O Espectador Emancipado
O ESPECTADOR EMANCIPADO reúne algumas das conferências proferidas por Jacques Rancière em universidades, museus e outros centros de arte, entre 2004 e 2008. Elogio do espectáculo, no qual se incita o espectador a afirmar a sua capacidade de ver e analisar o que vê, este volume de ensaios contraria uma das mais antigas premissas da estética – a de que aquele que vê não sabe ver – para oferecer ao receptor um papel activo na compreensão da arte. Uma vez mais, a política e a arte em constante diálogo, para um esclarecimento mútuo.
| Editora | Orfeu Negro |
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| Editora | Orfeu Negro |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jacques Rancière |
JACQUES RANCIÈRE é filosófo e professor emérito da Universidade de Paris VIII. Considerado um dos maiores pensadores da actualidade, Rancière tem contribuído em larga medida para o debate de ideias nas áreas da história, da política, da filosofia e da estética.
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O Mestre Ignorante - Cinco lições sobre a emancipação intelectualEm 1818, Joseph Jacotot, um revolucionário exilado e professor de Literatura Francesa na Universidade de Lovaina, começara a semear o pânico na Europa culta. Não se contentando em ensinar o francês a estudantes flamengos sem lhes ter dado uma única lição, propôs-se ensinar o que ignorava proclamando a palavra de ordem sobre a emancipação intelectual: todos os homens possuem uma inteligência igual. É possível aprender sozinho, sem mestre explicador, e um pai de família pobre e ignorante é capaz de ser instrutor de seu filho. A instrução é como a liberdade: não se dá, agarra-se. Arranca-se aos monopolizadores da inteligência sentados sobre o trono do explicador. Basta que reconheçamos do que somos capazes e reconhecer no outro ser falante a mesma capacidade.Não se trata de pedagogia divertida, mas de filosofia e, se o quisermos, de política. A razão vive da igualdade. Porém, a ficção social vive de filas de espera e de infindáveis explicações. A quem fala de emancipação e de igualdade de inteligência responde prometendo o progresso e a redução da desigualdade: mais um pouco de explicações, de comissões, de relatórios e de reformas e lá chegaremos! A sociedade pedagogizada está perante nós. Joseph Jacotot, com ironia, deseja-nos boa viagem. -
Estética e Política - A Partilha do SensívelA Partilha do Sensível é um texto-chave de Jacques Rancière. A presente tradução é complementada pela entrevista, O Duplo efeito da arte politizada, e um glossário de Gabriel Rockhill e constitui uma introdução abrangente ao pensamento do autor, figura central do debate contemporâneo nos domínios da estética e da filosofia política. É neste livro que o autor articula estética e política e caracteriza os três regimes estéticos, «ético», «representativo» e «estético». -
O Destino das Imagens«O Destino das Imagens» reúne dois artigos e três conferências proferidas por Jacques Rancière, entre 1999 e 2002, no Centro Nacional de Fotografia, em Paris, e na Academia de Belas-Artes de Viena. Partindo das filmografias de Bresson e de Godard, e das reflexões estéticas de Deleuze, Adorno e Lyotard, o autor questiona, neste conjunto de textos, o estatuto da imagem na arte contemporânea. -
Os Intervalos do CinemaEm Intervalos do Cinema, Jacques Rancière reflecte sobre a posição teórica e política do amador da sétima arte, definindo o cinema como um sistema de intervalos no qual a paixão cinéfila confundiu as fronteiras da arte e do entretenimento. Neste conjunto de textos, Rancière analisa a obra de realizadores como Hitchcock, Rossellini, Pedro Costa, Dziga Vertov, Peter Straub e Vincente Minnelli. -
Béla Tarr - O Tempo do DepoisNeste pequeno livro, Rancière reúne 5 textos acerca da filmografia do realizador húngaro Béla Tarr, contemplando filmes já editados em Portugal, como O Cavalo de Turim, O Tango de Satanás, As Harmonias de Werckmeister e Danação. -
A Fabula CinematograficaEm "A Fábula Cinematográfica", Jacques Rancière reflecte novamente sobre o cinema, centrando-se desta vez na sua dimensão narrativa e nas contradições que a compõem. Partindo da obra de realizadores como Fritz Lang, Ingmar Bergman, Jean-Luc Godard, Nicholas Ray entre outros, e em constante diálogo com o pensamento de Gilles Deleuze, Rancière analisa o conflito entre natureza técnica e vocação artística que atravessa desde sempre a história do cinema.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.


