O Feitiço das Línguas - Uma (pseudo) (auto) Biografia Linguística
Com O Feitiço das línguas, Carlos Taibo mistura alhos com bugalhos, com elegância e erudição, ao enlear sem dó o género literário da Autobiografia com o ramo da Linguística, num apaixonante relato contado com engenho e grandes doses de humor. Se, como arma a Linguística moderna, a língua não é apenas um simples sistema de regras mas uma instituição sociocultural constitutiva da nossa identidade individual e coletiva, com certeza não há melhor modo de o materializar do que escrevendo um livro como este.
| Editora | Através Editora |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Através Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Carlos Taibo |
Carlos Taibo foi durante trinta anos professor de Ciência Política na Universidade Autónoma de Madrid. Publicou monografias sobre assuntos como a globalização, a hegemonia dos Estados Unidos, os movimentos de resistência, o decrescimento ou o pensamento libertário. Entre os seus últimos livros em galego-português contam-se Decrescimento, crise, capitalismo (2010), Parecia não pisar o chão. Treze ensaios sobre as vidas de Fernando Pessoa (2010), Galego, português, galego--português? (juntamente com Arturo de Nieves) (2013), O penálti de Djukic (2016), Colapso(2019), A tortilha de Betanços (2020) e Ibéria esvaziada. Despovoamento, decrescimento, colapso (2022). Este volume é uma falsa autobiografia que examina, com retranca, a relação de Taibo com as línguas e, nomeadamente, com o mundo galegoportuguês.A capa é da autoria de Miguel Durão.
-
O Penálti de DjukicA história do futebol também é a dos desafios feministas, a da democracia corinthiana de Sócrates e companhia, a da biblioteca operária do Canido Sporting, a do Breogán F.C., a das mocidades galeguistas, a das seleções nacionais auto-geridas das Siareiras Galegas, a da reinvenção do futebol gaélico ou a do Encrobas Clube de Fútbol ("fura, fura, que Encrobas dura!"), símbolo que mantém viva a paróquia destruída por FENOSA. Este outro futebol, o que amavam Eduardo Galeano e Pier Paolo Pasolini, é o que está trás este livro de Carlos Taibo. Ele, como já fizera no seu dia o anarquista Manuel Rodríguez Matos, tanto pode dar um comício aos peões de Ordes e Celas de Peiró como falar na Sociedade Deportiva de los Castros sobre a ética no desporto e fazer as duas cousas como parte do mesmo projeto: sermos mais livres. -
Parecia Não Pisar o Chão - Treze ensaios sobre as vidas de Fernando PessoaSe nas biografas de Fernando Pessoa descontamos as partes que se referem às doenças mentais desta figura, aos heterónimos, à dimensão esotérica presente na vida e obra do poeta, ao diletantismo político ao qual tantas vezes se entregou e à sua condição de permanente fingidor, no melhor dos casos restam umas dúzias de páginas para examinar a condição material de um ser humano profundamente desgraçado e, ao mesmo tempo, e noutra dimensão, secretamente feliz. Este livro pretende mergulhar no que essas biografas consideram de menor relevo para estudar aspetos da vida de Pessoa que reclamam uma aproximação monográfca: o caráter do escritor, os seus afazeres quotidianos, o trabalho, a fama que alcançou, a posteridade que aguardava, os amores, as viagens, as fotografas, as línguas nas quais se expressou, a morte ou a sua relação com o país, a Galiza, no qual este livro está pensado. Se para a maioria dos especialistas a vida de Pessoa é um simples acidente – a luz que nasce da obra e a necessidade paralela de a resgatar fizeram que o ser humano que estava por trás ficasse num discreto segundo plano –, por que não subverter o que assegura uma conhecida afirmação do poeta – «A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que toda a vida não basta» – e sublinhar o que está implícito, isto é, que a vida também aí está? -
Ibéria Esvaziada - Despovoamento, Decrescimento, ColapsoNeste livro, Taibo delimita o conceito de Ibéria esvaziada, considerando quer o cenário espanhol, quer o português, accionando as ferramentas que surgem da perspectiva do decrescimento e da teoria do colapso. E acrescenta propostas quanto ao que deve ser preservado, recuperado, introduzido e rejeitado nestes espaços, valorizando os debates em torno dos temas relativos ao povoamento, ao papel das mulheres, às biorregiões, ou à natureza de um modelo económico e social alternativo.
-
O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.