A Fundação do Exército Português
Apesar deste facto histórico indiscutível, que deve constituir motivo de orgulho de todos os portugueses, quer a Fundação de Portugal, quer a Fundação do seu Exército, continuam a não estar associadas institucionalmente a datas concretas, deixando espaço de intervenção, sempre discutível, aos historiadores e a quem se dedica a estas temáticas.
Qual o momento fundacional do Exército Português? Uma vez analisados os acontecimentos suscetíveis de escolha como momento fundacional do «Exército Português», que se situam entre os anos de 1128 (Batalha de São Mamede) e 1172 (conquista de Beja), podemos agora, com base nas reflexões constantes deste livro, e comparando as suas características fazer a nossa escolha, justificando-a convenientemente.
A Batalha de São Mamede, dita a primeira tarde portuguesa, tem o inconveniente de poder ser considerada como uma guerra civil, dificultando assim a sua escolha.
A Batalha de Ourique é, sem margem para dúvidas, a data (25-VII-1139) da aclamação como Rei de Portugal de D. Afonso Henriques e, assim sendo, a data que poderá corresponder ao nascimento do Reino e do Exército de Portugal.
A conquista de Santarém é um importante marco da ação de D. Afonso Henriques que abriu o caminho mas que não tem a importância atingida pela conquista de Lisboa (24/25-X-1147) que lhe sucedeu e que é, sem dúvida, a mais importante operação militar do reinado, com verdadeiro impacto internacional dando a conhecer ao mundo de então a dignidade real de D. Afonso Henriques e a realidade do Reino de Portugal como entidade independente.
Alcácer do Sal vai abrir o caminho para o avanço da fronteira para sul, permitindo as conquistas sucessivas de Moura, Serpa, Alconchel e Juromenha e das importantes cidades de Évora (1165) e Beja (1172), atingindo a linha mais avançada das conquistas do reinado mas com o inconveniente de que as cidades principais não foram conquistadas em operações sob o comando do Rei.
O resultado deste raciocínio conduz-nos a uma solução – Ourique, 25 de julho – como a data da Fundação do Reino e do Exército Português. E este livro pretende estimular o debate.
| Editora | Fronteira do Caos |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Fronteira do Caos |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | João Vieira Borges, José Varandas, João Gouveia Monteiro |
É professor catedrático da Universidade de Coimbra, onde ensina História Militar e História das Religiões. É investigador integrado do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Fundou e foi presidente da Associação Ibérica de História Militar (s. IV-XVI). Criou e dirige a Academia para o Encontro de Culturas e de Religiões (APECER-UC). Dirigiu as obras História Concisa das Grandes Religiões (Manuscrito, 2021) e História das Religiões: Da origem dos deuses às religiões do futuro (Manuscrito, 2023). É autor de centena e meia de trabalhos científicos, entre os quais três dezenas de livros, sendo o mais recente História Medieval de Portugal. Do Condado ao Império (com A. Resende de Oliveira, Tribuna, 2023). Foi professor convidado na Université Paul Valéry (Montpellier) e estagiou nas universidades de Bolonha e La Laguna (Tenerife). Na sua Alma Mater, foi pró-reitor para a Cultura, diretor da Imprensa da Universidade e diretor da Biblioteca Geral.
-
Crónicas de História, Cultura e CidadaniaA convite da Direcção do "Diário de Coimbra", João Gouveia Monteiro manteve durante quase dois anos uma coluna quinzenal nas páginas deste órgão da imprensa regional. Este livro compila as 40 crónicas que então escreveu, entre Setembro de 2009 e Julho de 2011. Ligeiramente revistas e adaptadas para efeitos desta edição, essas crónicas organizam-se aqui em três territórios confluentes: "Viagens pela História" (20 crónicas, cobrindo temas variados de História política, militar e cultural europeia da Antiguidade, da Idade Média e dos inícios da Época Moderna); "O Olhar da Cultura" (10 crónicas, várias delas sobre o livro e a leitura, em especial entre os jovens); e "Coimbra e Cidadania" (10 crónicas, na sua maioria relacionadas com a vida cultural de Coimbra, com os seus equipamentos e projectos e com os seus mais distintos patronos). São crónicas para todas as idades e profissões, sobretudo para quem gosta de História, de livros e de ... Coimbra! -
Grandes Conflitos da História da Europa - De Alexandre Magno a GuilhermeGrandes conflitos da história da Europa é uma obra que nos propõe uma viagem por cinco momentos decisivos da história do Velho Continente, ao longo de catorze séculos. A batalha de Gaugamela, travada entre Alexandre Magno (o mais brilhante general do Ocidente antigo) e Dario III ("Grande Rei" da Pérsia), em 331 a. C. A batalha de Canas, a mais pesada derrota da história do Império Romano, ferida em 216 a. C., no sul de Itália, no âmbito da guerra pelo domínio do Mediterrâneo que opunha Roma a Cartago (liderada pelo lendário comandante Aníbal Barca). A batalha de Adrianopla, que teve lugar na atual Turquia, em 378 d. C., entre o imperador romano do Oriente e uma coligação de povos bárbaros, anunciando o inevitável advento de uma nova Europa. A batalha de Poitiers, ocorrida na Gália, em 732 d. C., e em que Carlos Martel (avô de Carlos Magno) venceu o exército do governador árabe do al-Andalus e frustrou as ambições muçulmanas de domínio da Gália. E a batalha de Hastings, travada em 1066, no sul de Inglaterra, o combate mais espetacular da Idade Média e em que o duque da Normandia, Guilherme, matou o rei anglo-saxónico, Haroldo II Godwinson, provocando uma viragem no destino das duas maiores potências europeias de então. Trata-se de um livro cuidadosamente ilustrado, que se dirige a um público muito amplo e onde a história política e a história militar se iluminam mutuamente. A obra, evocativa de grandes figuras da história antiga e medieval europeias, é sustentada por uma leitura cuidadosa das melhores fontes escritas e iconográficas à disposição do historiador (como Arriano, Políbio, Marcelino, a Crónica de 754, Guilherme de Poitiers ou a fabulosa Tapeçaria de Bayeux, entre outras). -
O Sangue de Bizâncio: ascensão e queda do Império Romano do OrienteEsta obra visa dar a conhecer a história do Império Romano do Oriente – conhecido como Império Bizantino (séculos IV-XVI). Trata-se de um livro panorâmico, centrado nos aspetos políticos e militares, que pretende facilitar um primeiro contacto com a odisseia milenar da parte oriental do velho Império Romano, derrubado pelos povos bárbaros no século V. Não é possível compreender a Europa atual sem conhecer a história do Império Bizantino; só através dela poderemos perceber o início da expansão muçulmana, o percurso do Cristianismo, a constituição da Igreja Ortodoxa, o aparecimento do alfabeto cirílico, a origem dos nacionalismos balcânicos, a formação do Estado russo, a aventura do pequeno reino da Arménia ciliciana, a epopeia dos Mongóis na Ásia Menor, as Cruzadas na Terra Santa... Este é, pois, um livro de iniciação a um tema quase esquecido pelos historiadores e pelos programas universitários portugueses. E uma porta de entrada num mundo único e fascinante – o do império cor de púrpura, que os Turcos Otomanos acabariam por conquistar em 1453. -
Marquês de Sá da Bandeira : o homem, o militar e o políticoA Academia Militar tem como Patrono o Marquês de Sá da Bandeira, de seu nome Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo (1795-1876), personalidade incontornável da História do século XIX português, enquanto homem, militar e político.Bernardo de Sá Nogueira foi aluno da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho (ARFAD) e, seria mais tarde, em 12 de janeiro de 1837, o reformista desta mesma Academia, a qual viria a denominar-se como Escola do Exército, sendo seu Diretor e Comandante, desde 8 de agosto de 1851 até à data da sua morte, a 6 de janeiro de 1876. Muito se escreveu e escreve sobre Bernardo de Sá Nogueira, no entanto, é na Academia Militar que a sua figura é homenageada anualmente, a 6 de janeiro, na romagem ao seu túmulo, em Santarém, e a 12 de janeiro, data da reestruturação da ARFAD em Escola do Exército (nas cerimónias do Dia da Academia Militar, em Lisboa, no Paço da Rainha). Independentemente da Academia Militar (AM) remontar, como escola superior de formação de oficiais, à ARFAD, criada por D. Maria I, a 2 de janeiro de 1790, a figura do Marquês de Sá da Bandeira, enquanto aluno dessa Academia, continua a ser a referência ímpar de homem, de militar e de político para os oficiais do Exército (e, desde 1991, da GNR) formados na AM. Do Prefácio por João Vieira Borges -
Nuno Álvares Pereira - Guerreiro, Senhor Feudal, SantoD. Nuno Álvares Pereira é, sem dúvida, um dos maiores heróis da História de Portugal. Condestável do reino, aprendemos nos bancos da escola a sua importância em episódios decisivos, como a Batalha de Aljubarrota. Mas será que conhecemos toda a história deste extraordinário homem que tantos séculos depois da sua morte continua a apaixonar os portugueses?Baseado numa pesquisa documental exaustiva e na leitura de diversas fontes narrativas medievais, o historiador João Gouveia Monteiro apresenta-nos a primeira biografia completa de D. Nuno Álvares Pereira, que surge nestas páginas nos seus diferentes rostos: o senhor feudal, o guerreiro e o homem de religião.A sua carreira militar começa em 1381, com a terceira guerra fernandina contra Castela, e termina com a aventura de Ceuta, em 1415. Considerado um génio militar, conta com grandes vitórias no seu currículo: Atoleiros, Aljubarrota e Valverde. Como senhor feudal, fronteiro do Alentejo, Condestável, mordomo-mor do rei D. João I e triplo conde, acumula um património fundiário invejável e afirma-se como um ator político fundamental, numa altura decisiva da nossa história. Como religioso, devoto mariano e donato carmelita, foi o fundador do mosteiro do Carmo, onde viveu os seus últimos anos e veio a falecer em 1431, tendo sido canonizado em 2009. Nesta biografia, o autor traça um retrato profundamente humanizado deste homem da Idade Média portuguesa, tentando compreender a relevância das suas ações, enquadrar os seus atos extraordinários e interpretar o arrojo das suas decisões e escolhas mais difíceis, em pleno Portugal dos séculos XIV e XV. -
As Grandes Batalhas Navais do Mundo AntigoO historiador José Varandas, explica-nos detalhadamente, numa escrita viva e fluída e recorrendo a mapas e esquemas táticos, como se desenrolaram as principais batalhas navais que tiveram lugar no Mundo Antigo, desde a batalha do Delta, em 1175 a.C à do Ácio, em 31 a.C., passado pela de Salamina, entre muitas outras. -
O Terrorismo Transnacional e o Planeamento Estratégico de Segurança Nacional dos EUAUm livro muito actual sobre as questões da defesa e segurança nos EUA e suas implicações para o sistema internacional. Contém reflexões sobre estratégia, política, e assume-se como um verdadeiro manual para o especialista, o estudante, mas igualmente para o público em geral. Este livro contém o debate mais actual sobre o posicionamento dos EUA no contexto internacional. O autor é uma referência nacional, com vasta obra editada no domínio da história, estratégia e relações internacionais. -
Guerra e Poder na Europa MedievalGuerra e Poder na Europa Medieval, das Cruzadas à Guerra dos Cem Anos constitui um convite para revisitar quatro momentos chave da história da Europa, entre os finais do século XII e os inícios do século XV. O primeiro momento coincide com a mais importante batalha do período das Cruzadas, que foi travada e ganha pelo sultão aiúbida Saladino, em 1187, junto aos Cornos de Hattin, na Galileia, tendo provocado o desmoronamento de grande parte do território cristão na Terra Santa. O segundo corresponde também a um conflito com fundo religioso, mas dirimido na Península Ibérica: a batalha de Las Navas de Tolosa, onde, em 1212, uma confederação de forças cristãs liderada pelo rei Afonso VIII de Castela derrotou a hoste muçulmana do califa almóada Abu Abd Allah Muhammad, al-Nasir, imprimindo assim um novo fôlego à Reconquista. O terceiro momento situa-se na Flandres dos inícios do século XIV e identifica um dos combates mais importantes da história tardo-medieval europeia: a batalha de Courtrai, ferida em 1302 e que terminou com uma vitória espetacular das cidades industriais flamengas em revolta contra o domínio francês. Por fim, o quarto momento diz respeito a uma das batalhas mais célebres da Guerra dos Cem Anos, que opôs a França à Inglaterra: a batalha de Agincourt, celebrizada por Shakespeare e travada em 1415, na qual o jovem rei inglês, Henrique V, alcançou a vitória mais brilhante da sua carreira, colocando a Coroa da flor-de-lis à beira do colapso. Este é um livro muito ilustrado e documentado por uma grande diversidade de fontes, destinado a contar ao público de língua portuguesa quatro das mais empolgantes histórias da Europa da Baixa Idade Média. -
História Concisa das Grandes ReligiõesAs religiões estão na ordem do dia e entram nas nossas casas a pretexto de notícias sobre os piores incidentes político-militares. Se queremos tornar o mundo mais vivível, não podemos ignorar «o outro» e as suas raízes profundas. E a religião é, talvez, a raiz mais profunda de todas.Em História Concisa das Grandes Religiões, a equipa do historiador João Gouveia Monteiro oferece a todos os leitores uma visão panorâmica de seis influentíssimas tradições religiosas: por um lado, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, as «religiões proféticas», que nasceram do tronco de Abraão e que são o fundamento da cultura ocidental e do Médio Oriente; por outro, o Hinduísmo, o Budismo e o Confucionismo - as «religiões místicas e sapienciais» que cresceram na Índia e na China.Trata-se de um livro didático e não confessional, por onde desfilam algumas das personagens e das obras que mais marcaram a nossa História: os profetas bíblicos; Jesus e o Novo Testamento; Maomé e o Alcorão; os sábios videntes que compuseram os Vedas na Índia; os renunciantes hindus que inventaram a metafísica das Upanixades; Siddhârta Gautama, «o Buda», que concebeu uma nova explicação para o sofrimento humano; e Confúcio, o grande mestre chinês recordado pelos seus discípulos nos Analectos .Uma aventura fascinante, não só pela beleza e força das personagens e dos textos, mas também pela comovente constatação do esforço desmedido do ser humano para se superar e transcender. Um livro cheio de lições para o tempo presente. -
D. Afonso Henriques e o ExércitoComo outros grandes vultos militares da História, Alexandre Magno, Júlio César, Alfredo o Grande ou Guilherme o Conquistador, D. Afonso Henriques nasceu para comandar. À sua semelhança foi educado para liderar homens em batalha, e do seu esforço de guerra fez resultar uma nova nação na Península Ibérica, Portugal. A sua fama de grande comandante foi forjada nos campos de batalha desde muito cedo. Em São Mamede (1128), nos longínquos campos de Ourique (1139), no assalto aos poderosos bastiões muçulmanos do Ocidente, Santarém e Lisboa (1147), todos eles confrontos decisivos que lhe definem o caráter e lhe garantem um reino. Tremendo na guerra e nas vitórias, também foi um resistente na derrota, garantindo que o seu projeto de independência não soçobrasse com o trágico cerco a Badajoz (1169). Os seus esforços no processo da Reconquista significaram que Portugal não recebesse apenas uma nova família real, mas, também, uma nova classe dominante, uma nova cultura, uma nova língua e o embrião de uma estrutura militar, que 837 anos depois se revê num dos pilares estruturantes da continuidade da nossa existência – o Exército português.
-
A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?