A Substância do Amor e Outras Crónicas
A crueldade feminina fascina os homens. Amar uma mulher sem veneno é como jogar à roleta-russa com uma pistola fulminante. A obscura força que leva um sujeito a lançar-se da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, preso a uma frágil lona (um parapente ou um asa-delta), em direção ao imenso abismo azul, aos prédios aguçados, às areias luminosas da praia do Pepino, é a mesma que o precipita, indefeso e nu, para os braços de uma mulher.
Quando o louva-a-deus encontra a sua deusa e esta lhe diz «vem, vou-te comer», o infeliz sabe que aquilo não é uma metáfora. Mesmo assim, seguro de que depois do amor será servido ao jantar, o louva-a-deus persigna-se e vai. É o que nós fazemos – homens e mulheres –, à procura do amor, em fuga do amor, desencontrados.
| Editora | Quetzal |
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| Editora | Quetzal |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Eduardo Agualusa |
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. É jornalista. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É autor dos livros A Conjura (romance, 1988), Prémio Revelação Sonangol, A Feira dos Assombrados (contos, 1992), Estação das Chuvas (romance, 1996), Nação Crioula (romance, 1998), Grande Prémio de Literatura RTP, Fronteiras Perdidas (contos, 1999), Grande Prémio de Conto da APE, A Substância do Amor e Outras Crónicas (crónica, 2000), Estranhões & Bizarrocos, com Henrique Cayatte, (infantil, 2000), Prémio Nacional de Ilustração e Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, Um Estranho em Goa (romance, 2000), O Ano Que Zumbi Tomou o Rio (romance, 2002), O Homem Que Parecia Um Domingo (contos, 2002), Catálogo de Sombras (contos, 2003) e O Vendedor de Passados (romance, 2004). As suas obras estão traduzidas para diversas línguas europeias.
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Estranhões & Bizarrocos: estórias para adormecer anjosPlano Nacional de LeituraLivro recomendado para o 2º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.Um inventor de coias impossíveis: formigas mecânicas, passáros a vapor, sapatos voadores, aparelhos de produzir espirros, estranhões e bizarrocos e outros seres sem exemplo. Camelos sábios, uma menina de peluche, a rainha das borboletas. Um país onde tudo acontece ao contrário, os rios correm do mar para a nascente, e os gatos são do tamanho dos bois. O nascimento do primeiro pirilampo do mundo... São histórias para adormecer anjos. -
A Girafa que Comia EstrelasPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para o 2º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.História infantil sobre a amizade de uma girafa, que andava sempre com a cabeça nas nuvens, e uma galinha do mato, com a cabeça cheia de frases feitas. -
Na Rota das Especiarias - Diário de uma viagem a Flores, Bali, Java e Timor LorosaeLivro recomendado para o 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.Este texto parte de uma viagem que o escritor fez, entre 8 e 29 de Abril de 2001, a convite da Dra. Helena Vaz da Silva, presidente da direcção do Centro Nacional de Cultura: "percursos em busca da presença portuguesa pelo mundo".Partindo do Prefácio de Guilherme dOliveira Martins, como se pode ler neste texto de José Eduardo Agualusa, "mais importante do que as invocações históricas, e do que as rememorações do passado, o que deve é entender-se o país e as gentes dos dias de hoje. De nada valeria a recordação da História sem uma interrogação efectiva (e uma análise) sobre o presente. Recusaríamos as razões do diálogo espiritual e de culturas se nos satisfizéssemos com o passado - esquecendo que os mortos devem enterrar os seus mortos".Este é um belíssimo livro onde Agualusa nos leva a redescobrir uma região a que os portugueses estão unidos por muitas antigas raízes - a presença portuguesa foi efectiva por cerca de 150 anos (1512 a 1769) e a ligação a Timor manteve-se até ao século XX. -
Nweti e o Mar«No dia em que fez seis anos Nweti acordou feliz. A almofada cheirava a mar, e ela sentia-se como se tivesse regressado de um longo mês de férias, numa praia distante, de areia fina e muito branca e água cor de esmeralda. Ao longo desse dia vieram-lhe à memória imagens de um sonho: golfinhos saltando. Uma menina nadando entre os golfinhos.» Às palavras de José Eduardo Agualusa, preenchidas de poesia e de delicadeza, juntam-se, também, as suas fotografias. Neste livro descobrimos o poder dos sonhos, da amizade e do amor através do olhar de uma menina de seis anos. Com ela aprendemos que o nosso imaginário nos oferece caminhos mais fáceis de chegar à felicidade. Um livro para nunca deixarmos de sonhar. -
A Rainha dos EstapafúrdiosA Rainha dos Estapafúrdios conta as aventuras de Ana, uma perdigota irrequieta e curiosa, à procura de uma roupa mais colorida do que aquela que a natureza lhe deu ao nascer. Sozinha, engana uma hiena esfomeada, enfrenta um leão feroz e transforma-se na rainha da savana. Como é que consegue tudo isto? Descobre estas e muitas outras peripécias da Rainha dos Estapafúrdios nas páginas coloridas e mágicas deste livro. Este é um livro para estar presente em todos os dias das nossas vidas. -
A Feira Dos AssombradosTudo começa com a descoberta de um misterioso cadáver: «o primeiro corpo que o rio trouxe ainda nos pareceu humano. Tinha as partes todas de que somos compostos, a pele lisa e sem escamas, como a nossa, e os enormes olhos abertos guardavam até um resto de luz e de calor.» Publicado pela primeira vez em 1992, tem como cenário a velha cidade do Dondo, às margens do rio Quanza, em Angola, nos últimos dias do século XIX. Tudo começa com a descoberta de um misterioso cadáver no rio Quanza e a partir desta descoberta, o Dondo, lugar inteiramente apartado do mundo, vai mergulhar num estranho pesadelo. Uma alegoria sobre a situação política e social de Angola. -
O Lugar do MortoNum exercício de simbiose literária absolutamente original, Agualusa dá voz a grandes escritores, levando-os a comentar o mundo e a actualidade: Jorge Luis Borges comenta a concentração dos grandes grupos editoriais. Fernando Pessoa conversa com a fadista Ana Moura. Machado de Assis discursa sobre o novo Acordo Ortográfico, Portugal e o Brasil. Sir Richard Burton, escritor poliglota, indigna-se contra fronteiras e perseguições de imigrantes. Jorge Amado rasteira os patrulheiros do politicamente correcto. Vinicius de Moraes louva o músico e escritor Chico Buarque. Sophia de Mello Breyner aprecia Mia Couto e fala do amor. Saint-Exupéry está convicto da superior taxa de sucesso dos escritores-aviadores. Padre António Vieira defende o futuro do português e a criação de uma Academia da Língua Portuguesa. Camilo Castelo Branco delicia-se com as leituras públicas e abomina os e-books... -
A Vida no CéuA Vida no Céu é um romance distópico, num futuro que se segue ao Grande Desastre, e em que o Mundo deixou de ser onde e como o conhecemos. Encontrando-se o globo terrestre inteiramente coberto por água, e a temperatura, à superfície, intolerável, restou ao Homem subir aos céus. Mas essa ascensão é literal (não é alusiva ou simbólica): a Humanidade, reduzida agora a um par de milhões de pessoas, habita aldeias suspensas e cidades flutuantes - dirigíveis gigantescos denominados Tóquio, Xangai ou São Paulo -, e os mais pobres navegam o ar em pequenas balsas rudimentares. Carlos Benjamim Moco é o narrador da história. Tem 16 anos e nasceu numa aldeia, Luanda, que junta mais de cem balsas. O desaparecimento do pai fará com que Benjamim decida partir à sua procura. -
Um Estranho em GoaUm escritor parte para Goa à procura de uma lenda o Comandante Maciel, de seu verdadeiro nome Plácido Afonso Domingo, antigo comandante de guerrilhas, em Angola, ou, segundo outras versões, um agente infiltrado da polícia política portuguesa. O que encontra é uma lenda maior, e muitíssimo mais fascinante. Um Estranho em Goa é um roteiro por um território antiquíssimo, onde a realidade e a magia se passeiam de mãos dadas. O Diabo nunca anda muito longe do Paraíso lembra um dos personagens. Neste maravilhoso romance que é, também, uma biografia do Diabo , ele pode estar em toda a parte. O que une, afinal, um traficante de relíquias religiosas, uma bela e misteriosa historiadora de arte, especializada na recuperação de livros antigos, ou um sedutor empresário neopagão? E quem é Plácido Domingo? -
A Rainha GingaO novo romance de José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga, conta a vida fantástica de Dona Ana de Sousa, a Rainha Ginga (1583-1663), cujo título real em quimbundo, "Ngola", deu origem ao nome português para aquela região de África. É a história de uma relação de amor e de combate permanente entre Angola e Portugal, narrada por um padre pernambucano que atravessou o mar e recorda personagens maravilhosos e esquecidos da nossa história - tendo como elemento central a Rainha Ginga e o seu significado cultural, religioso, étnico e sexual para o mundo de hoje.
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Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Novas Cartas Portuguesas«Reescrevendo, pois, as conhecidas cartas seiscentistas da freira portuguesa, Novas Cartas Portuguesas afirma-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril (denunciando a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência, a situação das mulheres), revestindo-se de uma invulgar originalidade e actualidade, do ponto de vista literário e social. Comprova-o o facto de poder ser hoje lido à luz das mais recentes teorias feministas (ou emergentes dos Estudos Feministas, como a teoria queer), uma vez que resiste à catalogação ao desmantelar as fronteiras entre os géneros narrativo, poético e epistolar, empurrando os limites até pontos de fusão.»Ana Luísa Amaral in «Breve Introdução» -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha).