A Distinção - Uma Crítica Social da Faculdade do Juízo
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«CONTRA O DISCURSO nem verdadeiro nem falso, nem verificável nem falsificável, nem teórico nem empírico, que, tal como Racine não falava de vacas, mas de vitelos, não pode falar do salário mínimo ou das camisas interiores da classe operária, mas apenas do "modo de produção" e do "proletariado" ou dos "papéis" e das "atitudes" da lower middle class, não basta demonstrar; é preciso mostrar, objectos e até pessoas, fazer tocar com o dedo - o que não significa mostrar com o dedo, apontar -, e tentar assim forçar o regresso do recalcado, negando a negação sob todas as suas formas, cuja menor não é o radicalismo hiperbólico de determinado discurso revolucionário.»
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | História & Sociedade |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Pierre Bourdieu |
Pierre Bourdieu
PIERRE BOURDIEU, filósofo e sociólogo francês, nasceu em 1930 e faleceu em 2002. Era, desde 1964, Director da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, director da Revista Actes de la Recherche en Sciences Sociales e Catedrático de Sociologia no Collège de France, desde 1981. Foi um dos pensadores mais marcantes das últimas décadas do Séc. XX.
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Esboço para uma Auto-AnáliseEste texto de Pierre Bourdieu, redigido entre Outubro e Dezembro de 2001, mas em que trabalhava e reflectia há vários anos, interrogando-se nomeadamente sobre a forma que conviria dar-lhe, foi concebido, a partir do seu último curso no Colégio de França, como uma nova versão (desenvolvida, reelaborada) do último capítulo de Para uma Sociologia da Ciência. Para assinalar bem a continuidade entre os dois textos, deu-lhe o mesmo título: Esboço para uma Auto-Análise. Tinha decidido fazer o seu último curso submetendo-se a si mesmo, como num último desafio, ao exercício de reflexividade que tinha constituído, ao longo de toda a sua vida de investigador, numa das etapas preliminares necessárias à investigação científica. -
Para uma Sociologia da CiênciaEsta foi a última obra que Pierre Bourdieu viu publicada em vida, e traduz o curso por ele ministrado no Collège de France entre 2000 e 2001, subordinado ao tema da Ciência. No referido curso pareceu ao autor ser necessário submeter a ciência a uma análise histórica e sociológica que permitisse aos que fazem ciência compreender melhor os mecanismos sociais que orientam a prática científica, tornando-se assim ?donos e senhores?, não só da ?natureza? - velha ambição cartesiana - mas também, e não menos difícil, do mundo social no qual se produz o conhecimento da natureza. -
Sobre o EstadoTema recorrente na obra de Pierre Bourdieu, a questão do Estado não chegou a integrar o livro que deveria unificar a teoria. Mas esta compilação dos textos do curso no Collège de France (1989-1992) permite analisar e estudar este «objecto impensável» de onde, em última instância, todos os poderes tiram a sua legitimidade.Esta análise desfaz a ilusão do «pensamento de Estado», ou a crença num princípio de governo orientado para um bem comum, mas também a do Estado como construção de um aparelho burocrático cuja função seria manter a ordem social.Para o autor, o Estado, «ficção colectiva» mas de efeitos bem reais, é simultaneamente o produto, o resultado e o espaço de uma complexa luta de interesses. -
Homo AcademicusPoderá o sociólogo compreender de forma objetiva o próprio mundo no qual está envolvido? Uma prova temível sobre o mundo universitário à qual se submete o autor deste libro. Para escapar às objetivações parciais da polémica, é necessário apreender o mundo universitário Como um campo onde se confrontam vários poderes específicos que correspondem a trajetórias sociais e escolares e também a produções culturais irredutíveis e até mesmo incompatíveis. É também necessário pôr todas as técnicas de objetivação disponíveis ao serviço da construção do espaço das posições universitárias - e das “espécies” correspondentes do homo academicus. Este espaço, ou seja, a estrutura da distribuição das diferentes espécies de poder está, de facto, na origem das tomadas de posição intelectuais ou políticas dos universitários tanto em período de equilíbrio como em tempo de crise. -
O Poder Simbólico«O conjunto de textos de O Poder Simbólico enuncia, assim, um modo de analisar o social - uma teoria da prática, que deve ela própria ser encarada como um ofício -, associado sempre ao estudo de casos concretos. Estes exemplos sugerem um método que vai ao encontro de muitas das preocupações epistemológicas que o autor enunciou nas entrevistas com Raphael e Chartier, e no diálogo com este último e Darnton, a propósito da história cultural. Desenha-se assim a proposta de uma ciência social integrada, assente, em primeiro lugar, numa crítica histórica às próprias categorias do conhecimento. A sugestão de novas categorias, sínteses e métodos de análise, servida por uma pluralidade metodológica que evita todo o tipo de modismo escolástico - promovido pelos campos segmentados e por aqueles que beneficiam material e simbolicamente de uma tal segmentação - procura criar o que Bourdieu, na "Introdução a uma sociologia reflexiva", designa como constituindo um "novo olhar". De facto, só um novo olhar pode sustentar um projecto alicerçado na pesquisa, onde o tratamento estatístico se articula com a monografia e o estudo de caso, e onde se resolvem tantas antinomias tidas como adquiridas, mas no fundo mero produto de enunciações artificiais ou derivadas de modelos pré-construídos.»
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?
