Sintonias da Rádio em Lisboa - 1924-1975
A uma curta e inicial fase da rádio, com amadores pioneiros e estações efémeras, sucedeu um período de estabilidade organizativa, cujos profissionais alicerçaram conhecimentos na prática. As estações privadas lisboetas ganharam corpo até final da década de 1930, aguentando as dificuldades da guerra em Espanha e no mundo e as muitas carências em Portugal. A rádio como indústria seguiu os caminhos de sucessos e fracassos da situação nacional. Por isso, relacionam-se picos de atividade da rádio e a sua ação cultural e estética com a realidade social, política e económica. Grande parte do tempo aqui narrado decorreu em ditadura, com a ausência de liberdade de expressão agravada pela guerra colonial (1961-1974). Profissionais foram banidos da rádio ou viram programas suspensos. Com a revolução de abril de 1974, o período desse e do ano seguinte conduziu a profundas mudanças na produção radiofónica, com vicissitudes várias e onde se definiram novas linhas de conduta política e cultural. [Rogério Santos]
O livro apresenta a vida das rádios privadas em Lisboa, da sua origem, na década de 1920, até 1975. As estações incluídas no estudo são Rádio Clube Português e Rádio Renascença, ambas formadas na década de 1930, e Emissores Associados de Lisboa, grupo radiofónico nascido em 1950 mas com existência vinda de trás a partir de pequenas estações familiares (minhocas). Na obra, enfatizam-se programas radiofónicos (variedades, folhetins, desporto, humor e diálogos), publicidade, fusões e grupos multimédia, passagem das emissões em direto para programas gravados, profissionais e produtores independentes, serviços de informação, censura e utilização da rádio pelo poder político. As emissoras pioneiras da segunda metade da década de 1920, em capítulo inicial, apesar de amadoras e terem cessado atividade poucos anos depois, definiram muitas das práticas radiofónicas, caso das transmissões desportivas e do uso da voz do locutor como elemento encantatório da rádio. O livro destaca ainda o período de 1974-1975 e as lutas políticas e culturais que conduziram nomeadamente à ocupação de estúdios e antenas de Rádio Renascença. A Emissora Nacional, estação pública e com sede nacional em Lisboa, não aparece aqui, porque objeto de anterior investigação pelo autor.
| Editora | Colibri |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Colibri |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rogério Santos |
-
Indústrias Culturais, Imagens, Valores e ConsumosAs indústrias culturais remetem para o universo de reprodução técnica [registo e difusão) da cultura, casos da televisão, cinema, música e fotografia. Um bem cultural torna-se acessível a qualquer pessoa graças à cópia ou ao envio de ficheiro pela internet. Mais recentemente, ganharam força as indústrias criativas, presentes nas artes do espectáculo e cuja articulação com a publicidade, vídeo, actividades de lazer e indústrias culturais contribui para a formação do PIB de um país ou região. O livro resulta do cruzamento de vários caminhos teóricos e práticos, como a reflexão a partir do texto fundador de Adorno e Horkheimer sobre indústrias culturais e a análise destas actividades com especialistas e estudantes universitários. Inclui-se também a compreensão dos grupos receptores: audiências de televisão, consumidores de centros comerciais, fãs de bandas musicais ou jogos como o Sudoku. O ponto de partida do livro é o blogue Indústrias Culturais (http://industrias-culturais.biogspot.com], espaço que o autor alimenta diariamente e onde observa e comenta a realidade dos acontecimentos, faz a leitura de livros e artigos de jornais sobre a área e partilha os mesmos assuntos com outros investigadores ou simples leitores. -
EbookEstudos da Rádio em PortugalA par da análise teórica em comunicação e media e da investigação nas tecnologias da gravação sonora e nos inquéritos de audiências, o livro examina as áreas de produção radiofónica (Lisboa, Santarém, Guarda), programas como Página 1, folhetim Simplesmente Maria e produtores independentes (Parodiantes de Lisboa e Espaço 3P). Um capítulo enfatiza as biografias profissionais e outro relaciona os prémios anuais da rádio (patrocinados pela Casa da Imprensa) com a evolução política do país nas décadas de 1960 e 1970. O livro reserva ainda espaço a escritores da rádio (José do Nascimento, Álvaro de Andrade e José Matos Maia), radialistas que procuraram pensar a história do meio, e dirigentes da rádio que elaboraram pensamento sobre práticas e estéticas (Fernando Curado Ribeiro e José Manuel Serra Formigal). -
A Rádio Colonial em Angola - Festas e Rifas para Comprar o EmissorA Rádio Colonial em Angola. Festas e Rifas para Comprar o Emissor é um livro sobre a rádio ouvida e feita em Angola durante a época colonial, do arranque de emissões em ondas curtas da Emissora Nacional (1936) à independência do país (1975). Ao longo do tempo, a radiodifusão seguiu vários caminhos: programas enviados de Lisboa, constituição de rádio governamental em Luanda e de rádios clubes, estes compostos por associações sem fins lucrativos nas várias cidades da colónia, e, no conjunto, organizações dirigidas para escolhas ideológicas a quase ignorarem a população de origem africana, vista como grupo a educar ou simplesmente subversiva. Aqui, incluo programas em línguas nacionais, a indicarem resistência política, e escuta de emissões, caso das elaboradas pelos movimentos de libertação.
-
NovidadeA Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
NovidadeHistória dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
NovidadeA Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
NovidadeRevolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
NovidadePaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
NovidadeAntes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
NovidadeBaviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?