O Túnel de Pombos
Dos anos em que serviu nos Serviços Secretos britânicos durante a Guerra Fria, a uma carreira como escritor que o levou do Camboja devastado pela guerra a Beirute à beira da invasão israelita de 1982, e à Rússia, antes e depois da queda do Muro de Berlim, John le Carré sempre escreveu a partir do âmago dos tempos modernos. Neste seu primeiro livro de memórias, le Carré é tão divertido quanto incisivo - lendo os acontecimentos que testemunha com a mesma ambiguidade moral com que imbui os seus romances. Quer esteja a descrever o papagaio de um hotel de Beirute que imitava perfeitamente sons de batalha, ou a visitar as galerias de mortos sem sepultura no Ruanda, na sequência do genocídio, ou a celebrar a noite de Ano Novo com Yasser Arafat, ou a entrevistar uma terrorista alemã na sua solitária prisão no Neguev, ou a assistir à preparação de Alec Guinness para papel de George Smiley, ou a descrever a funcionária da organização de ajuda humanitária que inspirou a personagem principal do seu O Fiel Jardineiro, le Carré dota cada acontecimento de vivacidade e humor, ora fazendo-nos rir em voz alta, ora convidando-nos a pensar de novo sobre eventos e pessoas que acreditávamos perceber.
| Editora | Dom Quixote |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Dom Quixote |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | John le Carré |
John le Carré nasceu em 1931. Estudou em Berna e Oxford, foi professor em Eton e esteve durante cinco anos ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo primeiro secretário da Embaixada Britânica em Bona e, posteriormente, cônsul político em Hamburgo. Começou a sua carreira literária em 1961, tendo-se tornado um escritor mundialmente reconhecido com o livro O Espião Que Saiu do Frio, o seu terceiro. A consagração de le Carré deu-se com o excelente acolhimento que teve a célebre trilogia de Smiley: Tinker Tailor Soldier Spy, The Honourable Schoolboy e A Gente de Smiley.
-
Our Kind of TraitorFor nearly half a century, John le Carré´s limitless imagination has enthralled millions of readers and moviegoers around the globe. From the cold war to the bitter fruits of colonialism to unrest in the Middle East, he has reinvented the spy novel again and again. Now, le Carré provides a stunning tour-de-force that only a craftsman of his caliber could pen. As menacing and flawlessly paced as The Little Drummer Girl and as morally complex as The Constant Gardener, Our Kind of Traitor is signature le Carré.Perry and Gail are idealistic and very much in love when they splurge on a tennis vacation at a posh beach resort in Antigua. But the charm begins to pall when a big-time Russian money launderer enlists their help to defect. In exchange for amnesty, Dima is ready to rat out his vory (Russian criminal brotherhood) compatriots and expose corruption throughout the so-called legitimate financial and political worlds. Soon, the guileless couple find themselves pawns in a deadly endgame whose outcome will be determined by the victor of the British Secret Service´s ruthless internecine battles. -
Tinker Tailor Soldier Spy"The premier spy novelist of his time. Perhaps of all time." - Time"A rattling good novel." - San Francisco Chronicle"John le Carré is the great master of the spy story... the constant flow of emotion lifts him not only above all modern suspense novelists, but above most novelists now practicing." - Financial Times -
O Alfaiate do PanamáHarry Pendell é o carismático proprietário e anjo-da-guarda da Pendel & Braithwaite Limitada. Alfaiates Reais, anteriormente em Londres, por cujas portas passam todos os que são alguém na América Central. Andrew Osnard, gorducho e misterioso, antigo aluno de Eton, é um espião. A sua missão secreta é um pau de dois bicos: manter um olho observador sobre as manobras políticas que levaram à tomada americana do canal do Panamá e garantir para si próprio a imensa fortuna pessoal que até agora o tem rudemente iludido.(...) -
O Fiel JardineiroO Fiel Jardineiro é a arrebatadora história de um homem enobrecido pela tragédia, e uma magnífica exploração do lado negro do capitalismo desenfreado escrita por um dos mais proeminentes e elegantes escritores do nosso tempo. Um dos melhores romances de John le Carré. Adaptado ao cinema por Fernando Meirelles num filme com Ralph Fiennes e Rachel Weisz.John le Carré nasceu em 1931. Estudou em Berna e Oxford, foi professor em Eton e trabalhou episodicamente nos Serviços Secretos britânicos durante a Guerra Fria – esteve durante cinco anos ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo primeiro secretário da Embaixada Britânica em Bona e, posteriormente, cônsul político em Hamburgo.Começou a sua carreira literária em 1961, tendo-se tornado um escritor mundialmente reconhecido com o seu terceiro livro, O Espião Que Saiu do Frio. A consagração ficou estabelecida depois de ser publicada a célebre trilogia de Smiley: A Toupeira, The Honourable Schoolboy e AGente de Smiley. Os livros Single & Single, O Fiel Jardineiro, Amigos até ao Fim, O Canto da Missão, Um Homem Muito Procurado, Um Traidor dos Nossos e Uma Verdade Incómoda foram êxitos assinaláveis de vendas e de crítica. Uma Verdade Incómoda é o seu mais recente romance. -
O Canto da MissãoO Canto da Missão é um thriller, uma história de amor e uma alegoria cómica dos nossos tempos. É uma viagem pelo coração das trevas da hipocrisia ocidental - até à luz. Bruno Salvador, a quem chamam Salvo, é o filho acidental de um missionário católico irlandês e de uma congolesa. Educado na Escola da Missão em Kivu, uma província do Congo, vive em Londres e é tradutor e intérprete profissional de uma quantidade imensa de línguas africanas minoritárias e não minoritárias. Dotado de inabalável candura e notória competência profissional, Salvo é recrutado para intérprete de uma misteriosa conferência entre grandes empresários ocidentais e senhores da guerra. Aquilo que traduz é tão inesperado como chocante, e desperta nele a consciência africana adormecida. -
Um Homem Muito ProcuradoUm jovem russo com um sobretudo preto comprido e meio morto de fome é introduzido clandestinamente em Hamburgo pela calada da noite. Numa bolsa que usa pendurada ao pescoço esconde uma quantia improvável de dinheiro. É um muçulmano devoto. Mas será mesmo? Afirma chamar-se Issa. Annabel, uma jovem e idealista advogada alemã especializada em direitos humanos, decide salvar Issa da deportação, e depressa a sobrevivência daquele cliente se torna mais importante do que a sua própria carreira. Em busca do misterioso passado de Issa, Annabel enfrenta o incongruente Tommy Brue, o herdeiro de sessenta anos do Brue Frères, um banco britânico em declínio sediado em Hamburgo. Nasce um triângulo de amores impossíveis. Entretanto, pressentindo que vão desferir um tiro certeiro na pseudo Guerra contra o Terror, espiões de três nações convergem para pessoas inocentes. Comovente, compassivo e recheado de personagens que o leitor não quererá largar, Um Homem Muito Procurado está repleto de humor, apesar da tensão presente até à última, e emocionante, página. É igualmente uma obra com uma profunda humanidade e uma pertinência invulgar nos dias de hoje. -
O Espião Que Saiu do FrioO Espião que saiu do Frio é a história da perigosíssima missão de um agente que quer desesperadamente pôr termo à sua carreira de espião: sair do frio.Neste reconhecido clássico do suspense, le Carré mudou as regras do jogo e viu-se catapultado para a fama mundial.Este livro foi adaptado ao cinema, num filme muito premiado de Martin Ritt, com Richard Burton e Claire Bloom nos principais papéis. -
Um Traidor dos NossosA Grã-Bretanha está mergulhada na recessão. Um jovem académico de Oxford com tendências de esquerda e a namorada gozam férias durante a época baixa na ilha de Antígua. Aí, cruzam-se com um milionário russo chamado Dima, dono de uma península e de um relógio de ouro cravejado de diamantes, que tem uma estranha tatuagem no polegar direito. Desafiados por ele para uma partida de ténis, os jovens amantes ver-se-ão lançados numa tortuosa viagem que os levará a Paris, a uma casa nos Alpes suíços e aos obscuros claustros da City de Londres, onde serão confrontados com a perversa aliança desta com os Serviços Secretos britânicos. -
O Peregrino SecretoDerrubado o Muro de Berlim, está aberta a Cortina de Ferro. O Peregrino Secreto é Ned, um agente leal e honesto do período da Guerra Fria, que fez parte dos Serviços Secretos britânicos durante toda a vida. Agora, no final da sua carreira, Ned presta homenagem ao passado da vida de espião e ao seu herói e mestre George Smiley . Convidado de honra para o jantar de finalistas da nova geração de agentes secretos , numa noite inesquecível, Smiley revisita o seu passado e é arrastado para uma viagem sentimental através da sua própria vida, desde o recrutamento à iminente aposentação. O resultado é uma deslumbrante série de episódios - em parte cómicos, em parte líricos, em parte trágicos -, cada um deles constituindo um marco ao longo do percurso deste «peregrino secreto». Manuseando a sua habitual magia, le Carré mistura um esplêndido conjunto de novos personagens aos velhos heróis dos seus romances: George Smiley, Toby Esterhase, Bill Haydon e Ned, de "A Casa da Rússia", entre muitos outros, cada qual com o seu momento nesse cortejo sem fim e sempre novo dos Serviços Secretos, que nas mãos de le Carré é, ao fim e ao cabo, o local mais recôndito das nossas vidas comuns. -
Um Espião PerfeitoMagnus Pym, explicou um dia John le Carré, «é o arquétipo do agente duplo que existe em cada um de nós». E é bem provável que esta seja, de facto, a chave para a compreensão de Um Espião Perfeito, unanimemente reconhecido pela crítica como a mais importante e a mais autobiográfica das obras do autor. O livro apresenta como epígrafe o provérbio de origem francesa: «quem tem duas mulheres perde a sua alma, mas quem tem duas casas perde a razão». Fundamentalmente, é a essa quase imperceptível perda que toda a história se refere: ao destino de um homem que, na qualidade de conselheiro da embaixada britânica em Viena para «certos assuntos inconfessáveis», controlou o conjunto das redes inglesas na Europa de Leste, apesar de ter sido durante toda a sua carreira um agente duplo partilhado entre o universo comunista e o establishment ocidental. Publicado em 1986, Um Espião Perfeito rapidamente foi aclamado como um livro superior e tornou-se um imenso sucesso em todos os países onde foi editado. Na primeira página do The New York Times Book Review, o crítico Frank Conroy descreveu-o como «uma obra notável, que consegue um equilíbrio rigoroso entre o desenvolvimento da narrativa e a riqueza inteligente e hábil do seu estilo». E a Académie Goncourt, de Paris, não hesitou mesmo em declarar: «Um Espião Perfeito integrou le Carré no pequeno grupo dos grandes romancistas ocidentais.»
-
O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.