Plantas Medicinais & Comestíveis da Flora Silvestre - Agenda 2020
Esta agenda revela-nos ao longo de 53 semanas o enorme tesouro da nossa flora silvestre do mediterrâneo, são paisagens espontâneas que vão desabrochando planta a planta em bonitas fotografias, testemunho da imensa biodiversidade que nos rodeia no campo e na cidade.
Cada página é um pedaço de informação sobre os usos terapêuticos e culinários de plantas como as malvas, acanto, aveia, tojo, urze e tantas outras.
O prisma sob o qual a autora as contempla vai mudando ao longo dos anos, as plantas, essas, difícil não as repetir, neste 11.º ano de escrita de agendas já foram mencionadas cerca de 600 espécies vegetais entre árvores, arbustos e herbáceas.
Todas as plantas vêm identificadas com o nome científico, a família botânica e este ano também com o nome comum inglês.
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Plantas Medicinais - A Saúde nas Nossas Mãos - Agenda 2018Esta agenda é uma homenagem às plantas e às mãos que delas têm sabido cuidar ao longo dos milénios. É mais uma tentativa de aproximação entre plantas e pessoas, medicina e planeta. O fio condutor desta agenda, a nona desde 2010 continua a ser o uso terapêutico de plantas e frutos. E porque 2018 é o ano Europeu do Património Cultural, património esse que abrange recursos do passado que assumem muitas formas e aspetos. O conhecimento ancestral de plantas e seus usos constitui um desses valiosos aspetos que é urgente preservar para o bem da nossa saúde e da saúde do planeta terra. -
Plantas Medicinais - Tropicais - Agenda 2019De planta em planta de ano para ano, esta agenda cumpre em 2019 o seu 10.º aniversário. Tem sido uma maravilhosa e deslumbrante viagem pelo mundo vegetal. Tudo começou em 2010, uma planta por semana durante dez anos acompanhada por um texto e de uma fotografia da autoria de Fernanda Botelho. Em 2019, Ano Internacional das Línguas Indígenas decidimos levantar o véu das plantas medicinais tropicais. Muitas dessas plantas como a Mirabilis, a robínia ou a lantana são consideradas exóticas e invasoras em Portugal sendo, no entanto, usadas para fins medicinais e culinários nos seus países de origem. A autora quis construir pontes entre os usos de várias plantas e frutos nos diferentes países da lusofonia, revelar por exemplo segredos do safú em São Tomé e Príncipe, da araucária e do aipim no Brasil. Unir conhecimentos científicos e usos tradicionais da jaca, do embondeiro ou da papaia, sempre com o objetivo de juntar plantas e pessoas. -
Esta Noite Sonhei com Brueghel«Brueghel representa, em suma, nesse encontro de Luíza consigo mesma através da escrita da autobiografia, um caminho tortuoso para ir ao encontro da História que, em episódios verdadeiros ou ficcionados, o pintor fixou, mas propicia também - e sobretudo - a reconciliação das memórias materna e paterna que instituem e fundam a protagonista. Tudo, as monstruosidades ou as cenas do quotidiano que minuciosamente o pintor pôs nas telas, evocando o silêncio doméstico da minha infância, confortante mas ressoando de inquietações, tudo compõe a tela deste livro de complexa estrutura. nos seus níveis entrecruzados, na brilhante ironia a que se contrapõe a desapiedada imagem de uma mulher em busca de si, Fernanda Botelho dá-nos em Esta noite sonhei com Brueghel um subtil e sofisticado retrato português. Luíza é Fernanda - a sua, a nossa desassombrada efígie.» -
A Gata e a FábulaO caso de A Gata e a Fábula implica ainda o regresso a uma obra que tem no seu cerne a própria revisitação das origens, do mundo da infância das suas personagens, representantes, aquando da sua publicação, de uma geração que então se afirmava e questionava no suspenso mundo do pós-guerra português - tal como uma nova geração de escritores que então procurava novos caminhos para a nossa literatura. […] Talvez uma das características fundamentais de todo o percurso de Fernanda Botelho seja a forma como a sua obra sempre conseguiu escapar a rótulos e a apreciações convencionais, revelando uma integridade inexcedível na sua constante e pessoalíssima busca por uma expressão justa da condição humana nesse Portugal da segunda metade do século XX. Reflectindo o carácter inovador da sua escrita, a reacção crítica aos seus romances foi sempre plural, ainda que virtualmente unânime a considerar a autora um talento excepcional no panorama da literatura portuguesa contemporânea. Na sua crítica original a A Gata e a Fábula, Gaspar Simões, com efeito, salientaria a forma como Fernanda Botelho, desde o seu primeiro livro, se apresentara "com os pés bem assentes na terra e os olhos bem abertos para uma condição social da mulher que de maneira alguma se compadece com idealizações".Do Prefácio -
Lourenço é Nome de Jogral«Dado à estampa em 1971 e distinguido, nesse mesmo ano, com o Prémio Nacional de Novelística, Lourenço é nome de jogral encerra aquele que tem sido considerado como o primeiro ciclo de publicação da obra de Fernanda Botelho, iniciado, em 1957, com Ângulo raso. A ele se sucederá um interregno de mais de uma década a que, em 1987, o romance Esta noite sonhei com Brueghel irá, enfim, pôr termo. Se aqui relembro, de passagem, esta cronologia, é porque ela me parece sintoma de que é nome de jogral é já ponto de chegada de um conglobante que Mário Sacramento argutamente como um «romance-em-romances”. (…)Com efeito, Lourenço é nome de jogral não dissente desta paisagem ficcional fortemente coesa, o que explica que no romance compareçam figuras, cenários narrativos e gestos de escrita reconduzíveis a esse universo pessoal da autora que as narrativas precedentes tinham ajudado a fixar. Mantêm a ambientação urbana da intriga e a nítida preferência por personagens recrutadas no seio de uma elite intelectual pequeno burguesa progressista, tornadas porta-vozes “geração entalada entre gerações dinamizantes, fermentadas»3, repartidas entre a congeminação mais ociosa e improdutiva sobre o status mundi e a fruição de um erotismo errático e dissipador que a recente liberalização de costumes colocara em voga.» Do Prefácio -
Gritos da Minha Dança«Mas o Doutor efervesce, efervesce, efervesce, quer Adélia. Então Amélia, um dia, em desespero de causa, incapaz de dar ao Doutor a felicidade total, incapaz ainda de dobrar Adélia à impura satisfação de transitórios apetites carnais, propôs ao Doutor: Já que tão bem lhe quer, case com ela, peça-lhe!» Gritos da Minha Dança é o mais recente livro de Fernanda Botelho. Recheado de inéditos, não é uma biografia, muito menos uma autobiografia, se bem que de ambas tenha a sua parte. Terá também, embora de forma desordenada um tanto de diário, mensário ou anuário. Quanto à ficção, esta não poderia faltar. Fernanda Botelho é uma autora portuguesa sobejamente consagrada, tendo já publicado na Presença Dramaticamente Vestida de Negro e As Contadoras de Histórias. -
A Gata e a FábulaFernanda Botelho, ficcionista e poetisa, publicou A Gata e a Fábula em 1960. Co-fundadora da revista «Távola Redonda», na década de 50, juntamente com outros destacados autores da nossa literatura, integra-se num movimento a que Eduardo Lourenço chamou a «metamorfose da ficção portuguesa». A novidade destes autores, em relação a toda a literatura anterior, é que se distanciam de aspirações de combate contra os valores que o regime pretendia impor e se limitam a mostrar o seu esvaziamento. Fernanda Botelho foi uma das personalidades que mais genialmente soube expor esse fenómeno. Em A Gata e a Fábula trata a questão do lugar da mulher na sociedade, temática que, como núcleo, organiza toda a estrutura do romance. Provenientes de uma aristocracia nortenha, empobrecida, as mulheres tentam preservar o seu estatuto através do casamento que encaram, tal como a contraparte masculina, como um destino. Mas é justamente na geração dos mais jovens que o determinismo começa a falhar, em função de impulsos incontroláveis, por vezes violentos, por vezes grotescos, em personagens como os jovens Paula Fernanda ou Duarte Henrique. A riqueza dos recursos estílisticos, tão singulares, que caracterizam a escrita de Fernanda Botelho intensificam a dramaticidade deste universo. A Gata e a Fábula é um romance galardoado com o Prémio Camilo Castelo Branco. -
Árvores Medicinais: Agenda 2021Esta agenda transporta-nos numa viagem ao fantástico mundo das árvores. Pretende, com as suas fotografias e textos acordar no leitor uma vontade de estar mais perto e mais atento a estas nossas irmãs, ao seu mundo, que afinal é o nosso também. -
Gritos da Minha DançaFernanda Botelho, no Prefácio: «Que ninguém, no entanto, se engane ou caia em confusões: não será determinantemente uma biografia, muito menos uma autobiografia, se bem que de ambas tenha a sua parte. De diário, mensário ou anuário também um tanto terá, desordenado, ao sabor de caprichos ociosos, de apetites pontuais, de exigências compensatórias de silenciosas carências, de descargas emotivas, de recalques finalmente soltos e galopantes… (…) Também de ficção algo haverá, não consigo escapar-lhe. E, quem sabe?, talvez uma abusiva incursão no reino das gambiarras e ribaltas (um acto, não mais), pois que, ao estrear-me no género, dou satisfação a um sonho acordado que já vem dos longes. Não esquecerei, claro, comentários ao dia-a-dia, caso valha a pena comentar esta pepineira de consumo diário e canhestro. Também evocarei algumas memórias de um passado remoto ou recente.» -
Sementes à Solta|Depois da publicação de "Salada de Flores", um livro muito primaveril com hortas biológicas de morangos, borragem, campos coloridos e plantas medicinais, chega agora à quinta ecológica da Sara uma nova história, "Sementes à Solta", onde se reencontram amigos, pais e avós. Entre conversas e colheitas, o Rodrigo, a Maria, a Carolina e também a Sara enchem os cestos com presentes outonais e celebram o ritmo das estações, a dança do tempo e a troca das sementes, num convívio alegre repleto de pratos deliciosos e saudáveis. Esta é mais uma viagem ao universo das plantas para aprender conceitos úteis e ecológicos. Tanto "Salada de Flores" como "Sementes à Solta" constam da lista de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura.|Fernanda Botelho nasce na Tojeira, concelho de Sintra, e aos 17 anos viaja para Londres, onde inicia e conclui a formação como educadora no método Montessori. Na capital inglesa, estuda ainda pedagogia Waldorf e foto-grafia, realizando vários cursos sobre plantas medicinais. Membro da Herb Society UK desde 1997, regressa a Portugal aos 37 anos e desenvolve diversos projectos de educação ambiental junto de escolas, de associações culturais e de câmaras municipais. Autora do blogue http://malvasilvestre.blogspot.com, estuda literatura infantil com António Torrado e Margarida Fonseca Santos e, mais tarde, publica As Plantas e a Saúde, um guia básico de primeiros socorros. No seu jardim, partilha os dias com plantas medicinais, um enorme sabugueiro, uma velha figueira, muitos pássaros e alguns gatos. Natural de Lisboa, onde nasceu em 1980, Sara Simões mostrou ter, desde pequena, uma apetência especial para o desenho. Não surpreende que se tenha licenciado em Design Industrial e aprofundado a sua formação em áreas afins, como a animação, o webdesign e a modelação a três dimensões por computador. Entre 2005 e 2007, o gosto pela observação da natureza levou-a a estudar Ilustração Científica com o biólogo Pedro Salgado e, mais tarde, a integrar expedições de desenho de campo às Berlengas, ao Douro Internacional e à Amazónia. Co-autora do livro Uma Mão Cheia de Amoras e com ilustrações publicadas em revistas científicas, romances, catálogos de exposições e um guia de campo, Sara Simões revela parte da sua criatividade no blogue www.velhadaldeia.blogspot.com.|Plano Nacional de Leitura 2012/2013|Público-alvo: Crianças a partir dos cinco anos, pais, avós, professores e educadores.
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Manual de EpidemiologiaA epidemiologia é, atualmente, uma área fundamental na formação na área das ciências da saúde. Seja a nível laboratorial ou de saúde pública, as aplicações da epidemiologia são variadas, ajudando a compreender como se distribuem os fenómenos relacionados com a saúde e a doença e os seus determinantes. Resultado da prática de ensino da epidemiologia, este livro abrange os aspectos essenciais da epidemiologia, nomeadamente no que diz respeito ao método epidemiológico e aos seus pressupostos, aos principais desenhos de estudo e às medidas de frequência e de associação e risco. Aborda, ainda, as questões da causalidade em saúde. Com uma maior preponderância da epidemiologia observacional, analisam-se, ainda, as questões éticas inerentes à investigação epidemiológica e apresenta-se um guia prático para a elaboração de projetos de investigação tendo por base as orientações internacionais mais recentes. -
De Alma a Harry: crónica da democratização da saúdeEste livro é sobre as ideias que têm influenciado o mundo da saúde e sobre algumas das pessoas que as protagonizaram. É também sobre o que é que estas ideias podem significar para o bem-estar das pessoas, na sua vida de todos os dias. Advoga a necessidade de comunicar de forma tangível noções complexas, dando-lhes vida em cenários da história e da actualidade da saúde. Sem comunicar melhor dificilmente haverá progressos na democratização da saúde. O livro conduz-nos para junto do que pensaram e fizeram, em Portugal, pessoas excepcionais que já nos deixaram, como Arnaldo Sampaio, Gonçalves Ferreira, João dos Santos e Torrado da Silva, entre outros, ao mesmo tempo que torna mais acessível ao leitor português o pensamento e a acção de personalidades internacionais influentes como Hafden Mahler, Jo Asvall e Ilona Kickbusch. Expõe avanços exaltantes e atrasos deprimentes, continuidades e rupturas, fronteiras que separam e pontes que aproximam. Para este efeito transporta-nos das savanas soalheiras de África, com seus mártires e heróis, até ao Centro Médico do Texas, de cirurgiões super-stars como Michael DeBakey e Denton Cooley, das praias da Dinamarca onde se queimam fogueiras pagãs no dia mais longo do ano, até à longínqua Alma Ata nas planuras do antigo Turkistão. Este livro procura saber do que são feitos os grandes empreendedores públicos da saúde, como os acima citados, mas inclui também organizadores excepcionais como Coriolano Ferreira, homens competentes e discretos como Augusto Mantas, inovadores como Deolinda Martins, para não falar em todos aqueles que conhecemos ainda no activo. Convida-nos a recuperar e aperfeiçoar estes bons exemplos, indispensáveis para uma melhor governação da saúde.PREFÁCIO Desde o ano 2000, altura em que comecei a desempenhar as funções de Director Regional da Organização Mundial de Saúde na Europa, que me têm perguntado frequentemente, sobre como vejo o futuro da saúde, a médio e longo prazo e o que pensamos fazer na Organização para influenciá-lo. A necessidade de pensar o futuro é cada vez mais evidente. A Estratégia de Saúde da OMS para a Europa, denominada "Saúde 21" convida-nos a fazer isso mesmo. O programa das Nações Unidas contra a pobreza, adoptado em 2000, pela sua Assembleia-Geral, identifica metas de desenvolvimento para o novo milénio. Trabalhar para o futuro da saúde requer sempre um exercício de antecipação, muitas vezes difícil, sobre os desafios que nos aguardam. O tempo e os calendários deste processo de antecipação, racionalização e planeamento, são particularmente importantes, especialmente no sector da saúde. Os sistemas de saúde são muitas vezes demasiado complexos, rígidos e difíceis de mover. A sensibilidade da opinião pública nesta matéria de saúde, a importância dos interesses profissionais, e a forma como funcionam as agendas políticas, têm constituído no passado, fortes obstáculos para a reforma desta saúde. Portanto, começar a pensar e a actuar a tempo, é indispensável no domínio da saúde. No entanto prever o futuro é uma operação arriscada para todos os que se atrevem a fazê-lo. No início deste novo século em que há pouco entramos, é bom ter em mente aquilo que os peritos em saúde pública diziam há 20 ou 30 anos. Nessa altura todos diziam que o tempo das doenças transmissíveis tinha terminado, e que isso tinha significado uma grande vitória para a saúde pública. Agora a prioridade passava a estar nas doenças "não transmissíveis" e nos seus factores de risco. E no entanto surgiu a SIDA e a tuberculose pulmonar reemergiu. Mais recentemente apareceu a SARS e outros riscos infecciosos, como a gripe das aves. Não foi fácil aos sistemas de saúde adaptarem-se às novas situações. Assim, temos que ser realistas ao pensar no futuro, e a primeira lição a tirar do passado recente é a de que estas crises inesperadas vão-se repetir provavelmente no futuro. Por isso uma das nossas prioridades é assegurar que os sistemas de saúde aprendam a conviver melhor com este tipo de incertezas e se preparem também para responder rápida, eficiente e eficazmente a estas situações. Mesmo sem saber da natureza da próxima crise que nos espera, é possível trabalhar utilmente para criar os sistemas de detecção precoce e resposta rápida de que necessitamos para fazer face a estes desafios no futuro. Recentemente, tivemos mais uma vez a ocasião, aqui na OMS da Região Europeia, de pensar as nossas prioridades de acção para os próximos cinco anos. A minha primeira, prioridade para além da já citada necessidade de melhorar a nossa capacidade de resposta para situações de crise, está na melhoria dos sistemas de saúde e dos recursos humanos que os servem. Pensamos que este objectivo pode assentar em quatro pilares fundamentais. O primeiro pilar é o de assegurar um acesso real a todos os cidadãos, não só aos cuidados de saúde, mas também à promoção da saúde, à prevenção da doença e à informação de saúde. O segundo pilar para o desenvolvimento do sistema de saúde está na melhoria da qualidade dos cuidados e da segurança dos doentes. É quase chocante que os serviços de saúde possam ser arriscados para o doente. Os serviços de saúde não podem ser mais descuidados com a segurança dos seus doentes, do que as companhias de aviação o são com os seus passageiros. Ninguém entra num avião se não estiver convencido que o piloto goza de boa saúde, teve um exame médico recente, e que o avião cumpriu escrupulosamente as regras de segurança. O terceiro pilar tem a ver com a participação e envolvimento do cidadão nas decisões sobre a sua saúde. E este é um aspecto onde se têm verificado muitos progressos ultimamente. As novas tecnologias da informação e da comunicação dão aqui uma boa ajuda. Finalmente, o último deste pilares tem a ver com a questão, sempre sensível, de saber qual é a melhor forma de utilizar os recursos humanos e financeiros da saúde Esta não pode ser considerada uma questão de somenos importância. É preciso aprender com o que se faz noutros sectores. Mas a saúde não é um empreendimento qualquer. É necessário estabelecer delicados equilíbrios entre as leis do mercado e fortes valores humanos e sociais. Isso exige capacidade, vontade e coragem política. Com sistemas de saúde de qualidade insuficiente não é possível responder bem aos mais importantes desafios da saúde. O SIDA e a infecção pelo HIV é hoje o principal problema global da saúde. Não só é uma doença grave para as pessoas, mas também é hoje uma questão de credibilidade para os sistemas de saúde. É importante que se cumpra o objectivo da OMS de proporcionar medicamentos para 3 milhões destes doentes até fim de 2005 (o programa "3 em 5"). Este sucesso pode mobilizar novos recursos para a luta contra esta doença e ter assim um efeito multiplicador. É, no entanto, importante não esquecer outras doenças transmissíveis graves como a tuberculose pulmonar. Esta doença atingiu proporções muito preocupantes nalguns países da antiga União Soviética. Na minha lista de prioridades para a Europa, a obesidade vem a seguir. A luta contra a obesidade tem muitas facetas. Tem a ver com a possibilidade de mudar os hábitos alimentares das pessoas, mas também com a forma como a oferta e os mercados alimentares funcionam. Como alguém disse "não é razoável esperar que os consumidores tirem o sal e o açúcar escondidos nos produtos alimentares que compram". Podemos aprender com a história da luta contra o tabaco. Ao contrário do que pudemos fazer com o tabaco, aqui deverá ser possível estabelecer boas parcerias com aquela indústria alimentar disponível para uma atitude de promoção de saúde. É possível estabelecer parcerias em que ambas as partes ganhem - a saúde e a indústria alimentar. A recente convenção à escala mundial, liderada pela OMS, para a luta contra o tabaco encerra lições importantes para a saúde pública do futuro. Mas não é por começarmos a falar mais de obesidade, que nos devemos esquecer daqueles que ainda morrem de fome. O mundo globalizado onde hoje se vive, assim como as suas instituições de saúde, têm que fazer melhor do que aceitar passivamente esta contradição impressionante: enquanto uma parte do mundo está preocupada com excessos alimentares, uma outra, não tem literalmente o que comer. Seja qual for a perspectiva ou as prioridades que adoptemos para a saúde pública, existe um aspecto que assume hoje uma grande importância. Este é o domínio do conhecimento e da evidência. Só a evidência científica relevante pode assegurar acção com sucesso. Damos grande importância a este aspecto. Para além do Observatório sobre Sistemas de Saúde localizado em Bruxelas, instituímos mais recentemente a "Health Evidence Network" (HEN) cuja missão é promover o acesso à melhor evidência disponível aos decisores da saúde. Ao olharmos para o futuro não devemos esquecer de aprender com os sucessos do passado. Nos últimos anos fizemos importantes progressos na área da saúde mental e na da saúde ambiental, foi possível anunciar uma Europa sem poliomielite. Esperamos que em 2010 seja possível anunciar a erradicação do sarampo. Foi um momento de particular emoção para mim, aquele em que, depois de anos de uma guerra terrível, pudemos reunir à volta de uma mesa com todos os Ministros de Saúde dos países da ex-Jugoslávia, para cooperarmos no campo da saúde. A saúde tem algo que fazer pela paz e a paz pode fazer muito pela saúde. Para mim, esta experiência confirmou o papel da saúde como "mediador da paz" e a OMS como uma Organização que promove valores essenciais para o futuro da humanidade. Isto é uma parte importante da "governação ética" que a OMS procura promover a todos os níveis. Isso faz-se com pessoas e com ideias. É por isso que é importante conhecer a história das ideias e das pessoas no desenvolvimento dos sistemas da saúde. Poucas pessoas podem contar esta história tão bem como Constantino Sakellarides. Conhece-a porque a viveu sempre de uma forma muito apaixonada. Não é pessoa de emoções ligeiras. Constantino Sakellarides foi, nos tempos mais recentes, a pessoa mais influente e mais determinada, dentro da Organização, em fazer com que a OMS se dedicasse com mais profundidade ao estudo da evolução dos sistemas de saúde na Europa e desse à melhoria dos sistemas de saúde maior importância política. Como Director para a Política e Serviços de Saúde, promoveu e liderou a Conferência Internacional de Ljubljana em 1996, sobre este tema. O extenso trabalho de preparação desta Conferência Europeia da OMS, promoveu as capacidades humanas e analíticas que permitiram, pouco depois, o lançamento do Observatório Europeu dos Sistemas de Saúde. Mas é o trabalho no terreno, país a país, de que Constantino Sakellarides sempre foi grande apreciador e cultor, aquilo que acaba por dar às ideias o toque de realidade e proximidade, que lhes faz sempre falta. MARC DANZON Director Regional da OMS para a EuropaÍNDICE Prefácio de Marc Danzon Prólogo: Conversas de Verão 1. Uma Lua para Todos Vila Gouveia (Moçambique), Houston (Texas) e Lisboa, em 1968 2. A Beleza das Leiteiras Apontamentos da História da Saúde até Bismarck 3. De Bismarck a Cohn-Bendit Dos seguros de saúde até o Serviço Nacional de Saúde. 4. O Professor do Púngue Saúde em Moçambique - Deolinda Martins e Arez da Silva 5. Primavera em Portugal Gonçalves Ferreira, Arnaldo Sampaio e o SNS. 6. A Grande Ideia Cuidados de saúde primários, Alma Ata e Hafden Mahler 7. O Esteta do Conhecimento Ciências da Saúde nos Estado Unidos - Reuel Stallones 8. Cegueira Curável Estratégias de Saúde e Jo Asvall 9. Dançar Pode Fazer Mal Promoção da saúde e Ilona Kickbusch 10. Rosto e a Máscara Saúde mental infantil e João dos Santos 11. Homens de Incorrigível Esperança Acção no espaço local - Tudor Hart e Torrado da Silva 12. Escola, SA Sistemas de saúde e as culturas dos países do sul da Europa 13. O Pêndulo de Touraine Apontamentos sobre a saúde em Portugal nos últimos 20 anos 14. A Bela e o Monstro Governação da saúde 15. Mãos Invisíveis A Europa, os Estados Unidos e as influências globais 16. O Comboio de Oeiras Empresas e serviços públicos - o empreendedor público da saúde -
NeurociênciasEste é um livro de texto abrangente destinado principalmente a estudantes das áreas da saúde, sobretudo medicina e das áreas das neurociências, neuroanatomia, neurofisiologia e neurobiologia. Dada a forma como foi concebido, é também uma referência para os profissionais e estudantes das áreas da psicologia, biologia celular, bioquímica, biologia molecular, genética, ciências farmacêuticas e outras áreas da ciência relacionadas com as neurociências. Esta obra foi escrita por destacados professores, investigadores e profissionais especializados nos tópicos que redigiram, sendo coordenada por três conceituados investigadores da Universidade de Coimbra. Os capítulos são profusamente ilustrados com figuras originais que descrevem os conceitos teóricos abordados pelos autores e que foram elaboradas por profissionais que se dedicam ao estudo e investigação na área, o que a torna única. Os conteúdos foram organizados em duas partes: uma dedicada ao desenvolvimento, à estrutura e à função do sistema nervoso, e outra mais orientada para a clínica. Acreditamos que esta obra, atual e rigorosa, será um marco na história das Neurociências em língua portuguesa.Vários -
A Atividade do Médico e Cirurgião Bissaya-Barreto nos Hospitais da Universidade de Coimbra (1911-1956) - Contributos para a História da Medicina e Cirurgia em PortugalVisando retraçar, analisar e compreender a relação entre Bissaya-Barreto, a Medicina e Cirurgia, a presente tese parte de um quadro teórico e conceptual, incluindo o tema, a problemática, o objeto de estudo, a historiografia, fontes e metodologia, delimitação cronológica e estrutura. -
Dislexia - Teoria, Avaliação e IntervençãoA aprendizagem da leitura é uma competência complexa, que requer a conversão de grafemas nos fonemas correspondentes, envolvendo um adequado funcionamento de diversas funções neurocognitivas e a ativação de diferentes substratos neuronais. Para as crianças com Dislexia esta aprendizagem é particularmente difícil, morosa e, muitas vezes, frustrante, provocando um crescente desinteresse pelo processo geral da aprendizagem e um risco acrescido de insucesso escolar. A Dislexia é uma Perturbação do Neurodesenvolvimento de origem multifatorial (e.g., genética, neurofuncional, neurocognitiva), que conduz a dificuldades na descodificação de palavras, na fluência leitora, no reconhecimento global da palavra e na competência ortográfica.Este livro reúne um conjunto articulado de capítulos que aborda os diversos modelos conceptuais, a natureza neurobiológica, o perfil endofenótipo tipicamente encontrado nas crianças disléxicas, as alterações nos processos leitores e ortográficos, bem como as questões em torno da avaliação e dos modelos de intervenção reeducativa.Dada a especificidade das temáticas abordadas e a importância de melhor compreender os fatores implicados na aprendizagem da leitura e na Dislexia, esta obra constitui-se como um recurso indispensável a psicólogos, professores, terapeutas da fala, médicos, sendo útil também para pais e outros técnicos de saúde e educação. -
Pesos e Porções de AlimentosA avaliação da ingestão alimentar requer a quantificação da porção de cada alimento consumido. Obteve-se a porção média de alimentos a partir de pesagens efetuadas por um grupo constituído por cinco nutricionistas.À semelhança da segunda, a presente edição do manual resulta da necessidade de adicionar novos alimentos e de reformular alguns valores de alimentos já apresentados. Adicionalmente, são apresentadas outras formas de apresentação, visando responder às necessidades demonstradas por utilizadores das edições anteriores, nas diferentes áreas de aplicação deste manual. -
Psicologia na MedicinaEscrita por autores nacionais dedicados quer à prática clínica quer ao ensino universitário, a obra destina-se a todos os interessados no exercício de uma medicina centrada no doente.