Dicionário de História de Portugal: o 25 de Abril - 3.º Volume
Quatro décadas após o golpe militar do 25 de Abril de 1974, atualiza-se o Dicionário de História de Portugal, obra pensada e iniciada pelo professor Joel Serrão, com a publicação do suplemento relativo ao período da transição para a democracia (1974-1976). A obra que aqui se apresenta trata desse intenso processo histórico, marcado por vários momentos chave, e procura sistematizar, com rigor científico, informação sobre: instituições políticas, jurídicas, culturais, sociais e económicas; partidos políticos; biografias de personagens políticos, militares, culturais e religiosos; aspetos gerais sobre o Estado e as suas políticas públicas; os principais movimentos sociais, as ideologias, a economia e a inovação, a diversidade religiosa, a literatura e a arte.
| Editora | Figueirinhas |
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| Editora | Figueirinhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | António Reis, Paula Borges Santos, Maria Inácia Rezola |
Maria Inácia Rezola. Doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e investigadora do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade, leciona na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL). Desde abril de 2022 é comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril.
Paula Borges Santos é doutorada em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Socais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigadora integrada do Instituto de História Contemporânea (IHC - UNL), onde coordena o Grupo de Investigação Justiça, Regulação e Sociedade, é colaboradora regular do Departamento de História Comtemporanea da Facultad de Geografia e Historia da Universidad Nacional de Educación a Distancia (FGH-UNED). Foi Professora visitante da Pontifícia Universidade Católica de Rio Grande do Sul, Brasil (2015). Publicou Igreja Católica, Estado e Sociedade (1968-1975): O Caso Rádio Renascença (ICS, 2005), que recebeu o Prémio Fundação Mário Soares (edição de 2004) e A Questão Religiosa no Parlamento (1935-1974) (Assembleia da República, 2012), além de artigos e dossiers temáticos em revistas nacionais e internacionais. Foi co-coordenadora do Dicionário de História de Portugal, suplementos 1974-1976 (Livraria Figueirinhas).
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A Segunda Separação. A Política Religiosa do Estado Novo (1933-1974) - Estado, Leis, Governação e Interesses ReligiososO regime autoritário português promoveu uma transformação significativa no relacionamento institucional do Estado com as Igrejas, especialmente com a Igreja Católica, que decorreu de novas soluções tentadas para a organização do Estado, fruto de conflito político e de disputas de interesses que se estenderam ao longo da ditadura. As opções tomadas afloraram no direito público, em geral, e no direito constitucional, em particular. Determinaram também dinâmicas exclusivamente políticas, e estas foram, em certo sentido, um complemento ao enquadramento normativo do fenómeno religioso. Pela soma destes elementos, durante o Estado Novo foi inaugurada e consolidada uma fase de alterações importantes na interação entre a política e a religião, à qual se pode chamar a segunda separação. Este período entra em oposição intencional à primeira experiência de separabilidade, que decorreu entre os anos de 1910 e 1933, desenvolvendo um novo paradigma jurídico, político e cultural que permitiu considerar as confissões religiosas como realidades autónomas, com necessidades próprias, ainda que condicionadas e submetidas aos interesses gerais da sociedade, pelo que se justificava que a regulamentação dos seus direitos fosse imposta por parte do ordenamento do Estado. Este paradigma de separação apenas em democracia foi revisto e atualizado, quando o ordenamento português assumiu uma visão centrada no reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais do cidadão, e, nessa esteira, se harmonizou com uma aceção ampla e sem restrições da liberdade religiosa. -
Melo Antunes - Uma Biografia PolíticaEste livro vem acrescentar novos dados sobre este episódio ainda hoje envolto em polémica, destacando, nomeadamente, a importância fundamental da intervenção de Melo Antunes no seu contexto. Numa altura em que tudo deixava antever que ao 25 de Novembro se seguiria uma “caça às bruxas”, tendo como alvo o PCP e extrema-esquerda, Melo Antunes vem a público para salientar a importância do Partido Comunista na construção da democracia portuguesa. “Esta posição”, explica a autora, “central para a definição de um regime plural e livre, custar-lhe-á inimizades e incompreensões que o acompanharão até ao fim da vida”. O prefácio da obra é da autoria do escritor António Lobo Antunes, grande amigo de Melo Antunes e seu companheiro nas Comissões em Angola. -
25 de Abril - Mitos de Uma RevoluçãoA 25 de Abril de 1974 um grupo de jovens capitães leva a cabo um golpe de Estado que, em menos de 24 horas, derruba uma ditadura que dominava Portugal há mais de quatro décadas. Tratou-se de uma revolução em nome da liberdade? Existia um grau de politização entre os revoltosos? Até que ponto não foram as questões corporativas centrais na mobilização e primeiros passos do movimento dos Capitães? Porque é que o primeiro presidente da República da transição foi António de Spínola e não Francisco da Costa Gomes como planeado pelos Capitães? Foram os partidos coagidos a assinar a Plataforma de Acordo Constitucional com o MFA? A 25 de Novembro os páras ocupam a base aérea de Tancos: houve ou não uma tentativa de golpe de Estado? Quais os seus autores? Quem deu a ordem de saída aos páras? Passados mais de 30 anos sobre estes episódios, só agora se começam a revelar as verdades que permitem desmascarar os mitos que fazem parte da história do 25 de Abril. Neste livro, a historiadora Maria Inácia Rezola traz-nos uma visão geral da Revolução, analisando os seus episódios mais polémicos, sem medo de desconstruir mitos e ideias formadas sobre este episódio fundamental do século XX português. -
Poemas QuotidianosPoemas Quotidianos, o livro do poeta e cineasta António Reis esgotado há décadas, é o novo volume da colecção de poesia de Pedro Mexia.«O Portugal dos anos 50 e da transição para a década seguinte é um país em que amplos sectores da população vivem no limiar da pobreza ou numa apertada mediania. É essa a realidade que, em larga medida, se espelha nos poemas elípticos de António Reis, alheios à ênfase retórica e ao tom protestário da lírica de alguns dos seus contemporâneos, e que, antes, atentam nos pequenos nadas do quotidiano, na banalidade de um dia-a-dia de limitados horizontes. Os textos falam de gente que passaja, vira, ou tinge a roupa, ou a deixa, depois de lavar, a enxugar de noite, para a vestir de novo de manhã quando vai para o trabalho.Tudo isto numa linguagem simples, de "poucas palavras", como um cineasta seu amigo, um dia, dele disse, uma simplicidade construída, acrescente-se, e em que se conta com a cooperação do leitor para completar ou preencher o que apenas é entremostrado ou sugerido.» - Fernando J.B. Martinho -
Os Anos Sessenta em Portugal - Duas governações, diferentes políticas públicas?Neste livro, onde vários autores traçam o desenvolvimento de diversas políticas sectoriais, como a das relações externas e de defesa, a económica, a financeira, a laboral, de previdência social, a educativa, de saúde, a da administração da justiça e a cultural, entre o início da década de 1960 e o seu final, revelam como a elaboração, negociação e construção legislativa de muitas políticas, que têm sido apontadas como inovações pensadas e postas em funcionamento pela governação de Marcelo Caetano, foram afinal debatidas e introduzidas ainda sob os executivos de Salazar. -
Dom António Ribeiro«Com teologias diferentes e diferentes critérios sociológicos, podemos ter muito zelo apostólico, multiplicar iniciativas e atividades, mas chegaremos irremediavelmente a pontos diferentes.»Dom António Ribeiro acentuou sempre o dever de empenhamento e de participação da Igreja na construção de uma sociedade justa e pluralista.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?