Autobiografia de Um GiGANTE Ah! (Não)
Zé Maria, embora de baixa estatura, é de facto um gigante. A sua vida é feita de lutas permanentes. Todas elas têm a sua própria história, por sua vez, notável, mas refletem sempre o personagem. Um personagem que desafia barreiras sociais. Ignora obstáculos. Despreza problemas financeiros.
Desconhece os meandros institucionais. Diverte-se em ridicularizar as ideologias. Mantém distância dos chamados «antros científicos». Não enaltece saberes especializados, mistura esses saberes. É um analista «transversalista» que se ignora. Trata-se de um rebelde conceitual nato. Um iconoclasta. Alguém difícil de encerrar numa «caixinha analítica». «Quer um laboratório para levantar o mundo.» Alguém que foge às normas. Um guerreiro. Alguém que tem a força da classe social e a determinação das ambições. Nascido na luta, dela e nela vive. Aliás, a luta está nele e com ela forma uma dupla. Deu e continuará a dar, com humildade e simplicidade, uma lição de superação ao mundo. Uma superação múltipla e multidimensional. Uma superação gravada no espaço-tempo (para retomar a sua terminologia).
| Editora | Clássica Editora |
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| Categorias | |
| Editora | Clássica Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Maria Carvalho Ferreira |
Sociólogo e professor catedrático aposentado do ISEG – Universidade Técnica de Lisboa, desde 2013, Universidade de Lisboa. Foi Presidente do SOCIUS (Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações) do ISEG-Ulisboa.
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Sociedade de ConfiançaO presente livro está estruturado em duas partes distintas. A primeira, composta por três capítulos nucleares, incide essencialmente sobre a teoria e a metodologia aplicada ao estudo da confiança nas sociedades contemporâneas e, mais especificamente, em Portugal. A segunda parte, composta por quatro capítulos resulta de quatro projectos de investigação com origens e especificidades distintas sobre o tema da confiança. -
A Crise no Mundo do TrabalhoEsta coletânea de textos de José Maria Carvalho Ferreira obedece a uma lógica interpretativa e explicativa assente em três pressupostos básicos. Em primeiro lugar a vida quotidiana do autor foi atravessada pelas vicissitudes do mundo do trabalho.Este foi sempre um laboratório de experiências e vivências assentes numa conflitualidade perversa e crítica. Foi esta perceção que catapultou o autor para uma postura comportamental identificada com os pressupostos de uma revolução social no sentido da abolição do trabalho assalariado e do capitalismo.Finalmente, o autor não pode ser considerado como alguém que se enquadra nos paradigmas científicos ou ideológicos prevalecentes nas sociedades contemporâneas. É evidente que esta postura analítica pode resvalar facilmente para o erro e a especulação, todavia o autor prefere ou tenta fugir dos mecanismos de casualidades e efeitos da civilização judaico-cristã, que só se vivifica separando a vida da morte, o bem do mal, e o amor do ódio.esta maneira de analisar a crise do mundo do trabalho permitiu que o seu dilema analítico atual seja polarizado à volta da Economia Virtual-versus- Economia Real. -
Sustentabilidade, Terceiro Setor e Redes SociaisA dimensão dos problemas analíticos da Sustentabilidade, Terceiro Setor e Redes Sociais é de uma pertinência e atualidade extrema. Todos estes fatores afetam de sobremaneira a vida quotidiana da espécie humana em vários domínios. No plano ecológico, na medida em que equaciona as relações da espécie humana com as espécies animais e vegetais e, por outro lado, no plano relacional, identitário e comunicacional inerente à condição-função da espécie humana podemos inferir das contingências resultantes das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e da crise do mundo trabalho à escala planetária. -
A Desmaterialização da Economia nas Ciências Sociais e HumanasPor mais paradoxal que possamos inferir das contingências negativas dos fenómenos biológicos e sociais decorrentes da atual epidemia gerada pelo Covid-19, é insofismável que a virtualização das relações sociais e os processos de sociabilidade e de socialização são, no momento histórico atual, perpassados pela ignorância e o medo, sendo que, por essa via, estamos em presença de soluções que abrem o caminho de reflexão e de utilidade das ciências sociais e humanas nas sociedades contemporâneas.Num sentido estritamente científico, antes e depois destas contingências negativas que afetam sobremaneira a vida quotidiana normativa da espécie humana à escala global, é crucial olharmos para os objetos de observação e os objetos científicos das ciências sociais e humanas com base em evidências substantivas, cada vez mais, correlacionadas com o mundo virtual da produção, distribuição, troca e consumo de bens imateriais ou analítico-simbólicos. -
Economia Circular e SustentabilidadeNestes tempos históricos de vulnerabilidade existencial da espécie humana e das outras espécies animais e vegetais correlacionadas com destruição da atividade económica modelar, mais do que nunca, importa analisar as múltiplas perversões causadas pela Economia Real Clássica nos domínios da produção, distribuição, troca e consumo de bens e serviços. Em consonância com esse desiderato, facilmente, nos apercebemos o quão o meio ambiente no seu todo e a sociedade em geral são sujeitos a uma série de situações insustentáveis com implicações manifestas em toda a vida quotidiana da espécie humana. Entre os vários desperdícios, contradições e conflitos que a Economia Real Clássica gera de forma cega em relação à transformação e consumo dos “inputs” em “outputs”, a Economia Circular procura inverter e mudar essa realidade, mas, no entanto, na maioria dos casos, limita-se a atenuar e a condicionar a reutilização normativa desses processos, diminuindo o consumo da energia e materiais, reutilizando a produção e o consumo de bens mercantis, ao mesmo tempo que permitem a recuperação e a diminuição da destruição do meio ambiente. -
Contingências da Pandemia Gerada pelo COVID-19 nas Sociedades ContemporâneasDesde tempos imemoriais que a espécie humana viveu e sobreviveu com pandemias provocadas por vírus. Nunca pressentiu tanto as vicissitudes da mediatização do medo, da ignorância e da incerteza como os que foram provocadas pelo Covid-19.O paradoxo desta realidade é tanto mais significativo, na medida em que a ciência pautada pelos dilemas do progresso e da razão sentiu-se impotente para descobrir as causas e os efeitos da infetologia e da virologia que provocaram a doença e a morte em milhões de seres humanos.Por outro lado, cientistas e políticos pouco se preocuparam em investigar a incapacidade imunológica da espécie humana para combater os efeitos perversos do vírus, escamoteando todas as contradições e conflitos prevalecentes na sociedade em termos sociais, económicos, políticos e culturais, assim como das relações de genocídio que a espécie humana mantém com as espécies animais e espécies vegetais.Em contrapartida, o Estado e todos os modelos de sociedade limitaram-se a adotar medidas de confinamento, distanciamento e higienização social e vigilância sanitária.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.