O Sotaque do Porto
Um conjunto de textos de Arnaldo Saraiva, alguns deles anteriormente publicados, enquadrados por (ou que enquadram) fotografias a preto e branco de Duarte Belo, tratam as imagens de aspetos do espaço urbano da cidade do Porto, do rio Douro, do seu encontro com o mar.
| Editora | Afrontamento |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Afrontamento |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Arnaldo Saraiva, Duarte Belo |
Arnaldo Saraiva é professor emérito da Universidade do Porto, em cuja Faculdade de Letras ensinou ao longo de décadas, tendo também ensinado na Universidade Católica (Porto), na Universidade de Paris-Sorbonne Nouvelle e na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Integrou direções de instituições portuenses como a Cooperativa Árvore, o Boavista Futebol Clube e a Fundação Eugénio de Andrade, e é autor de uma extensa obra repartida pela poesia, pela crónica, pelo ensaio e pela tradução.
-
Dar a Ver e a se Ver no Extremo: O Poeta e a Poesia de João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto (Recife, 1920 - Rio de Janeiro, 1999) é «talvez a mais original e consistente personalidade poética que já houve no Brasil».Descendente de senhores de engenho, segundo de sete irmãos, parente de ilustres homens de letras como, entre outros, o dicionarista António de Moraes Silva, o poeta Manuel Bandeira e o antropólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi jogador de futebol juvenil no Recife, tipógrafo amador em Barcelona, historiador e diplomata, com passagem por vários países, incluindo Portugal, mas viveu sempre mobilizado pela poesia. Na sua produção poética, iniciada em 1937, podemos apontar obras primas como Psicologia da Composição, Morte e Vida Severina, A Educação pela Pedra, Agrestes; mas em quase todos os seus poemas é notório o rigor da construção, o gosto pelo concreto, a fuga ao enfático e ao comum sentimentalismo lírico, assim como a lucidez da visão e o empenho em desmoralizar ou desmoronar os podres poderes do mundo, nordestino ou outro. -
Orlando RibeiroEste é um livro de grande afecto e a homenagem fotográfica de Duarte Belo ao grande geógrafo Orlando Ribeiro. Que a homenagem comece na viagem pelo interior da sua casa para depois se prolongar no mais amplo e alto espaço português, o da Serra da Estrela, demonstra a assumida cumplicidade no profundo amor de ambos, geógrafo e fotógrafo, à nossa terra, apesar da diferença geracional. Mas Duarte Belo dá-nos ainda uma mão cheia de belos textos traduzidos para francês por Suzanne Daveau. É um livro de amor, como observou atentamente Tereza Siza. -
Ruy Belo - Coisas de SilêncioHá poetas que sempre foram lidos e amados por um grupo mais ou menos devotado de seguidores. Ruy Belo é um desses poetas de culto que não parou de crescer desde os começos dos anos 60. A sua vida reabilitou e engrandeceu o quotidiano. Previu, poeticamente e com o coração, deslocações sociais e mesmo políticas. Procurou que a sensibilidade redimisse as pequenas entorses de um país de gente com pouco jeito para os negócios. Talvez por tudo isto, e muito mais, parece finalmente ter chegado a hora grande de Ruy Belo, isto é, do reencontro com o país puro que ele mesmo procurou até ao íntimo de si mesmo. O livro de fotografias e, principalmente, de amor de Duarte Belo inclui belos textos, entre eles o fundamental ensaio do poeta Manuel Gusmão acompanha a exposição bibliográfica de Ruy Belo. Este livro, juntamente com a exposição, constituem dois contributos complementares para melhor conhecer o homem envolto na integridade da sua poesia. -
Portugal Luz e Sombra«Orlando Ribeiro (1911-1997), um dos mais proeminentes geógrafos portugueses, fotografou exaustivamente o território nacional a partir de 1937. Durante quase cinco décadas fixou, pela imagem, o solo e as construções que nos rodeiam. Em 1985, quando arruma a sua câmara fotográfica, Portugal já entrara num processo de mudança que se tornava cada vez mais célere. Em 2011 voltámos a uma grande viagem que fora iniciada em Portugal - O Sabor da Terra e continuada em Portugal Património. Selecionámos um conjunto de fotografias do grande mestre da geografia e regressámos aos mesmos exatos locais das suas tomadas de vista. O que encontrámos não foram apenas alterações, mais ou menos significativas, de aspetos das paisagens e das arquiteturas, mas um tempo civilizacional diferente. Estas fotografias dão-nos conta, com fascínio e inquietação, do poder avassalador do tempo, e das imparáveis construções humanas, na modelação da identidade de um povo.» -
A Linha do TuaEste livro é um levantamento fotográfico da Linha do Tua. Do quilómetro 0, na foz do rio Tua, ao quilómetro 133, em Bragança, a linha oferece o caminho e o objecto que nos guia o olhar. As imagens registam o processo de conquista do vale do Tua pela natureza agreste, e a ambiguidade entre a violência e a delicadeza que o rasgamento da linha infligiu na morfologia do terreno. Essa construção permitiu o estabelecimento de um traçado contínuo e homogéneo, onde circularam comboios durante 121 anos, articulando paisagens que seriam naturalmente diversas. O abandono progressivo da linha pôs em marcha uma apropriação no sentido inverso, um tempo em que a Natureza e o Homem começaram a tomar conta dos materiais e das suas formas. O olhar de Duarte Belo regista estes processos sem complexos, com a calma e o tempo do percurso pedestre e com particular reverência ao valor patrimonial dos objectos e da paisagem. O resultado é um registo extensivo do que foi a Linha do Tua. Duarte Belo (Lisboa, 1968). Iniciou actividade como arquitecto e desde 1989 trabalha como fotógrafo. Tem levado a cabo um levantamento fotográfico sistemático da paisagem portuguesa, tendo publicado vários livros sobre o tempo e a forma do território português. O livro contou com a colaboração de Luís Oliveira Santos, a edição foi coordenada por André Tavares e desenhada por Alfaiataria. A Dafne Editora agradece o apoio da Quinta dos Murças à edição do livro. -
Alberto Carneiro - Natureza DentroNesta natureza intacta, cidade imaginária, nos encontramos. Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Alberto Carneiro – Árvores e Rios», com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 10 de Junho a 23 de Setembro de 2017. Este trabalho é sobre o projeto, sobre o desenho. É sobre a terra, sobre a arte, sobre as «cidades». É sobre a natureza, sobre a transparência da opacidade do que não vemos, sobre a densidade de um mundo fascinante. […] Conheci pessoalmente Alberto Carneiro em Outubro de 1987, como seu aluno na disciplina de Desenho, do segundo ano do curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Trinta anos decorreram desde essa data. Nesta natureza intacta, cidade imaginária, nos encontramos. Em mim ficou esse fascínio da ligação entre o ensino e a obra, os diálogos do olhar, as conversas que mantivemos depois de terminado o ano, os contactos esparsos ao longo destas três últimas décadas. A amizade, uma profunda admiração e gratidão. A maquete deste livro foi apresentada a Alberto Carneiro e por si bem recebida. À data desta publicação já não podemos contar com a sua presença. A sua obra e a sua visão, permanecem. [Duarte Belo] -
Magna Terra - Miguel Torga e outros lugaresAinda que sobre estas terras caia o esquecimento, de uma humanidade que esconde o seu medo da natureza na profundeza frágil das cidades, um dia talvez tenhamos que regressar a estes territórios.Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Magna Terra – Miguel Torga e outros lugares», de Duarte Belo, realizada no Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, Sabrosa, de 17 de Janeiro a 31 de Março de 2018.Torga foi um dos mais singulares intérpretes de um tempo que passou, de uma comunidade, quase um país inteiro, que tinha raízes e garras presas a uma antiguidade remota, de feição animal, faminta, de uma sobrevivência em luta tenaz contra a pobreza na mais absoluta falta de liberdade. Torga fala-nos deste passado, mas também da permanência, da dureza das matérias do quotidiano, da suavidade amarga da memória de homens e mulheres. Dignidade e resistência. Esta é a magna terra que nos acolhe, Miguel Torga, escritor de um século. Agora, caminhamos sobre uma ausência deixada na terra.[…]Acordámos numa leitura do universo geográfico, próximo, de Miguel Torga: São Martinho de Anta e os territórios envolventes. São as paisagens do santuário de Nossa Senhora da Azinheira até ao Douro, de Sabrosa à Serra do Alvão. Há outros lugares que foram muito marcantes na vivência de Torga, particularmente Coimbra. A opção de ficarmos pela região onde nasceu, prende-se com o significado que a mesma assume na génese e no carácter de toda a sua obra literária. Há uma marca nestas terras transmontanas que permanece, há aqui um vinco telúrico de que Torga foi um exímio descodificador e singular voz. As suas palavras refletem paisagens que nenhuma fotografia pode revelar.Não deixámos, no entanto, de ensaiar uma viagem imaginária. Praticamente todas as fotografias foram feitas em 2017, especificamente para esta edição e exposição; há duas exceções, as fotografias do Santuário Rupestre de Panóias, de 2015, e as últimas fotografias, a preto e branco, retiradas de um arquivo que, há mais de 30 anos, constrói aproximações à representação do espaço português.[Duarte Belo] -
O Sentimento do Porto: A Feeling for OportoEste belo álbum sobre a cidade do Porto, organizado por Arnaldo Saraiva, com fotografias de Luís Ferreira Alves, design de João Machado e textos em prosa de alguns historiadores e reconhecidos escritores (em edição bilingue, português e tradução para o inglês) dá-nos, como muito bem diz o organizador na sua nota introdutória, uma "imagem" geral do Porto, "que soube afirmar a sua personalidade e tornar-se uma das mais fascinantes cidades mundiais". O livro divide-se em várias partes: "Vistas Gerais", com textos de Jaime Cortesão, Agustina Bessa-Luís, Eugénio de Andrade e Vasco Graça Moura; "Imagens do Porto Antigo", textos de Armindo de Sousa, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Gaspar Martins Pereira; "Espaços", textos de Júlio Dinis, Almada, Arnaldo Saraiva, Helder Pacheco, Raul Brandão; "Gentes" Júlio Dinis, Camilo, Ruben A, Rebordão Navarro, Raul Simões Pinto; "Desastres". Textos de Arnaldo Gama, Pinheiro Chagas, Raul Brandão; "Festas", textos de Gaspar Martins Pereira, Ramalho Ortigão, Saraiva; e "Carácter", textos de Sampaio Bruno, Miguel Torga e Arnaldo Saraiva. Em certas manhãs vidradas e em que o nevoeiro se não dissipa, andamos ao acaso entre a gente da rua, e o acaso transforma-se em companhia de cativeiro antigo. Reconhecemo-nos nos mais estranhos rostos (...) Agustina Bessa-Luís -
Anedotas do NemésioVitorino Nemésio (Angra do Heroísmo, 1901 - Lisboa, 1978) - o Nemésio, como quase toda a gente o referia - foi professor universitário, poeta, romancista, contista, crítico, ensaísta, biógrafo, epistológrafo, memorialista, cronista, jornalista e autor-apresentador do programa televisivo Se bem me lembro. Mas foi também autor e protagonista, voluntário ou involuntário, de anedotas que, ao contrário dos seus outros textos, nunca foram reunidas e publicadas em conjunto e, mau grado a extensa fortuna crítica dele, nunca foram estudadas. A literatura de Nemésio, incluindo as suas anedotas, dá conta de um homem raro, culto e humaníssimo, de um criador de excepção, e de uma figura popular que não é nenhuma anedota, pois é um caso muito sério da cultura portuguesa.
-
O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».
