Lisboa em 1514: o relato de Jan Taccoen van Zillebeke
Na Páscoa de 1514 passou por Lisboa, em viagem para Jerusalém, o nobre flamengo Jan Taccoen van Zillebeke. Nos nove dias em que permaneceu na cidade deu-se conta de variadas facetas da urbe, quer urbanísticas, como os principais edifícios e as caraterísticas das habitações e vias de comunicação, quer económicas e sociais, como o grande número de escravos, o uso de animais exóticos pela corte e a atitude perante o adultério, aos quais se referiu no relato que, no regresso ao país natal, redigiu sobre o conjunto da sua viagem. Na presente edição publica-se a parte referente a Lisboa dessa relação, e incluem-se três outros textos de enquadramento histórico, nomeadamente de dois historiadores belgas interessados neste tema, Eddy Stols e Stijn Manhaeghe.
| Editora | Humus |
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| Editora | Humus |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eddy Stols, Jan Taccoen van Zillebeke, Stijn Manhaeghe, Jorge Manuel Rios da Fonseca |
Jorge Manuel Rios da Fonseca é licenciado em História e pós-graduado em Ciências Documentais pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutor em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigador integrado do CHAM, da mesma universidade. Autor de doze livros – entre os quais Escravos e senhores na Lisboa quinhentista e Religião e liberdade. Os Negros nas irmandades e confrarias portuguesas – e de uma centena de artigos e capítulos de livros de História Medieval e Moderna, nomeadamente sobre os temas dos Escravos e Negros em Portugal, da História de Lisboa e do Alentejo, da Reforma Manuelina dos Forais e do Associativismo e Assistência. Coordenador de vários livros e de números de revistas. Participante em congressos e colóquios, em alguns como organizador.
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Os Livreiros de Lisboa nos Séculos XVI e XVII - Estratégias Económicas, Sociaise FamiliaresO tema principal deste livro é a atividade editoriale a venda de livros em Lisboa na segunda metadedo século XVI e na primeira metade do séculoXVII, assim como as redes económicas, nacionais e internacionais,em que os livreiros da cidade se integraram.O mesmo aborda também as organizações profissionaise as estratégias sociais e familiares seguidas por esteshomens de negócios para a continuidade das suas firmase para a sua ascensão na sociedade.A invenção da imprensa de caracteres móveis na Alemanha de Quatrocentos e a sua rápida expansão por todo o continente e pelos domínios e países de influência europeia em todo o mundo, permitiram que o património literário, filosófico, artístico e científico à época existente fosse posto ao alcance de um número muitíssimo maior de indivíduos, parte dos quais passou a refletir sobre ele e a questioná-lo, dando origem a novas conquistas da ciência, originais criações artísticas e mais ousadas formas de pensamento. Em tal processo foi crucial o papel dos profissionais da difusão de obras impressas, dos que as custearam, assim como dos que intervieram nas várias fases da sua produção material, os quais constituíram, a partir daí e ao longo de séculos, um pilar fundamental na estruturação de uma sociedade do conhecimento, base da civilização dos nossos dias. -
Impressores e Livreiros em Évora - Nos Séculos XVI e XVIIEste livro teve como objetivo preencher numerosas lacunas no conhecimento da atividade livreira em Évora nos séculos XVI e XVII, época em que a cidade foi um dos principais centros impressores do país e ativo mercado de comércio de livros. Tal foi motivado pela frequente presença da corte régia até ao domínio filipino, que a transformou num centro brilhante da cultura humanista, mas também pela existência da Universidade. Além de numerosas contribuições sobre os vultos mais eminentes dessa atividade económica e cultural, como os Burgos, os Lira e outros, uma das principais características deste trabalho é a de tratar, pela primeira vez em conjunto e num período prolongado, toda a problemática do livro em Évora, reconhecendo, também nesta vertente, o lugar que coube à cidade como proeminente polo de criação e difusão cultural.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?