Cântico dos Cânticos
«José Tolentino Mendonça fez uma bela tradução do mais problemático dos textos canónicos. O problemático estatuto canónico do Cântico deriva, aliás, do facto de se deter sobre o amor humano, completamente humanizado e com valor em si mesmo, independente da procriação, apenas consagrando o horizonte ético e poético do casal. Estamos perante um poema, e um poema nupcial, mesmo se têm sido feitas interpretações alegorizantes, por vezes para salvaguardar precisamente o estatuto canónico do texto. O amor humano, visto no Cântico dos Cânticos nos seus cumes e perplexidades, introduz outra novidade: o amor entre o homem e a mulher é vivido – e enunciado – em paridade. Aqui reside outra releitura bíblica significativa: a igualdade entre homem e mulher, que (uma vez mais) está na origem do cristianismo (e do judaísmo), e não é, como se pensa, uma aquisição recente.»
Pedro Mexia
«Desenho de labaredas, na precisa expressão do seu recriador, este livro é um dos acontecimentos poéticos maiores na língua portuguesa destes tempos de usura. Uma rigorosa introdução e notas completam a edição, que transforma uma passagem tantas vezes moralizada por leituras ínvias e beatas na esplendorosa celebração que é do amor e dos amantes.»
Bernardo Pinto de Almeida
«Este é um texto diferente de todos os outros que compõem a Bíblia, porque fala do amor, não como um sentimento divino e etéreo, mas do amor, também ele sagrado e sublime, que envolve a relação entre duas personagens: o Amado e a Amada.»
Bárbara Wong, Público
| Editora | Cotovia |
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| Categorias | |
| Editora | Cotovia |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Salomão |
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Cântico Maior“Um cântico inconfundível, eis como poderemos chamar à versão de Fiama Hasse Pais Brandão do texto atribuído a Salomão. Cântico Maior, como lhe chamou Fiama numa cuidada edição [...].A autora deixa que a sua interpretação seja trespassada pela singularidade de uma voz. Esta é a diferença que distingue a presente de outras (igualmente belas) edições. “Fui incitada pelo amor do texto e das suas leituras”, escreve Fiama num breve apontamento introdutório.O “amor do texto” explica-se aqui também numa capacidade de citação global. Citar e traduzir em conformidade com uma voz poética de amplas repercussões, leitura e meditação sobre um além, “o maior dos cânticos”, elegia em estado puro do qual comungamos uma ancestral harmonia.Para lá das referências biográficas e dos cuidados postos nesta versão, registe-se ainda que o livro se nos apresenta sob uma forma particularmente atraente, na qual a inclusão do texto hebraico desempenha um papel de realce, para além do convite à erudição.”(Eduardo Paz Barroso, Jornal de Notícias, 28.05.1986) -
Cântico dos Cânticos«Tanto David como Salomão foram famosos pelos seus provérbios e salmos, pensamentos e cânticos. Acima de toda esta obra portentosa está, porém, o Cântico dos Cânticos. É um poema da juventude, leve como a flor da vinha de Engadi. São sete cantos que fazem tremer o coração, e o sétimo parece o mais enigmático. Por uma única vez fala de ciúmes. São dardos, setas incendiadas. São chamas de Yavé. Alguém, que está à parte do drama, o autor, consagra a Salomão o canto nupcial. Sai, filhas de Sião, a ver o rei Salomão, como diadema com que o coroou sua mãe no dia dos esponsais, no dia da alegria do seu coração. Trata-se dum canto nupcial. O Cântico dos Cânticos continuará a oferecer-nos os seus mistérios e as suas graças para as quais contribuem todos os perfumes da Arábia.» AGUSTINA BESSA-LUÍS -
ProvérbiosDesde o Antigo Oriente que foi reconhecida a importância da transmissão, de geração em geração, da experiência e do saber adquiridos.Por se reportarem a características humanas, os Provérbios de Salomão são intemporais, revelando-se, ainda hoje, de uma extrema actualidade. Afinal, o equilíbrio e a felicidade da vida de cada um sob a orientação de Deus.Uma vez que a sabedoria proposta é retirada da experiência quotidiana e o carácter desta obra é, também ele, abrangente e universal, reconhece-se ainda hoje a sua grande importância para o grande público.
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NovidadeTal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
NovidadeNocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis).
