Diário do Sedutor
Johannes é uma esteta que se empenha em criar uma possibilidade de sedução de uma jovem mulher. Persegue com dissimulação a inocente Cordelia, até ela ser completamente atraída por ele.
Mas, quando ela está prestes a ceder à sedução. percebe que alguma coisa está errada.
Através deste enredo literário, Kierkegaard reflecte sobre o homem estético: que é atraído pelo prazer sensual e deambula pela vida íntima dos seus instintos, vendo naquilo que o rodeia meios para realizar os seus desejos.
«Na vasta literatura do amor, Diário do Sedutor é uma intrigante curiosidade», observou John Updike sobre esta narrativa que é o último capítulo da primeira parte de Ou-Ou. Um Fragmento de Vida.
| Editora | Relógio d' Água |
|---|---|
| Coleção | Clássicos para Leitores de Hoje |
| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Soren Kierkegaard |
Filósofo religioso e crítico do racionalismo, é considerado o fundador do existencialismo, que se assumiu como uma das mais profundas e renovadoras correntes filosóficas do século XX. Dinamarquês, nasceu em Copenhaga em 1813 e morreu nesta cidade em 1855. Segundo Kierkegaard, o homem tem que renunciar a si mesmo para superar as limitações que a realidade lhe impõe e assim aceder ao transcendente, a Deus e à verdadeira individualidade. Neste sentido, realçou o existir concreto de um homem que anseia pela transcendência, focando, consequentemente, os sentimentos de angústia e desespero inerentes a tal condição.
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A Repetição«Há, no entanto, um último vector da categoria de repetição que importa salientar. Constantin Constantius diz: A repetição é a realidade, e é a seriedade da existência. Aquele que quer a repetição amadureceu em seriedade. Esta é a minha declaração de voto. E numa outra passagem acrescenta: a repetição é o lema em qualquer intuição ética; a repetição é conditio sine qua non para todo e qualquer problema dogmático. Lema e declaração de voto são actos linguísticos que surgem aqui a balizar o interesse ético da repetição. O lema Løsnet, que também tem o significado de senha, no sentido de palavra de passe indica ou uma orientação ou o factor que franqueia a entrada num domínio reservado: ou seja, a repetição é a orientação fundamental, que há que não perder de vista, para a súbita decisão da escolha ética, que em Kierkegaard é antes de mais escolha de si próprio; e é ao mesmo tempo a chave que abre o terreno do ético.» -
Temor e Tremor«O tratamento acentuadamente patético em Temor e Tremor (...), permite analisar pormenorizadamente nos sucessivos episódios, e nas sucessivas "modificações" anunciadas e logo introduzidas pelos respectivos autores, os conflitos de ordem pessoal e inter-relacional que afectam o indivíduo que procura uma forma consequente de objectivar o seu sentimento. Nos episódios de Temor e Tremor, a representação do amor como uma força vital encontra?se em todas as situações imagináveis como estando determinadas por esse sentimento - seja ele paternal, filial, fraternal, erótico, para com a divindade, para com a polis, ou a philosophia; na maioria dos casos, a ultrapassagem desse amor implica não só a óbvia perda desse sentimento, como a morte de uma das partes ou o seu desaparecimento enquanto receptáculo do amor de um outro.» -
Migalhas Filosóficas«Assim, a temática do Cap. I centra-se na apreciação da diferença entre, por um lado, o modelo socrático-platónico da relação do mestre com o discípulo e, por outro lado, o modelo cristão da relação "do deus"com o "aprendiz"; mas, se procurarmos o conceito operativo específico deste capítulo, rapidamente compreenderemos que é a categoria de "instante" que, na sua oposição funcional com a noção de "ocasião", determina o essencial da meditação aí levada a cabo.O Cap. II, por seu turno, tem por tema central a questão do amor do deus pelo homem; o conceito operativo específico deste capítulo encontra-se na "humilhação" que é capital para que este amor não seja um "amor infeliz", ou seja, situa-se naquilo que motiva o facto de o deus descer na figura de um "servo" e que simultaneamente faz que perante este facto se esteja diante do "maravilhoso".O Cap. III debruça-se sobre o tema do paradoxo, em especial da diferença entre o "paradoxo socrático" (Sócrates faz todos os possíveis por conhecer a natureza humana, mas não está certo de saber quem é, em particular de saber se partilha do divino) e o "paradoxo absoluto"(que põe em jogo a "diferença absoluta" entre o deus e o homem, que é a"diferença absoluta do pecado", e o anular desta diferença absoluta na "igualdade absoluta").» Da Introdução de José Miranda Justo -
Ou-Ou: um fragmento de vida - Primeira Parte«Ou-Ou: um fragmento de vida é uma obra ímpar dentro da literatura e da filosofia ocidentais, a todos os níveis e vista de todos os ângulos; não fosse a circunstância de, na Europa de então, como na actual, a língua dinamarquesa ficar submersa por outros idiomas dominantes, e certamente que teria sido reconhecida universalmente como um clássico da literatura e da filosofia, na geração seguinte ao seu aparecimento.» -
Prefácios«Os oito prefácios diferem entre si na estrutura, na extensão e no enfoque com que abordam a temática dos livros fictícios e os respectivos autores cuja apresentação pública encenam. Uma coisa, todavia, mantém-se constante: o grau de corrosão com que neles se desenha a sátira dos usos e costumes do mundo leitor e dos arautos da cultura de Copenhaga, com incidência maior ou menor na contaminação entre a importância comercial, o valor cultural de obras e de autores, a relação interesseira entre a Filosofia e a Teologia contemporâneas e a estipulação do gosto do público.»Da Introdução -
Ou-Ou: um fragmento de vida - Segunda Parte«Ou-Ou: um fragmento de vida é uma obra ímpar dentro da literatura e da filosofia ocidentais, a todos os níveis e vista de todos os ângulos; não fosse a circunstância de, na Europa de então, como na actual, a língua dinamarquesa ficar submersa por outros idiomas dominantes, e certamente que teria sido reconhecida universalmente como um clássico da literatura e da filosofia.»Da Introdução -
Fear and TremblingThroughout history, some books have changed the world. They have transformed the way we see ourselves - and each other. They have inspired debate, dissent, war and revolution. They have enlightened, outraged, provoked and comforted. They have enriched lives - and destroyed them. Now Penguin brings you the works of the great thinkers, pioneers, radicals and visionaries whose ideas shook civilization and helped make us who we are. The Father of Existentialism, Kierkegaard transformed philosophy with his conviction that we must all create our own nature; in this great work of religious anxiety, he argues that a true understanding of God can only be attained by making a personal 'leap of faith'. -
The Sickness Unto DeathInfluencing philosophers such as Sartre and Camus, and still strikingly modern in its psychological insights, Kierkegaard’s The Sickness Unto Death explores the concept of ‘despair’ as a symptom of the human condition and describes man’s struggle to fill the spiritual void. Throughout history, some books have changed the world. They have transformed the way we see ourselves – and each other. They have inspired debate, dissent, war and revolution. They have enlightened, outraged, provoked and comforted. They have enriched lives – and destroyed them. Now Penguin brings you the works of the great thinkers, pioneers, radicals and visionaries whose ideas shook civilization and helped make us who we are. -
Diário de um SedutorTRADUÇÃO: JOSÉ AIGNERIMAGENS: MARIA DURÃOCOMPOSIÇÃO GRÁFICA: CATARINA DOMINGUES -
Dezoito Discursos Edificantes«Os dezoito discursos edificantes reunidos neste volume constituem a primeira tradução integral em língua portuguesa a partir do original dinamarquês homónimo, Atten opbyggelige Taler, saído em 1845. […] O livro só será edificante para o leitor que o guarde dentro de si, para o leitor sábio que o receba com a mão certa, na mesma disposição do autor, nem que para tal accione poderes mágicos para se edificar a partir da base, para se erguer sobre novos alicerces — é essa a denotação dos componentes do termo dinamarquês “opbygge”, i.e., “edificar”, do qual provém “opbyggelig”, i.e., “edificante”.» [Da Introdução de Elisabete M. de Sousa]
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.