Porquê a Guerra? Reflexões sobre o destino do mundo
Albert Einstein, já na época um mito junto da comunidade científica e do público, foi incumbido em 1932 pela Sociedade das Nações de eleger um interlocutor que, por via episcolar, se manifestasse sobre a questão de ser ou não ser possível antever a evolução do homem até à superação da sua agressividade destrutiva; ou, conceptualizando: existe a possibilidade de eliminar a guerra para sempre do destino da espécie? A escolha de Einstein recaiu em Freud.
O mundo, em sobressalto, pressentia o advento de outra guerra, nova hecatombe que destruiria parte dele; e é neste ambiente de angústia difusa que a resposta de Freud a Einstein adquire valor de um testemunho de grandeza ímpar: entre o reconhecimento da inevitabilidade da guerra no estádio evolutivo actual do homem, e a admissão da possibilidade de a eliminar para sempre dos costumes, não poderá a categoria amigo-inimigo ser para sempre removida, como aconteceu, por exemplo, com a prática da relação incestuosa?
É a correspondência trocada entre Einstein e Freud que se divulga neste livro, além de dois textos de Freud, "Considerações actuais sobre a guerra e a morte" e "Caducidade", tratando ambos da guerra, da violência - e da libertação do homem dos avatares da sua caminhada sobre a Terra.
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | Biblioteca 70 |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Albert Einstein, Sigmund Freud |
Sigmund Freud (1856-1939), um dos maiores pensadores do século XX, foi o criador da Psicanálise. Oriundo de uma família judaica austro-húngara, mudou-se para Viena com apenas quatro anos, cidade onde viria a ingressar na Universidade de Medicina. Apesar de ter sido inicialmente marginalizado pela comunidade científica, a Psicanálise é a prova viva do seu trabalho inovador e da forma como transformou incontornavelmente o horizonte do estudo da mente e do comportamento humano. Freud viveu os horrores da hegemonia nazi na primeira pessoa, perdendo quatro irmãs em campos de concentração e vendo-se obrigado a refugiar-se em Londres.
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A Interpretação das AfasiasEste primeiro escrito teórico conhecido de Freud abre perspectivas à sua obra futura, pois leva já ao estudo do lapso, do acto falhado, do chiste, do sonho. Aliás, o estudo das afasias, a par das paralisias infantis, surge em Freud previamente ao estudo da psicanálise. -
A Interpretação das AfasiasA Interpretação das Afasias (1891) é talvez o primeiro trabalho teórico de Freud, em todo o caso o seu escrito inaugural publicado. A afasia é uma desordem neurológica que faz com que a capacidade de pronunciar palavras ou nomear objectos comuns se perca, em resultado de uma doença orgânica do cérebro. O estudo das afasia leva já ao estudo do lapso, do acto falhado, do sonho, como resulta, aliás, das referências implícitas nos respectivos ensaios sucessivos. A questão é colocada de modo mais estrutural do que neurológico, o que leva a que este texto seja, em geral, escassamente citado pelos artigos de neurologia sobre o assunto. -
Sobre os SonhosUm dos primeiros contributos de Sigmund Freud para a Psicologia e para a Psicoanálise foi A "Interpretação dos Sonhos", publicado em 1900 e considerado a sua melhor obra inclusivamente, pelo próprio Freud. Consciente, no entanto, de que se tratava de um livro extenso e difícil, resolveu compilar, numa versão mais concisa e acessível, as ideias que apresentou em A Interpretação dos Sonhos. É essa pequena obra que agora publicamos. Desde a sua publicação que gerações de leitores e estudantes a ela recorreram para ficarem com um relato coerente e autorizado da teoria de Freud sobre os sonhos enquanto realização de um desejo distorcido. Estudantes e psicólogos irão saudar esta edição de bolso de uma obra que não perde a actualidade da autoria do pai da Psicanálise moderna. Este livro destina-se também a todos aqueles que se interessam pelos sonhos, ou pelo funcionamento do inconsciente. -
O Significado da RelatividadeSinopse «Pouco tempo antes da sua morte, Einstein conseguiu, ao fazer uma nova revisão da Teoria Geral da Relatividade, simplificar a dedução das suas equações de campo, bem como a forma destas equações, tornando o conjunto da teoria mais transparente, sem alteração do seu conteúdo. É esta versão simplificada que Einstein apresenta pela primeira vez neste seu livro, no apêndice II, ao tratar da teoria relativista do campo não simétrico. [...] Pareceu-nos, portanto, que seria do maior interesse divulgar em Portugal os últimos trabalhos de Einstein, que constituem a derradeira mensagem que dirigiu, ainda em pleno vigor da sua extraordinária capacidade intelectual, aos cientistas da nossa época.» Professor Mário Silva, «Explicação prévia» -
O Mal-Estar na CivilizaçãoO Mal-Estar na Civilização é a obra em que Sigmund Freud (1856-1939) analisa o modo como a espécie humana sacrificou a vida instintiva e reprimiu a espontaneidade para permitir o progresso social e cultural. É também este o livro em que Freud analisa a origem dos sentimentos de culpa e, de um modo geral, procede à mais completa exposição das suas ideias sobre a história da humanidade. O livro integra também o ensaio Reflexões em Tempos de Guerra e de Morte. -
Uma Recordação de Infância de Leonardo da VinciUma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci«é a única coisa bela que escrevi», disse um dia Freud a Ferenczi. E tudo indica que Freud manteve sempre uma particular relação com este livro escrito em 1910 e que constituiu uma primeira abordagem psicanalítica do processo de criação artística. Marthe Robert considera mesmo que se trata de «uma obra clássica da literatura alemã». Tudo começou quando Freud adivinhou no ambíguo sorriso das mulheres pintadas por Leonardo da Vinci a ternura sublimada mas inquieta por uma mãe longínqua. -
Três Ensaios Sobre Teoria da SexualidadeTrês Ensaios Sobre Teoria da Sexualidade é a melhor apresentação das concepções de Freud sobre a sexualidade infantil e sua evolução e sobre os desvios do objecto da libido. «Ao cabo de uma década a observar a recepção deste livro e os efeitos por ele provocados, decidi acrescentar à sua terceira edição algumas observações preliminares destinadas a impedir mal-entendidos e expectativas impossíveis de satisfazer. Antes de mais, afirme-se que as considerações aqui tecidas provêm inteiramente da experiência clínica quotidiana, à qual as conclusões da investigação psicanalítica deverão acrescentar profundidade e relevância científica.» Do Prefácio da terceira edição -
Para Além do Princípio do PrazerAo longo da sua obra, Freud mudou de opinião sobre vários temas importantes. Talvez a mais evidente tenha sido a sua revisão à teoria de instinto. Para Além do Princípio do Prazer, publicado em 1920, é a primeira afirmação clara de uma nova teoria de Freud em que o amor e a vida prevalecem sobre a agressão e a morte. Esta obra representa uma importante revisão teórica das primeiras ideias de Freud e um ponto de viragem na teoria psicanalítica. «O grande legado de Freud ( ) expõe de forma brilhante o estado da psique.» Mark Edmundson -
Autobiografia Intelectual e História do Movimento PsicanalíticoEsta Autobiografia é a descrição dos primeiros anos de trabalho e investigação de Sigmund Freud, do modo como foi descobrindo as principais correntes psicológicas e neurológicas da sua época e como, através da influência de Breuer, encontrou o caminho para a psicanálise. E nenhuma teoria sobre o funcionamento da estrutura psíquica exerceu uma influência tão grande como a psicanálise.Esta Autobiografia de 1925 é acompanhada pela História do Movimento Psicanalítíco publicada em 1914. Freud, que estivera praticamente só na defesa da psicanálise durante cerca de dez anos e sujeito às mais diversas e violentas críticas, foi conseguindo obter a adesão para as suas concepções de vários jovens médicos e investigadores de diferentes países. Depois, o próprio movimento psicanalítico foi-se institucionalizando e ramificando, sob o olhar atento de seu fundador. -
A Interpretação dos SonhosA primeira edição de A Interpretação dos Sonhos (Die Traumdeutung) foi publicada em Novembro de 1899. Esta obra inaugurou a teoria da análise do sonho, cuja actividade Freud descrevia como «a estrada real para o conhecimento dos processos mentais do inconsciente»: «Nas páginas que se seguem, apresentarei a prova de que há uma técnica psicológica que permite interpretar os sonhos, e de que pela aplicação desse processo todos os sonhos surgirão como uma configuração psicológica significante, que podemos inserir num lugar específico nas actividades psíquicas da vigília. Além disso, tentarei elucidar os processos que subjazem à estranheza e à obscuridade dos nossos sonhos, e deduzir desses processos a natureza das forças psíquicas cujo conflito ou cooperação são por eles responsáveis. Feito isto, darei a minha investigação por terminada, pois terá atingido o ponto em que o problema do sonho se entronca em problemas mais gerais, cuja resolução exige o recurso a materiais de índole diferente.» Do I Capítulo de A Interpretação dos Sonhos
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.