Sinopse
«O mundo ao contrário: aprender o que é
a distância do próximo em nome do nosso bem maior, a vida.»
Em Março de 2020, quando pela primeira
vez o coronavírus nos isolou em casa, Aldina Duarte recorreu à escrita para
disciplinar o pensamento e suavizar a clausura. Impossibilitada de partilhar o
seu canto, durante quarenta dias partilhou no Facebook o registo intimista da
aprendizagem do confinamento, um repositório de memórias, pensamentos e
inquietações, mas também — ou sobretudo — de esperança. Como a dada altura
escreveu: «O optimismo não é a negação da realidade, mas a coragem de acreditar num futuro melhor,
enfrentando o pior cara a cara.»
Passado o pior, o livro que o leitor
agora tem nas mãos não é uma mera colectânea desses textos para memória futura.
É uma celebração do regresso aos encontros que animam as cumplicidades de
sempre. Aqui, as palavras de Aldina Duarte encontram-se com as ilustrações de
Ana Biscaia, amiga de longa data, a única capaz de traduzir em imagens este diário em que tanto cabem as
coisas que doem, como as que salvam, irmanadas na delicadeza da poesia, na
solidez dos afectos e na obstinada recusa da angústia.
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Autor(es)
Aldina Duarte
Aldina Duarte nasceu em 1967. É reconhecida como uma das grandes vozes actuais do Fado, pela personalidade artística inconfundível e singular capacidade interpretativa. Tem cantado nas principais salas de espectáculo portuguesas e em grandes festivais no país e no estrangeiro. Foi fadista residente, durante 25 anos, numa das mais relevantes casas de fado de Lisboa, o Senhor Vinho, com direcção artística de Maria da Fé.
A paixão pela literatura leva-a a uma escolha cuidadosa dos poemas que interpreta, sendo ela própria autora de muitas das suas letras, além de escrever para fadistas da nova geração, como Ana Moura, António Zambujo, Camané, Carminho, Gisela João, Mariza ou Pedro Moutinho.
A discografia de Aldina Duarte inclui os álbuns Apenas o Amor (2004), Crua (2006), Mulheres ao Espelho (2008), Contos de Fados (2011), Romance(s) (2015), Quando Se Ama Loucamente (2017), Roubados (2019) e o mais recente Tudo Recomeça (2022), surpreendente reinvenção de alguns dos fados tradicionais mais marcantes na história dos seus concertos.
Ler mais Ana Biscaia
Ana Biscaia nasceu em 1978. É designer gráfica e ilustradora. Estudou ilustração (Master of Fine Arts) em Estocolmo, na Konstfack University College of Arts, Crafts and Design.
O seu primeiro livro ilustrado, Negrume (publicado pela &etc., com texto de Amadeu Baptista), data de 2006. Ilustrou Poesia de Luís de Camões para Todos (selecção e organização de José António Gomes), antologia que mereceu, em 2009, uma distinção do júri do Prémio Nacional de Ilustração. Recebeu o Prémio Nacional de Ilustração, em 2012, pelo livro A Cadeira Que Queria Ser Sofá, de Clovis Levi. O seu trabalho para O Carnaval dos Animais, de Rui Caeiro, foi também seleccionado pelo júri do prémio TITAN Illustration in Design. Com João Pedro Mésseder, publicou, em 2014, o livro Que Luz Estarias a Ler?, em 2015, Poemas do Conta-Gotas, e em 2017 Clube Mediterrâneo — Doze Fotogramas e Uma Devoração.
Fundou a Xerefé, pequena editora de livros ilustrados.
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