Diálogo de Vanguardas
“Amadeo de Souza-Cardoso serviu bem muitas das vontades míticas por cá existentes entre a genialidade precoce, vertiginosa e finalmente desentendida pela pertença periférica do artista, e as apressadas qualificações da obra como um epigonismo voraz e pouco mais. Amadeo oscilou, nestas qualificações e desqualificações, entre o jovem imigrante e o aristocrata rural e possidente, mesmo até certo ponto arrogante, como se essas variáveis tipológicas tão portuguesas e tão universais pudessem trazer a menor réstia de luz para entender a obra.
[...] Não é um momento de ‘Entfremdung’, à maneira hegeliana, o que irá acontecer aqui, porque a existência e o valor da obra não estão minimamente em causa, antes se procura uma medida mais conforme para o seu reconhecimento.
Os textos, de modo diferente, e como se desejou, embora reencontrem um Amadeo próximo dos seus modelos hermenêuticos tradicionais, tantas vezes repetidos, de vertigem, voragem e talento, ultrapassam-nos, assinalando aquilo em que ele é diferente, original e significativo. E são essas características que, para lá da superfície necessariamente tumultuosa do seu presente artístico mais imediato, lhe dão, por mérito inquestionável, um lugar adequado e imprescindível na arte do seu tempo.”
Jorge Molder
| Editora | Assírio & Alvim |
|---|---|
| Coleção | Arte e Produção |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Amadeo de Souza-Cardoso |
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Amadeo de Souza Cardoso - FotobiografiaEste é o primeiro volume do "Catálogo Raisonné" de Amadeo de Souza-Cardoso, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Assírio & Alvim. Aqui, o artista dá lugar ao homem. Conhecerá algumas das suas obras e desenhos, mas também as coisas que compunham o seu dia-a-dia: cartas, fotografias, notas à margem... Um olhar mais íntimo pela vida, tão curta, deste pintor português. -
Amadeo de Souza-Cardoso - PinturaEste livro foi publicado por ocasião da exposição «Amadeo de Souza Cardoso 1887-1918», organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Réunion des Musées Nationaux - Grand Palais, em Paris, de 20 de Abril a 18 de Julho de 2016. La Légende de Saint Julien lHospitalier é um manuscrito ilustrado de Amadeo de Souza-Cardoso, a partir do texto de Gustave Flaubert, pertencente à colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. -
XX Dessins de Amadeu de Souza-CardosoEsta edição fac-similada do álbum XX Dessins, de Amadeo de Souza-Cardoso (1912), foi publicada por ocasião da exposição «Amadeo de Souza Cardoso 1887-1918», organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Réunion des Musées Nationaux - Grand Palais, em Paris, de 20 de Abril a 18 de Julho de 2016. «Cardoso não procede de ninguém, nem mesmo de Deus. Criou um mundo totalmente novo. A natureza, os seres vivos, animais ou criaturas humanas, flora e fauna, tudo saiu do seu cérebro de lírico alucinado. Como afirma, com razão, Jérôme Doucet, “trata-se de construções arquitecturais tão libertas de convenções, que poderiam ser habitantes ou construções de outro planeta”. -
La Legende de Saint Julien l' HospitalierLivre publié à loccasion de lexposition «Amadeo de Souza Cardoso 1887-1918», organisé par la Fondation Calouste Gulbenkian et la Réunion des Musées Nationaux - Grand Palais, à Paris, 20 Avril à 18 Juillet 2016. La Légende de Saint Julien lHosp it alier est un manuscrit illustré de Amadeo de Souza Cardoso, du texte de Gustave Flaubert, appartenant à la collection du Centre dArt Moderne de la Fondation Calouste Gulbenkian. -
XX Déssins (edição fac-similada)Em 1912, Amadeo de Souza-Cardoso concebeu, em Paris, um álbum composto por 20 gravuras, reproduções de desenhos a tinta-da-china concebidos ao longo dos meses anteriores. Publicados em edição de autor, numa tiragem total de 530 exemplares, os XX Déssins tornaram-se um dos primeiros grandes momentos de afirmação internacional do artista português. Por ocasião do centenário da morte de Amadeo, a Ponto de Fuga reedita esta obra de referência, numa edição que reproduz fielmente o álbum original.Impressos em fine paper de 250 gramas e acondicionados numa capa cartonada com acabamento à mão, os XX Déssins regressam em todo o seu esplendor. -
Cair no Coração de Uma Flor - Cartas (1906-1918)Autor de uma obra plástica visionária que tem atraído milhares de visitantes a exposições, Amadeo de Souza-Cardoso foi também um extraordinário epistológrafo, como atestam as mais de duzentas cartas que escreveu - à família, à companheira, a amigos, a outros artistas - e que chegaram até nós. Determinante para o estudo aprofundado, nos últimos anos, da sua vida e obra, esse acervo nunca tinha sido objeto de uma edição integral como a que agora se apresenta. Nela se reúnem todas as cartas escritas entre novembro de 1906, momento decisivo em que Amadeo partiu para Paris, onde se integrou nas vanguardas internacionais do início do século XX, e as semanas que antecederam a sua morte, aos 30 anos, em outubro de 1918. Um século depois, este livro vem revelar, num registo ora quotidiano, ora profundamente íntimo, a demanda espiritual de um homem que se predestinou a deixar atrás de si «uma prova forte de existência»: «É preciso ser gigante para ser gota de orvalho. Depois de abraçar a terra, mergulhar no mar, transformado em nuvem comandar uma batalha de raios, cair muito alto, das alturas, no coração de uma flor, a nossa alma, gota celeste, desaparece num fino raio de sol.» -
XX Déssins (postais: edição fac-similada em miniatura)Em 1912, Amadeo de Souza-Cardoso (1887–1918) produziu, em Paris, 530 exemplares de um álbum de gravuras, composto a partir de vinte desenhos a tinta da China concebidos ao longo dos meses anteriores. À época, os XX Déssins tornaram-se um dos primeiros grandes momentos de afirmação internacional do artista português. Esta coleção de postais, com tiragem numerada, reproduz fielmente, em miniatura, o álbum original.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.


