O Objecto Celebrado (Miscelânea de Ensaios, Estudos e Crítica)
«Coligem-se aqui textos escritos ao longo de vários anos e para fins bastante diversos. Publicados, uns, lidos mas não publicados, outros, e outros, até, nem lidos nem publicados (por razões, às vezes, um pouco bizantinas).
Se alguma coisa os une é o facto de o seu autor os ter sempre escrito por razões que nunca tiveram que ver com os «ventos dominantes». Saber remar contra a maré ou, mais perversamente, gostar de remar contra a maré, quando disso tiver que ser caso, é um dos vícios que o autor tem podido cultivar. O que vai de par com uma certa candura, que o mesmo autor tem o fraco de supor poder dar como virtude. «Todos os erros podem ser perdoados ao que possui uma perfeita candura», observou um grande poeta, Walt Whitman. Candura, por exemplo, ao falar de autores em que os «high-brow» preferem, com frequência, não reparar. Candura, mais intensa ainda: falar neles repetidamente, com atenção, com minúcia, com calor e com amor. Fazendo de conta que não dá pêlos protocolos em vigor, desprezando-os até, com uma certa alegria e não pouco «brio». Cada um goza como pode. E, se escrever não é sobretudo fruir, não é coisa que valha a pena.
O autor procurou sempre, visto isso e os textos que seguem serão disso bom e amplo testemunho adoptar aquele «falar franco», um dom que Stendhal apreciava (além de que o possuía e em grau não pequeno).»
Eugénio Lisboa
| Editora | Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra |
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| Editora | Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eugénio Lisboa |
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Uma Conversa SilenciosaUma Conversa Silenciosa, de Eugénio Lisboa, reúne 78 textos, breves ensaios sobre literatura, sobre escritores, sobre política cultural, sobre edição e editores. Ao longo de todos os ensaios perpassa a erudição do autor, o seu vasto conhecimento, não apenas das literaturas lusófonas mas também das literaturas de outras latitudes, nomeadamente de língua inglesa e francesa. Numa escrita elegante, onde o rigor da palavra se associa a uma enorme amplitude cultural, pontuada, por vezes, pelo episódio curioso ou pela citação oportuna, Uma Conversa Silenciosa é também um diálogo. Diálogo onde o leitor tem como interlocutor um dos maiores críticos literários portugueses. -
Acta Est Fabula - Memórias I - Lourenço Marques (1930-1947)Primeiro volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro transporta-nos até às décadas de 30 e de 40 do século XX e às suas vivências em Lourenço Marques. Primeiro testemunho de uma vida recheada de encontros e aprendizagens, este livro é também uma viagem no tempo e no espaço, que certamente rememorará a muitos tempos e lugares que continuam a ser referenciais. Ponto de partida para o recontar de uma vida e uma obra, este livro prende-nos como se tratasse uma narrativa ficcional. -
Acta Est Fabula - Memórias III - Lourenço Marques Revisited (1955-1976)Terceiro volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos de maturidade de Eugénio Lisboa, e durante os quais conheceu, conviveu e fez amizade com alguns dos mais importantes intelectuais da vida cultural portuguesa, tais como José Régio, David Mourão-Ferreira, Jorge de Sena, Vitorino Nemésio, etc.. Continua assim o relato, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens. Este é também um livro que proporciona uma viagem no tempo e no espaço, que certamente rememorará a muitos tempos e lugares que continuam a ser referenciais. -
Acta Est Fabula - Memórias IV - Peregrinação: Joanesburgo, Paris, Estocolmo, Londres (1977-1955)Quarto volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos em que Eugénio Lisboa desenvolveu uma intensíssima atividade como Escritor, Professor e Diplomata, e durante os quais conheceu, conviveu e fez amizade com alguns dos mais importantes intelectuais da vida cultural portuguesa e internacional.Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens. -
Acta Est Fabula - Memorias V - Regresso a Portugal (1995-2015)Quinto volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de vinte anos, os anos em que Eugénio Lisboa vive em Portugal após a sua estadia em Londres Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens com algumas das mais marcante personalidades da cultura e nacional e internacional. -
Acta Est Fabula - Memórias II - Lisboa - 1947-1955Segundo volume das memórias de Eugénio Lisboa, uma das mais marcantes personalidades da vida cultural portuguesa, este livro leva-nos numa viagem de cerca de dez anos, os anos em que Eugénio Lisboa vive em Lisboa enquanto estudante e também em Portalegre, onde conhece uma figura marcante da sua vida: José Régio.Continua assim o relato iniciado no primeiro volume, como se de um romance se tratasse, de uma vida recheada de encontros e aprendizagens com algumas das mais marcante personalidades da cultura e nacional e internacional. -
Diário de Viagens Fora da Minha TerraNeste volume, que é simultaneamente um livro de viagens e um livro de memórias, o Autor, de alguma forma, complementa a publicação das Memórias propriamente ditas, transportando-nos numa viagem por algumas das cidades e países que mais o marcaram.Neste livro, escrito em forma de diário, Eugénio Lisboa partilha connosco algumas das suas opiniões, realizações e descobertas culturais.Trata-se de um volume de acutilantes observações de natureza vária que nos são transmitidas por um dos mais atentos e perspicazes intelectuais da nossa Literatura. -
Acta Est Fabula - EpílogoCom este volume, fecham-se as Memórias de uma das mais importantes personalidades da Cultura Portuguesa: Eugénio Lisboa. Ao longo dos vários volumes destas Memórias, verdadeiro marco editorial na recente história da Literatura Portuguesa, ficámos a conhecer as vivências e as experiências de um homem que foi uma testemunha privilegiada da vida cultural portuguesa ao longo dos últimos 70 anos. Estas Memórias concluem-se agora, num derradeiro volume que fecha com chave de ouro um trajecto de verdadeira paixão pelas Letras e pela Cultura, num registo que é simultaneamente objectivo, apaixonado e apaixonante. -
Aperto Libro - Páginas de Diário I - 1977-1990Depois da publicação das Memórias, Eugénio Lisboa revela-nos as páginas do seu Diário.Neste primeiro volume entramos na intimidade do Autor nos anos que medeiam entre o período pós 25 de Abril e o início da década de noventa, alturas em que Eugénio Lisboa foi professor em Estocolmo e adido cultural adstrito à embaixada portuguesa em Londres.Neste livro Eugénio Lisboa partilha connosco, para além do seu quotidiano, as vivências e os pensamentos de um intelectual que é uma das testemunhas privilegiadas da cultura portuguesa do nosso tempo. -
Aperto Libro - Páginas de Diário II- 1991-1994Depois da publicação do primeiro volume, Eugénio Lisboa continua revela-nos as páginas do seu Diário. Neste segundo volume entramos na intimidade do Autor quando se inicia a década de de noventa, altura em que Eugénio Lisboa foi adido cultural adstrito à embaixada portuguesa em Londres.Neste livro Eugénio Lisboa partilha connosco, para além do seu quotidiano, as vivências e os pensamentos de um intelectual que é uma das testemunhas privilegiadas da cultura portuguesa do nosso tempo.."
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».