Alfa & Ómega - Breve Dicionário Pessoal
Este Dicionário, tão breve quanto possível, é uma Definição (Visão, Percepção, Interpretação) de palavras fundamentais da nossa vida.
Não me consta que alguém alguma vez (analisei dezenas de dicionários em dezenas de línguas) tivesse feito alguma coisa
semelhante. Alfa - o começo, que não existe - e Ómega - o fim, que é sempre um princípio - e, neste percurso, aqui de palavras feito, cabe tudo. Mas desse tudo só ofereço um pequeno pouco. Pequenos poucos que possam ser continuados pelos meus leitores - que também terão, sob outras formas, os seus dicionários pessoais. Porque, por exemplo, Amor e Morte, Música e Silêncio, Dor e Prazer não serão para ti, leitor, o mesmo que para mim. Mas quem sabe?
| Editora | Razões Poéticas |
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| Editora | Razões Poéticas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Casimiro de Brito |
Poeta, romancista e fragmentista.
Nasceu no Algarve em 1938.
Começou a publicar em 1957 e, desde então, publicou mais de 70 títulos, em Portugal e em trinta outras línguas.
Dirigiu várias revistas literárias, entre elas os "Cadernos do Meio-Dia", com António Ramos Rosa.
Esteve ligado ao movimento "Poesia 61"
Ganhou vários prémios, nacionais e internacionais, entre eles o Prémio Léopold Sédar Senghor da Academia Martin Luther King e o Prémio mundial de haikus da World Haiku Association. Foi presidente do PEN Clube e da Association Européenne de Poésie, de Lovaina. Incluído em mais de 200 antologias em Portugal e no Estrangeiro. Foi nomeado Embaixador Mundial da Paz, Genebra. Foi agraciado com a Ordem do Infante pelo presidente da República. A sua poesia completa até 2000 foi entretanto editada pela Glaciar.
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Uma Lágrima que CegaEste romance é uma peregrinação lúcida e erótica a todos os santuários do amor. Um amor lunático e antropófago. É a história em fragmentos de uma aventura luminosa e incandescente e depois trágica que se inicia num festival de poesia na Provence e atravessa (como se fosse um barco louco) as ilhas do Adriático, as margens do Arno em Florença (onde ele bebe esse vinho), as ruas de Paris, as cidades milenares de Byblos e Tyr no Líbano, as montanhas de neve de Faraya e os fjords da Noruega, Mozart e os blues de Billie Holiday, a cascata de Astarte e a casa de Khalil Gibran. Um amor que acaba por se matar. -
Memória do ParaísoO autor publicou vasta obra no domínio da poesia e do ensaio. Está traduzido em várias línguas. Este livro está escrito na forma do haiku tradicional japonês. Em 2015, foi-lhe atribuído o Prémio Internacional de Haiku (Tóquio). -
EuforiaEuforia é o 48º livro de poesia do autor desde que, em 1958 publicou «Poemas da Solidão Imperfeita» sem contar com as traduções para cerca de 30 línguas. Quase inesperada a euforia deste «Euforia» mas apenas "quase": porque desde os livros da sua juventude o autor tem revelado sempre "uma febre sem medida", um "grande encantamento" na necessidade de iluminar o caos. -
Nudez LuminosaPoemas de amor seguindo a antiga tradição Tanka do Japão. -
Livro de Eros ou as Teias do DesejoLivro de Eros ou as Teias do Desejo é o primeiro volume de fragmentos, sob o título genérico de Livro de Eros, dedicado ao amor. O amor é infinito, esse amor que elevou Eros ao seu deus, um deus com saudáveis pés de barro. Um deus file e traidor, um deus. -
Negação da Morte Poética 1955-2000"Aqui se reúne a poesia de um dos mais importantes poetas portugueses contemporâneos. Casimiro de Brito foi um dos colaboradores do movimento Poesia 61, durante muitos anos Presidente do PEN Clube, e um dos mais reconhecidos divulgadores de poesia em Portugal. Um livro fundamental para o bom entendimento da poesia portuguesa feita nos últimos anos." -
Amor NuAMOR NU é um livro de fragmentos amorosos, muito, muito audaciosos (e sempre sob o domínio desse deus sábio e louco que dá pelo nome de Eros) onde se tocam as raízes do amor ao mesmo tempo que se degustam e devoram os seus frutos. -
No Amor Tudo se MovePassaram dezenas de anos desde o momento inolvidável em que tomei conhecimento da poesia japonesa clássica. Foi em 1958, ano em que frequentei o Westfiel College, em Londres. Era um curso de verão e os alunos ficavam instalados nos aposentos dos professores da universidade, entretanto de férias. Acontece que o aposento onde fiquei pertencia a um professor de poesia oriental - e estava recheado de livros japoneses e chineses. Senti a necessidade de traduzir alguns desses belos poemas e pedi ajuda de uma aluna japonesa que aceitou ajudar-me. Quando regressei a Portugal publiquei os primeiros haiku em português. E nunca mais deixei de mergulhar nesse lago magnífico. - da introdução Casimiro de Brito -
Regresso à IlhaO romance "Regresso à Ilha" tem duas partes. Na primeira, "Pátria Sensível", um grupo de amigos troca as suas visões deste mundo tão cheio de surpresas, conflitos, altos-e-baixos, variações que nunca mais acabam - um mundo louco e sempre pouco! Na segunda parte, "Regresso à Ilha", a personagem Magda (com a sua menina Sabrina) instala-se numa ilha quase deserta onde ela, enfim, vive o prazer das pequenas coisas, dos mínimos quase-nadas que preenchem a sua vida, uma espécie de vela calma a enfunada e depois… enlouquecendo quando encontra Abel, o faroleiro, com quem ela, mais uma vez, re-inventa a sua vida erótica, a sua entrega absoluta ao momento que passa.
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]

