A PIDE – Casos e Processos
A História é feita de pequenas histórias ou, de outro modo, a História pode resolver-se num conjunto de histórias que só têm interesse desde que se tenha uma visão aprofundada e rigorosa dos temas que se abordam. Hoje tudo o que é fácil de ler, de ouvir ou de ver é que parece atrair o interesse, pois não se quer ""perder tempo"" a pensar. Pensar leva tempo e este acto dá trabalho e custa dinheiro, supremo bem para alguns.
Ao falar assim, quero apenas expressar, numa síntese, o que é este livro e o seu autor. Não se trata de um conjunto de estórias sem significado, apenas para ""passar o tempo"". São histórias com sentido, que nos dão a conhecer uma das realidades mais duras do Estado Novo, a acção da sua polícia política. (...). São histórias contadas por quem investigou duramente, mas com amor, ao longo de muitos anos e que é autor de obras que só a falta de atenção dos leitores da História, e da Vida, fará passar à margem. Pertencem a um autor que, apesar da sua ""falta de tempo"", se embrenhou no Arquivo da PIDE da Torre do Tombo e estudou a vigilância exercida por agentes e informadores. Assim, escreveu textos importantes sobre as lutas, sempre observadas policialmente, de Fernando Namora, nascido em Condeixa, que é também a terra-natal do autor, ou sobre o informador Inácio, que percorreu o espaço e o tempo a delatar aqueles que lutavam, ou julgavam lutar, pela Liberdade e pela Igualdade.
Do prefácio
de Luís Reis Torgal
| Editora | Palimage |
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| Coleção | Raiz do Tempo |
| Categorias | |
| Editora | Palimage |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paulo Marques da Silva |
Paulo Marques da Silva (12/12/1966) é natural de Condeixa-a-Nova. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra tem vindo a estudar os processos de alguns escritores e de outras personalidades, da região de Coimbra, ligadas à oposição ao Estado Novo, nos arquivos da PIDE/DGS.
Publicou em 2009 o livro Fernando Namora por entre os dedos da PIDE – A repressão e os escritores no Estado Novo. Em 2010 é um dos co-autores da publicação Condeixa paisagem, memória e história, com o trabalho «Estórias» da oposição em Condeixa no tempo de Salazar. No ano de 2015 é publicado o opúsculo Deniz Jacinto entre duas paixões: o teatro e a liberdade, uma selecção de documentos sobre o processo da PIDE de Manuel Deniz Jacinto. Neste mesmo ano publica também um pequeno trabalho intitulado Fernando Namora e a PIDE: anatomia de um processo, integrado no livro Pois não te resta ainda o mundo?, Conferências Fernando Namora, coordenado por Paulo Archer de Carvalho, um conjunto de cinco conferências sobre o escritor condeixense.
Em 2019, publica textos em diversos catálogos e livros e participa em conferências sobre Fernando Namora. Publica também o livro "A PIDE e os seus Informadores – o caso de Inácio", que retrata a acção de um importante informador da delegação da PIDE de Coimbra.
Editou, em Setembro de 2020, o catálogo Fernando Namora caricaturista que reúne 181 caricaturas efectuadas pelo escritor no meio universitário.
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A PIDE e os Seus Informadores. O Caso de Inácio«Paulo Silva, natural de Condeixa, publicou - com base num trabalho de fim de curso da sua licenciatura em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra - um livro sobre Fernando Namora e a PIDE (Fernando Namora entre os dedos da PIDE. Coimbra, Minerva, 2009) e, no meio de outros textos interessantes que veio também a apresentar ou virá a publicar em breve, deixa-nos agora esta importante narrativa histórica sobre a PIDE e os seus informadores, através do caso paradigmático de Inácio. Só desta forma objectiva e rigorosa, feita com base nos processos da polícia política existentes na Torre do Tombo, se poderá afinal conhecer a face mais negra do Estado Novo, como Estado autoritário ou totalitário, questionando a ideia de que se tratava - como às vezes por aí se diz - de uma simples ditadura à portuguesa, tradicionalista e conservadora, e de brandos costumes.» Luís Reis Torgal
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NovidadeA Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
NovidadeHistória dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
NovidadeA Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
NovidadeRevolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
NovidadePaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
NovidadeAntes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
NovidadeBaviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?