Blueberry : Tempestade no Oeste
Os Apaches reuniram todas as suas tribos para decidirem se vão ou não entrar em guerra com os caras-pálidas, e entretanto montaram um cerco ao Forte Navajo, onde vários chefes apaches se encontram aprisionados. A angústia é grande no interior do Forte, que assim se encontra isolado do resto do mundo. Após uma traição do tenente Crowe tudo parece irremediavelmente perdido e Blueberry decide partir para Tucson em busca de reforços e de medicamentos para salvar o coronel Dickson, entre a vida e a morte. Conseguirá ele sobreviver a esta travessia do deserto? E se sim, conseguirá ele regressar a tempo? Os Apaches uniram-se entretanto a traficantes de armas mexicanos e parecem ter-se apoderado de toda a região…
Jean-Michel Charlier nasceu em Saint-Cloud (Liège, Bélgica) a 30 de Outubro de 1924. É um dos mais importantes argumentistas da Banda Desenhada realista franco-belga da segunda metade do século XX. Em 1944 entra para a revista Spirou, onde começa por ilustrar cursos de pilotagem e aeromodelismo, e por assinar uma tira sobre desportos. Depois da Segunda Guerra Mundial é apresentado por Georges Troisfontaines (patrão da agência de distribuição World Press) a Victor Hubinon, e da colaboração entre os três surge a série Buck Danny, em 1947. O encontro de Charlier com Jijé leva o primeiro a abandonar o desenho e a dedicar-se em exclusivo aos argumentos de Banda Desenhada. Multiplica parcerias com Paape e Jean Graton (Les Belles Histoires de l’Oncle Paul, 1951), Eddy Paape de novo (Jean Valhardi, 1951) e Mitacq (La Patrouille des Castors, 1954), entre outros. É um dos fundadores da Pilote (1959), onde surgem as aventuras de Tanguy e Laverdure (desenho de Uderzo, e mais tarde de Jijé), Barba Ruiva (desenho de Hubinon) e, em 1963, Forte Navajo (Blueberry, desenho de Giraud).
Jean Giraud nasceu em Nogent-sur-Marne (França) em Maio de 1938. Entra para a Escola de Artes Aplicadas de Paris em 1954, assinando no ano seguinte algumas ilustrações na revista Fiction. Entre 1956 e 1958 publica as suas primeiras Bandas Desenhadas em Far-West, Sitting-Bull, Fripounet et Marisette, Âmes Vaillantes, Coeurs Vaillants, etc. A sua criação mais conhecida é Forte Navajo (argumentos de Jean-Michel Charlier), que surge em 1963 na revista Pilote. Narra as aventuras de Mike Blueberry, um oficial do exército americano, e constitui um dos mais bem conseguidos Westerns da Banda Desenhada mundial. Em 1969 Giraud cria o seu alter-ego Moebius, responsável pelas incursões no universo da science-fiction e do fantástico, sobretudo a partir de 1973. A sua colaboração com Alejandro Jodorowsky, cujo carisma e universo pessoal influenciam vivamente o artista francês, data de 1978. John Difool (1980), Coeur Couronné (1992) e Après l’Incal (2000) são algumas das criações comuns. Giraud-Moebius participa também em diversos projectos cinematográficos, entre os quais Dune e O Quinto Elemento.
Depois da morte de Charlier, em 1989, retoma sozinho as aventuras de Blueberry.
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DustTombstone, 28 de Outubro de 1881. O duelo entre os irmãos Earp e os Clanton/ Mc Laury está prestes a ter um desenlace. Entretanto, no Dunhill Hotel, um tiro de revólver destrói a porta do quarto onde Doree se encontra como prisioneira de Johnny Ringo, o assassino psicopata. O escritor Campbell desiste de escrever a biografia de Blueberry e regressa a Boston... Mas, durante alguns segundos, os destinos destes personagens vão estar em jogo. E Blueberry vai ser alvo de uma verdadeira ressurreição... Quando já não se dava nada por ele no início do ciclo de Tombstone, renasce um novo Blueberry. Agora, é um homem novo e decidido a retomar o caminho da grande aventura. "Arruinado, mas vivo!" Blueberry desfruta do prazer do seu renascimento e do fim da sua busca introspectiva. Finalmente, libertou-se do peso do passado.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

