Os longos passeios do autor por estradas rurais, algures no norte da Alemanha, região com paisagens planas e belas que por vezes se estendem a perder de vista, na companhia de ventos frios, longe da azáfama urbana, entre árvores elegantes e seculares, testemunhas silenciosas da história milenária e turbulenta do país, levaram-no a imaginar a história deste livro.

A morte do pai de Matthias em circunstâncias dramáticas no dia do seu nascimento. Um drama vivido com muita dor pela mãe e irmãos. A história das suas origens, provenientes de diferentes culturas, transporta a narrativa para mundos e tempos muito distantes dos nossos.

Matthias recusa-se a aceitar o passado dos seus avós, que se sentiram culpados por terem sido testemunhas silenciosas dos horrores monstruosos perpetrados no século passado, dizendo-lhes frequentemente que somente as consequências dessas tragédias foram julgadas, não as causas que as tinham provocado.

O primeiro amor de Matthias como adolescente, e mais tarde aquele de adulto, o confrontaria com o doloroso dilema de escolher entre dois amores. A narrativa traça a vida social da pequena cidade onde Matthias e os seus avós vivem, o encontro com os seus amigos de infância e adolescência, os amigos que permaneceram seus para sempre. O livro descreve com muita emoção o sofrimento da namorada, da mãe desta, causado também pela morte inesperada do pai.

O livro relata-nos também a viagem de comboio através da Europa em tempos de paz, na companhia de um simpático padre português, a caminho do país do pai. Uma terra que ele nunca conheceu. Igualmente, a descrição fascinante da viagem à Escócia, com as suas lendas, os seus castelos medievais e as suas diferentes visões sobre o Brexit. A bela narrativa da proposta de casamento feita com originalidade, delicadeza e ternura, como o casamento que se segue. Todas essas narrativas cativam o leitor e levam-no a um fim de história emocionante.