As 100 fotografias desta edição, têm o poder de fixar o tempo e consentir que recorde as memórias de um passado por mim vivenciado, mas também sofrido, na Guerra Colonial em Moçambique, nos longínquos anos de 1969/71.
Luís Cangueiro nasce em Prado Gatão, concelho de Miranda do Douro, em 1942. Faz os estudos secundários em Vinhais e Bragança. Em 1962 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e obtém a licenciatura em Filologia Clássica. Preside ao Coral da Faculdade de Letras e é eleito para a Comissão do Parque da Queima das Fitas de 1966.
É membro fundador da Secção Fotográfica da Associação Académica de Coimbra, que promoveu a realização de diversos cursos de fotografia. Aprende toda a técnica de laboratório, desde a revelação à impressão, ao mesmo tempo que desenvolve o gosto pela fotografia artística.
Durante a década de sessenta, colabora em revistas da especialidade e ministra cursos de fotografia enquanto professor do liceu em Bragança. Durante dois anos foi-lhe oferecida uma página no “Mensageiro de Bragança”, onde publicou fotografias acompanhadas de um texto, que deram origem à publicação de um álbum fotográfico em 1974. Concorre a concursos de fotografia, nacionais e internacionais, onde obtém vários prémios.
Cumpre o serviço militar em Mafra e Santarém onde é promovido a alferes miliciano, sendo mobilizado em 1969 para Moçambique. Em 1971 inicia a atividade profissional como professor do liceu nacional de Bragança e acumula as funções de diretor da Residência de estudantes Calouste Gulbenkian. Em 1976 é nomeado professor efetivo em Almada.
Experimenta, entretanto, a via empresarial na área da publicidade exterior, que o leva em 1989 a abandonar o ensino. Criou várias empresas, que lhe proporcionaram as condições financeiras, para que em 1987 iniciasse a coleção de instrumentos de música mecânica, acervo constituído por mais de seiscentas peças.
Em 2013 inicia a construção do projeto da sua vida, o Museu da Música Mecânica, inaugurado em outubro de 2016, com a presença do Senhor Presidente da República.
Este livro, Jonas Savimbi - o Homem e a Obra, foi escrito na base da experiência política do autor, tendo-se também apoiado numa vasta bibliografia e em testemunhos de diversas personalidades. O autor foca a sua principal atenção no percurso político do Dr. Jonas Malheiro Savimbi, ao longo de uma fase muito turbulenta da História recente de Angola. Contudo, o livro dá também espaço a uma quantidade enorme de personalidades nacionais e estrangeiras que, de uma maneira ou de outra, influenciaram o trajecto político de Jonas Savimbi.
No decorrer destas páginas, o autor dá um contributo às respostas de perguntas muito pertinentes: Porque é que, em 1975, não foi possível proclamar-se a independência do país num ambiente de paz e harmonia entre todos os angolanos? Afinal, nas negociações que levaram aos Acordos de Bicesse de 1991, que grandes diferenças havia entre a UNITA e o Governo da República Popular de Angola? Como foi possível a Jonas Savimbi lutar tantos anos na mata? Porque é que – ao contrário do que muita gente pensava – com a morte de Jonas Savimbi em 2002, a UNITA não desapareceu? Dos diversos objectivos perseguidos na luta de Jonas Savimbi, quais são os que ainda hoje são actuais?
Em resumo, esta obra oferece uma visão detalhada e perspicaz de um período importante da história angolana, sendo recomendada para leitores interessados no tema.