Julgamentos que Mudaram a História
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| Editora | Desassossego |
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| Editora | Desassossego |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ana Margarida de Carvalho |
Jornalista e escritora, licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa, onde nasceu. Assinou várias reportagens premiadas, crónicas, ensaios e crítica cinematográfica e literária. É autora de guiões de cinema e de uma peça de teatro.
O seu romance de estreia, Que Importa a Fúria do Mar, venceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) referente a 2013. Não Se Pode Morar nos Olhos de Um Gato recebeu igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela da APE (2016). Foi nomeado livro do ano pela SPA e venceu o Prémio Literário Manuel de Boaventura (2017). Tem um livro infantil, A Arca do É, em parceria com o ilustrador Sérgio Marques.
Pequenos Delírios Domésticos, o seu primeiro livro de contos, venceu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2017.
O romance O Gesto Que Fazemos para Proteger a Cabeça, publicado pela Relógio D’Água em 2019, foi finalista do Prémio Oceanos 2020 e do Prémio de Literatura da União Europeia 2021.
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Que Importa a Fúria do MarNuma madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal. Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma. Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis. Que Importa a Fúria do Mar é um romance de estreia com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou. Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado, a obra foi finalista do Prémio LeYa em 2012. -
Não Se Pode Morar nos Olhos de Um GatoEm finais do século XIX, já depois da abolição da escravatura, um tumbeiro clandestino naufraga ao largo do Brasil. Um grupo de náufragos atinge uma praia intermitente, que desaparece na maré cheia: um capataz, um escravo, um mísero criado, um padre, um estudante, uma fidalga e sua filha, um menino pretinho ainda a dar os primeiros passos... Todos são vencedores na morte, perdedores na vida. O mar, ao contrário dos seus antecedentes quotidianos, dá-lhes agora uma segunda oportunidade, duas vezes por noite, duas vezes por dia. Ao contrário do que pensam, não estão sós naquele cárcere, com os penhascos enquanto sentinelas, cercados de infinitos, entre o céu e o oceano. Trazem com eles todos os seus remorsos, todos os seus fantasmas. E mais difícil do que fazerem-se ao mar ou escalarem precipícios será ultrapassarem os preconceitos: os de raça, os de classe social, os de género, os de credo. Para sobreviverem, terão de se transformar num monstro funcional com muitos braços e muitas cabeças; serão tanto mais deuses de si próprios quanto mais se tornarem humanos e conseguirem um estado de graça a que poucos terão acesso: a capacidade de se colocarem na pele do outro.Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2016. -
Pequenos Delírios DomésticosAna Margarida de Carvalho é conhecida como romancista. Com Que Importa a Fúria do Mar e Não Se Pode Morar nos Olhos de Um Gato, venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 2013 e 2017. Este seu primeiro livro de contos evidencia o seu talento para a narrativa breve. -
Que Importa a Fúria do MarNuma madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal. Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma. Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis. Que Importa a Fúria do Mar é um romance de estreia com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou. Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado, a obra foi finalista do Prémio LeYa em 2012 e conquistou por unanimidade o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2013. -
Julgamentos Que Mudaram a HistóriaA História não se escreve apenas nos gabinetes dos ministros, nos palácios presidenciais ou nos campos de batalha, muitas vezes decide-se nas salas de tribunal. A História de Portugal e do Mundo está recheada de julgamentos cujos impactos duram até hoje. Muitos tribunais derrubaram governos, findaram dinastias, perseguiram pensadores, acusaram revolucionários, calaram cientistas. Sempre ao sabor das políticas do momento, dos interesses dos poderosos, do medo do povo revoltoso, e, por vezes, até em nome de uma verdadeira justiça. Ana Margarida de Carvalho, na sua primeira incursão na não-ficção, traça uma panorâmica sobre esses julgamentos, num estilo cativante e assente numa rigorosa pesquisa que, pela sua originalidade, barbaridade, injustiça gritante ou mediatismo, deixaram uma marca que jamais se apagará das cronologias históricas. Justiça frouxa e impotente, tirânica ou inclemente, contestada ou mesmo injusta. Prepare-se para mudar a sua maneira de ver os tribunais e essa noção sagrada de um Estado de Direito: a justiça. -
Que Importa a Fúria do MarNuma madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal. Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma. Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis. Que Importa a Fúria do Mar é um romance de estreia com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou. Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado, a obra foi finalista do Prémio LeYa em 2012.Ver por dentro: -
Não se Pode Morar nos Olhos de Um GatoEm finais do seculo XIX, ja depois da abolic?o da escravatura, um tumbeiro clandestino naufraga ao largo do Brasil. Um grupo de naufragos atinge uma praia intermitente, que desaparece na mare cheia: um capataz, um escravo, um misero criado, um padre, um estudante, uma fidalga e sua filha, um menino pretinho ainda a dar os primeiros passos... Todos s?o vencedores na morte, perdedores na vida. O mar, ao contrario dos seus antecedentes quotidianos, da-lhes agora uma segunda oportunidade, duas vezes por noite, duas vezes por dia. Ao contrario do que pensam, n?o est?o sos naquele carcere, com os penhascos enquanto sentinelas, cercados de infinitos, entre o ceu e o oceano. Trazem com eles todos os seus remorsos, todos os seus fantasmas. E mais dificil do que fazerem-se ao mar ou escalarem precipicios sera ultrapassarem os preconceitos: os de raca, os de classe social, os de genero, os de credo. Para sobreviverem, ter?o de se transformar num monstro funcional com muitos bracos e muitas cabecas; ser?o tanto mais deuses de si proprios quanto mais se tornarem humanos e conseguirem um estado de graca a que poucos ter?o acesso: a capacidade de se colocarem na pele do outro.Ver por dentro: -
O Gesto Que Fazemos para Proteger a CabeçaDois homens caminham. Um chega à terra para matar saudades do mar; outro supera um carreiro íngreme com uma carga de azeitonas. O primeiro vem vergado ao peso da vingança. O segundo ao da sobrevivência. Cruzam-se numa estrada, perdida, no Alentejo, junto à fronteira. De Espanha chegam os ecos dos fuzilamentos e os foragidos da Guerra Civil. Transaccionam-se mercadorias, homens, mulheres e até bebés. No espaço de um dia, que medeia dois entardeceres, muitas mulheres de cabelos ensarilhados pelo vento hão-de conspirar num velho depósito de água rachado; duas amigas separam-se e unem-se por causa de um homem que se dissolve na lama. Um rapaz alentejano voltado para as coisas da existência é por todos traído, mas não tem vocação para desforras, e perde o falcão, a sua máquina alada de matar… Duas comunidades antagónicas, que se hostilizam, guerreiam e dependem uma da outra: uma à míngua, entre vendavais e pó; outra prospera, em traficâncias várias, cercada por pântanos, protegida por um tirano local e pela polícia política, abriga todos os rejeitados pela sociedade, malteses, republicanos espanhóis, fugitivos, cuspidores de fogo, ciganos, artistas de circo, evadidas de conventos, bêbados e arruaceiros. As velhas acusações transformam-se, a guerra tem renovados motivos, a raiva escolhe outros métodos. O grito do corpo continua o mesmo, tal como o gesto que fazemos para proteger a cabeça. -
Cartografias de Lugares mal Situados (10 Contos da Guerra)Os cenários de guerra são, por definição, lugares mal situados. Neles, as emoções são intensificadas, a generosidade, a compaixão, mas sobretudo a raiva, o medo, a crueldade e a bruteza.Nestes contos, Ana Margarida de Carvalho percorre alguns desses lugares, desde uma povoação de Portugal durante a Terceira Invasão Francesa, passando por uma biblioteca não nomeada, centro de operações da resistência, onde os livros servem para tudo menos para ler, até um lugar incerto onde há mulheres cercadas por snipers, as vozes são proibidas e o silêncio parece interminável. -
Viver SóNunca como hoje houve tantos portugueses a viverem sozinhos, seja por opção, por deslocação em virtude de emprego ou estudo, por divórcio ou viuvez. Segundo o Censos provisório de 2021, são já mais de um milhão o número de pessoas nessa situação, o dobro de há 30 anos. A era da comunicação é, em simultâneo e paradoxalmente, a era da solidão. Este livro é um retrato da solidão em Portugal em números, contexto e circunstâncias, mas também uma reflexão sobre o quanto viver sozinho é diferente de sentir -se sozinho. A experiência de solidão é tão individual e privada que se torna quase indefinível. Como se poderá ler em relatos de vidas solitárias expostas ao longo deste livro, viver só pode ser um privilégio, uma questão de liberdade irrenunciável ou uma dor profunda e irreversível. A solidão pode ser desde sempre ou para sempre.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?