Tempo do Coração – Correspondência
Viena, Primavera de 1948. Na cidade ocupada pelos Aliados, cruzam-se os destinos de duas das estrelas mais brilhantes no firmamento da poesia de língua alemã, inaugurando um diálogo íntimo e literário que se estenderia por duas décadas. Tempo do Coração reúne a correspondência dos dois autores – mantida em segredo até 2008 – e traça um retrato comovente de seres que se debatem com a escrita, os silêncios e a procura de uma voz própria depois de Auschwitz. Carta após carta, testemunhamos a ascensão de dois mestres da literatura, a sua vulnerabilidade perante os detractores e a exposição pública, e a constante busca pela admiração e pelo amor um do outro. Esta obra inclui também a correspondência trocada entre Ingeborg Bachmann e Gisèle Celan-Lestrange, mulher de Celan, e entre este e Max Frisch, companheiro de Bachmann. Em 2016, deu origem à premiada adaptação cinematográfica de Ruth Beckermann, Os Sonhados, a meio caminho entre a encenação e o documentário.
| Editora | Antígona |
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| Editora | Antígona |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paul Celan, Ingeborg Bachmann |
Paul Celan nasceu em Czernowitz (Bucovina, na Roménia) em 1920, de pais judeus-alemães. Em 1940, Czernowitz é ocupada pelos soviéticos e no ano seguinte pelas tropas alemãs e romenas. Em 1942, os seus pais são deportados para um campo de extermínio, onde morrem poucos meses depois. Apesar de ter sobrevivido ao Holocausto, Celan permaneceu preso, num campo de trabalho, até 1943, ano em que a Bucovina volta a ser tomada pelos soviéticos.
Em 1945, parte para Bucareste onde se torna tradutor e leitor de uma editora e publica os seus primeiros poemas. Em Dezembro de 1947, partirá para Viena, e um ano depois para Paris, onde se fixa e retoma os estudos (Germanística e Linguística). Entre 1950 e 1968, publica vários originais e traduções (Shakespeare, Henri Michaux, Paul Valéry, Pessoa, Mandelstam). Em 1969, um ano antes da sua morte, visita Israel. Suicida-se no Sena, um ano depois.
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MalinaDividida entre o marido e o amante, a heroína desta narrativa reparte-se por dois mundos contraditórios onde se desenrola o seu quotidiano. Mas existirão mesmo esses dois homens? Ou será que apenas existe um que adquire ao mesmo tempo, duas personalidades diferentes e contraditórias?Um romance intimista e rigoroso que constitui um dos pontos altos da ficção contemporânea. -
O Tempo AprazadoÉ uma poesia com data(s), registo pungente de uma memória histórica recente, encruzilhada por onde passam e deixam marcas, na década de cinquenta, tradições que ecoam Safo, o Cântico Maior ou o Surrealismo, trazendo uma assinatura própria, como a de alguns contemporâneos mais divulgados que também já ganharam voz em português — Celan ou Johannes Bobrowski. Vinda dos tempos negros de uma Áustria que aceitou a pata de Hitler, Ingeborg Bachmann cedo encontrou os caminhos mais luminosos do Sul (vive em Itália entre 1953/57 e 1965/73) e da poesia, que preenche, com dois livros (Die gestuntete Zeit/ O Tempo Aprazado e Anrufung des großen Bären/ Invocação da Ursa Maior), a primeira década da sua produção literária.Depois viria o tempo, a que os leitores portugueses já tiveram acesso, através da publicação do livro de contos Trinta Anos e do romance Malina. A sua poética, exposta em 1959/60 nas Lições de Frankfurt, revela uma busca obsessiva dos caminhos que permitem (ainda) à linguagem encontrar-se com o real, e à literatura — a de ontem, a de hoje e a de sempre — continuar a afirmar-se como campo aberto, a única utopia que permanentemente se concretiza. Pode, pois, ler a poesia de Ingeborg Bachmann, no volume da colecção “Gato Maltês” com o título O Tempo Aprazado, edição bilingue. -
Sete Rosas Mais TardePaul Celan (1920-1970), poeta judeu-alemão, é um marco incontornável da literatura do século xx. Sobrevivente do Holocausto, a sua poesia bela, contida e hermética prende-se com o sofrimento e a morte nos campos de concentração, e com a desintegração da linguagem. Com selecção, tradução e introdução de João Barrento, ensaísta e tradutor premiado, e de Y. K. Centeno, autora, tradutora e Catedrática em Literatura Alemã, Sete Rosas Mais Tarde é a obra de referência da poesia de Paul Celan.Edição bilingue.«Ler ou reler Celan, e ainda mais traduzi-lo, aproxima-nos da essência da escrita. Não apenas da sua escrita, mas do acto mesmo da escrita na sua pureza total.»Y. K. Centeno, Paul Celan: o sentido e o tempo -
Arte Poética - O Meridiano e outros textos"As páginas anteriores reúnem quase todos os textos de prosa de Paul Celan até agora publicados (...). (...) uma pequena constelação de textos, breves, mas de brilho intenso: num lacónico discurso de ocasião (Bremen, 1958) ou numa simples carta a um antologiador (Hans Bender, 1960), Celan consegue fixar imagens que iluminam subitamente o Ser da poesia, propor definições de uma pregnância que vale por ensaios inteiros. Mesmo aí, nesses textos de circunstância, a prosa de Celan é sempre sui generis, anti-prosaica: exacta e profunda, imprevisível e associativa, elíptica e híbrida." -
A Morte é Uma Flor - Poemas do Espólio"Este último livro de Paul Celan teve, assim, desde logo uma dupla e ambígua destinação, já que os poemas que o integram, tendo sido destinados ao silêncio, ficaram afinal disponíveis para a revelação (poderíamos aplicar aqui o pensamento final do ensaio de Blumenberg: 'Só virtualmente há últimos livros'). Mas nos poemas do espólio de Paul Celan fala um duplo silêncio, ou manifesta-se um duplo silenciamento: o dos poemas retirados (que a publicação arrancou à sombra do silêncio) e o da linguagem que se retira (se rarefaz) para deixar agigantar-se, sem o lastro diluidor do discursivo, a memória dos mortos e a História dos seus assassinos, na nudez e na dureza de uma linguagem nua, no fio da navalha."Excerto do posfácio de João Barrento, "Memória e silêncio". -
Os Primeiros PoemasOs primeiros poemas Paul Celan.Prefácio e tradução de Ivette Kace Centeno com uma fotografia do autor. -
Não Sabemos Mesmo o que Importa: cem poemasTradutor do russo e do francês, Celan é, na opinião de Jorge de Sena, ?um dos grandes poetas alemães do pós-guerra?. -
MalinaObra aclamada, adaptada ao cinema por Werner Schroeter em 1991, com guião de Elfriede Jelinek e Isabelle Huppert como protagonista, Malina (1971) é o único romance de Ingeborg Bachmann, o primeiro volume da trilogia «Formas de Morte», interrompida pelo trágico desfecho da autora.Triângulo amoroso numa Viena decadente, viagem aos limites da linguagem e da loucura, encerra nas suas páginas o retrato da destruição de uma mulher.Malina é uma história sobre submissões quotidianas e condescendência masculina, sobre a conformidade às expectativas do homem, a custo da perda de identidade, replicando entre quatro paredes a opressão e o silenciamento operados por uma sociedade doente. -
Arte Poética - O Meridiano e Outros TextosAs páginas anteriores reúnem quase todos os textos de prosa de Paul Celan até agora publicados, se exceptuarmos algumas esparsas notas introdutórias aos poetas russos Ossip Mandelstám (desaparecido nos anos trinta, vítima não se sabe bem se de Estaline, se de Hitler) e Aleksandr Blok.” [Do Posfácio de João Barrento]
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NovidadeO Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
NovidadeConfissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
NovidadeSobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
NovidadeA Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
NovidadeElectra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
NovidadeDiário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».
