Filhos da América
«Em Filhos da América, Nélida Piñon escreve sobre Machado de Assis e José de Alencar, escritores que considera dois dos principais intérpretes do Brasil na literatura; perfila a atriz Marília Pêra, exalta a escrita de Rachel de Queiroz, saúda a chegada de Antônio Torres à Academia Brasileira de Letras e, entre outros temas, homenageia a amiga Carmen Balcells, que morreu em 2015 e foi agente literária dos maiores escritores da América Latina.
Neste que também é um livro sobre memória, Nélida rende tributos à literatura ibero-americana, passeia pela Galiza da sua infância e a que restou na vida dos parentes que com ela vieram para o Brasil, recorda os caminhos que a levaram a escrever livros como A República dos Sonhos, sobre imigração, e Vozes do Deserto, sobre as narrativas árabes, que tem Scherezade como protagonista.
Grande contadora de histórias e exímia ouvinte, a autora circula por todos os ambientes, desde as esquinas de seu bairro até os salões mais nobres, recolhendo, da vida e da relação com as pessoas, memórias que transbordam em seguida para a sua escrita. Este livro é, portanto, um registo das suas experiências, da cultura e das pessoas.»
Jornal de Letras, Rio de Janeiro
| Editora | Temas e Debates |
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| Editora | Temas e Debates |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nélida Piñon |
Nélida Piñon nasceu em 1937 no Rio de Janeiro, numa família originária da Galiza. Formou-se em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professora catedrática da Universidade de Miami desde 1990 e doutor honoris causa das universidades de Santiago de Compostela, Rutgers e Montreal, entre outras, foi a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras em 1996. Desde 2004 é membro da Academia das Ciências de Lisboa. A sua extensa produção literária, traduzida em diversas línguas, foi distinguida com numerosos galardões, entre os quais o Prémio Walmap (1969) pela novela Fundador; o Prémio Mário de Andrade (1972) por A Casa da Paixão; o Prémio Internacional Juan Rulfo de Literatura LatinoAmericana e do Caribe (México, 1995); o Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e o Prémio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance A República dos Sonhos; o Prémio Iberoamericano de Narrativa Jorge Isaacs (Colômbia, 2001); o Prémio Rosalía de Castro (Espanha, 2002); o Prémio Internacional Menéndez Pelayo (Espanha, 2003); o Prémio Jabuti para o melhor romance (Brasil, 2005) por Vozes do Deserto; e o Prémio Literário Casa de las Americas (Cuba, 2010) por Aprendiz de Homero. Em 2005 recebeu o importante Prémio Príncipe de Astúrias das Letras pelo conjunto da sua obra, o primeiro escritor de língua portuguesa a consegui-lo. Em 2015, recebeu o Prémio El Ojo Crítico Iberoamericano, concedido pela Rádio Nacional de Espanha.
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Aprendiz de HomeroNélida Piñón, uma grande senhora da língua portuguesa, oferece-nos a sua visão da literatura ou, nas suas palavras, da sua alma. Esta obra reúne vinte e quatro ensaios sobre as influências literárias, os temas e os personagens que lhe são caros: Dom Quixote e Espanha, Capitu e o Rio de Janeiro, Ulisses e a sua odisseia. Humilde, fala do fazer literário sempre na perspectiva da aprendiz; de Homero, o poeta cego, mas também de Machado de Assis, Monteiro Lobato, Cervantes. E assim leva-nos numa viagem que é também homérica: os seus pensamentos sobre a leitura, a sua paixão pela escrita, a sua relação vital com a literatura, a sua visão não apenas da mulher brasileira, mas de todas as mulheres desde os tempos remotos, e sobretudo a importância que a memória assume numa viagem que simboliza todas as viagens do mundo. -
Coração AndarilhoUma trajetória íntima que nos leva da primeira infância no bairro carioca de Vila Isabel aos passeios com o avô Daniel, figura muito importante na sua vida, ou à primeira viagem à Galiza, terra natal dos pais, quando escala um muro e percebe que o mundo é muito maior do que pensava e pode abarcar até um oceano. A menina, que se transformaria numa das maiores escritoras do mundo, já estava tomada pelo desejo de uma vida sem fronteiras: «Viajo pelo mundo e ele é uma faixa de terra cercada de água e memórias.» Naveguemos, pois, com Nélida por este mar de memórias e emocionemo-nos com as histórias que esta extraordinária escritora tem para nos contar. -
Livro das HorasUm livro magistral da mais importante escritora contemporânea brasileira. Numa narrativa comovente e sensível, Nélida Piñon revive memórias afetivas que emergem a partir de um vertiginoso turbilhão de lembranças e emoções. E a cada página lida fica claro para o leitor que, independentemente da sua vivência ou da riqueza das suas lembranças, a sua história de amor sempre foi uma só: com a palavra. -
A República dos Sonhos«Chegara afinal o momento de o Brasil realizar-se como nação. Quem sabe não estaria surgindo, a partir daquele novembro de 1930, a República dos Sonhos, sonhada por brasileiros novos e antigos?»Filha de imigrantes galegos, Nélida Piñon inspira-se nas suas memórias da infância para reconstituir a história de uma família que se confunde com a história do Brasil. Um romance de técnica magistral, onde as vidas de dezasseis personagens se entretecem numa teia que, mais do que criar um mundo ficcional, incorpora o legado da herança rica e pluricultural da autora. Uma metáfora do Brasil que é também uma das obras mais transparentes desta grande escritora da língua portuguesa.Romance vencedor do Prémio da Associação de Críticos de Arte de São Paulo e do Prémio Ficção Pen Club. -
Uma Furtiva Lágrima«Nélida é uma escritora que não faz concessões. Contudo, conquistou leitores no seu país, na sua língua, em outras línguas, e desde há muitos anos é objeto de reconhecimento, de honras e de prémios. Isto não fala só do talento de Nélida, mas também da sua literatura, pura, autêntica, íntegra, feita de amor à palavra, à vocação, à arte, à beleza e à criação.»Mario Vargas Llosa A língua portuguesa numa escrita luminosa, num livro de memórias na linha de Livro das Horas. Uma narrativa de impressões sobre a vida e a morte, sobre as relações humanas, o amor, a paixão, a pertença, num exercício literário de rara beleza.Uma Furtiva Lágrima reúne pensamentos, reflexões, memórias, aforismos e confissões. «Com a força da sua imaginação, tem a capacidade de expressar literariamente os sonhos de todo o Brasil ou mesmo de toda a grande família latino-americana.»New York Times Book Review «Nélida Piñon não é apenas uma das mais importantes escritoras da língua portuguesa, é uma das vozes mais relevantes do panorama internacional. O leitor vive em cada um dos seus livros a viagem incessante da palavra.»Mercedes Monmany, ABC «Ao contrário do que se espera de uma escritora que sempre prezou as narrativas densas, ela constrói uma obra porosa, entrelaçando vários géneros textuais: a autobiografia, o ensaio, a prosa de ficção e a poesia. Disso resultando um texto leve mas consistente.»Folha de São Paulo «A dimensão amazónica da imaginação de Nélida Piñon situa-a na categoria de génio.»Publishers Weekly -
Um Dia Chegarei a SagresO esperado regresso de Nélida Piñon ao romance numa obra parcialmente escrita em Portugal, vencedora do Prémio Pen Clube Brasil de Literatura 2020A história de Mateus, um camponês do Portugal profundo do século XIX que cresce sob a dedicada tutela do avô, mas sufocado pelo obscuro segredo que envolve os seus progenitores. Quando o avô morre, Mateus resolve abandonar o arado e marchar para Sagres. Trata-se de uma obsessão antiga: fascinado pelas sagas dos heróis descobridores marítimos, Mateus está decidido a encontrar o túmulo do infante D. Henrique naquela cidade. Mas será que algum dia chegará a Sagres? Narrada com a mestria característica de Nélida Piñon, a odisseia de Mateus é uma análise poderosa do esplendor e decadência de Portugal e uma homenagem belíssima à tradição literária e cultural portuguesa.«A vencedora do Prémio Príncipe de Astúrias narra neste romance a sua relação com Portugal e a história dos homens portugueses, que, animados pelo espírito desbravador, se lançam às conquistas. […] Em cada passo desse camponês por sua terra, Nélida faz ecoar toda a tradição da literatura portuguesa: a grandeza de Portugal cantada por Camões em Os Lusíadas; a convocação de Fernando Pessoa em Mensagem para que o país readquira tal grandeza; a história dos anónimos, frequentemente esquecidos pelos livros de história, mas que são responsáveis pela manutenção de uma pátria, na esteira de José Saramago, em Memorial do Convento.»Guilherme Stumpf, revista Amálgama «Nélida cuida como ninguém da eterna busca de um homem miserável por seu lugar no mundo. Os pensamentos de Mateus e suas interações com o mundo têm uma profundidade singular. Não é nada fácil escrever assim. Nélida Piñon dá aula.» Rafael Medeiros, Jornal da Orla -
Os Rostos Que Tenho«Sorrindo, e mantendo entre mãos um livro que segurava ao peito, a escritora brasileira oferecia ao público português a imagem da sua pessoa inteira e estava grata. Nélida sabia aceitar os sinais de gratidão porque ela sempre foi, para além de uma talentosa escritora, uma figura dada ao reconhecimento dos outros. […]Diria, pois, que este livro não careceria de qualquer apresentação, ele próprio se vai apresentando por si mesmo, à medida que os fragmentos numerados se sucedem, desde o primeiro com o título de Eternidade em que a autora, transformando essas duas páginas numa espécie de longo incipit, anuncia de imediato ao que vem, até à crónica número 74, intitulada O Mutismo de Deus, na qual explica em síntese a génese da sua atividade como criadora, e o sentido da sua vida como pessoa da arte e da cultura em face do mundo e da humanidade. Raramente uma artista consegue ser tão explícita sobre a forma como se engendra na profundidade do ser a origem das suas multiplicidades.»Do Prefácio de Lídia Jorge
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».