Arte Poética - O Meridiano e Outros Textos
As páginas anteriores reúnem quase todos os textos de prosa de Paul Celan até agora publicados, se exceptuarmos algumas esparsas notas introdutórias aos poetas russos Ossip Mandelstám (desaparecido nos anos trinta, vítima não se sabe bem se de Estaline, se de Hitler) e Aleksandr Blok.” [Do Posfácio de João Barrento]
| Editora | Relógio d' Água |
|---|---|
| Coleção | Poesia |
| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paul Celan |
Paul Celan nasceu em Czernowitz (Bucovina, na Roménia) em 1920, de pais judeus-alemães. Em 1940, Czernowitz é ocupada pelos soviéticos e no ano seguinte pelas tropas alemãs e romenas. Em 1942, os seus pais são deportados para um campo de extermínio, onde morrem poucos meses depois. Apesar de ter sobrevivido ao Holocausto, Celan permaneceu preso, num campo de trabalho, até 1943, ano em que a Bucovina volta a ser tomada pelos soviéticos.
Em 1945, parte para Bucareste onde se torna tradutor e leitor de uma editora e publica os seus primeiros poemas. Em Dezembro de 1947, partirá para Viena, e um ano depois para Paris, onde se fixa e retoma os estudos (Germanística e Linguística). Entre 1950 e 1968, publica vários originais e traduções (Shakespeare, Henri Michaux, Paul Valéry, Pessoa, Mandelstam). Em 1969, um ano antes da sua morte, visita Israel. Suicida-se no Sena, um ano depois.
-
Sete Rosas Mais TardePaul Celan (1920-1970), poeta judeu-alemão, é um marco incontornável da literatura do século xx. Sobrevivente do Holocausto, a sua poesia bela, contida e hermética prende-se com o sofrimento e a morte nos campos de concentração, e com a desintegração da linguagem. Com selecção, tradução e introdução de João Barrento, ensaísta e tradutor premiado, e de Y. K. Centeno, autora, tradutora e Catedrática em Literatura Alemã, Sete Rosas Mais Tarde é a obra de referência da poesia de Paul Celan.Edição bilingue.«Ler ou reler Celan, e ainda mais traduzi-lo, aproxima-nos da essência da escrita. Não apenas da sua escrita, mas do acto mesmo da escrita na sua pureza total.»Y. K. Centeno, Paul Celan: o sentido e o tempo -
Arte Poética - O Meridiano e outros textos"As páginas anteriores reúnem quase todos os textos de prosa de Paul Celan até agora publicados (...). (...) uma pequena constelação de textos, breves, mas de brilho intenso: num lacónico discurso de ocasião (Bremen, 1958) ou numa simples carta a um antologiador (Hans Bender, 1960), Celan consegue fixar imagens que iluminam subitamente o Ser da poesia, propor definições de uma pregnância que vale por ensaios inteiros. Mesmo aí, nesses textos de circunstância, a prosa de Celan é sempre sui generis, anti-prosaica: exacta e profunda, imprevisível e associativa, elíptica e híbrida." -
A Morte é Uma Flor - Poemas do Espólio"Este último livro de Paul Celan teve, assim, desde logo uma dupla e ambígua destinação, já que os poemas que o integram, tendo sido destinados ao silêncio, ficaram afinal disponíveis para a revelação (poderíamos aplicar aqui o pensamento final do ensaio de Blumenberg: 'Só virtualmente há últimos livros'). Mas nos poemas do espólio de Paul Celan fala um duplo silêncio, ou manifesta-se um duplo silenciamento: o dos poemas retirados (que a publicação arrancou à sombra do silêncio) e o da linguagem que se retira (se rarefaz) para deixar agigantar-se, sem o lastro diluidor do discursivo, a memória dos mortos e a História dos seus assassinos, na nudez e na dureza de uma linguagem nua, no fio da navalha."Excerto do posfácio de João Barrento, "Memória e silêncio". -
Os Primeiros PoemasOs primeiros poemas Paul Celan.Prefácio e tradução de Ivette Kace Centeno com uma fotografia do autor. -
Não Sabemos Mesmo o que Importa: cem poemasTradutor do russo e do francês, Celan é, na opinião de Jorge de Sena, ?um dos grandes poetas alemães do pós-guerra?. -
A Morte É Uma Flor“Talvez mais do que todos os que já conhecíamos, este último livro de Paul Celan (que ele, na ambiguidade do gesto de conservar os poemas, quis e não quis que fosse último) gravita à volta de um núcleo de sentido(s) que é o de sempre, mas de onde se destacam, com contornos mais nítidos, dois vectores maiores: a memória e o silêncio (poderíamos também dizer: a História e a Linguagem).” [Do Posfácio de João Barrento] -
Os PoemasPaul Celan, «poeta judeu de língua materna alemã, oriundo de uma região outrora parte do Império Austro-Húngaro, e actualmente parte da Ucrânia, preconizava "uma linguagem mais cinzenta" para os poemas da sua actualidade, acabada de sair dos horrores do Holocausto e eivada de anti-semitismo». Neste volume reúnem-se, pela primeira vez em Portugal, todos os livros publicados em vida, o conjunto de mais de uma centena de poemas não incluídos e dispersos do seu espólio e, ainda, um ciclo fragmentário que o poeta não teve a oportunidade de terminar. Fruto de pesquisas e sucessivas traduções ao longo de 50 anos, Maria Teresa Dias Furtado dá-nos finalmente a oportunidade de ler Paul Celan na íntegra.Vive as vidas, vive-as todas, separa os sonhos uns dos outros, vê, eu subo, vê, eu caio, sou outro, não sou outro. -
Sete Rosas Mais Tarde“O amor está morto na obra de Celan. Perdeu a qualidade redentora. O que dele fica são apenas fragmentos, imagens que não se ordenam numa estrutura superior unificada. Porque esse é o limite que atingem, o limiar que ultrapassam: o da unificação harmoniosa num universo e numa relação de que o amor foi brutalmente cortado.”Da Introdução de Y. K. Centeno“A poesia de Celan começa por tactear caminhos, dolorosamente, num tempo de feridas abertas, exorcizando memórias próximas e debatendo-se com ópios inócuos (‘Verde-bolor é a casa do esquecimento’).”Da Introdução de João Barrento
-
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
