Participação Popular e Cidadania na Revolução de 25 de Abril de 1974 - Um Longo Percurso Histórico
Maria José Maurício aventura-se agora numa reflexão de grande envergadura sobre a formação da consciência cívica do povo português num longo arco temporal desde os primórdios da nacionalidade até à época presente.
Referimos já a sua posição sobre o sujeito da História nacional, que foge à alternativa rígida, e infecunda, entre o individual e o colectivo e, do ponto de vista social, à simplificada contraposição entre indivíduo e sociedade. Se cada indivíduo só por si não muda o mundo, sem a participação de indivíduos diferenciados não há sociedade, isto é, coesão social.
Daqui se compreende a assumida abordagem do ponto de vista da filosofia da cultura. Cultura opõe se a barbárie, a incivilidade, a ausência de regras, à irracionalidade do inorgânico. Um conceito integrado de cultura engloba a conjunção de aspectos objectivos e subjectivos. As formas culturais – regimes e instituições, administração da economia, códigos morais, estruturas de pensamento – objectivam-se e transmitem-se em sequências de gerações. Mas para que persistam como significantes, carecem da adesão das consciências subjectivas, porque têm efectivamente de responder aos seus desejos e necessidades.
[ADRIANA VERÍSSIMO SERRÃO (do prefácio)]
| Editora | Colibri |
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| Editora | Colibri |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria José Maurício |
Maria José Maurício nasceu em Setúbal em 1950. É Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos sobre as Mulheres pela Universidade Aberta de Lisboa.
Foi professora do ensino particular e cooperativo. Actualmente é investigadora independente na área da Educação para a Cidadania.
Tem diversos trabalhos e artigos publicados sobre igualdade entre Mulheres e Homens e Cidadania em revistas como Seara Nova, Vértice, Philosophica e outras. Colaborou com o Museu do Trabalho Michel Giacometti em Setúbal, nas Jornadas Europeias do Património e Educação, 2020.
É co-autora do livro Pensar o Feminino, organização de Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, publicado pelas Edições Colibri, em 2001; autora do livro Mulheres e Cidadania: Alguns Perfis e Acção Política (1949- 1973), publicado pela Editorial Caminho, em 2005; do livro Memória e Vida em Tempos de Abril. Estórias de Liberdade e de Libertação, publicado pelas Edições Colibri, em 2015; e do livro Os Sonhos da Revolução dos Cravos, publicado pelas edições Colibri, em 2020.
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Memória e Vida em Tempos de Abril: Estórias de Liberdade e de LibertaçãoEstórias de vida, luta pela liberdade, trabalho e amor de um povo - gente da nossa gente. Povo sofrido, belo e generoso das terras Além Tejo Alentejo! Um tudo-nada, muito da nossa História, da de África, da Lusofonia, do Mundo. Um trecho da nossa vida colectiva: património da nossa Mátria e de outros Povos, nossos irmãos que temos a magistral oportunidade de (re)viver e experienciar, com orgulho tamanho, profundo, por sermos elos nesta grande cadeia histórica, cósmica e emocional de acontecimentos, que tornam INDISPENSÁVEL, em acto de plenitude, a leitura desta obra. Um outro Cante Alentejano, da Alma e da Pena de Maria José Maurício. [ ] Os acontecimentos que a autora narra são histórias vividas, que nos (re)colocam - aos que estiveram e aos que não viveram estes factos no palco da História factual e emocional neste dia inolvidável, imortal, logo, vivamos, através da leitura, esta realidade única que generosamente com cores e sangue de patriota nos é oferecida." [Andrade da Silva] -
Os Sonhos da Revolução dos CravosNeste Livro Maria José Maurício revelou, com mestria, factos pouco conhecidos de como o Movimento das Forças Armadas preparou e concretizou, a acção libertadora do 25 de Abril de 1974; de como um Povo Inteiro não hesitou em fazer parte activa desse Movimento; e de como um grito de Alegria – “O Povo está com o MFA!” – um outro se sentia como resposta imediata – “O MFA está com o Povo!”. (...) A autora propõe-nos, pois, um desafio oportuno e urgente: que, hoje mais do que nunca, é imperioso compreendermos as Emoções, interiorizarmos as Razões, e assumirmos as Acções. Porque a História da Humanidade é feita por todos nós. E quanto mais livres a soubermos Viver, mais Humana ela será. ¶ Mais do que um livro de História, ou sobre a História, é um desafio de pedagogia cívica que nos convoca, cada um de nós para sermos parte activa na construção do Futuro comum que desejamos, Inteiro, Livre, Digno, Humano. [ALMEIDA MOURA – Capitão-de-Mar-e-Guerra] A grandiosa manifestação do 1.º de Maio confirmava a adesão do povo ao 25 de Abril e legitimava o poder militar revolucionário instituído, abrindo horizontes de acção transformadora, cimentando a esperança nascida cinco dias antes. (...) Abril abriu as portas da liberdade e os portugueses assim o mostravam. Queriam ser cidadãos inteiros, falar sem medo, exercer o direito de livre expressão e de pensamento. À igualdade de direitos (cívicos, laborais e sociais) para as mulheres, discriminadas durante séculos. (...) Abril abriu as portas por onde passariam as grandes transformações políticas, económicas, sociais e culturais que ficariam na História como as «Conquistas da Revolução». (...) Era o sonho tornado realidade para muitas gerações de democratas e antifascistas que, durante quase meio século, foram perseguidas, torturadas e, por vezes, perdendo a vida por defenderem as suas convicções políticas ou por lutarem pelos mais elementares direitos humanos.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?