Emílio Rui Vilar
Memórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.
Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro.
| Editora | Temas e Debates |
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| Editora | Temas e Debates |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | António Araújo, Maria Inácia Rezola, Pedro Magalhães |
António M. F. Araújo é o diretor do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário de Santo António e, desde janeiro de 2023, o diretor do Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto. Em 2010, fundou a Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, que presidiu até 2017, sendo atualmente o presidente da Mesa da Assembleia Geral. Integra, desde 2013, o Conselho Nacional para a Oncologia e, entre 2017 e 2022, foi o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos.
Foi distinguido com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, pelo município do Porto, em 2022. Depois de mais de 100 artigos científicos e capítulos de livros, como autor ou colaborador, É cancro. E agora?, escrito com Ana Rita Lopes, é o seu primeiro livro destinado ao grande público.
Pedro Magalhães. Doutorado em Ciência Política pela Ohio State University e investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Maria Inácia Rezola. Doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e investigadora do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade, leciona na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL). Desde abril de 2022 é comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril.
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Melo Antunes - Uma Biografia PolíticaEste livro vem acrescentar novos dados sobre este episódio ainda hoje envolto em polémica, destacando, nomeadamente, a importância fundamental da intervenção de Melo Antunes no seu contexto. Numa altura em que tudo deixava antever que ao 25 de Novembro se seguiria uma “caça às bruxas”, tendo como alvo o PCP e extrema-esquerda, Melo Antunes vem a público para salientar a importância do Partido Comunista na construção da democracia portuguesa. “Esta posição”, explica a autora, “central para a definição de um regime plural e livre, custar-lhe-á inimizades e incompreensões que o acompanharão até ao fim da vida”. O prefácio da obra é da autoria do escritor António Lobo Antunes, grande amigo de Melo Antunes e seu companheiro nas Comissões em Angola. -
25 de Abril - Mitos de Uma RevoluçãoA 25 de Abril de 1974 um grupo de jovens capitães leva a cabo um golpe de Estado que, em menos de 24 horas, derruba uma ditadura que dominava Portugal há mais de quatro décadas. Tratou-se de uma revolução em nome da liberdade? Existia um grau de politização entre os revoltosos? Até que ponto não foram as questões corporativas centrais na mobilização e primeiros passos do movimento dos Capitães? Porque é que o primeiro presidente da República da transição foi António de Spínola e não Francisco da Costa Gomes como planeado pelos Capitães? Foram os partidos coagidos a assinar a Plataforma de Acordo Constitucional com o MFA? A 25 de Novembro os páras ocupam a base aérea de Tancos: houve ou não uma tentativa de golpe de Estado? Quais os seus autores? Quem deu a ordem de saída aos páras? Passados mais de 30 anos sobre estes episódios, só agora se começam a revelar as verdades que permitem desmascarar os mitos que fazem parte da história do 25 de Abril. Neste livro, a historiadora Maria Inácia Rezola traz-nos uma visão geral da Revolução, analisando os seus episódios mais polémicos, sem medo de desconstruir mitos e ideias formadas sobre este episódio fundamental do século XX português. -
Matar o Salazar: o atentado de julho de 1937O ATENTADO À BOMBA QUE EXPÕE OS MECANISMOS DO ESTADO NOVO E OFERECE UM RETRATO ÚNICO DO OPOSICIONISMO DA ÉPOCA.O atentado aconteceu a 4 de Julho de 1937. António de Oliveira Salazar estava a sair do carro para assistir a uma missa dominical quando foi detonada uma bomba que partiu janelas de prédios, levantou tampas de esgoto na rua, mas deixou incólume o chefe do Governo. Matar o Salazar regressa a esse momento histórico para ir além da explosão, aprofundando de forma inédita os acontecimentos e o ambiente da época: as subsequentes manobras da propaganda para reforçar a imagem do ditador; a desastrosa investigação da PVDE que condenou inocentes; um processo judicial complexo que só se veio a conhecer em 1996 e expôs como nunca antes a rivalidade entre polícias durante o Estado Novo; o grau de envolvimento de anarquistas e comunistas; e o reforço das diferenças entre a Lisboa burguesa, que ficava entre as Avenidas Novas e as tertúlias da Baixa, e a Lisboa popular, a cidade oposicionista que nascia nos bairros tradicionais e ia além dos confins da Amadora. -
Morte à Pide! A Queda da Polícia Política do Estado NovoTerá sido a Revolução dos Cravos tão branda e pacífica como se diz? O que aconteceu na da PIDE, em Lisboa, no 25 de Abril de 74? Que destino tiveram os agentes da polícia política do Estado Novo?Toda a história no novo livro de António Araújo, um dos grandes especialistas da historiografia contemporânea.O sangrento assalto à sede da PIDE no 25 de Abril, a «caça aos pides» nas ruas de Lisboa, a espectacular fuga da prisão de Alcoentre no «Verão Quente» de 1975. Enquanto isso, os principais responsáveis políticos do anterior regime abandonavam o país sem prisões nem julgamentos, o que, entre outros factores, condicionou decisivamente o destino a dar aos funcionários e agentes da polícia política do Estado Novo. Viagem por um passado que ainda é presente. -
Da Direita à Esquerda: cultura e sociedade em Portugal, dos anos 80 à actualidadeComeçando por retratar a cultura de direita portuguesa dos anos 80 aos nossos dias, o autor debruça-se sobre os grandes pontos de clivagem que, pelo menos à superfície, continuam a dividir as culturas de esquerda e de direita em Portugal. Percorrendo diversas tendências contemporâneas como a proliferação do lifestyle e do trendy, a revisitação light do salazarismo, os livros de auto-ajuda e outras taras actuais, a sociedade portuguesa é apresentada como adversa a extremismos, realçando-se as muitas afinidades ocultas entre direita e esquerda - mais numerosas e profundas do que costumamos julgar. -
Sondagens, Eleições e Opinião Pública (Brochado)O que é uma sondagem? Como devemos olhar para os seus resultados? Quais os seus limites e as suas potencialidades? Para que servem as sondagens? São nocivas ou benéficas para a nossa democracia? Este livro é uma introdução não técnica ao mundo das sondagens e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o panorama das sondagens em Portugal: como são feitas e, especialmente, como são encarados os seus resultados. -
Sondagens, Eleições e Opinião (Cartonado)O que é uma sondagem? Como devemos olhar para os seus resultados? Quais os seus limites e as suas potencialidades? Para que servem as sondagens? São nocivas ou benéficas para a nossa democracia? Este livro é uma introdução não técnica ao mundo das sondagens e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o panorama das sondagens em Portugal: como são feitas e, especialmente, como são encarados os seus resultados. -
Consciência de Situação - Ensaio sobre The Falling ManThe Falling Man, de Richard Drew, é uma das mais conhecidas - porventura, a mais conhecida - fotografias do 11 de Setembro de 2001. Um homem em queda das Torres Gémeas. Em Consciência de Situação António Araújo fala dessa e doutras imagens de pessoas a cair dos céus, na manhã dos atentados em Nova Iorque, mas não só. De caminho, o 11 de Setembro visto de perto, minuto a minuto. Como se estivéssemos lá no alto, encurralados no cimo do World Trade Center. "Na manhã de 11 de Setembro de 2001, as câmaras de televisão filmaram uma mulher na rua, horrorizada pelos corpos em queda do cimo das Torres Gémeas. Aos gritos, dizia: "há ali gente a saltar, gente a saltar! Acho que estão a tentar salvar-se!" Ninguém pode tentar salvar-se saltando de um 102.º andar de um edifício. Tudo depende, no entanto, do que entendermos por "salvação". Em função disso, o grito descontrolado daquela mulher pode ser encarado como uma frase insensata e ditada pelo pânico; ou, pelo contrário, como a observação mais certeira e sagaz alguma vez feita sobre os suicidas do 11 de Setembro." -
Governo Societário e a Sustentabilidade da Empresa - Stakeholders Model Vs Shareholders ModelA governação societária é influenciada pelo conceito sustentabilidade que determina que a empresa societária passe a estar atenta à sua triple bottom line (económica, social e ambiental) e deixe o seu autismo, focando-se nos seus stakeholders. É nesta perspetiva que se propõe uma viagem pela corporate governance, agregada em quatro pilares fundamentais: estrutura orgânica, mecanismos de controlo interno, de controlo externo e de responsabilização. Deste exercício resultou verificada a existência de um 5º pilar da temática da governação societária, que deve nortear os pilares anteriores: o interesse social comum a shareholders e stakeholders, que só pode ser encontrado na perdurabilidade da rentabilidade, ou seja, na sustentabilidade, não só da sociedade, mas de algo que é a sua alma: a empresa. -
«O Mais Sacana Possível»: A Revista Almanaque (1959-1961)«O mais sacana possível», assim era o programa da Almanaque, a mítica revista que Cardoso Pires lançou em finais de 1959, com uma equipa de luxo – SttauMonteiro, Alexandre O’Neil, Augusto Abelaira, Baptista-Bastos, Vasco Pulido Valente, José Cutileiro – e o grafismo ímpar de Sebastião Rodrigues, além da colaboração de todos os grandes nomes da cultura portuguesa do pós-guerra. Durou pouco, 18 números, e o que dela ficou, ao fim destes anos todos, é demasiado pouco para aquilo que a Almanaque representou à época em que viu a luz, com a sua desconcertante originalidade. Foi uma aventura efémera e inconsequente, sem dúvida, que este livro tenta recuperar e honrar, mas também uma pedrada no charco da tacanhez provinciana do Portugal-Salazar.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.