, vem aí uma viagem com a escola, durante uma semana inteira, e a Lottie nunca esteve tanto tempo sozinha! A verdade é que a superviagem traz surpresas menos boas. Pois, é que as miúdas do campo onde vão ficar são megamás, a bestie Jess parece que já só quer estar com a nova amiguinha Isha, e o diário da Lottie é rou-ba-do. Que drama!Cheio de momentos embaraçosos, amizades com altos e baixos e coisas inacreditáveis, este é o quarto livro da série Aventuras de Uma Rapariga como Tu, que segue o dia a dia da dramática e divertida Lottie, mesmo a entrar na adolescência.