História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal - Tomo I
Em 1846 Alexandre Herculano publica o primeiro livro da sua História de Portugal e até 1853 seguem-se-lhe mais três volumes. Em 1850 interrompe este trabalho e a sua atenção dirige-se então para um dos mais importantes particularismos da história de Portugal - a nossa política de intolerância religiosa - e, em 1854, publica o primeiro volume da História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal. Uma importante análise que trata do aparecimento do sistema inquisitorial, na Europa e entre nós, acompanha a situação dos judeus em Portugal e observa as relações que se estabelecem entre a Inquisição e o poder político, especialmente durante os séculos XV e XVI, nomeadamente até ao reinado de D. João III.
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| Autores | Alexandre Herculano |
Poeta, romancista, historiador e ensaísta português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu a 28 de março de 1810, em Lisboa, e morreu a 18 de setembro de 1877, em Santarém. A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência, obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho mas também a sua vida.
Nascido numa família modesta, estudou Humanidades na Congregação do Oratório, onde se iniciou também na leitura meditada da Bíblia, o que viria a marcar a sua mundividência. Impedido por dificuldades económicas e familiares de frequentar a Universidade, preparou-se para ingressar no funcionalismo, frequentando um curso prático de Comércio e estudando Diplomática na Torre do Tombo, onde aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Por esta altura, com 18 anos, já se manifestava a sua vocação literária: aprendeu o francês e o alemão, fez leituras de românticos estrangeiros e iniciou-se nas tertúlias literárias da marquesa de Alorna, que viria a reconhecer como uma das suas mentoras. Em 1831, envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra (Plymouth) e depois em França (Rennes).
No exílio, aperfeiçoou o estudo da história, familiarizando-se com as obras de historiadores como Thierry e Thiers, e leu os que viriam a ser os seus modelos literários: Chateaubriand, Lamennais, Klopstock e Walter Scott. Em 1832, participou no desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto, onde foi nomeado segundo-bibliotecário e encarregue de organizar os arquivos da biblioteca. Entre 1834 e 1835, publicou importantes artigos de teorização literária na revista Repositório Literário, do Porto, (posteriormente compilados nos Opúsculos). Em 1836, por discordâncias com o governo setembrista, demitiu-se do seu cargo de bibliotecário e publicou o folheto A Voz do Profeta. Em Lisboa, dirigiu a mais importante revista literária do Romantismo português, O Panorama, para que contribuiria com diversos artigos, narrativas e traduções, nem sempre assinados. Em 1839, aceitou o convite de D. Fernando para dirigir as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades, prosseguindo os seus trabalhos de investigação histórica, que viriam a concretizar-se nos quatro volumes da História de Portugal, publicados no decurso das duas décadas seguintes. Foi precisamente por essa altura que se envolveu numa polémica com o clero, ao questionar o milagre de Ourique, polémica que daria origem aos opúsculos Eu e o Clero e Solemnia Verba. Eleito deputado pelo Partido Cartista em 1840, demitiu-se no ano seguinte, desiludido com a atividade parlamentar.
Voltou à política em 1851, fundou o jornal O País, mas logo se desiludiu com a Regeneração, manifestando o seu desagrado pela conceção meramente material de progresso de Fontes Pereira de Melo. Em 1853, fundou o jornal O Português, e dois anos depois foi nomeado vice-presidente da Academia Real das Ciências e incumbido pelos seus consórcios da recolha dos documentos históricos anteriores ao século XV - tarefa que viria a traduzir-se na publicação dos Portugaliae Monumenta Historica, iniciada em 1856. Neste mesmo ano tornou-se um dos fundadores do partido progressista histórico e em 1857 atacou a Concordata com a Santa Sé. Em 1858, recusou a cátedra de História no Curso Superior de Letras. Entre 1860 e 1865, envolveu-se em nova polémica com o clero, quando, ao participar na redação do primeiro Código Civil Português, defendeu o casamento civil. Em 1865, fruto das suas reflexões, saíram os Estudos sobre o Casamento Civil. Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em quem depositava muitas esperanças, e desiludido com a vida pública, retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos (comprada com o produto da venda das suas obras), onde se dedicaria quase exclusivamente à vida rural, casando com D. Maria Hermínia Meira, sua namorada da juventude.
Apesar deste novo e voluntário exílio, continuou a trabalhar nos Portugaliae Monumenta Historica, interveio em 1871 contra o encerramento das Conferências do Casino, orientou em 1872 a publicação do primeiro volume dos Opúsculos e manteve correspondência com várias figuras da vida política e literária. Morreu de pneumonia aos 67 anos, originando manifestações nacionais de luto.
Alexandre Herculano. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
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Eurico, o PresbíteroEurico, o Presbítero, considerado pelo próprio autor uma «crónica-poema, lenda ou o que quer que seja», narra a história do amor impossível de Hermengarda e Eurico. Na Espanha visigótica do século VIII, Eurico, que outrora reprimira rebeliões na Cantábria, entrega-se ao sacerdócio por não poder desposar Hermengarda, a irmã de Pelágio, fundador do reino das Astúrias. Contudo, quando vê a sua pátria e a sua religião ameaçadas, Eurico volta a vestir a pele de guerreiro e converte-se no valoroso e enigmático Cavaleiro Negro, combatendo heroicamente os mouros e conquistando a admiração dos Visigodos. Constituindo uma obra única do Romantismo português, Eurico, o Presbítero aborda ainda o problema éticoreligioso do celibato. -
História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal - Tomo IINeste segundo tomo da História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, Alexandre Herculano prossegue a sua análise das negociações entre a corte portuguesa de D. João III e o papado de Roma com vista à instituição dos tribunais do Santo Ofício em Portugal, descrevendo-nos os jogos de poder e as manobras políticas nem sempre muito claras e transparentes levadas a cabo quer pelos agentes diplomáticos de Roma, quer pelos do rei. Uma importante análise que trata do aparecimento do sistema inquisitorial, na Europa e entre nós, acompanha a situação dos judeus em Portugal e observa as relações que se estabelecem entre a Inquisição e o poder político, especialmente durante os séculos XV e XVI, nomeadamente durante o reinado de D. João III. -
História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal - Tomo III«A perseguição, que torna indomáveis os ânimos nobres, que os purifica e os eleva acima do vulgo nas épocas de profunda decadência, não os elevava a eles. À mentira opunham muitas vezes a mentira, à hipocrisia a hipocrisia, à corrupção a corrupção; mas não era nestas artes ignóbeis que podiam levar vantagem aos seus adversários. Depois, Roma sabia calcular: as grossas somas que eles podiam despender, e que despendiam de feito, era um ganho transitório; as pensões, que o rei de Portugal podia conceder, e concedia, eram permanentes e seguras. (…) A cúria romana buscava conciliar tudo; o máximo lucro com a ponderação dos valores e com a mais alta probidade com o tráfico das coisas santas.» -
A Dama Pé-de-Cabra/A AbóbadaPlano Nacional de Leitura.Livro recomendado para o 7º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula.A Dama Pé-de-Cabra, conto que dá título ao livro, conta a história de um nobre que, ao encontrar na serra uma dama, se perde de amores por ela; mas a dama não é quem parece ser e o nobre terá de sofrer muito em consequência das suas escolhas. Um conto misterioso, intrigante, marcante pelo tom com que é apresentado e onde os elementos sobrenaturais são soberanos. A Abóbada fala da construção do Mosteiro da Batalha, em particular, da abóbada da casa do capítulo. Este conto envolvente, marcado por descrições soberbas, ilustra como o orgulho excessivo pode ser a ruína de um homem. Um poderoso relato de uma época de grande poder e forte superstição. -
O Pároco da AldeiaNa galeria dos grandes escritores da literatura portuguesa, Alexandre Herculano (1810?1877) figura entre os maiores, como romancista, historiador, ensaísta, mas também poeta e dramaturgo. Pequeno romance rústico , como lhe chamou Vitorino Nemésio, crónica aldeã , no dizer do próprio autor, O Pároco de Aldeia foi originalmente publicado no jornal literário e instrutivo O Panorama, em 1843-44. Editado agora pela primeira vez em volume autónomo, deliciará os leitores com as desditas de um candidato a santo casamenteiro e os ditos do seu rebanho, narrados com a mestria um prosador que, para lá do sentimentalismo ou da moralidade, sabia como nenhum outro esbater as linhas que separavam o divino do terreno, o erudito do plebeu, para filosofar com graça e gracejar com filosofia. -
O Bispo NegroHomens que conheciam a actualidade e não obedeciam a hábitos, razões e palavras obsoletas. -
Lendas e NarrativasLendas e Narrativas, publicadas em dois volumes em 1851, conheceram até à morte do autor mais três edições (1858, 1865 e 1877). A colectânea é constituída, na sua maioria, por textos publicados entre 1839 e 1844, na revista literária O Panorama. Os textos retratam pormenorizadamente contextos sociais passados, bem reveladores do profundo conhecimento histórico de Alexandre Herculano. -
A AbóbadaO arquiteto português Afonso Domingues desenha uma complexa abóbada para o Mosteiro da Batalha, mas fica cego, em 1401, antes de a edificar… O rei D. João I contrata, então, um arquiteto irlandês, mestre Ouget, para a terminar, que não acredita no projeto inicial. Uma delas desaba… a outra ainda hoje lá está! Mas a de quem? A história da construção desta abóbada podia ser um simples e aborrecido relato, mas é digna de um romance elaborado. Assim é este e muitos outros episódios da História de Portugal, que Alexandre Herculano tão bem soube glorificar! A Coleção Educação Literária reúne obras de referência da literatura portuguesa e universal indicadas pelas Metas Curriculares de Português do Ensino Básico e Secundário. -
Eurico o Presbítero«...um protesto lavrado com o sangue das veias!» Lopes de Mendonça Páginas imorredoiras que gerações sucessivas têm admirado e cuja grandeza não desmerece do que há de melhor na literatura universal. «...um livro português de irradiação talvez só comparável à que ´Os Lusíadas`conheceram,guardadas as devidas proporções do género,grandeza e lugar,na essência da nação como vade-mécum dos seus filhos.» Vitorino Nemésio
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?
