Retratos da Fundação - Regras de Isolamento
Quem nos dá a mão quando estamos isolados?
Uma escritora e um fotógrafo, um casal, vivem em torno da casa, fechados em casa, durante o estado de emergência. Combinando anotações fotográficas com ficções, ensaios e crónicas, compõem este "Regras de isolamento", o registo muito pessoal da passagem desses dias. Reflexão sobre a pandemia, a conjugalidade e a vida fora do centro, este livro é não só um diário do confinamento e da quarentena, mas também uma reflexão existencial.
| Editora | Fundação Francisco Manuel dos Santos |
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| Coleção | Retratos da Fundação |
| Categorias | |
| Editora | Fundação Francisco Manuel dos Santos |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Humberto Brito, Djaimilia Pereira de Almeida |
Humberto Brito é fotógrafo e professor de Teoria da Literatura na Universidade Nova de Lisboa. Em 2019, publicou "Avaria".
Djaimilia Pereira de Almeida escreveu, entre outros, Luanda, Lisboa, Paraíso e Três Histórias de Esquecimento. A sua obra encontra-se traduzida em dez línguas e recebeu inúmeros prémios, em Portugal e no Brasil, incluindo o Prémio Oceanos. Escreveu no New York Times, Granta, Words Without Borders, La Repubblica, Folha de S. Paulo, Neue Zürcher Zeitung, Serrote e ZUM, entre muitas outras publicações. Na Primavera de 2022, foi a escritora residente da Literaturhaus Zürich. Em 2023, foi distinguida com o Prémio FLUL Alumni, atribuído pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou. Djaimilia vem colaborando com artistas visuais, compositores, actores e encenadores. Escreve na revista Quatro Cinco Um. É professora da New York University.
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Pintado com o PéA primeira parte deste livro reúne textos dispersos, escritos pela autora entre 2013 e 2019 e que vão da crónica ao conto e ao ensaio breve. Os temas são tão diversos como “A angústia de não ler o suficiente”, “Vida adulta”, “Uma fotografia com Mariam”, “Canção de um mundo que persiste”, “Longe da praia”, “Pensar com as mãos”, “Direito de desaparecer”, “Morrer pela primeira vez” ou “Chegar atrasado à própria pele”, e ainda vários outros. A segunda parte é formada por dois ensaios, “Inseparabilidade” e “Amadores”. -
Luanda, Lisboa, ParaísoChegados a Lisboa, Cartola e Aquiles descobrem-se pai e filho na desventura. Até que num vale emoldurado por um pinhal, nas margens da cidade mil vezes sonhada pelo velho Cartola, encontram abrigo e fazem um amigo. Será esta amizade capaz de os salvar?«Se o entendimento entre duas almas não muda o mundo, nenhuma ínfima parte do mundo é exactamente a mesma depois de duas almas se entenderem.» Luanda, Lisboa, Paraíso, o segundo romance de Djaimilia Pereira de Almeida, é o balanço tocante de três vidas obscuras, em que esperança e pessimismo, desperdício e redenção, surgem lado a lado. -
Ajudar a CairNesta composição breve sobre vizinhança é acompanhado de perto o Verão de 2016 junto dos residentes do Centro Nuno Belmar da Costa, instituição pertencente à Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, situada no Bairro Residencial de Nova Oeiras. O que implica ser vizinho de alguém? Conheceremos pelo nome as pessoas de quem tomamos conta? Como nos modificam aqueles que não nos lembramos de termos deixado entrar na nossa vida? Estas são algumas das perguntas de fundo que Ajudar a cair tenta fazer e deixar em aberto. -
Esse CabeloO que se passa por dentro das cabecas e mais importante do que o que se passa por fora? Falar de cabelos e sempre uma futilidade? N?o necessariamente, ate porque, segundo a narradora deste texto belo e contundente, e visitar sal?es e uma boa forma de conhecer paises, de aprender a distinguir modos e feic?es e ate de detectar preconceitos. Esta e a historia de uma menina que aterrou despenteada aos tres anos em Lisboa, vinda de Luanda, e das suas memorias privadas ao longo do tempo, porque n?o somos sempre iguais aos nossos retratos de infancia; mas e tambem a historia das origens do seu cabelo crespo, cruzamento das vidas de um comerciante portugues no Congo, de um pescador albino de M'banza Kongo, de catolicas anci?s de Seia, de crist?os-novos macons de Castelo Branco - uma familia que descreveu o caminho entre Portugal e Angola ao longo de quatro gerac?es com um a- vontade de passageiro frequente. E, assim, ao acompanharmos as aventuras deste cabelo crespo - curto, comprido, amado, odiado, tantas vezes esquecido ou confundido com o abismo mental -, e tambem a historia indirecta da relac?o entre varios continentes - a uma geopolitica - que inequivocamente assistimos.Ver por dentro: -
A Visão das PlantasFoi ao ler Os Pescadores de Raul Brandão que Djaimilia Pereira de Almeida encontrou a frase que haveria de inspirar anos depois A Visão das Plantas. Raul Brandão fala de personagens que conheceu quando era levado pela mão até ao colégio. Entre eles, estava o capitão Celestino: "(T)endo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje me não lembro sem inveja. Falava pouco. (...) A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino... Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo." -
As TelefonesAs Telefones é uma homenagem ao género literário da diáspora, o telefonema.“Um dia, ainda vamos ter férias de cruzeiros, filha, vais ver. Um dia, ainda vamos num desses barcos com piscina comer bolinhas de melão, beber champanhe, o mambo todo, nós duas pretas finas e uns criados de lacinho a encherem-nos as taças. A Mamã acredita, filha. Deus é fiel. Vai chegar a nossa vez. Férias mesmo já estão no fim, eh, filha. Passou rápido. Passa bem rápido. Não chora, não. Tempo corre, corre. Mas a Mamã sabe, filha. Um dia, vamos.” -
Esse CabeloA descoberta da identidade pode passar por aspectos como o tipo de cabelo. É o que sucede com a protagonista deste primeiro e marcante romance de Djaimilia Pereira de Almeida. -
MaremotoEla vive na Rua do Loreto, na paragem do 28. Ele, o combatente, estaciona carros ruas abaixo, na António Maria Cardoso. Maremoto narra a amizade entre ambos, avô e neta acidentais, catástrofe e salvamento. De Lisboa a uma Bissau imaginada, Boa Morte da Silva, arrumador de carros, arruma a sua vida, escreve-se, dirigindo-se à filha que mal conhece. “Vou cegar minha dor para a minha dor não encontrar teu coração. Que a minha dor nunca encontre o teu caminho, Aurora. Que a minha dor nunca te encontre.” -
A Interrupção dos Sonhos — Ensaios sobre Fernando PessoaNeste conjunto de ensaios, Humberto Brito discute aspectos centrais da obra de Fernando Pessoa (o que são “heterónimos”, “ortónimo”, “histero-neurasténico”, “impessoalidade”). Fá-lo a partir de textos habitualmente negligenciados, como “Carta da Corcunda ao Serralheiro”, “Um Grande Português”, “O Homem de Porlock”, ou os escritos de Pessoa sobre “O Problema Ibérico”. -
Os GestosOs Gestos reúne notas de regresso a casa sob a forma de migalhas deixadas no caminho. Anotações biográficas, ficções curtas, ensaios mínimos, fixações, sinais, lembretes, bilhetes, notas de leitura, acenos: memorabilia das mãos que nos dão a mão quando caímos.
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.