Cântico Maior
“Um cântico inconfundível, eis como poderemos chamar à versão de Fiama Hasse Pais Brandão do texto atribuído a Salomão. Cântico Maior, como lhe chamou Fiama numa cuidada edição [...].
A autora deixa que a sua interpretação seja trespassada pela singularidade de uma voz. Esta é a diferença que distingue a presente de outras (igualmente belas) edições. “Fui incitada pelo amor do texto e das suas leituras”, escreve Fiama num breve apontamento introdutório.
O “amor do texto” explica-se aqui também numa capacidade de citação global. Citar e traduzir em conformidade com uma voz poética de amplas repercussões, leitura e meditação sobre um além, “o maior dos cânticos”, elegia em estado puro do qual comungamos uma ancestral harmonia.
Para lá das referências biográficas e dos cuidados postos nesta versão, registe-se ainda que o livro se nos apresenta sob uma forma particularmente atraente, na qual a inclusão do texto hebraico desempenha um papel de realce, para além do convite à erudição.”
(Eduardo Paz Barroso, Jornal de Notícias, 28.05.1986)
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | Assíria |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Salomão |
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Cântico dos Cânticos«José Tolentino Mendonça fez uma bela tradução do mais problemático dos textos canónicos. O problemático estatuto canónico do Cântico deriva, aliás, do facto de se deter sobre o amor humano, completamente humanizado e com valor em si mesmo, independente da procriação, apenas consagrando o horizonte ético e poético do casal. Estamos perante um poema, e um poema nupcial, mesmo se têm sido feitas interpretações alegorizantes, por vezes para salvaguardar precisamente o estatuto canónico do texto. O amor humano, visto no Cântico dos Cânticos nos seus cumes e perplexidades, introduz outra novidade: o amor entre o homem e a mulher é vivido – e enunciado – em paridade. Aqui reside outra releitura bíblica significativa: a igualdade entre homem e mulher, que (uma vez mais) está na origem do cristianismo (e do judaísmo), e não é, como se pensa, uma aquisição recente.»Pedro Mexia«Desenho de labaredas, na precisa expressão do seu recriador, este livro é um dos acontecimentos poéticos maiores na língua portuguesa destes tempos de usura. Uma rigorosa introdução e notas completam a edição, que transforma uma passagem tantas vezes moralizada por leituras ínvias e beatas na esplendorosa celebração que é do amor e dos amantes.»Bernardo Pinto de Almeida«Este é um texto diferente de todos os outros que compõem a Bíblia, porque fala do amor, não como um sentimento divino e etéreo, mas do amor, também ele sagrado e sublime, que envolve a relação entre duas personagens: o Amado e a Amada.»Bárbara Wong, Público -
Cântico dos Cânticos«Tanto David como Salomão foram famosos pelos seus provérbios e salmos, pensamentos e cânticos. Acima de toda esta obra portentosa está, porém, o Cântico dos Cânticos. É um poema da juventude, leve como a flor da vinha de Engadi. São sete cantos que fazem tremer o coração, e o sétimo parece o mais enigmático. Por uma única vez fala de ciúmes. São dardos, setas incendiadas. São chamas de Yavé. Alguém, que está à parte do drama, o autor, consagra a Salomão o canto nupcial. Sai, filhas de Sião, a ver o rei Salomão, como diadema com que o coroou sua mãe no dia dos esponsais, no dia da alegria do seu coração. Trata-se dum canto nupcial. O Cântico dos Cânticos continuará a oferecer-nos os seus mistérios e as suas graças para as quais contribuem todos os perfumes da Arábia.» AGUSTINA BESSA-LUÍS -
ProvérbiosDesde o Antigo Oriente que foi reconhecida a importância da transmissão, de geração em geração, da experiência e do saber adquiridos.Por se reportarem a características humanas, os Provérbios de Salomão são intemporais, revelando-se, ainda hoje, de uma extrema actualidade. Afinal, o equilíbrio e a felicidade da vida de cada um sob a orientação de Deus.Uma vez que a sabedoria proposta é retirada da experiência quotidiana e o carácter desta obra é, também ele, abrangente e universal, reconhece-se ainda hoje a sua grande importância para o grande público.
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NovidadeTal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
NovidadeNocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
NovidadeAlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira
