As Flores do Mal
As Flores do Mal foi editado em 1857 provocando imediatamente um grande escândalo. Seis poemas do livro foram condenados e proibidos de circular, no dia 20 de Agosto desse ano, pelo tribunal correccional de Paris. A primeira edição era constituída por 1300 exemplares em papel Angoulème e dez em papel Vergé. Os editores Poulet-Melassis et de Broise tinham no armazém duzentos exemplares aquando da condenação e para não destruírem os livros, limitaram-se a retirar as páginas dos poemas proibidos. Nasceram assim os exemplares amputados que são disputadíssimos pelos bibliófilos, valendo quantias avultadas.
Em 1992, As Flores do Mal foi pela primeira vez publicado integralmente, em edição bilingue, com tradução e introdução de Fernando Pinto do Amaral.
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | Documenta Poetica |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Charles Baudelaire |
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Os Paraísos ArtificiaisAquando da sua publicação, em 1860, Os Paraísos Artificiais, de Charles Baudelaire, foram imediatamente elogiados. Nesta interessante e elaborada descrição dos efeitos na mente do vinho, do ópio e do haxixe, Baudelaire descreve as visões oníricas que experimentou durante os seus transes narcóticos. Estas alucinações, por vezes refinadas outras perturbadoras, e os delírios de grandeza que muitas vezes as acompanhavam, constituem os atraentes, contudo falsos, paraísos artificiais, o mundo falso do êxtase, que consequentemente o levará à ruína. -
O Pintor da Vida ModernaÉ difícil imaginar hoje a possibilidade de, em algumas páginas, definir o pintor ou a pintura, o artista ou a arte da vida moderna, pós-moderna, contemporânea, ou como se queira chamar-lhe. Isto é, dirigir-se à actualidade, que sentimos como cada vez mais complexa, e traçar-lhe o retrato, a essa actualidade que temos cada vez mais dificuldade em convocar como realidade, em dizer como experiência, ou sequer em configurar como nome. Em 1863, Baudelaire ousou fazê-lo (ou pôde ainda fazê-lo) a respeito da arte e da vida a que então chamou «modernas». O texto O Pintor da Vida Moderna surge em três partes, em Le Figaro, a 26 e 29 de Novembro e a 3 de Dezembro de 1863, vindo a integrar mais tarde a colectânea dos escritos que Baudelaire por diversas vezes projectou e alterou, e a ser postumamente editado, em 1868, no volume intitulado L’Art Romantique. Não se tratando da primeira aparição do termo «moderno», tratou-se sem dúvida de uma das mais marcantes, inspirando inúmeros comentários posteriores, talvez pela aparição, essa sim, algo inaugural, da noção de «modernidade» e da sua tentativa de teorização, intrinsecamente associada, para Baudelaire, à missão contemporânea da arte, à sua condição e ao seu objecto. -
As Flores do Mal«Há nos melhores versos de Baudelaire uma combinação de carne e de espírito, uma mistura de solenidade, de calor e de amargura, de eternidade e de intimidade, uma raríssima aliança da vontade com a harmonia, que os distingue nitidamente dos versos românticos,como os distingue nitidamente dos versos parnasianos.»Do Posfácio de Paul Valéry -
A Invenção da ModernidadeDa Introdução «Ao contrário do que é costume na maior parte das antologias de Baudelaire, que tende a separar a crítica de arte da crítica literária, procedi a uma justaposição dos textos sobre arte, literatura e música. Esta justaposição não é mais do que o reconhecimento do modo como Baudelaire transita de um campo artístico para outro, procurando analogias e correspondências (no sentido horizontal, sinestésico, da relação entre os sentidos), que o uso de designações cruzadas entre poeta e pintor exemplifica. 'M. Victor Hugo est devenu un peintre en poésie; Delacroix [...] est souvent [...] un poète en peinture' (Salon de 1846). O que esta antologia procura mostrar é, pois, um pensamento em processo - e isto é moderno.» -
O Spleen de ParisEsta é uma nova tradução de Le Spleen de Paris, de Charles Baudelaire, obra editada em 1869, ou seja, dois anos depois da morte do autor. Baudelaire concebeu-a como uma série de poemas complementar de Les Fleurs du Mal ou, como escreveu em 1863, «pour servir de pendant» às Fleurs. O Spleen de Paris ilustra a concepção da poesia de Baudelaire. Para ele o poeta é o «solitário, dotado de uma imaginação activa, sempre viajando através do grande deserto de homens», tendo «um objectivo mais alto que o de um puro flâneur, um objectivo mais geral, que não o prazer fugidio da circunstância». Mais precisamente, o poeta é para Baudelaire aquele que procura qualquer coisa a que se poderia chamar «modernidade», retirando «da moda o que ela pode conter de poético no histórico» e extraindo «o eterno do transitório.» -
The Painter of Modern LifePoet, aesthete and hedonist, Baudelaire was also one of the most groundbreaking art critics of his time. Here he explores beauty, fashion, dandyism, the purpose of art and the role of the artist, and describes the painter who, for him, expresses most fully the drama of modern life. GREAT IDEAS. Throughout history, some books have changed the world. They have transformed the way we see ourselves - and each other. They have inspired debate, dissent, war and revolution. They have enlightened, outraged, provoked and comforted. They have enriched lives - and destroyed them. Now Penguin brings you the works of the great thinkers, pioneers, radicals and visionaries whose ideas shook civilization and helped make us who we are. -
As Flores do Mal«As Flores do Mal não contêm poemas históricos nem lendas; nada que repouse sobre uma narrativa. Não vemos nelas tiradas filosóficas. A política não aparece, as descrições são raras e sempre significativas. Mas tudo nelas é encanto, música, sensualidade poderosa e abstrata… Luxo, forma e voluptuosidade.Há nos melhores versos de Baudelaire uma combinação de carne e de espírito, uma mistura de solenidade, de calor e de amargura, de eternidade e de intimidade, uma raríssima aliança da vontade com a harmonia, que os distingue nitidamente dos versos românticos, como os distingue nitidamente dos versos parnasianos.»[Do Prefácio de Paul Valéry] -
O Spleen de ParisEsta é uma nova tradução de Le Spleen de Paris, de Charles Baudelaire, obra editada em 1869, dois anos depois da morte do poeta, que a concebeu como uma série complementar de Les Fleurs du Mal. Os poemas em prosa de O Spleen de Paris procuram captar e decifrar o tumulto e a melancolia da moderna vida urbana, feita de profundas transformações na geografia humana e na expressão da sensibilidade, prestando uma especial atenção aos excluídos do progresso, em que o próprio poeta se revê. Para Baudelaire, o poeta é o «solitário dotado de uma imaginação activa, sempre viajando através do grande deserto de homens», tendo «um objectivo mais alto que o de um puro flâneur, um objectivo mais geral, que não o prazer fugidio da circunstância». Ele procura mostrar os versos e reversos da «modernidade», articulando beleza estética e violência simbólica, e tendo sempre em mente um desígnio maior: «extrair a beleza do Mal», o ouro da lama, «o eterno do transitório». [Jorge Fazenda Lourenço]
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira
