Vida Conversável
Este livro reúne longas e errantes conversas, em 1995, de Agostinho da Silva com Henryk Siewierski, professor no Departamento de Teoria Literária e coordenador do Núcleo de Estudos Portugueses da Universidade de Brasília, ensaísta, tradutor e doutor em Ciências Humanas pela Universidade de Cracóvia, onde leccionou. Trata-se de um texto notável e imprescindível para o conhecimento da obra de Agostinho da Silva.
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | Peninsulares |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Agostinho da Silva |
George Agostinho Baptista da Silva ficará para a memória do mundo de língua portuguesa pelo saber desafiante e pluridimensional, aliado à incomparável ação de intervenção cultural durante o séc. XX de todo o mundo lusófono. Nascido a 13 de fevereiro de 1906 no Porto, termina a licenciatura em Letras aos 22 anos e o doutoramento aos 23, ambos com 20 valores, summa cum laude, inédito para a época. Impossibilitado de trabalhar no ensino superior por colaborar na Seara Nova, dá continuidade à carreira no ensino liceal, iniciada em 1928. Por encargo da Junta de Educação Nacional, funda em 1931 o Centro de Estudos Filológicos e desloca-se a Paris onde, até 1933, desenvolve estudos na Sorbonne e no Collège de France. Em 1935, em Aveiro, é demitido do ensino oficial: recusara-se a assinar a declaração que atestava não pertencer ou vir a pertencer a qualquer associação secreta. Vivendo de explicações e aulas em colégios particulares e da publicação de centenas de Cadernos de Divulgação Cultural e Biografias, percorre o país difundindo o saber e a cultura em associações e agremiações populares. Encarcerado pela Pide durante 18 dias no Aljube, obrigado a residência fixa, e vendo-se com cada vez mais reduzidas hipóteses de trabalho, emigra para o Brasil em 1944, fundando universidades e centros de investigação por toda a América Latina, sendo também assessor do presidente Jânio Quadros. Naturalizado brasileiro em 1959, promotor da criação da CPLP, regressa a Portugal em 1969. Aposentado como professor universitário no Brasil, é reintegrado no ensino superior por decreto presidencial, com direito a todos os vencimentos retroativos que aplica, em 1976, num Fundo que até hoje se mantém para atribuição anual do prémio D. Dinis a estudantes. Com marcante participação na rádio e TV, presença em revistas, congressos e conferências, recebe honrarias, títulos e medalhas. Depois de ter publicado mais de 200 títulos em Portugal e no Brasil, e de, em 1992, ter obtido de novo a nacionalidade portuguesa, em 3 de abril de 1994 atinge «um silêncio tão de espanto /que era todo o universo à sua volta/ um seduzido canto». Assim rezam os seus versos na lápide do Alto de São João.
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Ir à Índia sem Abandonar PortugalO presente livro constitui um dos últimos testemunhos de Agostinho da Silva e encerra o essencial do seu pensamento sobre a vida, a liberdade e a solidariedade. -
Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira IInicia-se com este volume a publicação das reflexões de Agostinho da Silva sobre a cultura e literatura portuguesa e brasileira, um dos aspectos do seu pensamento pelo qual é mais conhecido. Iniciamos uma viagem pelo modelo agostiniano, verdadeiramente estruturante, de uma realidade universalista. Ideário emergente nos anos 50, pautado por uma mais ampla visão de uma filosofia da história, da cultura e da civilização luso-brasileira. Agostinho é um dos últimos raros exemplos de um pensamento global, que se articula harmoniosamente desde o religioso ao politico-económico com um divino toque de loucura visionária e profética. -
Estudos sobre Cultura ClássicaPublicam-se aqui os textos que assinalam a original ordem de interesses do jovem Agostinho, ainda numa primeira fase interventiva e científica enquanto estudante, onde o interesse pela filologia e culturas grega e romana são centrais. A par de outros textos, trabalhos mais tarde desvalorizados pelo autor contextualizando a sua produção numa lógica de juventude e aprendizagem, encontramos presente neste volume o texto A comédia latina onde se pode entrever o futuro Agostinho da Silva na relação que estabelece entre o homem e o objecto, numa visão dualista da civilização. -
Estudos e Obras LiteráriasEstão aqui presentes as incursões de Agostinho pelo ensaio e criação literária em prosa, um trabalho claramente provisório, tal como os restantes volumes, dado que o levantamento e estudo da obra agostiniana são ainda um processo em curso. Mas já se pode perspectivar nestes textos o seu interesse pela literatura francesa do século XIX (acompanhando o seu gosto principal - o classicismo) com ensaios publicados nos fins da década de 40 onde o autor levanta um pouco do véu sobre a sua relação com o feminino. -
Páginas EsquecidasO conhecimento e a liberdade como valores supremos da condição humana. «Procurando fornecer ao maior número possível de pessoas os conhecimentos bastantes, “uma informação quanto possível certa e objetiva sobre o que no mundo significa progresso”, publicou Agostinho entre 1938 e 1947, em 125 cadernos, num total de cerca de três mil páginas, uma síntese do saber humano. Nascidos sob o desígnio de abranger o maior número possível de áreas do saber, estabelecendo, de forma sólida, os alicerces de uma cultura geral, os Cadernos de Agostinho contribuíram em grande escala para a formação integral dos jovens e adultos de todas as classes sociais, em suma, da massa geral da nação.»Do Prefácio de Helena Briosa e Mota Inclui:- Uma nota autobiográfica;- Seis palestras radiofónicas;- Cadernos de Divulgação Cultural (textos para a mocidade e juventude; cadernos de informação cultural; introduções aos grandes autores; guia de leitores); - Fac-símiles, fotos e ilustrações.Fixação do texto, selecção, introdução e notas de Helena Briosa e Mota. -
Herta Teresinha Joan"Herta Teresinha Joan", inicialmente publicada em 1953, foi a primeira obra de ficção do autor: «Resolvi aproveitar estas curtas férias de Portugal para pôr em ordem alguns dos papéis que fui acumulando e entre os quais se contam estes três capítulos do que deveria, para ser verdadeiro, denominar Memórias; não o faço, porém, por dois motivos: em primeiro lugar porque isso exigiria sequência cronológica, o que me parece ir contra a unidade de cada um dos episódios; em segundo lugar, porque de Memórias o que me interessa mesmo é apenas a lembrança de pessoas que de qualquer modo me passaram na vida, ou, para ser mais exacto, em cuja vida eu, de qualquer modo, passei. Porque, no fim de contas, foi a deles que realmente valeu.»Nota Prévia à 1ª Edição -
O Método MontessoriNascida em 1870, Maria Montessori foi a primeira mulher italiana a doutorar-se em Medicina. Especializada em Psiquiatria, interessou-se pelas crianças deficientes, acreditando que precisavam muito menos da Medicina do que de um bom método pedagógico.Numa primeira fase, Maria Montessori apoia-se em estudos efectuados em Londres e Paris, cidades aonde frequentemente se desloca. Em 1907 abre a primeira Casa dei Bambini, para crianças dos 3 aos 7 anos. Muitas se lhe seguiram e, em breve, o seu método foi adoptado noutros países da Europa e da América.
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.
