Literatura Marginalizada - Novos Ensaios
Presença
2020
1,76 €
Envio previsto até
| Editora | Presença |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Presença |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Arnaldo Saraiva |
Arnaldo Saraiva
Arnaldo Saraiva é professor emérito da Universidade do Porto, em cuja Faculdade de Letras ensinou ao longo de décadas, tendo também ensinado na Universidade Católica (Porto), na Universidade de Paris-Sorbonne Nouvelle e na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Integrou direções de instituições portuenses como a Cooperativa Árvore, o Boavista Futebol Clube e a Fundação Eugénio de Andrade, e é autor de uma extensa obra repartida pela poesia, pela crónica, pelo ensaio e pela tradução.
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Dar a Ver e a se Ver no Extremo: O Poeta e a Poesia de João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto (Recife, 1920 - Rio de Janeiro, 1999) é «talvez a mais original e consistente personalidade poética que já houve no Brasil».Descendente de senhores de engenho, segundo de sete irmãos, parente de ilustres homens de letras como, entre outros, o dicionarista António de Moraes Silva, o poeta Manuel Bandeira e o antropólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi jogador de futebol juvenil no Recife, tipógrafo amador em Barcelona, historiador e diplomata, com passagem por vários países, incluindo Portugal, mas viveu sempre mobilizado pela poesia. Na sua produção poética, iniciada em 1937, podemos apontar obras primas como Psicologia da Composição, Morte e Vida Severina, A Educação pela Pedra, Agrestes; mas em quase todos os seus poemas é notório o rigor da construção, o gosto pelo concreto, a fuga ao enfático e ao comum sentimentalismo lírico, assim como a lucidez da visão e o empenho em desmoralizar ou desmoronar os podres poderes do mundo, nordestino ou outro. -
O Sentimento do Porto: A Feeling for OportoEste belo álbum sobre a cidade do Porto, organizado por Arnaldo Saraiva, com fotografias de Luís Ferreira Alves, design de João Machado e textos em prosa de alguns historiadores e reconhecidos escritores (em edição bilingue, português e tradução para o inglês) dá-nos, como muito bem diz o organizador na sua nota introdutória, uma "imagem" geral do Porto, "que soube afirmar a sua personalidade e tornar-se uma das mais fascinantes cidades mundiais". O livro divide-se em várias partes: "Vistas Gerais", com textos de Jaime Cortesão, Agustina Bessa-Luís, Eugénio de Andrade e Vasco Graça Moura; "Imagens do Porto Antigo", textos de Armindo de Sousa, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Gaspar Martins Pereira; "Espaços", textos de Júlio Dinis, Almada, Arnaldo Saraiva, Helder Pacheco, Raul Brandão; "Gentes" Júlio Dinis, Camilo, Ruben A, Rebordão Navarro, Raul Simões Pinto; "Desastres". Textos de Arnaldo Gama, Pinheiro Chagas, Raul Brandão; "Festas", textos de Gaspar Martins Pereira, Ramalho Ortigão, Saraiva; e "Carácter", textos de Sampaio Bruno, Miguel Torga e Arnaldo Saraiva. Em certas manhãs vidradas e em que o nevoeiro se não dissipa, andamos ao acaso entre a gente da rua, e o acaso transforma-se em companhia de cativeiro antigo. Reconhecemo-nos nos mais estranhos rostos (...) Agustina Bessa-Luís -
Anedotas do NemésioVitorino Nemésio (Angra do Heroísmo, 1901 - Lisboa, 1978) - o Nemésio, como quase toda a gente o referia - foi professor universitário, poeta, romancista, contista, crítico, ensaísta, biógrafo, epistológrafo, memorialista, cronista, jornalista e autor-apresentador do programa televisivo Se bem me lembro. Mas foi também autor e protagonista, voluntário ou involuntário, de anedotas que, ao contrário dos seus outros textos, nunca foram reunidas e publicadas em conjunto e, mau grado a extensa fortuna crítica dele, nunca foram estudadas. A literatura de Nemésio, incluindo as suas anedotas, dá conta de um homem raro, culto e humaníssimo, de um criador de excepção, e de uma figura popular que não é nenhuma anedota, pois é um caso muito sério da cultura portuguesa. -
Vergílio Ferreira, Seminarista nos Seminários do Fundão e da GuardaÉ sabido que Vergílio Ferreira foi seminarista, como outros ficcionistas portugueses do século XX, de Aquilino Ribeiro a Miguel Torga, José Marmelo e Silva, Fernando Campos, João de Meio, Fernando Venâncio; e também é sabido, e assinalado pelo próprio autor, que foi a sua experiência de seminarista que lhe permitiu escrever o importante romance Manhã Submersa (1954), privilegiado pelos leitores e pela crítica das últimas décadas, sobretudo depois de ter sido recomendado para leitura no ensino secundário ou depois de Lauro António o ter adaptado, em 1980, para um filme em que o próprio Vergílio Ferreira entrou como ator (Reitor). -
Amália. A raiz e a vozNunca é tarde para conhecer melhor Amália. Nos cem anos do seu nascimento, impunha-se a tentativa de definir com mais rigor o seu perfil de grande Diva, de repensar ou analisar o seu extraordinário percurso, nacional e internacional, na música, no teatro, no cinema, na televisão, mas também se impunha a tentativa de iluminar com novas luzes a raiz ou as raízes que sustentavam e alimentavam a sua personalidade e o seu canto. Se Amália estava arreigadamente fixada em solo lusitano, que nunca por longo tempo trocou por outro, as suas raízes mais fundas mergulhavam em terras ou culturas da Beira Baixa e do Fundão, como este livro provará sem risco de desmentido.Compreender-se-á que o Jornal do Fundão, que além do mais a teve sempre como amiga, quisesse celebrar dignamente o centenário do seu nascimento; e achou que, chamando a atenção, como nunca fora feito, para as raízes fundanenses e beirãs de Amália, não podia contentar-se com uma visão bairrista ou regionalista, como a que veiculavam algumas publicações lisboetas. -
O Sentimento do Porto / A Feeling for PortoNova edição do mais emblemático livro sobre a cidade do Porto e o seu carácter.Organizada por Arnaldo Saraiva, com fotografias de Luís Ferreira Alves e design de João Machado, esta obra bilingue (português e inglês), tida por muitos como a mais emblemática que já se publicou sobre a Invicta, reaparece agora numa edição revista. Valendo-se de textos em prosa de alguns historiadores e reconhecidos escritores, oferece ao leitor, como diz o seu organizador em nota introdutória, uma «imagem» geral do Porto, «que soube afirmar a sua identidade e tornar-se uma das mais fascinantes cidades mundiais».Os textos são da autoria de Agustina Bessa-Luís, Alexandre Herculano, Almada Negreiros, António Rebordão Navarro, Armindo de Sousa, Arnaldo Gama, Arnaldo Saraiva, Camilo Castelo Branco, Eugénio de Andrade, Gaspar Martins Pereira, Hélder Pacheco, Jaime Cortesão, Júlio Dinis, Miguel Torga, Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão, Raul Brandão, Raul Simões Pinto, Ruben A, Sampaio Bruno e Vasco Graça Moura."
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]

