Portugal: Um país parado no meio do caminho 2000-2015
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| Editora | Dom Quixote |
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| Editora | Dom Quixote |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Miguel Real |
Miguel Real é escritor e ensaísta. Dos vários livros que publicou, destacam‑se os romances A voz da terra, pelo qual recebeu o Prémio Literário Fernando Namora, O feitiço da Índia, que mereceu o Prémio SPA Autores, e os ensaios Nova teoria do mal, Nova teoria da felicidade, Portugal — um país parado no meio do caminho, Nova teoria do Sebastianismo e Nova teoria do pecado. Sobre a vida e obra de José Saramago, escreveu, entre outros, Narração, maravilhoso, trágico e sagrado em Memorial do convento e Pessoa & Saramago. Participou em José Saramago. Nascido para isto, organizado por Carlos Reis, e em José Saramago: A escrita infinita, organizado por Carlos Nogueira. Em setembro de 2022 publicou, na Companhia das Letras, As 7 vidas de José Saramago, aclamada biografia do Prémio Nobel português.
O Ultimo Minuto na Vida de Saramago é o seu primeiro romance nesta chancela.
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A Guerra dos MascatesMiguel Real oferece-nos com A Guerra dos Mascates a narrativa de um confronto entre pequenos comerciantes e aristocratas que mobilizou a totalidade da população das cidades de Recife e Olinda no século XVIII. Revoltados contra o poder dos mazombos - senhores todo-poderosos do Pernambuco, proprietários de engenhos de açúcar e herdeiros da elite que expulsou os Holandeses do território -, os mascates insurgem-se contra a exploração de que são vítimas e decidem fazer uma sublevação. Na linha da frente está Vidal Rabelo, cujo casamento com a nobre Leonor Barbalho foi impedido de consumar e que tudo fará para recuperar a «sua recém, recém, recém senhora», nem que seja raptando-a, se for preciso. A seu lado, entre tantos outros, perfilam-se Julinho Telles Fernandes, a corajosa Violante Dias e o grande lutador pela libertação dos escravos Lula Aparecido da Silva. Amor romântico e ódio colectivo, febre de fé e febre de dinheiro, dignidade social e vingança pessoal, conjugam-se na descrição de personalidades inesquecíveis do cândido ao malévolo para compor um romance deliciosamente irónico que confirma Miguel Real como um dos mais portentosos ficcionistas da actualidade. -
A Voz da TerraJúlio Telles Fernandes - brasileiro viúvo e rico - chega a Lisboa com duas missões secretas: interceder junto do Marquês de Pombal pela independência do Pernambuco e entregar nas mãos da judia Violante Dias, prima da sua falecida mulher, um anel que há muito vem passando de geração em geração. A Voz da Terra narra a história da passagem da Lisboa supersticiosa, marinheira e imperial dos Descobrimentos - a Cidade de Santo António, governada pela Voz do Céu - para a Lisboa burguesa, racional e geométrica, consequência do Terramoto - a cidade do Marquês de Pombal. -
Nova Teoria do MalEste é um pequeno livro de Filosofia sobre a origem e as consequências do mal, que tenta explicar por que razão a acção de um homem com poder que humilha outro, retirando-lhe direitos, confere prazer interior a esse homem. A motivação do autor prende-se com o facto de, por exemplo, um ministro que corta do orçamento as verbas para transplantes estar indirectamente a contribuir para a morte de vários indivíduos, sem, no entanto, alguém poder dizer que esse ministro era um homem mau. Mas, na verdade, as consequências do seu acto têm o mesmo efeito de um assassínio. Livro polémico, que nos ajuda a perceber que o mal não é só aquilo que pensamos. «Hoje, sempre que vos apareça no ecrã da televisão um economista com funções governamentais - não duvideis: eis a face explícita do mal, aquele que levou a Europa à decadência e se prepara para, alegremente, destruir o planeta.» - Miguel Real -
O Feitiço da Índia - O Feitiço da Índia Três portugueses, em três épocas diferentes, deixam-se encantar pela Índia e pelas suas mulheresO Feitiço da Índia narra a história de três homens:José Martins, o primeiro português a tocar solo indiano, ido como degredado na armada de Vasco da Gama. Casado em Alfama com a moura Rosa, apaixonou-se por Rhema em Cochim, casou-se de novo e morreu em Goa, enfeitiçado pela Índia;Augusto Martins, o único português (não luso-indiano) a permanecer em território de Goa após a invasão das tropas da União Indiana em 18 de Dezembro de 1961. Casado em Lisboa com a mulher-a-dias Rosa, apaixonou-se em Salcete pela menina Rhema, filha de um brâmane, gerando Sumitha, morrendo em Goa enfeitiçado pela Índia;A história do narrador, descendente de José Martins e filho de Augusto Martins, que, em 1975, após o reatamento das relações entre Portugal e a União Indiana, partiu para Goa à procura do pai e ali permaneceu até hoje, vivendo com Rhema e Sumitha, enfeitiçado pela Índia.Através da experiência destas personagens inesquecíveis - e com a ironia e a qualidade a que Miguel Real nos habituou -, O Feitiço da Índia oferece-nos o retrato fascinante de Goa e da costa do Malabar, na Índia, em três épocas marcantes da sua história. -
Nova Teoria da Felicidade´Este pequeno livro de filosofia versa sobre a origem e as consequências da felicidade ou da falta dela, sobre o que é ser feliz (seguindo o pensamento de outros filósofos, como Matias Aires) e sobre o que na sociedade actual é impedimento para a vida plena e feliz. Em diálogo com outro livro do autor (Nova Teoria do Mal), procura estabelecer uma relação lógica mas não dependente entre os dois conceitos.«Nova Teoria do Mal escandalizou. Fico feliz se Nova Teoria da Felicidade também escandalizar, embora o tema seja menos polémico. Escandalizar, para espíritos pobres, significou, em Nova Teoria do Mal, aprovar ou não aprovar entusiasmadamente. Desejaria que Nova Teoria da Felicidade escandalizasse de outro modo - que a sua recepção fosse remetida ao mais absoluto silêncio e que cada leitor, suspendendo os seus preconceitos cristalizados, meditasse sobre as teses nele apresentadas. Meditasse com o sangue da memória e a sabedoria da experiência, reflectisse sobre as quatro ou cinco teses nele defendidas animado do mesmo temor e do mesmo delírio com que as desenvolvi. Ao fim e ao cabo, trata-se da vida pessoal de cada leitor - saber se é possuidor de uma vida satisfeita, uma vida realizada ou uma vida feliz. Ou, simplesmente, uma vida frustrada.» -
Nova Teoria do SebastianismoNova Teoria do Sebastianismo é um ensaio que reflecte sobre o mito sebastianista como alucinação racionalmente falsa mas sentimentalmente verdadeira e nos dá a conhecer os autores que trataram o tema, desde Bandarra e Padre António Vieira até aos filósofos contemporâneos, passando por Fernando Pessoa, António Quadros, António Sérgio e Eduardo Lourenço. O presente título insere-se numa colecção na qual foram já publicados dois outros títulos de Miguel Real: Nova Teoria do Mal e Nova Teoria da Felicidade enquanto propostas para uma ética do século XXI. «Ser sebastianista hoje [...] significa, não a esperança no indefinido regresso de D. Sebastião, nem acreditar neste como o Messias regenerador da sociedade portuguesa, [...] mas ter plena consciência de que em Portugal só se atinge um patamar próspero de vida se algo (uma instituição) ou alguém dotado de elemento carismático nos prestar um auxílio que nos retire, por meios extraordinários, do embrutecimento e empobrecimento da vida quotidiana: a subserviência rastejante ao Partido, a cunha do «Senhor Doutor», a crença no resultado do totoloto ou do euromilhões, a promessa a Nossa Senhora de Fátima ou santo congénere... Esse algo ou alguém, quando negado em Portugal, impele à emigração, forçando o português a buscar no estrangeiro o que, devido às políticas de auto-favorecimento das elites, lhe é negado na sua terra natal.» -
O Último Europeu: 2284Em 2284, a Europa é maioritariamente composta por Baldios governados por clãs guerreiros que escravizam as populações esfomeadas; subsiste, porém, um território isolado por um cordão de segurança com uma sociedade que, por via da ciência e da tecnologia, atingiu um nível altíssimo de felicidade individual, pois todos os desejos podem ser consumados, ainda que apenas mentalmente. Nesta Nova Europa, as relações sexuais são livres e não se destinam à procriação: as crianças, desconhecendo os pais, nascem nos Criatórios em placentas sintéticas e seguem para Colégios onde, sem a ajuda de livros, andróides especializados incrementam as suas competências como futuros Cidadãos Dourados. As famílias reúnem-se por afinidades, ninguém trabalha e nem sequer existem nomes, para que ninguém se distinga, já que todas as conquistas se fazem em nome da comunidade. Mas este mundo aparentemente perfeito sofre uma inesperada ameaça: a Grande Ásia, lutando com graves problemas de demografia, acaba de invadir a Europa... Um velho Reitor, estudioso do passado, é chamado a liderar uma equipa que possa refundar algures a Nova Europa e a deixar testemunho da sua História. Vinte e cinco anos depois da queda do Muro de Berlim, Miguel Real constrói uma utopia sublime no contexto de um novo paradigma civilizacional, revelando o seu talento de escritor e filósofo e, ao mesmo tempo, chamando a atenção para o esgotamento da Europa actual. -
Portugal: Um País Parado no Meio do Caminho 2000-2015Neste ensaio, Miguel Real reflecte sobre os efeitos da interrupção do processo de modernização europeia de Portugal nos últimos quinze anos e o que representam para diferentes grupos sociais antes e depois dessa interrupção figuras como Siza Vieira e Olga Roriz, Joana Vasconcelos, Cristiano Ronaldo ou José Mourinho. O presente título insere-se numa colecção na qual foram já publicados três outros títulos de Miguel Real: Nova Teoria do Mal, Nova Teoria da Felicidade e Nova Teoria do Sebastianismo. -
Nova Teoria do Pecado«O pecado constitui a categoria filosófica e religiosa sobre a qual a Europa cristãassentou as suas constantes culturais e civilizacionais e sobre a qual edificou a base fundamental do Poder, o poder religioso, mas sobretudo o poder político e social. Quando se refere que a Europa cristãergueu a sua civilização com base na categoria religiosa de pecado diz-se, consequentemente, que ela assentou a sua civilização sobre o modo singular de viver com a emoção primária de Medo e com o sentimento de Culpa. Medo e Culpa constituem as duas colunasético-morais que sustentam o edifício do Pecado. Por isso, Pecado, Medo e Culpa constituem o triânguloético-religioso abordado neste ensaio.» -
Cadáveres às CostasUm romance admirável sobre Portugal (e a mentalidade portuguesa), um país que ainda não conseguiu curar das feridas do seu passado histórico recente. Após a morte do pai, um jovem abandona o curso de Direito e aluga um pequeno apartamento no sótão de um palacete de Lisboa, com o fito de escrever um romance. Aí vive a família Peralta Perestrêllo, cuja matriarca centenária – d. Consolação, há muito acamada – é visitada no dia 13 de Maio de 2017 pela aparição da irmã Lúcia, após o que consegue erguer-se e dar uns passinhos. Filho, nora e netos ficam hesitantes quanto a acreditar no suposto milagre; mas cada um a seu modo (e também a Igreja, chamada imediatamente para avaliar a situação) descobre como retirar dividendos do episódio – o mesmo acontecendo, aliás, com o jovem escritor que, sem ideias para o seu romance de estreia, tem subitamente um filão ao dispor, para não falar do seu interesse pela neta mais nova da miraculada... Porém, entre as aparições, a depressão da mãe viúva, a história secular do palacete e o passado e presente da família Peralta, que não se recomenda, chegará a escrever uma página que seja? Cheio de humor (mas também de crítica e até de alguma verrina), Cadáveres às Costas é um romance admirável sobre Portugal (e a mentalidade portuguesa) que, apesar do século xxi, ainda não conseguiu curar-se de muitas das feridas do passado.
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A Identidade da Ciência da ReligiãoEsta obra é composta por textos que mostram o progresso das reflexões sobre a problemática da identidade da Ciência da Religião. Os ensaios garantem o acesso à sua interrelação temática e lógica subjacente, algo que não se revela pela leitura individual dos textos. Aqui serão esclarecidos e exemplificados os princípios que caracterizam a Ciência da Religião desde o início da sua institucionalização nas últimas décadas do século XIX. Além disso, será discutido em que sentido esses princípios qualificam a disciplina para sua funcionalidade extra-acadêmica. Essa atualização do livro Constituintes da Ciência da Religião (Paulinas, 2006) se entende como uma reação ao desconhecimento das especificidades da Ciência da Religião, não apenas por parte do público em geral, mas também entre estudantes e, até mesmo, docentes da área no Brasil. -
Decadência: o declínio do Ocidente«Da ideia de Jesus, anunciada no Antigo Testamento e progressivamente sustentada por imagens ao longo dos séculos de arte cristã, a Bin Laden, que declara guerra de morte ao nosso Ocidente esgotado, é o fresco épico da nossa civilização que aqui proponho. Nele encontramos: monges loucos do deserto, imperadores cristãos sanguinários, muçulmanos a construir o seu "paraíso à sombra das espadas", grandes inquisidores, bruxas montadas em vassouras, julgamentos de animais, índios de penas com Montaigne nas ruas de Bordéus, a ressurreição de Lucrécio, um padre ateu que anuncia a morte de Deus, uma revolução jacobina que mata dois reis, ditadores de esquerda e depois de direita, campos de morte castanhos e vermelhos, um artista que vende os seus excrementos, um escritor condenado à morte por ter escrito um romance, dois rapazes que evocam o islão e degolam um pároco em plena missa - sem esquecer mil outras coisas...»