Cartas de Amor
EDIÇÃO REVISTA E AUMENTADA DAS CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOA… QUE, AFINAL, NÃO FORAM TROCADAS APENAS COM OFÉLIA Na colecção dirigida por Jerónimo Pizarro – com novas missivas e poemas. Há conjuntos, como este que a primeira edição intitulou Cartas de Amor, que poucas vezes voltaram a ser revisitados, quer para os enquadrar melhor na vida e na obra de Fernando Pessoa, quer para os editar criticamente e acompanhados de novas pistas e novos documentos. Cartas de Amor merecia uma edição revista e aumentada, que lhe é agora garantida pela Colecção Pessoa dirigida por Jerónimo Pizarro, não apenas para afinar datas e leituras, mas para lembrar os objectos de amor trocados pelos namorados, para juntar poemas que acompanharam o epistolário amoroso e para incluir as cartas referentes à última paixão de Pessoa, que não foi Ofélia Queiroz, mas uma inglesa loira.
| Editora | Tinta da China |
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| Editora | Tinta da China |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Fernando Pessoa |
Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente estrangeiro". Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista "Orpheu", que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista "Orpheu" (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, "Mensagem" (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.
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The Selected Prose Of Fernando PessoaThe Washington Post Book World has written that Fernando Pessoa was "Portugal´s greatest writer of the twentieth century [though] some critics would even leave off that last qualifying phrase" and "one of the most appealing European modernists, equal in command and range to his contemporaries Rilke and Mandelstam." The Selected Prose of Fernando Pessoa, a Los Angeles Times Best Book of 2001, spans playful philosophical inquiry, Platonic dialogue, and bitter intellectual scrapping between Pessoa and his many literary alter egos ("heteronyms"). The heteronyms launch movements and write manifestos, and one of them attempts to break up Pessoa´s only known romantic relationship. Also included is a generous selection from Pessoa´s masterpiece, The Book of Disquiet, freshly translated by Richard Zenith from newly discovered materials. The Selected Prose of Fernando Pessoa is an important record of a crucial part of the literary canon. "Zenith´s selection is beautifully translated, compact while appropriately diverse." - Benjamin Kunkel, Los Angeles Times "[Pessoa] is one of those writers as addictive, and endearing, as Borges and Calvino." - Michael Dirda, The Washington Post Book World -
Amor na Obra de Fernando PessoaCom prefácio de Ricardo Belo de Morais, jornalista e mentor do projecto online "O meu Pessoa", este livro traz-nos um retrato da obra apaixonada e romântica do poeta. Fernando Pessoa é um dos mais reconhecidos génios da literatura portuguesa, cuja obra pode ser lida e analisada sob as mais diferentes perspectivas. Este livro traz uma compilação dos textos mais românticos do poeta, em poesia ou prosa, escritos pelos mais conhecidos heterónimos e pelo próprio ortónimo, Fernando Pessoa. -
The Book of Disquiet"Readers with a particular interest in modernism will find this work indispensable." - Publishers Weekly "Pessoa´s amazing personality is as beguiling and mysterious as his unique poetic output." - William Boyd A self-deprecating reflection on the sheer distance between the loftiness of feelings and the humdrum reality of life, The Book of Disquiet is a classic of existentialist literature. Fernando Pessoa, one of the founders of modernism, was born in Lisbon in 1888. Most of Pessoa´s writing was not published during his lifetime: The Book of Disquiet was first published in Portugal in 1982. -
The Education of the Stoic"I transferred to Teive my speculations on certainty, which lunatics have in greater abundance than anyone." Portuguese author Fernando Pessoa (1888-1935) was a multitude of writers: his works were composed by "heteronyms," alter egos with distinct biographies, ideologies, influences, even horoscopes. The Education of the Stoic is the only work left by the Baron of Teive, who, having destroyed all his previous attempts at literary creation, and about to destroy himself, explains "the impossibility of producing superior art." The baron´s manuscript is found in a hotel-room drawer - not unlike editor and translator Richard Zenith´s own discovery, while conducting research in the Pessoa archives, of a small black notebook whose contents had never been transcribed. In it he found the missing pieces of this short but trenchant complement to Pessoa´s major prose work, The Book of Disquiet. Pessoa himself noted that despite their dialectical differences, the middle-class author of The Book of Disquiet (assistant bookkeeper Bernardo Soares) and the aristocrat Teive, "are two instances of the very same phenomenon - an inability to adapt to real life.""There are in Pessoa echoes of Beckett´s exquisite boredom; the dark imaginings of Baudelaire (whom he loved); Melville´s evasive confidence man; the dreamscapes of Borges" -Voice Literary Supplement"The humorist who never smiles and makes our blood run cold, the inventor of other poets and self-destroyer, the author of paradoxes clear as water, and like water, dizzying, the mysterious one who doesn´t cultivate mystery, mysterious as the moon at noon, the taciturn ghost of the Portuguese midday - who is Pessoa?" - Octavio Paz -
MessageMessage ("Mensagem") was the only book of verse in his own language that Pessoa saw through the press in his lifetime. On the face of it, a patriotic sequence steeped in 'Sebastianismo', the poems offer much more than this, the Kings and navigators of the Portugal´s history standing as avatars of the poet´s self, their explorations and heroic deeds projections of the poet´s inner creative life. Although Pessoa is famous for the many heteronyms under which he composed verse in wildly different styles, this volume was published under his own name - the 'orthonym', as he defined it - and it remains one of his great masterpieces. This edition brings Jonathn Griffin´s fine translation (originally published by the Menard Press in 1992) back into print, as part of Shearsman´s Pessoa edition. -
Lisbon: what the tourist should seeIn 1925, Fernando Pessoa wrote a guidebook to Lisbon for English-speaking visitors, and wrote it in English. The typescript was only discovered amongst his papers long after his death, but has not hitherto been made available in the UK or the USA. The book is fascinating in that it shows us Pessoa´s view of his native city - and Pessoa, as an adult, rarely left Lisbon, and it figures large in his poetry. The book can still be useful to visitors today, given that the majority of the sights described are still to be found. A fascinating scrap from the master´s table... -
Poesias - OrtónimoMarcado por um profundo antagonismo ¿ por um lado, os sucessivos falhanços existenciais, por outro, a excecionalidade da sua múltipla produção escrita ¿ Pessoa renova o panorama literário do nosso país. Atravessando o conturbado início do século XX português, explorando caminhos originais de criação literária, inventando uma linguagem poética nova, Pessoa constrói, através de uma sensibilidade ímpar, uma obra multifacetada que o projeta, universalmente, a si e à pátria - Minha pátria é a língua portuguesa. -
Poesias: HeterónimosTorno-me eles e não eu - é deste modo que Pessoa reconhece a sua personalidade múltipla. A par desta personalidade, a sua escrita caracteriza-se pela pluralidade e diversidade; é uma escrita de inúmeros rostos e temas diferentes, de "outros eus", a quem o poeta atribui uma personalidade e vida próprias. Os heterónimos Alberto Caeiro, o mestre, Ricardo Reis e Álvaro de Campos são os rostos, as máscaras mais conhecidas desse universo dramático pessoano: um inocente guardador de rebanhos, um sereno pensador clássico e um efusivo engenheiro da era moderna. Cada um tem uma voz distinta, mas em todos ecoa a voz de Pessoa, ele mesmo. -
MensagemOriginalmente intitulada Portugal, a única obra de Fernando Pessoa publicada em vida continua tão atual no século XXI como em 1934. Revisitando o passado – os heróis e as conquistas da História – encontramos uma mensagem para o futuro, porque hoje: Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro… É a Hora! A Coleção Educação Literária reúne obras de referência da literatura portuguesa e universal indicadas pelo Programa e Metas Curriculares de Português e pelo Plano Nacional de Leitura. -
Poesias OrtónimoMetas Curriculares de Português Leitura obrigatória para o 9.º e 12.º anos de escolaridade. Poesias – Ortónimo (uma seleção) O que dizer sobre o poeta mais genial da língua portuguesa? Deixemos que seja o próprio a fazê-lo: Se estou só, quero não ‘star, Se não ‘stou, quero ‘star só. Enfim, quero sempre estar Da maneira que não estou.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».